terça-feira, 17 de maio de 2011

Uma administração virtual que não mostra serviço de fato e um prefeito que vive viajando

INSTITUTO AME CIDADE, 17 de maio de 2011


O procopense já faz piada usando o duplo sentido da palavra “viajando” para comentar as atitudes políticas e administrativas do prefeito Amin Hannouche (PP). E realmente o prefeito vive viajando. Nos dois sentidos da palavra.

No sentido literal, de fato Hannouche viaja bastante. Tem sido visto muito em Curitiba, mesmo em ocasiões em que não se sabe de nenhuma razão para os passeios na capital paranaense. E, no aspecto administrativo, para Cornélio Procópio também não se vê resultado prático dessas viagens.

E, no outro sentido, parece mesmo que ele está sempre “viajando”. A administração de que ele fala em seus discursos é virtual. A impressão que dá é que no gabinete do prefeito não se toma conhecimento do que se passa nas ruas de Cornélio Procópio.

Quando entrou em licença no final do mês passado, durante a transmissão do cargo ao vice João Carlos, Hannouche fez um discurso que deu a impressão de que ele estava em outra cidade. Entre outras coisas, o prefeito disse o seguinte: “Tenho certeza que ele (João Carlos) dará seqüência em tudo de bom que está acontecendo em nosso município. É um momento em que a situação, administrativamente, está em ordem, assim como politicamente e neste momento encaminhamos para uma posição de destaque em relação a outros municípios”.

Francamente, é uma fala que destoa da realidade de fato, que traz Cornélio Procópio batendo recordes de criminalidade no Paraná, com a cidade entre os lugares de maior risco em todo o estado na epidemia da dengue.

E a cidade também tem suas ruas tomadas por buracos, além do patrimônio público estar em pandarecos em razão do desmazelo dessa administração. O descuido é tamanho que parece que o prefeito não presta atenção nem nas notas fiscais que os fornecedores dão para a Prefeitura.

Porém, a realidade das ruas não bate com a fala dourada dos gabinetes. Logo no dia seguinte uma situação real desmentiu Hannouche. Sua casa sofreu uma tentativa de asssalto que só não foi pior porque a polícia pôs para correr os bandidos.

E, no tocante ao aspecto administrativo, poucos dias depois apareceu a denúncia da vereadora Aurora Fumie Doi sobre a descoberta na Prefeitura até de notas fiscais com o mesmo número de série, no acontecimento que a população já vem chamando de “Caso das Notas Frias”.

É um caso que precisa ser esclarecido, pois existe a suspeita de que pode ter sido desviado dinheiro dos cofres públicos. Mas, tirar a limpo que realmente se passa na Prefeitura exigiria empenho da Câmara Municipal e que o prefeito Hannouche parasse de tratar as coisas públicas como se fossem uma caixa preta que não pode ser aberta para a população.

Secretaria Municipal de Segurança, promessa que só existe como peça de propaganda

INSTITUTO AME CIDADE, 17 de maio de 2011


Outro fato claro que demonstra que o prefeito Hannouche viaja bastante no sentido que a gíria dá à palavra é o da falta de segurança, com a cidade tomada por uma violência que atemoriza os procopenses. Já falamos aqui que, além desta administração não ter tomado nenhuma atitude prática de forma direta para enfrentar o problema da violência, a incapacidade de gestão acaba contribuindo para aumentar a insegurança com suas obras que não terminam nunca e com a falta de cuidados com o patrimônio público e com lugares importantes da cidade.

Cornélio Procópio já teve até obra parada que virou ponto de prostituição e de traficantes e que também era usada para o encontro de marginais e o uso de drogas.

Essa dificuldade em administrar de forma correta cria pontos negros que os procopenses deixam de freqüentar. Com lugares praticamente abandonados pela Prefeitura e impossíveis da população freqüentar, a insegurança aumenta.

Quanto às necessárias providências práticas, elas não surgem nem para honrar promessas de campanha e falas propagandísticas espalhadas para a imprensa. Na campanha eleitoral para sua reeleição, Hannouche teve como peça central a promessa de fazer no primeiro ano de mandato uma Secretaria Municipal Antidrogas em Cornélio Procópio.

Nem vamos entrar no mérito da proposta. A questão da violência não se restringe às drogas. Mas o fato é que já estamos quase entrando no último semestre do penúltimo ano da sua administração e Hannouche nada fez.

Se cumprisse com seus deveres básicos, o prefeito já estaria fazendo bastante pela segurança, pois numa cidade bem cuidada o que acaba prosperando é a qualidade de vida em todas as áreas. Mas, o estilo retumbante é o que impera. E no final, a megalomania fica só na promessa e também não se cumpre com os deveres básicos de uma administração.

Depois de eleito, o prefeito continuou mantendo no ar a idéia de uma Secretaria Municipal Antidrogas, agora como uma peça virtual de propaganda. Em novembro de 2009, ele apareceu numa reportagem da Folha de Londrina fazendo a apologia da tal secretaria.

Na reportagem da Folha, Hannouche afirmou que a secretaria já estaria em funcionamento em janeiro de 2010. Até agora não aconteceu nada e já se passou quase um ano e meio da data da anunciada inauguração. E, a bem da verdade, se o prefeito resolver aparecer agora com a tal secretaria, isso pode ser tomado como demagogia eleitoreira. Para ter resultados sólidos em segurança a idéia deveria ter sido colocada em prática no início da gestão.

Mas é interessante notar como uma administração vai sendo sustentada de forma somente virtual, sem existir de outro jeito que não seja nas falas do prefeito. A Secretaria Municipal Antidrogas não veio no primeiro ano, conforme prometeu durante a eleição e também não estava pronta em janeiro de 2010, conforme ele garantiu para a Folha.

Mas, no final de junho de junho de 2010 ele voltava ao tema durante um encontro com pessoas que trabalham com a recuperação de alcoólatras e dependentes químicos. Na ocasião, Hannouche disse que a Prefeitura “já projeta a criação de uma secretaria municipal antidrogas”. Devia estar falando de um projeto de longuíssimo prazo, pois essa conversa já vem desde 2008.

A promessa da fábrica de zíperes que surgiu de uma viagem e nunca foi instalada em Cornélio Procópio

INSTITUTO AME CIDADE, 17 de maio de 2011


Outra viagem de Amin Hannouche que ficou famosa foi uma viagem literal, feita no ano passado quando ele foi de carona com o então candidato Beto Richa (PSDB) viajar pelo Oriente Médio. Cornélio Procópio vivia então as complicações das intermináveis obras do Calçadão, que atormentou a cidade por mais de um ano.

Na época, os procopenses comentaram bastante a falta de propósito do prefeito deixar a cidade com tantos problemas pendentes de serem resolvidos, ainda mais para uma viagem sem nenhuma razão prática e com nenhum benefício direto para Cornélio Procópio.

Assim que voltou do passeio pelo Oriente Médio ele deve ter percebido o clima de repúdio na cidade e então surgiu com uma peça de propaganda para justificar a despropositada viagem feita enquanto a cidade sofria com vários problemas.

Como “resultado positivo” da viagem pelo Oriente Médio, Hannouche disse em novembro de 2009 que havia feito negociações com um empresário libanês que esteve na comitiva de Beto Richa. O empresário iria investir no muncípio. Já estava tudo acertado para que Cornélio Procópio recebesse uma fábrica de zíperes,

Segundo Hannouche, a empresa iria gerar cerca de sessenta empregos diretos no momento de sua instalação, ampliando gradativamente este número com o passar do tempo.

É algo muito estranho um prefeito ir buscar contato com empresário brasileiro numa comitiva em viagem pelo Oriente Médio. Seguramente seria muito mais prático e ficaria bem mais barato procurar este empresário aqui mesmo no Brasil.

Mas o fato é que a tal fábrica de zíperes não abriu de jeito nenhum. A empresa não veio para Cornélio Procópio e nem existe nenhuma esperança dos procopenses de que mais esta peça virtual de propaganda vire realidade.

São as histórias de um prefeito que vive viajando.




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