sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vereadores de Americana voltam atrás e revogam aumento em seus salários

INSTITUTO AME CIDADE, 2 de dezembro de 2011


Os vereadores da Câmara de Americana (SP) revogaram o aumento de 59,9% aos próprios salários em sessão que terminou na noite desta quinta-feira. Os próprios vereadores haviam aprovado o reajusta em novembro, mas voltaram atrás após manifestações de protesto. O projeto anterior havia sido aprovado em regime de urgência e aumentava de R$ 5,9 mil para R$ 9,5 mil os salários da próxima legislatura. Com a revogação do aumento o salário não terá mais a alteração.

A discussão e votação da revogação do aumento salarial foram feitas diante de um plenário lotado por cerca de 300 pessoas. Segundo o site do jornal Todo Dia, de Americana, parte dos vereadores foram vaiados. Os manifestantes usavam perucas coloridas e narizes de palhaço para representar seu descontentamento.

Portando faixas com frases de protesto, o público se manifestou durante as três horas da reunião. Notas de dinheiro, moedas e pirulitos foram atirados aos parlamentares. Nos dias anteriores à sessão também aconteceram manifestações de protesto na cidade, com uma passeata organizada por meio do Facebook.

Recentemente em Cornélio Procópio os vereadores também aprovaram um aumento de seus próprios salários, que está sendo pago desde julho passado. O salário foi elevado de 2.900,00 líquidos para R$ 3.345,20, também líquidos. A única parlamentar que votou contra o aumento foi a vereadora Aurora Fumie Doi (PDT), que também se manifestou várias vazes em plenário contra o projeto, que foi criado pela bancada de apoio do prefeito Amin Hannouche (PP). Como depois de aprovado não havia meios legais para recusar o aumento, Aurora destina todo mês esta parcela à entidades representativas da cidade.

Dilma não atende o pedido da Comissão de Ética Pública e joga pra frente demissão de Lupi

INSTITUTO AME CIDADE, 2 de dezembro de 2011


A presidente Dilma Rousseff decidiu manter Carlos Lupi no cargo de ministro do Trabalho e não seguir a recomendação da Comissão de ética Pública da Presidência, que anteontem decidiu por unanimidade pedir sua demissão. Segundo o jornal O Globo, a decisão de Dilma causou constrangimento no meio político. Analistas políticos acreditam também que mesmo com a sobrevida à frente da Pasta, dificilmente Lupi permanecerá no cargo até a reforma ministerial a ser promovida em janeiro.

Com as novas denúncias que surgiram e a recomendação da demissão feita pela Comissão, a presença de Lupi vem causando danos políticos em toda a base aliada de Dilma e até na imagem que a presidente vinha cultivando de não tolerar corrupção em seu governo.

Nem de seu partido o ministro tem o apoio unânime. Apesar de controlar a direção partidária do PDT, Lupi já teve que ouvir em público pedetistas ilustres pedindo que ele saia para evitar ainda mais desgaste. No partido já existe uma movimentação pela sua demissão. E como já dissemos aqui no blog do Instituto Ame Cidade, quando traz alguma denúncia uma publicação nunca revela de pronto tudo que é do conhecimento dos jornalistas. A revelação de um caso de corrupção pode levar a outro, o que parece ser o caso de Lupi, que enfrenta sucessivas denúncias de corrupção em seu ministério. Apareceu até denúncia com provas de que ele foi funcionário fantasma do Congresso Nacional.

A resistência de Lupi em deixar o cargo surpreende toda a base governista e até seu partido, pois o que nenhum de seus colegas quer é entrar em um ano com eleições municipais tendo que explicar as atuais denúncias contra o ministro e outras que provavelmente virão.

A decisão de Dilma em manter o ministro apesar da recomendação da Comissão traz também suspeitas sobre suas relações com Lupi e o poder extra que o ministro parece ter em seu governo. Logo após as denúncias de corrupção, o ministro chegou a fazer discursos que foram vistos como uma confrontação ao poder de decisão da presidente.

Diante da recomendação da demissão, Dilma resolveu pedir detalhes da decisão da Comissão de Ética: quer conhecer o processo e os argumentos da relatora do caso, Marília Muricy. Mas a relatora já avisou que seu parecer será mantido. “Não há nenhuma hipótese de mudança do relatório, e nem eu acredito que a presidente pretenda isso. Não está em cogitação”, ela disse.

A comissão considerou “insuficiente” a defesa apresentada por Lupi e viu como “inadequada” a conduta do ministro do Trabalho. O relatório destaca também que ele respondeu publicamente às denúncias "valendo-se publicamente de valentia pessoal". A afirmação se refere às declarações que Lupi deu à imprensa afirmando que só deixaria o cargo "abatido à bala". Ele disse também que duvidava que a presidente Dilma o demitisse. O relatório afirma que isso “soou como uma afronta à hierarquia".