quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Polícia Militar ocupa a Assembleia Legislativa do Paraná

VALOR ECONÔMICO, 3 de fevereiro de 2011


A Polícia Militar ocupa desde a madrugada de ontem o prédio da Assembleia Legislativa do Paraná a pedido do novo presidente da casa, o deputado tucano Valdir Rossoni, que disse ter sido ameaçado por seguranças comissionados que foram dispensados por ele. O governador do Estado, Beto Richa (PSDB), contou que recebeu a solicitação formal para o envio da PM e foi favorável porque quer trabalhar em parceria com o Legislativo e "não vai medir esforços" para contribuir com ações de moralidade.

Trata-se de um novo capítulo no caso que envolve denúncias na Assembleia, mostradas no ano passado em uma série de reportagens do jornal "Gazeta do Povo", sobre diários secretos com nomeações irregulares. Rossoni afirmou que estava sendo pressionado por seguranças, que não queriam surpresas na posse. O deputado anunciou uma série de medidas. Prometeu auditoria nas contas, demitiu a antiga diretoria e optou por licitar uma empresa de segurança. Também fechou a gráfica da Assembleia e os atos passarão a ser publicados no Diário Oficial do Estado.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo, Ednilson Ferry, protestou contra a ocupação da PM e fez acusações contra Rossoni. Disse que os policiais estavam "defendendo um ladrão". Ele era um dos seguranças da Assembleia. "Estou tranquilo sobre o dossiê que ele diz ter contra mim", respondeu o deputado, que contratou advogados para acompanhar o caso. Rossoni contou que passará a usar segurança pessoal.

A ocupação da PM começou por volta de 1 hora da madrugada. Primeiro chegaram 50 policiais e, logo depois, mais 100, que ocuparam áreas internas e externas do prédio, localizado no bairro Centro Cívico, onde ficam também a prefeitura e o palácio do governo. O coronel Arildo Dias, que assumiu o comando de segurança da Assembleia, disse que 30 policiais deverão continuar no local nos próximos dias.

Rossoni disse, em discurso após a nomeação de novos diretores, que os servidores que trabalham estão "entrando na porta do céu" e os que não trabalham estão "à beira do precipício". Ele garantiu que vai ressarcir o governo pelo trabalho que está sendo feito pela PM, mas nem ele e nem Richa souberam explicar como esse cálculo de gastos será feito. De acordo com o deputado, os salários de alguns seguranças "passavam de R$ 10 mil".

Richa possui maioria folgada na casa - tem o apoio de 48 dos 54 deputados. No discurso de abertura dos trabalhos, falou dos planos para o Paraná e disse que "o Estado desperdiçou oportunidades de investimentos e relaxou na infraestrutura de transporte". Ele prometeu melhorias no Porto de Paranaguá.


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