INSTITUTO AME CIDADE, 7 de novembro de 2011
A cassação do mandato do prefeito da pequena Bituruna, Rodrigo Rossoni (PSDB), pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, acabou repercutindo em todo o estado, pois atinge a imagem do deputado Valdir Rossoni (PSDB), que é pai do político cassado. O deputado Rossoni é presidente da Assembléia Legislativa e foi eleito para comandar a Casa numa composição política com a influência do governador Beto Richa, que também é do PSDB.
O filho de Rossoni exercia seu primeiro cargo eletivo, conquistado na eleição ocorrida no município em julho deste ano e que resultou na denúncia que levou o TRE a decidir pela cassação, que atinge também o vice-prefeito, João Vitório Nhoatto (PSC). A eleição fora de época foi realizada por causa da cassação do prefeito anterior feita pela Câmara, que acatou parecer do Tribunal de Contas do Paraná sobre a análise das contas da gestão passada (2000-2004), e pelo Tribunal Regional Eleitoral, por irregularidades. A prefeitura foi administrada até agosto pelo vereador Eduardo Conrado.
Rodrigo Rossoni foi cassado por abuso de poder econômico em denúncia feita pelo Ministério Público e acatada pelo juiz da 153.ª Zona Eleitoral, que também determinou a inelegibilidade dos réus por oito anos. Por enquanto, os dois permanecem nos cargos. Eles podem recorrer da decisão.
A relação entre cabos eleitorais e a população da pequena Bituruna (que está com 25 883 habitantes) foi numa proporção absurda. O filho do presidente da Assembleia Legislativa contratou 528 cabos eleitorais na eleição, número que foi considerado abusivo pelos promotores, pois representa 4,37% do total de eleitores.
O MP fez uma comparação desse total de cabos eleitorais com a extensão territorial do município e a do Paraná, que tem 119.880 quilômetros quadrados. Se no Paraná fosse feito o mesmo que o candidato fez em Bituruna, no estado cada candidato poderia ter até 868.678 cabos eleitorais por quilômetro quadrado nas eleições majoritárias.
A cassação pode até se reverter, pois os meandros da Justiça no Brasil não obedecem a um trajeto regular pautado especificamente por rigor jurídico, mas, de qualquer forma, a argumentação oferecida pelos promotores públicos traz a veracidade indiscutível dos números.
A cassação revela também aos paranaenses um fato que de outro modo estaria escondido em pequenas notas de sites e jornais, pois até agora praticamente nada se sabia da eleição que levou o filho do presidente da Assembléia Legislativa à prefeitura de Bituruna. São as oligarquias que políticos poderosos vão formando nas cidades onde ficam suas bases eleitorais, empregando parentes e agregados na máquina estadual e dos municípios, elegendo familiares para variados cargos e até usando de força política e econômica para colocar irmãos, cunhados, esposas e também os filhos em prefeituras do interior.
A cassação do mandato do prefeito da pequena Bituruna, Rodrigo Rossoni (PSDB), pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, acabou repercutindo em todo o estado, pois atinge a imagem do deputado Valdir Rossoni (PSDB), que é pai do político cassado. O deputado Rossoni é presidente da Assembléia Legislativa e foi eleito para comandar a Casa numa composição política com a influência do governador Beto Richa, que também é do PSDB.
O filho de Rossoni exercia seu primeiro cargo eletivo, conquistado na eleição ocorrida no município em julho deste ano e que resultou na denúncia que levou o TRE a decidir pela cassação, que atinge também o vice-prefeito, João Vitório Nhoatto (PSC). A eleição fora de época foi realizada por causa da cassação do prefeito anterior feita pela Câmara, que acatou parecer do Tribunal de Contas do Paraná sobre a análise das contas da gestão passada (2000-2004), e pelo Tribunal Regional Eleitoral, por irregularidades. A prefeitura foi administrada até agosto pelo vereador Eduardo Conrado.
Rodrigo Rossoni foi cassado por abuso de poder econômico em denúncia feita pelo Ministério Público e acatada pelo juiz da 153.ª Zona Eleitoral, que também determinou a inelegibilidade dos réus por oito anos. Por enquanto, os dois permanecem nos cargos. Eles podem recorrer da decisão.
A relação entre cabos eleitorais e a população da pequena Bituruna (que está com 25 883 habitantes) foi numa proporção absurda. O filho do presidente da Assembleia Legislativa contratou 528 cabos eleitorais na eleição, número que foi considerado abusivo pelos promotores, pois representa 4,37% do total de eleitores.
O MP fez uma comparação desse total de cabos eleitorais com a extensão territorial do município e a do Paraná, que tem 119.880 quilômetros quadrados. Se no Paraná fosse feito o mesmo que o candidato fez em Bituruna, no estado cada candidato poderia ter até 868.678 cabos eleitorais por quilômetro quadrado nas eleições majoritárias.
A cassação pode até se reverter, pois os meandros da Justiça no Brasil não obedecem a um trajeto regular pautado especificamente por rigor jurídico, mas, de qualquer forma, a argumentação oferecida pelos promotores públicos traz a veracidade indiscutível dos números.
A cassação revela também aos paranaenses um fato que de outro modo estaria escondido em pequenas notas de sites e jornais, pois até agora praticamente nada se sabia da eleição que levou o filho do presidente da Assembléia Legislativa à prefeitura de Bituruna. São as oligarquias que políticos poderosos vão formando nas cidades onde ficam suas bases eleitorais, empregando parentes e agregados na máquina estadual e dos municípios, elegendo familiares para variados cargos e até usando de força política e econômica para colocar irmãos, cunhados, esposas e também os filhos em prefeituras do interior.