GAZETA DO POVO, 3 de fevereiro de 2011
Benoni Manfrin, nomeado para a Direção-Geral, coordenou campanha de Alexandre Curi em 2006 e teria relação com irmão do principal acusado de desvios. Ele nega proximidade
O novo diretor-geral da Assembleia Legislativa, Benoni Constante Manfrin, apresentado ontem pelo presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), como um dos responsáveis pela moralização da Casa, teve ligações próximas com alguns dos personagens centrais do escândalo que se abateu sobre o Legislativo paranaense durante o ano passado.
Manfrin, que é empresário, foi o coordenador da campanha do deputado estadual Alexandre Curi (PMDB) em Curitiba em 2006. Como primeiro-secretário da Assembleia, Curi assinou vários dos atos contestados pelo Ministério Público depois das denúncias feitas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série Diários Secretos.
Manfrin admitiu a proximidade com Curi. “[A relação com o deputado] é boa, mas não estamos de amores”, disse.
O novo diretor-geral também teria sido o responsável pela contratação do taxista Eduardo José Gbur como cabo eleitoral da campanha de Curi. O nome de Gbur constava na lista de funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná até março do ano passado, quando teve início a série de denúncias. Ele também aparecia na prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006 pelo parlamentar.
De acordo com o relatório levado à Justiça Eleitoral, Gbur recebeu R$ 700 por mês do comitê em agosto e setembro daquele ano. No mesmo período, segundo dados da ficha funcional na Assembleia, ele continuava como servidor público do Legislativo, com salário de R$ 17,5 mil.
Na ocasião, Curi disse que não conhecia o taxista e que ele tinha sido contratado pela coordenação da campanha. Manfrin declarou na época que a indicação do nome de Gbur teria sido feita por Ed Abib, irmão de Abib Miguel, o Bibinho. Ex-diretor-geral do Legislativo, Bibinho é denunciado pelo Ministério Público como o comandante do esquema de contratações de funcionários fantasmas e desvio de dinheiro na Assembleia.
Ontem, para a reportagem da Gazeta do Povo, Manfrin confirmou que comandou a campanha do Curi, mas disse que a indicação do taxista foi mesmo do Ed Abib, ainda que não diretamente para ele. Manfrin explicou que sua relação com Abib começou quando ele foi secretário municipal de Governo. Seu trabalho envolvia conversar com vereadores e, na época, Ed Abib era vereador.
Valdir Rossoni saiu em defesa de seu novo diretor e de todos os nomes empossados ontem. “Foi feito um levantamento da vida dos novos diretores e não foi encontrado nada que desabonasse”, garantiu. E desmentiu Manfrin, quanto à proximidade com o ex-primeiro secretário. “Houve um rompimento [do novo diretor com Curi]. Não há mais nenhum vínculo”, disse Rossoni.
Histórico - Manfrin já esteve ao lado de diversos grupos políticos. Foi assessor especial no governo de Jaime Lerner e subchefe da Casa Civil. Depois, foi consultor técnico e chefe de gabinete do ex-secretário da Fazenda Giovani Gionédis, também durante o governo Lerner.
Em 2001, Manfrin se tornou secretário de Governo da prefeitura de Curitiba durante a gestão de Cassio Taniguchi, atual secretário de Planejamento no governo Beto Richa (PSDB).
Durante a campanha de sucessão de Taniguchi, disputada entre o então vice-prefeito Beto Richa e o deputado Angelo Vanhoni (PT), Manfrin teve atuação polêmica. Como presidente do PSC, um dos partidos que integravam a aliança de apoio a Vanhoni, o novo diretor-geral da Assembleia foi apontado como suposto artífice da gravação de um vídeo de denúncia.
A gravação mostrava uma suposta tentativa de suborno eleitoral de um aliado de Beto Richa a um militante do PMDB que apoiava Vanhoni. O então coordenador da campanha de Beto à prefeitura de Curitiba, Fernando Ghignone, disse que o caso foi uma “armação e uma farsa”.
Assessores de Rossoni e lernistas
comporão a diretoria da Assembleia
A nova diretoria da Assembleia Legislativa, anunciada ontem pelo presidente da Mesa Diretora, deputado Valdir Rossoni (PSDB), contemplou a nomeação de seus assessores mais próximos e outros nomes ligados ao grupo que vem administrando a prefeitura de Curitba há mais de 20 anos – grupo que inclui desde o ex-governador Jaime Lerner até o atual prefeito Luciano Ducci. Da sua cota pessoal, Rossoni nomeou como diretor financeiro Sérgio Brun, seu assessor parlamentar desde 2004. Para a diretoria Administrativa, o escolhido foi Altair Carlos Daru, funcionário da Assembleia desde 1991 e considerado o braço direito do novo presidente da Assembleia.
Além das escolhas pessoais do presidente da Mesa, grande parte dos demais nomeados tem ligações com o grupo político do ex-governador Jaime Lerner, em cujo mandato Rossoni foi líder do Governo na Assembleia.
O procurador-geral da Casa, Luiz Carlos Caldas, foi procurador-geral do Estado em boa parte do governo lernista. A secretária-geral, Lydia Montani, foi assessora jurídica parlamentar da liderança do Governo na mesma época.
O novo chefe de gabinete da presidência, Eduardo Paim, foi diretor-geral da Casa Civil e secretário do Meio Ambiente durante o governo Lerner. Sônia Bettina Maschke, que será assessora de comunicação da presidência foi assessora de comunicação da Oposição na Assembleia nos últimos cinco anos.
Também foram anunciados ontem os nomes dos outros novos procuradores da Assembleia, Pedro de Noronha da Costa Bispo e Fábio Bertoli Esmanhotto. O novo diretor legislativo será Mauro Ribeiro Borges.
A nova diretora de Assistência ao Plenário, responsável pelo cerimonial, será Lucília Felicidade Dias. O récem-criado gabinete militar da presidência terá o tenente-coronel Arildo Luís Dias no comando.
Benoni Manfrin, nomeado para a Direção-Geral, coordenou campanha de Alexandre Curi em 2006 e teria relação com irmão do principal acusado de desvios. Ele nega proximidade
O novo diretor-geral da Assembleia Legislativa, Benoni Constante Manfrin, apresentado ontem pelo presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), como um dos responsáveis pela moralização da Casa, teve ligações próximas com alguns dos personagens centrais do escândalo que se abateu sobre o Legislativo paranaense durante o ano passado.
Manfrin, que é empresário, foi o coordenador da campanha do deputado estadual Alexandre Curi (PMDB) em Curitiba em 2006. Como primeiro-secretário da Assembleia, Curi assinou vários dos atos contestados pelo Ministério Público depois das denúncias feitas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série Diários Secretos.
Manfrin admitiu a proximidade com Curi. “[A relação com o deputado] é boa, mas não estamos de amores”, disse.
O novo diretor-geral também teria sido o responsável pela contratação do taxista Eduardo José Gbur como cabo eleitoral da campanha de Curi. O nome de Gbur constava na lista de funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná até março do ano passado, quando teve início a série de denúncias. Ele também aparecia na prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006 pelo parlamentar.
De acordo com o relatório levado à Justiça Eleitoral, Gbur recebeu R$ 700 por mês do comitê em agosto e setembro daquele ano. No mesmo período, segundo dados da ficha funcional na Assembleia, ele continuava como servidor público do Legislativo, com salário de R$ 17,5 mil.
Na ocasião, Curi disse que não conhecia o taxista e que ele tinha sido contratado pela coordenação da campanha. Manfrin declarou na época que a indicação do nome de Gbur teria sido feita por Ed Abib, irmão de Abib Miguel, o Bibinho. Ex-diretor-geral do Legislativo, Bibinho é denunciado pelo Ministério Público como o comandante do esquema de contratações de funcionários fantasmas e desvio de dinheiro na Assembleia.
Ontem, para a reportagem da Gazeta do Povo, Manfrin confirmou que comandou a campanha do Curi, mas disse que a indicação do taxista foi mesmo do Ed Abib, ainda que não diretamente para ele. Manfrin explicou que sua relação com Abib começou quando ele foi secretário municipal de Governo. Seu trabalho envolvia conversar com vereadores e, na época, Ed Abib era vereador.
Valdir Rossoni saiu em defesa de seu novo diretor e de todos os nomes empossados ontem. “Foi feito um levantamento da vida dos novos diretores e não foi encontrado nada que desabonasse”, garantiu. E desmentiu Manfrin, quanto à proximidade com o ex-primeiro secretário. “Houve um rompimento [do novo diretor com Curi]. Não há mais nenhum vínculo”, disse Rossoni.
Histórico - Manfrin já esteve ao lado de diversos grupos políticos. Foi assessor especial no governo de Jaime Lerner e subchefe da Casa Civil. Depois, foi consultor técnico e chefe de gabinete do ex-secretário da Fazenda Giovani Gionédis, também durante o governo Lerner.
Em 2001, Manfrin se tornou secretário de Governo da prefeitura de Curitiba durante a gestão de Cassio Taniguchi, atual secretário de Planejamento no governo Beto Richa (PSDB).
Durante a campanha de sucessão de Taniguchi, disputada entre o então vice-prefeito Beto Richa e o deputado Angelo Vanhoni (PT), Manfrin teve atuação polêmica. Como presidente do PSC, um dos partidos que integravam a aliança de apoio a Vanhoni, o novo diretor-geral da Assembleia foi apontado como suposto artífice da gravação de um vídeo de denúncia.
A gravação mostrava uma suposta tentativa de suborno eleitoral de um aliado de Beto Richa a um militante do PMDB que apoiava Vanhoni. O então coordenador da campanha de Beto à prefeitura de Curitiba, Fernando Ghignone, disse que o caso foi uma “armação e uma farsa”.
Assessores de Rossoni e lernistas
comporão a diretoria da Assembleia
A nova diretoria da Assembleia Legislativa, anunciada ontem pelo presidente da Mesa Diretora, deputado Valdir Rossoni (PSDB), contemplou a nomeação de seus assessores mais próximos e outros nomes ligados ao grupo que vem administrando a prefeitura de Curitba há mais de 20 anos – grupo que inclui desde o ex-governador Jaime Lerner até o atual prefeito Luciano Ducci. Da sua cota pessoal, Rossoni nomeou como diretor financeiro Sérgio Brun, seu assessor parlamentar desde 2004. Para a diretoria Administrativa, o escolhido foi Altair Carlos Daru, funcionário da Assembleia desde 1991 e considerado o braço direito do novo presidente da Assembleia.
Além das escolhas pessoais do presidente da Mesa, grande parte dos demais nomeados tem ligações com o grupo político do ex-governador Jaime Lerner, em cujo mandato Rossoni foi líder do Governo na Assembleia.
O procurador-geral da Casa, Luiz Carlos Caldas, foi procurador-geral do Estado em boa parte do governo lernista. A secretária-geral, Lydia Montani, foi assessora jurídica parlamentar da liderança do Governo na mesma época.
O novo chefe de gabinete da presidência, Eduardo Paim, foi diretor-geral da Casa Civil e secretário do Meio Ambiente durante o governo Lerner. Sônia Bettina Maschke, que será assessora de comunicação da presidência foi assessora de comunicação da Oposição na Assembleia nos últimos cinco anos.
Também foram anunciados ontem os nomes dos outros novos procuradores da Assembleia, Pedro de Noronha da Costa Bispo e Fábio Bertoli Esmanhotto. O novo diretor legislativo será Mauro Ribeiro Borges.
A nova diretora de Assistência ao Plenário, responsável pelo cerimonial, será Lucília Felicidade Dias. O récem-criado gabinete militar da presidência terá o tenente-coronel Arildo Luís Dias no comando.
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