terça-feira, 27 de julho de 2010

MP-PR ajuíza ação de improbidade contra prefeito

BEM PARANÁ, 27 de julho de 2010

Além dele, foram ajuizados o ex-secretário municipal de Cultura e Esportes e uma empresa esportiva


O Ministério Público do Paraná ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o atual prefeito de Telêmaco Borba, Eros Danilo de Araújo; contra o ex-secretário municipal de Cultura e Esportes, Gilson Vieira da Silva; e contra a empresa M. A. Xavier Esportes e Arbitragens, que no ano de 2008 teria sido irregularmente contratada pelo Município, sem o devido processo licitatório, para a prestação de serviços de arbitragem nos diversos campeonatos esportivos promovidos pela Prefeitura.

Na ação proposta, a 1ª Promotoria de Justiça de Telêmaco Borba reclama o ressarcimento ao erário da importância de R$ 82.115,00 – devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais, e a decretação da indisponibilidade de bens de todos os envolvidos no caso, a título de garantia, medida esta inclusive já atendida pelo Juízo da Vara Cível de Telêmaco Borba, em 28 de junho. Em face da iniciativa do Ministério Público, aguarda-se agora a manifestação dos envolvidos na contratação.

Segundo apurações do MP-PR, a empresa M. A. Xavier Esportes e Arbitragens, atualmente denominada Hermann e Butture Eventos e Arbitragens S/S Ltda., foi criada por sugestão de pessoas ligadas à própria Divisão de Esportes da Prefeitura, para representar uma alternativa em relação às demais empresas atuantes no ramo, mas que não possuiriam sede no município. Uma vez constituída, a empresa foi contratada em 2008, sem qualquer procedimento licitatório prévio, a pretexto de que se trataria da única empresa no município apta para a prestação dos serviços. O fato de que se tratava de uma empresa local também foi usado como justificativa para a contratação, pois exoneraria a municipalidade do pagamento de despesas com transporte e alimentação dos árbitros, já que eles não viriam mais de outros centros regionais.

Contudo, conforme investigações do Ministério Público, ficou depois demonstrado que havia outras empresas interessadas e capacitadas para concorrer num eventual certame licitatório para arbitragem desportiva, entre elas associações sem fins lucrativos, inclusive a Associação Norte Pioneiro de Oficiais de Arbitragem – ASSONORP, que durante vários anos foi a responsável pelos serviços no município.

Para a promotora de Justiça Luiza Helena Nickel, é visível que as condutas dos administradores públicos, neste caso, se realizaram unicamente para beneficiar os proprietários da empresa privada, bem como os árbitros ligados à mesma. “Ademais, a justificativa de inexigibilidade de licitação lançada aos autos pela Procuradoria Municipal, é totalmente despida de legalidade, eis que não se trata de serviço específico que somente pudesse ser realizado por profissionais daquela empresa”, destaca. A propósito, o MP-PR constatou que a empresa beneficiada com a contratação possuía árbitros habilitados apenas nas modalidades de futebol de campo e futebol de salão, exatamente o contrário do que alegava a Divisão de Esportes da Prefeitura, quando defendeu a contratação da empresa.

Enquanto isso, as carências profissionais no município apontavam para categorias outras, como handebol, basquetebol, voleibol, vôlei de praia e xadrez, modalidades para as quais a MA Esportes não comprovou efetivamente qualificação. “Ora, o município firmou contrato com empresa não capacitada para a prestação dos serviços ora contratados, sem o menor cuidado com as normas administrativas, de forma totalmente arbitrária, e com claro intuito de favorecer os proprietários da referida empresa”, concluiu a promotora.

Compra superfaturada de alimentos é investigada em Sarandi

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 27 de julho de 2010


Foi protocolada na Câmara de Sarandi uma solicitação feita pelo motoboy Claudenir Alves Gomes para que seja instaurada uma comissão para investigar um possível superfaturamento na compra de alimentos para compor a Cesta Básica que a prefeitura entrega todos os meses aos funcionários.

A organização não governamental Taspa também entregou ao Ministério Público cópia de uma nota fiscal com os valores pagos pelas mercadorias. A solicitação foi entregue à Câmara no fim da tarde de sexta-feira, mas só foi protocolada na segunda-feira (26) e não entrou na pauta do dia.

Segundo o vereador Aparecido Biancho (PT), "hoje mesmo (ontem) verificaremos se a irregularidade apontada procede e, se os preços estiverem fora da realidade, vamos investigar". Além de verificar os preços pagos pela prefeitura, os vereadores querem uma explicação sobre os motivos que resultaram na dispensa de licitação.

A nota fiscal apresentada foi expedida no dia seis de maio pela empresa Nelton Alimentos, de Maringá, mostrando que a prefeitura comprou 400 pacotes de cinco quilos de açúcar cristal (sem a especificação de marca) por R$ 11,40 cada um e pagou pelo pacote de cinco quilos de arroz da marca Nutrimais R$ 10.

Ontem, em supermercados de Maringá o pacote de açúcar era vendido entre R$ 5,99 e R$ 6,69. O arroz Nutrimais não foi encontrado, mas os preços de outras marcas variavam entre R$ 7,49 e R$ 8,67 o pacote.

Biancho solicitou exemplar de O Diário que publicou, no dia cinco de maio, a pesquisa de preços realizada semanalmente em conjunto com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) que aponta os preços dos produtos da Cesta Básica em nove redes de supermercados da cidade.

O Tabelão apresentava o arroz variando entre R$ 5,50 e R$ 7,79 e o açúcar cristal entre R$ 6,98 e R$ 9,48. "Não há o que justifique pagar acima do preço, principalmente quando compra em grande quantidade", lembra. Só de arroz foram 800 pacotes.

Patrimônio de deputados cresce em média 150% em quatro anos

GAZETA DO POVO, 27 de julho de 2010

Dos 72 parlamentares federais e estaduais paranaenses que disputarão as eleições ao Legislativo, 55 enriqueceram desde 2006. Em um caso, aumento foi de 3.250%


Os 72 deputados estaduais e federais do Paraná que disputam vagas na Assembleia Legislativa do Paraná e na Câmara Federal tiveram um aumento médio de 150% no seu patrimônio entre 2006 e 2010. As declarações de bens dos candidatos disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 55 parlamentares enriqueceram durante o mandado, com aumentos de até 3.520% – caso do deputado federal Wilson Picler (PDT). Apenas 17 parlamentares declararam diminuição no valor dos bens. A maior queda foi a do deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB). Ele viu seu patrimônio diminuir 87% em quatro anos.

O fato de um candidato ter muito dinheiro ou aumentar seus bens de forma exponencial não representa nenhuma irregularidade, até porque muitos parlamentares possuem outras fontes de renda, que não o salário de deputado. O próprio Picler é um empresário do setor de educação e só assumiu uma vaga na Câmara em 2009, no lugar do atual prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT).

Picler explica que o aumento foi fruto de compra de ações, em 2008, do Centro Integrado de Educação, Ciência e Tecnologia (Cenect), mantenedora do Grupo Uninter de educação. Ele ficou como sócio único da empresa e, até entrada de novo sócio, diz ter feito redistribuição dos lucros. “Foi feita redistribuição de lucro e a empresa está me devendo esse valor”, explica o deputado.

No entanto, a média de crescimento de 150% em um período em que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não passou de 50% desde 2006 e os investimentos de renda fixa mais rentáveis ficaram na casa dos 10% anuais mostra que a classe política é, do ponto de vista econômico, uma casta diferenciada da maioria da população.

“Alguém que viva única e exclusivamente da política e apresenta variação acima da média das aplicações financeiras é uma coisa que foge ao comum. Ninguém enriquece da noite para o dia”, diz José Guilherme Vieira, professor de economia financeira da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Herança - O segundo parlamentar que mais enriqueceu em quatro anos foi o deputado estadual Fabio Camargo (PTB), que declarou ter patrimônio de R$ 64,6 mil em 2006 e de R$ 763,4 mil neste ano – variação de 1.082%. O candidato afirma que a variação se deve a uma herança obtida com o falecimento da mãe. “Na eleição de prefeito houve a mesma indagação e não tenho nada a esconder”, diz o deputado.

Já outros 17 deputados que concorrem a novos mandatos no Legislativo tiveram variação negativa de patrimônio. O deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB) teve queda patrimonial de 87% em quatro anos. A assessoria de imprensa do candidato explica que ele transferiu bens, na maioria fazendas, para os dois filhos e a esposa, em uma espécie de pagamento de herança ainda em vida.

A segunda maior queda patrimonial desde 2006, de acordo com os dados divulgados pelo TSE, foi a do primeiro-secretário da Assembleia do Paraná, deputado Alexandre Curi (PMDB). O patrimônio dele, em quatro anos, caiu 67%, passando de R$ 4,9 milhões em 2006 para R$ 1,6 milhão em 2010.


Candidatos mais ricos são empresários
Os deputados mais ricos que concorrem a novos mandatos possuem outras fontes de renda e não vivem exclusivamente da política. O deputado federal Marcelo Almeida (PMDB), candidato mais rico do Paraná e o segundo do Brasil, é sócio do grupo empresarial CR Almeida.

Marcelo Almeida declarou ter patrimônio de R$ 683,3 milhões, que incluem participações na empresa da família, sete apartamentos, oito veículos, entre outros bens. Em 2006, o candidato declarou possuir R$ 86,7 milhões em bens – o que significa que teve um aumento de 688% no valor de seus bens.

Almeida explica que o aumento patrimonial se deve à morte do pai dele e à herança que recebeu.

Na segunda posição entre os candidatos paranaenses mais ricos está o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), empresário do setor de agronegócio. Ele é seguido por Wilson Picler (PDT), deputado federal e mantenedor do Grupo Educacional Uninter.

Kaefer declarou ter R$ 95,7 milhões em bens. Considerado o nono candidato mais rico do país, Kaefer é fundador do Grupo Diplomata, que inclui frigoríficos e supermercados, entre outras empresas. Já Picler aparece tem R$ 23 milhões em bens.
Curiosidade



Parlamentar declara trator por 1 centavo
A declaração de bens do deputado estadual Plauto Miró (DEM) é uma das mais completas entre os parlamentares paranaenses. Miró prestou conta de 278 bens, somando um patrimônio total de R$ 3 milhões. Nas últimas eleições, em 2006, foram apenas 34 bens, que somavam R$ 1,7 milhão.

O detalhe da declaração do parlamentar fica por conta dos mais de 100 bens avaliados em um centavo. Entre os itens que valeriam apenas um centavo estão uma picape Ford modelo F 350, 50% de dois tratores John Deere 6615 e uma carreta graneleira JAM, modelo Tanker 10.000.

Segundo Miró, a lista de seus bens seguiu o que foi informado em sua declaração de Imposto de Renda. “Para não ter problemas, fiz uma declaração muito completa, incluindo realmente tudo que estaria em meu nome”, diz o parlamentar.

De acordo com ele, o valor de um centavo se explica pela depreciação dos produtos. “Eles vão perdendo o valor. A própria Receita diz isso. Depois de cinco anos de uso, praticamente não têm valor.” Esse é um mecanismo contábil muito usado por empresas
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Ministério Público terá pouco tempo para fiscalizar contas

GAZETA DO POVO, 27 de julho de 2010

Procuradores terão 15 dias após a diplomação dos candidatos para apresentar representações por gastos ou captação de recursos ilícitos


Os procuradores eleitorais terão de se adaptar a ter menos tempo, neste ano, para conseguir fiscalizar as contas das campanhas. A partir da eleição de outubro, os agentes do Ministério Público Eleitoral terão 15 dias após a diplomação dos candidatos para apresentar representações por gastos ou captação de recursos ilícitos para a campanha – o chamado caixa 2. Também houve redução no período para os procuradores eleitorais analisarem se o limite de doações não foi excedido. Por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eles terão 180 dias após a diplomação do candidato, para ajuizar representações acima do valor legal.

O prazo para as representações de caixa 2 foi estabelecido pela minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado. Pela regra eleitoral anterior, não era previsto prazo para que os procuradores apresentassem representações dessa natureza. O mesmo ocorria para os casos de doações acima do limite legal. Pela legislação eleitoral, pessoas físicas não podem doar para campanhas eleitorais mais que 10% dos seus rendimentos do ano anterior e as empresas têm como teto de doação 2% do faturamento bruto, também do ano anterior à eleição.

As duas mudanças na legislação, que estabeleceram prazos para o trabalho do Ministério Público Eleitoral no caso da fiscalização das contas de campanha, foram criticadas por procuradores eleitorais. A mudança relacionada a gastos e captação de recursos ilícitos recebeu, inclusive, menção na Carta de Brasília. O documento é o resultado do encontro nacional dos procuradores que ocorreu em Brasília, nos dias 10, 11 e 12 de março.

Na carta, os procuradores colocam que o prazo de 15 dias para o ajuizamento de representações nos casos como caixa 2 “inviabiliza a produção de prova suficiente dessas irregularidades, que não raro exigem providências de acesso a dados bancários e fiscais”. Sobre o prazo para investigação das doações, houve críticas dos procuradores eleitorais na mídia. Eles argumentam que os dados para o cruzamento de informações não chega a eles dentro do prazo de seis meses estabelecido pelos ministros do TSE.

No entendimento dos ministros, no entanto, há tempo suficiente para que os dados cheguem aos procuradores. No julgamento que estabeleceu o prazo de seis meses para que sejam apresentadas essas ações, os ministros argumentaram que a lei determina que o faturamento considerado para estabelecer o limite de doação deve ser o do ano anterior a ela. Dessa forma, essas informações já estariam de posse da Receita Federal para que fossem repassadas aos procuradores dentro do prazo de seis meses.

62ª Reunião Anual da SBPC vai até sexta-feira em Natal, Rio Grande do Norte

De domingo até a próxima sexta-feira, 30 de julho, o campus da UFRN, em Natal, está sendo palco da 62ª Reunião Anual da SBPC. De volta à cidade 12 anos depois, o encontro terá como tema "Ciências do Mar: Herança para o Futuro" - escolhido pelo fato de o litoral brasileiro se constituir em um ecossistema de alta relevância ambiental, com significativo potencial econômico e social.

O evento reunirá pesquisadores, professores, estudantes, autoridades, gestores do sistema nacional de C&T e representantes de sociedades científicas, entre outros, e será um espaço privilegiado para a discussão da realidade das ciências do mar no país.

A abertura será no Centro de Convenções de Natal (Av. Dinarte Mariz, s/n, Via Costeira). O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, fará a abertura oficial do evento. Estarão presentes o ministro de C&T, Sergio Rezende, a prefeita de Natal, Nicarla Araújo de Souza Weber, e o reitor da UFRN, José Ivonildo do Rêgo, entre outras autoridades.

Na ocasião, serão homenageadas duas personalidades importantes para o desenvolvimento científico e cultural do Brasil: Aziz Ab'Saber e Luís da Câmara Cascudo. Ab'Saber desenvolveu centenas de pesquisas e tratados de relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia, arqueologia e geografia. Já Câmara Cascudo, falecido em 1986, é referência no estudo da cultura brasileira. Ele será representado por sua filha, Ana Cascudo.

A Reunião Anual da SBPC é um dos maiores eventos científicos do país. De volta ao Rio Grande do Norte 12 anos depois, o encontro contará com cerca de 9 mil inscritos, além de um público circulante estimado em mais de 10 mil pessoas.

A programação contará com 67 conferências, 62 mesas-redondas, 26 simpósios, 68 minicursos e 20 encontros, além de quatro sessões especiais. A maioria das atividades versará sobre temas relacionados ao mar. Haverá ainda cinco sessões de pôsteres para apresentação de 5.157 trabalhos científicos e de experiências e/ou práticas de ensino-aprendizagem.

Além da programação científica, serão realizados diversos eventos paralelos, a exemplo da SBPC Jovem (203 atividades voltadas para estudantes do ensino básico e para o público infanto-juvenil), da ExpoT&C (mostra de ciência e tecnologia que reunirá 120 expositores) e da SBPC Cultural (mais de 250 apresentações artísticas regionais).


Confira a programação da 62ª Reunião Anual da SBPC no site http://www.sbpcnet.org.br/natal/home/

Do Código Florestal para o Código da Biodiversidade

SPBC, Aziz Nacib Ab Sáber

Em face do gigantismo do território e da situação real em que se encontram os seus macro biomas – Amazônia Brasileira, Brasil Tropical Atlântico, Cerrados do Brasil Central, Planalto das Araucárias, e Pradarias Mistas do Brasil Subtropical – e de seus numerosos mini-biomas, faixas de transição e relictos de ecossistemas, qualquer tentativa de mudança no “Código Florestal” tem que ser conduzido por pessoas competentes e bioeticamente sensíveis. Pressionar por uma liberação ampla dos processos de desmatamento significa desconhecer a progressividade de cenários bióticos, a diferentes espaços de tempo futuro, favorecendo de modo simplório e ignorante os desejos patrimoniais de classes sociais que só pensam em seus interesses pessoais, no contexto de um país dotado de grandes desigualdades sociais. Cidadãos de classe social privilegiada, que nada entendem de previsão de impactos, não têm qualquer ética com a natureza, nem buscam encontrar modelos tecnico-cientificos adequados para a recuperação de áreas degradadas, seja na Amazônia, seja no Brasil Tropical Atlântico, ou alhures. Pessoas para as quais exigir a adoção de atividades agrárias “ecologicamente auto-sustentadas” é uma mania de cientistas irrealistas.


Por muitas razões, se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional de nosso território. Remetemos esta ideia para Brasília, e recebemos em resposta que esta era uma ideia boa mas complexa e inoportuna (...). Entrementes, agora outras personalidades trabalham por mudanças estapafúrdias e arrasadoras no chamado Código Florestal, razão pela qual ousamos criticar aqueles que insistem em argumentos genéricos e perigosos para o futuro do país, sendo necessário, mais do que nunca, evitar que gente de outras terras sobretudo de países hegemônicos venha a dizer que fica comprovado que o Brasil não tem competência para dirigir a Amazônia (...). Ou seja, os revisores do atual Código Florestal não teriam competência para dirigir o seu todo territorial do Brasil. Que tristeza, gente minha!


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Deficiências nos setores de infraestrutura e educação são os desafios do Brasil, diz estudo

AGÊNCIA BRASIL, 27 de julho de 2010


As deficiências do Brasil nos setores de infraestrutura e educação estão entre os principais "desafios" que o país precisa enfrentar para crescer de maneira sustentável, avalia um relatório da consultoria inglesa Economist Intelligence Unit (EIU) divulgado hoje (27). O estudo reuniu dados da própria consultoria, entrevistas com analistas e especialistas e um levantamento feito entre abril e maio com executivos de 536 companhias em 18 países.

A consultoria EIU identificou quatro áreas nas quais o Brasil precisa progredir, se quiser alcançar o seu potencial econômico: educação, infraestrutura, inovação e reconhecimento internacional de marcas. As informações são da BBC Brasil.

“Se estes desafios arraigados puderem ser solucionados na próxima década, a economia poderia sustentar taxas de crescimento acima de 5% ao ano por um longo período”, afirmou a especialista da EIU para as Américas, Justine Thody. “Para um país de renda média com uma população perto de 200 milhões de habitantes, seria um dos mercados mais atraentes do mundo.”

O relatório, encomendado pelo banco HSBC, procurou avaliar "como os investidores veem o Brasil e como o Brasil vê o mundo". Quase metade dos entrevistados (49%) disse perceber o Brasil como um "mercado jovem e crescente à altura da China, Índia ou Rússia" e dois em cada cinco (40%) disseram ver o país também como "um ator emergente na cena mundial".

Entretanto, 31% associaram a economia brasileira a um "mercado com grande potencial, mas contido por um ambiente pobre de negócios", enquanto 13% afirmaram que o Brasil é "principalmente conhecido pelos extremos de riqueza e pobreza".

A EIU estima que o país crescerá 7,8% neste ano e 4,5% no ano que vem, chegando a 2014 com um PIB per capita de US$ 13,8 mil. Mas para sustentar um crescimento em torno de 5% em níveis prolongados, o país precisa resolver gargalos pelo menos nos quatro campos citados no relatório, segundo a consultoria e os entrevistados ouvidos na pesquisa.

O estudo mostra que praticamente metade dos respondentes (49%) citou entre os principais obstáculos operacionais para seus negócios no Brasil os baixos padrões – ou os altos preços, daí o termo "custo Brasil" – da infraestrutura do país. No relatório há dados que informam que as atividades de frete ainda dependem de transportes rodoviários custosos, a malha ferroviária é pequena, os portos e aeroportos estão congestionados e o potencial hidroviário permanece inexplorado.

Os pesquisadores da EIU registraram preocupação dos empresários com o não cumprimento de contratos, a corrupção e a fraca governança corporativa (34% das menções). No quesito educacional, o relatório apontou a falta de mão de obra qualificada para preencher vagas cruciais nas empresas. Entre as companhias americanas, por exemplo, esse é considerado o principal desafio a ser enfrentado pelo Brasil (na opinião de 47% das empresas).

Mais da metade dos entrevistados no Brasil (57%) disse ainda não haver estrutura no país destinada à pesquisa e ao desenvolvimento. O relatório aponta que é necessária uma maior aproximação entre empresas e universidades para gerar conhecimento e inovação – a exemplo do que já ocorre nas áreas ambiental e agrícola, nas quais o Brasil é um exportador de tecnologia.

Paraná é o sétimo no ranking dos crimes eleitorais

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 27 DE JULHO DE 2010


Dos 26 Estados brasileiros mais o Distrito Federal, o Paraná ocupa o sétimo lugar no ranking dos crimes eleitorais investigados pela Polícia Federal (PF) nos últimos quatro anos. São 846 ações movidas contra políticos e eleitores paranaenses. Em Maringá, são três casos.

O delegado Fabiano Lúcio Zanin, da Polícia Federal, em Maringá, explica que há vários fatores relacionados às eleições sendo apurados. Falsificação de documento, calúnia, injúria e difamação são alguns deles.

"A matéria eleitoral é mais delicada, só trabalhamos com requisição da Justiça Eleitoral", desconversa o delegado ao explicar que não pode revelar quais pessoas estão envolvidas nas investigações.

Neste ano, a PF, o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral trabalharão unidos contra as fraudes nas eleições.

O juiz eleitoral Belchior Soares da Silva, de Maringá, diz que os principais fiscais são os cabos eleitorais e os representantes dos partidos que participam do pleito. "A atuação deles é importante, pois a Justiça não tem condições de estar em todos os lugares", completa.

Carioca - No ranking da Polícia Federal, o campeão é o Estado do Rio de Janeiro, com 3.409 processos de investigação. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 1.912 e, em terceiro, São Paulo, com 1.547 processos de investigação.

O Sudeste (onde está incluído o campeão Rio de Janeiro) é a região brasileira com mais crimes sendo investigados, são 7.259. O Nordeste vem em seguida, com 7.089 ações.

A região Norte tem 2.530 e a Centro-Oeste, 1.642. A região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) tem 1.658 processos de investigação federal.

Conforme os dados da Polícia Federal, os crimes mais investigados são a compra de votos, considerado um dos mais grave pela Justiça, com 4.205 ações e a inscrição fraudulenta de eleitores, com 4.047 processos.

Estes são os mais frequentes, principalmente durante as eleições municipais, mas o Ministério Público Federal aponta outros como o transporte irregular de eleitores no dia da votação; violação ou tentativa de violação do sigilo da urna eletrônica; calúnia, difamação ou injúria por meio da propaganda eleitoral; propaganda eleitoral fora de época ou em locais não permitidos.


Denúncia - Qualquer cidadão pode denunciar crimes eleitorais, mas somente o Ministério Público pode oferecer a denúncia ao Judiciário.

São várias as ferramentas utilizadas pelo MP nas denúncias oferecidas à Justiça: proposta de investigação judicial, ação de impugnação de mandato eletivo, recurso contra diplomação, representações e reclamações, impugnações de atos administrativos ou judiciais praticados pelas autoridades durante o processo eleitoral, recursos eleitorais, ações penais eleitorais.

Para denunciar crimes e irregularidades eleitorais, o leitor deve acessar o
endereço da Procuradoria Regional Eleitoral no Paraná (PRE/PR) na internet:
www.prepr.mpf.gov.br