terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Constituição transformada

JORNAL DO BRASIL, 6 de outubro de 2009

Carta Magna de 1988 completa 21 anos sob bombardeio de emendas no Congresso Nacional

Vinte e um anos depois da promulgação da Constituição Brasileira de 1988, mais de 1.300 emendas ao texto esperam por votação no Congresso Nacional. A maioria dos parlamentares atribui à demora na votação de propostas de emendas constitucionais ao ritmo de trabalhos do Legislativo, mas reconhece que há necessidade de aperfeiçoamentos ao texto elaborado no período em que o Brasil transitava entre a ditadura e o regime democrático.

Só na Câmara, esperam atualmente por votação 934 emendas constitucionais. No Senado, o número soma 407 emendas. Além da tradicional demora do Legislativo para discutir e votar matérias, no caso das PECs o ritmo se torna ainda mais lento uma vez que há necessidade de pelo menos três quintos de deputados e senadores em plenário para a análise das matérias.

Entre as emendas apresentadas à Constituição há temas polêmicos – como uma PEC de autoria do ex-deputado José Janene que sugere o fim do segundo turno nas eleições para prefeitos e governadores.

Muitos deputados criticam o excesso de emendas apresentadas ao texto constitucional, mas reconhecem que não há outra alternativa para modificar a legislação brasileira de maneira profunda. O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), vai propor ao colégio de líderes da Câmara que discuta um sistema para restringir o número de propostas para mudar a Constituição.

– Uma Constituição não pode ser ameaçada por estrutura de poder ou por lobby. É preciso que se crie um sistema que se rediscuta apenas princípios constitucionais – afirmou.

Para facilitar mudanças, alguns parlamentares como o próprio Caiado defendem uma revisão constitucional em 2011, longe da disputa eleitoral.

– Acredito que esta é uma função para notáveis e para os próximos congressistas que estarão longe de disputa e interesses eleitorais.

Para o deputado Maurício Rands (PT-PE), a revisão integral do texto é inviável. O petista disse ser favorável à discussão de mudanças pontuais na Constituição, mas concorda com uma espécie de “constituinte revisional” exclusiva para discutir mudanças no sistema político nacional.

Entre os parlamentares, o sentimento é de que o texto precisa de mudanças especialmente no que diz respeito à própria atuação do Legislativo, Executivo e Judiciário.

– A principal operação a ser feita é no processo decisório do Estado brasileiro. Os Três Poderes tomam suas decisões de forma muito lenta.

Precisam ser mais ágeis e todos responsáveis pelas políticas públicas.

A principal discussão é que devem ter mais agilidade nas funções públicas – analisa Rands.

Além das mudanças no sistema político nacional, os parlamentares consideram prioridade na revisão do texto constitucional outros temas como as modificações no sistema tributário do país e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. De 1988 para cá, a Constituição já foi emendada 58 vezes. As principais áreas modificadas na Carta Magna foram a previdenciária e a financeira. Na Previdência, todos os presidentes que assumiram depois da Constituinte, exceto Itamar Franco, apresentaram sugestões.

Por meio de emendas constitucionais, foram promovidas duas grandes reformas da Previdência (em 1998 e em 2003), completadas posteriormente por leis ordinárias.

Para o senador Tião Viana (PT-AC), as cerca de 60 propostas de emendas à Constituição analisadas todo mês por parlamentares fazem com que o texto constitucional deixe de cumprir o seu papel de “manto de proteção” da sociedade.

– Sequer temos informações das leis que estão sendo aprovadas que, por vezes, não são substantivas – critica o petista, que sugere que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se reúnam com as autoridades do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Ministério Público, Advocacia-Geral da União e Defensoria Pública da União para definir uma prioridade na agenda legislativa que priorize a análise do que foi colocado no capítulo das Disposições Transitórias da Constituição e que ainda não foram regulamentados.

– Nas leis pendentes, é necessário excluir o que não é essencial e avaliar o restante, mesmo porque muita coisa não deve ser tratada por alterações constitucionais, mas por legislação ordinária.

Já o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) não compartilha com as avaliações do colega. Segundo ele, o texto constitucional, no decorrer desses 21 anos, foi aperfeiçoado frequentemente pelos congressistas. O parlamentar destaca, por exemplo, as mudanças na economia, com as quebras dos monopólios do petróleo e das telecomunicações. De acordo com Dornelles, a culpa pela edição de um número elevado de medidas provisórias, apontada como responsável pela dificuldade de se votar as PECs, não é do governo – O número elevado de medidas provisórias só existe porque o Congresso aceita tais textos. Existem matérias que nunca deveriam ser tratadas como medida provisória, mas o Congresso ratifica – observa.

Em nota divulgada ontem, Sarney defendeu alterações na Constituição brasileira. O presidente do Senado afirmou que a Carta Magna é “muito boa” no que diz respeito ao estabelecimento de direitos sociais, mas falha do ponto de vista político e administrativo. “A Constituição é muito boa no capítulo dos direitos humanos e garantias individuais, fez grandes avanços nos direitos sociais, mas, do ponto de vista político e administrativo, é um retrocesso. Híbrida, é parlamentarista e presidencialista. Acredito que temos à frente um encontro marcado para adaptá-la aos tempos modernos e torná-la uma Constituição sem os defeitos da atual”, avaliou Sarney na nota.


Constituição Federal do Brasil completa 21 anos
CONSULTOR JURÍDICO, 5 de outubro de 2009


Assegurar os direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Com estes objetivos, nascia há exatos 21 anos a oitava Constituição do Brasil. Com seus 200 artigos, a carta é símbolo da democracia que chegou ao país depois de mais de 20 anos de regime militar e por isso foi apelidada de Carta Republicana. Já foi alterada 58 vezes. A última emenda ocorreu em 23 de setembro deste ano e previu o aumento do número de vereadores nas câmaras municipais. Outras 934 propostas de emendas à Constituição tramitam no Congresso e aguardam votação.

Em 1987, Ulyssses Guimarães foi eleito presidente da Constituinte e o senador Bernardo Cabral, do Amazonas, relator. Durante 19 meses, os 559 parlamentares-constituintes participaram de 341 seções e 1.029 votações. As fraquezas decorrentes de uma Carta Magna tão detalhada se manifestaram anos mais tarde com a falta de regulamentação de muitos de seus dispositivos. Foi, então, que o Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição, usou de prerrogativas previstas na própria Carta para suprir o vazio legislativo. Os ministros exerceram esses superpoderes, por exemplo, para regulamentar o direito de greve de funcionários públicos. Direito previsto na Constituição, mas não regulamentado pelo Congresso Nacional.

“O momento da elaboração da Constituição fez com que ela fosse a Constituição das nossas circunstâncias e não a Constituição da nossa maturidade”, segundo o professor Luís Roberto Barroso. Para o estudioso, a Constituição de 1988 é o símbolo maior do sucesso da transição de um Estado autoritário e intolerante para um Estado Democrático de Direito, mas que tem suas fraquezas. Para ele, muita coisa que foi colocada no texto poderia perfeitamente ser tratada por lei ordinária, pois além de inchar a Constituição, obriga os governos a fazer política com maiorias qualificadas. “Para aprovar uma lei ordinária, é preciso maioria simples do Congresso. Mas para fazer uma emenda à Constituição, é preciso três quintos. Então, a excessiva constitucionalização das matérias é responsável, em alguma medida, pelo tipo de relação que o Executivo tem que estabelecer com o Congresso”, conta.

O mais grave para Barroso é a falta de regulamentação de muitos dispositivos previstos em lei e também o vazio de políticas públicas para aplicar direitos fundamentais garantidos pelo texto constitucional. Para o professor, mais importante do que regulamentar o direito de greve de funcionários públicos, por exemplo, é desenvolver uma política habitacional que garanta a todo cidadão o direito à moradia, previsto na Constituição.

O professor Celso Antonio Bandeira de Mello é um dos que mais reclama das mudanças sofridas pela Constituição. Estudioso e doutrinador renomado do Direito Administrativo, reconhece que o texto está a frente do seu tempo. “Há conquistas grandes como o artigo 5º, que trata dos direitos individuais, e o 7º, sobre direitos sociais. Há ainda o artigo 3º, que diz que a República Federativa do Brasil tem que ser uma sociedade livre, justa e solidária. Bastam esses dispositivos para verificar a importância que a Constituição deu para a vida dos brasileiros.” Para ele, no entanto, a Constituição foi prejudicada com o fim do socialismo e o início da globalização. “Esse conceito não passa de jogada de marketing para que eles pudessem penetrar na economia de outros povos e difundir essa ideia quase ridícula de que o mercado se autorregula e cria o bem-estar de toda a sociedade. Isso tudo é a antítese da Constituição Federal aprovada em 1988”, afirma.

O advogado constituicionalista Alexandre de Moraes acredita que a Constituição de 88 seja atualíssima por se genérica, o que permite discussão sobres pesquisas com células-tronco embrionárias e aborto de feito anencéfalo. “Por ser genérica e deixar os princípios abertos, a Constituição Federal de 1988 vai ser sempre atual. Ela só não será atual em questões que nem deveria estar no texto constitucional, como idade para aposentadoria no serviço público, por exemplo. Já precisamos de mais de três emendas constitucionais para mudar isso.”

Ao fazer uma avaliação histórica de 1988 até hoje, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse que as atualizações ao texto são importantes para o aprimoramento da democracia, mas criticou o excesso delas, segundo publicou a Agência Brasil. Segundo o deputado, algumas tratam de assuntos que não deveriam estar na Constituição, mas sim, em leis complementares e ordinárias. “Existem pontos que têm de se adequar à realidade, mas não com essa voracidade que alguns desejam”, afirmou, lembrando o grande número de propostas de emenda à Constituição que tramitam na casa e a diversidade de assuntos que abordam.

O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse que a Assembleia Constituinte e a Constituição que dela resultou são passos fundamentais para a estabilização da democracia. “Tem pessoas que criticam num ponto ou outro, mas é um marco.” Para ele, o excesso de emendas constitucionais é prova de que a democracia no país está sendo aprimorada. “O maior período de democracia que estamos vivendo é esse. Prova que estamos aprimorando a democracia. E estamos construindo essa democracia, mas ainda temos de avançar”, comentou.

Rio Grande do Sul registra granizo e ventos de até 113 km por hora; há dois desaparecidos

FOLHAONLINE, 6 de outubro de 2009


As tempestades que atingiram a região Sul do país na noite de segunda-feira e na madrugada desta terça provocaram chuvas de granizo e ventos de até 113 km/h no Estado do Rio Grande do Sul, segundo informações o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Até as 11h de hoje, duas pessoas estavam desaparecidas.

Segundo o órgão, as regiões mais afetada foram o sul e o centro do Estado. Na cidade de Barra do Ribeiro, três pessoas desapareceram na noite de ontem quando estavam em um barco no rio Guaíba. O Corpo de Bombeiros realiza buscas, mas duas das vítimas permaneciam desaparecidas até as 11h. A terceira pessoa que estava na embarcação foi localizada e passa bem.

Já nas cidades de Espumoso e Tio Hugo, as chuvas de granizo causaram o destelhamento de, ao menos, 550 residências. Ao todo, 30 cidades decretaram situação de emergência, devido as chuvas das últimas semanas. Também há registro de 45.630 afetadas e 500 pessoas fora de suas casas, mas esse número ainda pode subir.

Em Santa Catarina, a chegada de uma frente fria também causou chuvas e ventos fortes, chegando a 106 km/h na cidade de Urubici, segundo o Inmet. Em decorrência das fortes chuvas das últimas semanas, há 68 municípios em situação de emergência no Estado, além de 103.293 pessoas afetadas. Também há registro de três mortes e 17 pessoas feridas.

Já no Paraná, as chuvas devem se intensificar a partir de amanhã, de acordo com o Inmet. Apesar disso, já há 11 cidades em emergência em decorrência das chuvas. Também foram registradas 9.936 pessoas afetadas, sendo que 1.331 tiveram que deixar suas casas.

Luz
Devido as fortes chuvas que atingem o Sul do país, 77 mil pessoas permanecem sem energia no Rio Grande do Sul na manhã desta terça-feira, de acordo com as companhias que abastecem o Estado.

Segundo a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), houve muitas quedas de árvores e postes na região, que derrubaram a rede de energia. A região mais afetada foi Porto Alegre, onde ainda há 17 mil consumidores sem luz.

Também é registrado problema de fornecimento de energia para 42 mil clientes da AES Sul e outros 15 mil da RGE (Rio Grande Energia). A expectativa é que seja restabelecido já na tarde de hoje.

Previsão
Segundo o Inmet, as fortes chuvas e ventanias registradas na região Sul são resultado de da chegada de uma frente fria. Para hoje, ainda são esperadas novas tempestades, principalmente, no norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catariana. Ainda podem ser registrados ventos com mais de 100 km/h.

A partir de amanhã, a frente fria se desloca e intensifica as chuvas no Estado do Paraná, informou o Inmet. As temperaturas devem permanecer estáveis.

Pioneiros das fibras ópticas e câmeras digitais ganham Nobel de Física

BBC BRASIL, 6 de outubro de 2009

O prêmio Nobel de Física de 2009 foi concedido a três cientistas por seus estudos na área de tecnologia de fibra óptica e a invenção do sensor de imagem digital.

Charles Kao, que nasceu em Xangai e é cidadão britânico e americano, ficará com metade do prêmio de US$ 1,4 milhão, dado pela Academia Real de Ciências da Suécia. A outra metade será dividida por Willard Boyle e George Smith, dos Estados Unidos.

De acordo com a academia, a descoberta de Kao, feita na década de 60, ainda na Grã-Bretanha, permitiu que os pesquisadores levassem as fibras ópticas a um novo nível - permitiu que a luz fosse transmitida por distâncias bem maiores do que era possível anteriormente.

Atualmente, as fibras ópticas formam a base da tecnologia de comunicação. Os cabos da espessura de um fio de cabelo transmitem dados em alta velocidade pelo mundo todo. O sistema de telefonia funciona com esta tecnologia e a internet banda larga de alta velocidade não seria possível sem o uso das fibras ópticas.

Fotografia digital
Boyle e Smith, do laboratório Bell em Murray Hill, no Estado americano de Nova Jérsei, fazem parte de um grupo que inventou o primeiro sensor digital, o sensor CCD (Charge-Coupled Device), hoje uma uma peça-chave em todas as câmeras digitais.

O Nobel de Medicina deste ano foi anunciado na segunda-feira e os vencedores foram três cientistas americanos que descobriram uma enzima que ajuda o cromossomo a proteger o código genético.

Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak “resolveram um importante problema na biologia” ao definir como os cromossomos podem ser copiados de forma completa durante a divisão celular e protegidos da degradação, segundo o instituto Karolinska.

As pesquisas ajudaram a entender melhor o envelhecimento humano e o desenvolvimento de cânceres e das células-tronco.

Governo vai reformar o Palácio Iguaçu

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO GOVERNO DO PR, 6 de outubro de 2009

O governo estadual vai abrir licitação para a obra de reforma e recuperação do Palácio Iguaçu. A obra tem investimento previsto de R$ 25 milhões. Marco da arquitetura modernista paranaense, o Palácio Iguaçu foi construído na década de 1950, durante o governo de Bento Munhoz da Rocha Neto, e nunca foi reformado desde então.

“As obras de reforma e recuperação são extremamente necessárias, inclusive por questões de segurança”, informa o arquiteto Edson Klotz, coordenador do Setor de Projetos Especiais da Secretaria de Obras Públicas. Ele coordenou o levantamento das necessidades de reforma do edifício e a execução dos projetos para as obras.

“A reforma será feita de forma a preservar as características históricas do Palácio Iguaçu e ainda adequar o prédio ao conceito de edifício inteligente, aplicando novas tecnologias de controle e automação de lógica, internet sem fio, segurança, proteção contra incêndios, ar condicionado e elevadores. É uma grande honra coordenar esse trabalho”, diz o secretário Júlio de Araújo Filho.

Para Klotz, a obra é importantíssima. “Além de ser o resgate do projeto original do arquiteto David Azambuja, que é um trabalho muito bom, é importante adequar o Palácio Iguaçu para que ele volte a exercer a função para que foi construído — ser a sede do Governo do Estado”, afirma.

“A reforma do Iguaçu faz parte da recuperação do Centro Cívico, que se iniciou com a conclusão do edifício abandonado da Praça Nossa Senhora de Salete, hoje Palácio das Araucárias” informa a arquiteta Leila Levandoski, também funcionária do Setor de Projetos Especiais.

O Palácio Iguaçu foi totalmente desocupado no final de 2007. Desde então, arquitetos da Secretaria de Obras Públicas fizeram o levantamento da situação atual do edifício e elaboraram o estudo preliminar de reforma e recuperação. Com a finalização do projeto arquitetônico executivo e dos projetos complementares de engenharia, a Secretaria irá comandar a reforma e recuperação do Iguaçu.

Após as obras, o edifício voltará a ser o Palácio de Governo do Paraná e o edifício mais importante do executivo no Centro Cívico de Curitiba, completamente adequado às necessidades atuais em termos de funcionalidade e segurança.

O edital de licitação para as obras deverá ser publicado nos próximos dias e poderá ser consultado no site “Compras Paraná”, neste link.

Chega a 256 o número de mortos pela gripe A no Paraná

INSTITUTO AME CIDADE, 6 de outubro de 2009


A Secretaria da Saúde divulgou, nesta segunda-feira, novo boletim epidemiológico número 65 com a situação da nova gripe no Paraná. Os novos dados colocam o Paraná com 16.765 casos confirmados por exame laboratorial e por critérios clínicos, sendo que 256 tiveram complicações e morreram. Outros 4.548 casos foram negativos.

As mortes ocorreram entre 14 de julho e 28 de setembro, sendo que 57% eram mulheres e 43%, homens. Quanto à faixa etária, 59,8% das mortes ocorreram em pessoas que tinham entre 20 e 49 anos, 21,1% entre 50 e 59 anos e 9,4% entre 5 e 19 anos.

Segundo a Secretaria, as regiões do Paraná com o maior número de óbitos registrados são Curitiba (82), Cascavel (20), Maringá (19), Foz do Iguaçu (18), Londrina (12),Campo Mourão (12), Toledo (12) e Jacarezinho (12). As regiões com o maior número de casos são Curitiba (5.888), Pato Branco (1.685), Cascavel (1.656) e Cornélio Procópio (1.448), e Francisco Beltrão (1.360).

Produção industrial no Paraná fica estável em agosto

BEM PARANÁ, 6 de outubro de 2009


A produção industrial do Paraná ficou estável (0,0%) em agosto frente ao mês imediatamente anterior, já descontadas as influências sazonais, após crescer 17,0% em julho, de acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de média móvel trimestral, com aumento de 1,4% entre agosto e julho, interrompeu sequência de três meses de resultados negativos, quando acumulou perda de 7,6%.

No índice mensal (-0,9%), oito das quatorze atividades pesquisadas reduziram sua produção em relação a agosto do ano passado, com a contribuição mais relevante na formação da taxa geral vindo de veículos automotores (-34,1%) e, em menor medida, de máquinas e equipamentos (-10,3%) e madeira (-22,8%). Os principais impactos positivos foram observados em edição e impressão (54,9%), outros produtos químicos, com o crescimento de 90,9% influenciado por uma base de comparação deprimida, e refino de petróleo e produção de álcool (24,4%).

O indicador acumulado no ano ficou em -5,2%, com nove ramos influenciando negativamente o resultado geral. As principais contribuições vieram de veículos automotores (-34,2%), máquinas e equipamentos (-20,9%) e madeira (-25,1%). A principal pressão positiva veio de edição e impressão (78,8%). O índice acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde março deste ano, atingiu -1,9%.

Depois da chacina em Curitiba, pânico e novo toque de recolher

GAZETA DO POVO, 6 de outubro de 2009

Escolas cancelam aulas. Comércio fecha portas. E todos têm medo de novos crimes no Bolsão Audi-União, em Curitiba

Um menino andava ontem, pouco antes do fim da tarde, pelas ruas da Vila União, no bairro Uberaba, em Curitiba. Aparentava uns 10 anos. E trazia uma mensagem que causou pânico entre moradores e comerciantes da região. O garoto dizia que, ontem, o toque de recolher teria de começar mais cedo: quem continuasse na rua depois das 18 horas estaria correndo risco. Quem ouvia a mensagem não pensava duas vezes. Fechava tudo e ia para casa o mais cedo possível.

A obediência cega à ordem de sair das ruas ilustra o clima de pânico vivido no Bolsão Audi-União desde a chacina ocorrida na noite de sábado. Oito pessoas morreram, supostamente porque não obedeceram a um outro toque de recolher. A polícia – que continua negando as ordens de sair das ruas, apesar do depoimento dos moradores – diz que a série de crimes teria sido ordenada por um traficante, interessado em vingar a morte de seu sobrinho.

Um suspeito foi preso. A polícia diz que identificou seis autores da chacina. E garante que colocou vigilância suficiente na região. Mas o clima continua sendo de muito medo. Mesmo antes da passagem do pequeno mensageiro pelo bairro, os boatos de um novo toque de recolher já existiam. As escolas não ficaram de fora. Programadas para fazer aulas mais curtas no período da noite, tiveram de rever os planos e tomar medidas mais drásticas. No início da noite de ontem, ninguém foi encontrado nos colégios pela reportagem.

Com o cair da noite, mesmo os policiais desapareceram, segundo os moradores. En­­quanto durante o dia a região foi monitorada por um grupo da cavalaria (uma viatura e seis policiais montados), uma viatura da Polícia Militar e outra das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), à noite, relatam os moradores, apenas uma viatura do projeto Povo percorria toda a região. O comando da Polícia Militar se negou a informar o efetivo que havia na vila. Disse apenas que era “suficiente”.

Quando surgiram boatos de que teria havido mais mortes no bairro, mais tarde desmentidos, nem mesmo a polícia sabia confirmar as informações. Uma viatura teve de ser enviada para o local para averiguar. “A polícia não ia ficar direto aqui?”, questionou uma moradora. “As ruas estão vazias, estão todos com medo, dentro de casa. Só tem uma viatura correndo as ruas”, afirmou a moradora por telefone à reportagem da Gazeta do Povo, depois do início do toque de recolher.

Enquanto isso, os moradores da região corriam para tentar garantir sua segurança. Exemplo é o caso do supervisor comercial Juliano*, morador há seis meses de um condomínio residencial próximo à região da chacina. Normalmente, ele volta de ônibus para casa depois do trabalho. Ontem, foi diferente. Recebeu a informação de uma pessoa da família de que haveria um novo toque de recolher: não se arriscou e voltou de táxi. Encontrou o local vazio, tanto de polícia quanto de moradores. O comércio ao redor tinha as portas cerradas e havia uma sensação estranha no ar. “Sem policiamento, vai ficar complicado”, diz ele. A filha, que estuda em uma escola estadual do bairro, foi liberada mais cedo, mas teve de voltar sozinha para a casa.

Ministério Público pede afastamento de vereador de Londrina

JORNAL DE LONDRINA, 6 de outubro de 2009

Argumento é de que vereador acusado de cobrar propina para aprovação de um projeto teria ameaçado uma testemunha e possa atrapalhar a investigação


O Ministério Público de Londrina pediu o afastamento do vereador Rodrigo Gouvêa (PRP) na última sexta-feira (2). A Justiça tem prazo de 15 dias para se manifestar. O argumento da promotoria é de que o vereador, que já foi denunciado por corrupção passiva em setembro, atrapalhe a investigação. Segundo o MP, Gouvêa teria ameaçado uma testemunha e, por isso, ele foi denunciado por improbidade administrativa.

Denunciado pelo MP e pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, Gouvêa é acusado de pedir propina para aprovar a lei municipal 10.730/09, que possibilitou a participação do município no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

“Depois que ele foi denunciado na ação penal, Gouvêa pediu a suspensão dos trabalhos [na Câmara], e todos os vereadores foram para uma reunião na sala da presidência. Nessa oportunidade, ele desrespeitou, desacatou e ameaçou, dizendo que ia processar uma testemunha, que é o Ivo de Bassi (PTN)”, afirmou o promotor Renato de Lima Castro.

Segundo ele, Gouvêa ameaçou processar Bassi. “Isso certamente influencia negativamente na ação. Ele está atemorizando uma testemunha, que é uma testemunha chave no processo”, avaliou o promotor. Por isso, a ação civil pede o afastamento do vereador a fim de garantir a instrução processual.

Denúncia
A denúncia contra Gouvêa foi feita pelo engenheiro Maurício Costa, da construtora Bonora e Costa, que em depoimento ao MP disse ter sido abordado pelo vereador fora do plenário com a pergunta “quanto vai sobrar para mim?”. Costa disse que “ficou indignado com a solicitação da vantagem econômica, o que o motivou a contar para várias pessoas que se encontravam na Câmara Municipal”.

A abordagem teria acontecido no dia 23 de junho, quando o projeto de lei foi votado em primeira discussão. O engenheiro relata que o vereador o chamou “para fora do plenário, fechou a porta de vidro e questionou se ele se encontrava no Legislativo como empresário”. A pergunta “quanto vai sobrar para mim?” foi feita na sequência.


Empresário confirma que vereador falou em propina
BONDE, 6 de outubro de 2009

A promotoria de Defesa do Patrimônio Público ajuizou ação civil contra o vereador Rodrigo Gouvêa (PRP). Ele foi denunciado por improbidade administrativa.
Gouvêa fora investigado por tentativa de suborno praticada contra o empresário para aprovação de projeto de lei na Câmara. O Ministério Público também pede o afastamento imediato do parlamentar, por ameçar testemunha.

Segundo a ação, Gouvêa teria discutido e até xingado o vereador Ivo de Bassi (PTN) durante reunião na Câmara. As ameaças foram comprovadas por outros dois parlamentares, Roberto Fú (PDT) e Marcelo Belinati (PP), que também testemunharam.

Em entrevista à rádio CBN, Ivo de Bassi confirmou a discussão e disse que foi chamado de mentiroso. "O vereador Rodrigo Gouvêa pediu suspensão dos trabalhos para uma reunião na presidência, na qual participou a maioria dos vereadores e realmente aconteceu. Ele estava um pouco nervoso pelo fato de estar sendo pressionado pela imprensa para dar alguma entrevista e realmente ele falou algumas coisas pesadas a meu respeito, me chamando de mentiroso, porque ele nunca recebeu ligação, porque ele nunca falou que pediu propina. Então teve essa reunião e alguns vereadores até presenciaram este fato".

Ainda à CBN, Bassi reafirmou que ouviu Gouvêa falando que precisava receber dinheiro. "Eu não tenho motivos para estar omitindo ou aumentando fatos que acontecem ali. E, infelizmente, o vereador Rodrigo Gouvêa foi infeliz nessas colocações e realmente ele falava em dinheiro, que 'nós temos que ganhar um dinheirinho nesse projeto'".