domingo, 20 de setembro de 2009

Projeto que legaliza bingos e caça-níqueis divide deputados

VANNILDO MENDES, O ESTADO DE S. PAULO, 20 de setembro de 2009 - Agencia Estado

BRASÍLIA - Aprovado por larga maioria em todas as comissões técnicas, o projeto que legaliza os bingos e caça-níqueis vai agitar os debates do Congresso nas próximas semanas. Com argumentos fortes contra e a favor, os dois lados estão armando um cenário de guerra política em torno da votação em plenário. Maior aliada da causa, a Força Sindical promete trazer caravanas de todos os Estados e reeditar a manifestação de 2004, que reuniu em Brasília 30 mil pessoas em protesto contra a Medida Provisória que fechou os bingos.

A entidade não revela quanto gastará na mobilização, mas assegura que não medirá esforços para aprovar o projeto. "Apoiamos a causa porque ela é extremamente importante para a economia e a geração de empregos no País", explicou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-RJ), presidente da central e líder do movimento pela liberação do jogo. Sua estimativa é de que a liberação dos jogos criará mais de 300 mil empregos e injetará R$ 6 bilhões por ano em impostos e royalties para áreas sociais.

A trincheira oposta, por sua vez, tem duas divisões blindadas, uma chefiada pelo PSDB, com grande parte dos 70 votos contra a liberação, e outra comandada pelos evangélicos, que soma 41 votos. "Vejo a liberação com desconfiança, porque todos os antecedentes do bingo apontam para criminalidade, corrupção e lavagem de dinheiro", disse o líder do PSDB, José Aníbal (SP). "A corrupção e as drogas andam de mãos dadas com a jogatina que se quer introduzir no País", emendou o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), outro adversário ferrenho.

Os católicos estão divididos, para alívio dos adeptos do jogo, que por sua vez têm conseguido adesões em todos os partidos, dos mais conservadores aos de esquerda. Um dos mais entusiasmados é o petista José Genoino (SP), que não poupa argumentos para puxar adesões na bancada, recheada de evangélicos. "A espada da fé não resolve essa questão, porque a atração de ganhar é da natureza humana e jogar não é crime", disse ele.

Nos bastidores, a bancada do jogo articula para que o projeto seja votado na segunda quinzena de outubro. Um grupo de 28 deputados, arregimentados por Arnaldo Farias de Sá (PTB-SP), assinou o projeto original de legalização, mas se estima que a bancada do jogo tenha no mínimo o triplo dos que se expõem publicamente.

Vereador assume vaga na comissão de ética da Câmara de Londrina e promete transparência

JORNAL DE LONDRINA, 20 de setembro de 2009

Vereador elogiou colegas da comissão e afirmou que todo vereador deve ser investigado, independentemente de quem seja, caso haja "material suficiente" para isso


O vereador Rony Alves dos Santos (PTB) assumiu a nova vaga na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Londrina, além de acumular o cargo de corregedor da Casa, e prometeu investigação. Ele foi eleito na noite de terça-feira (17), depois que o vereador Roberto Fu (PDT) renunciou ao cargo. Santos ficará até a volta de Roberto Kanashiro (PSDB), licenciado da Câmara por motivos de saúde.

“A comissão vai fazer investigação independentemente de quem seja. Pode ser Rodrigo Gouvêa (PRP) ou Paulo Arildo (PSDB). Se a comissão tiver material suficiente para investigar, vamos fazer isso”, afirmou o vereador. Na tarde de quinta-feira (17), o PRP protocolou um pedido formal de investigação contra Gouvêa, investigado pelo Ministério Público (MP) por suspeita de cobrar propina para votar leis. Ele também está sob a suspeita de manter uma funcionária fantasma em seu gabinete – o que ele nega.

Nesta semana, a Justiça determinou o afastamento do vereador Paulo Arildo do cargo até que o processo no qual ele é réu seja concluído. Ele é acusado pelo Ministério Público (MP) de reter entre R$ 200 e R$ 500 dos salários de três ex-assessores que ocuparam cargos comissionados no gabinete em 2005 e 2006.

Transparência
”Vamos trabalhar com transparência. Nada debaixo do tapete. Agora, é preciso sempre que a comissão e a corregedoria trabalhem com cautela e tranquilidade”, ressaltou o vereador. Questionado se havia críticas em relação a outros membros da comissão, como Sandra Graça (PP) e Roberto Fú (PDT), que tiveram um desentendimento, Santos negou. “A comissão é muito competente e vai fazer um belo trabalho. Tanto a Sandra quanto Gerson Araújo (PSDB). Até mesmo o Fu, que saiu por motivos pessoais, é uma pessoa de conduta exemplar. Será grande responsabilidade substituí-lo.”

Fu renunciou à vice-presidência da comissão na sessão da tarde desta quinta-feira (17). Ele argumentou que se sentiu constrangido e prejudicado depois que a presidente da comissão, a vereadora Sangra Graça (PP), revelou em plenário o teor de uma conversa deles por telefone. “Faltou ética na comissão de ética. A comissão tem que manter em sigilo tudo o que conversa”, afirmou.

Gerson Araújo (PSDB), que era suplente, passa a ser titular da comissão e assume a vice-presidência, antes ocupada por Fu. A comissão é presidida pela vereadora Sandra Graça (PP).

Mandaguari quer preservar construções históricas

LUIZ DE CARVALHO, O DIÁRIO DE MARINGÁ, 20 de setembro de 2009


Os mais antigos prédios públicos de Mandaguari (a 39 quilômetros de Maringá), como a estação ferroviária, a escola Yolanda Cercal da Silva e a capela Sagrada Família, todos construídos há mais de 60 anos, poderão ser tombados para o patrimônio histórico pelo seu valor na história da colonização da região.

A iniciativa é do vereador Nilton Boti (DEM), autor de um projeto de lei que prevê o tombamento de construções de valor histórico para o município e que estão se deteriorando por falta de condições de preservação.

A partir de uma lei, o município poderá captar recursos junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério do Turismo, e da Secretaria Estadual de Turismo. “Com a lei do tombamento, ficará mais fácil buscar meios para recuperar e preservar construções que fazem parte da história do município”, diz o vereador.

A ideia de criar uma lei para proteger as construções históricas nasceu a partir da situação que Boti de deparou na capela Sagrada Família, uma edificação de 300 metros quadrados na Estrada Alegre, com mais de 60 anos.

Há nove anos, o lavrador Dionísio Ferreira da Silva mora no interior da capela e conta que, se não fosse sua presença, os vândalos certamente já teriam depredado o prédio. Energia elétrica e água não existem.

A iluminação é feita com velas e a água para cozinhar, beber e tomar banho vem da chuva e fica armazenada em galões, já que o poço que abastecia a propriedade está sujo e não existem minas nas proximidades.

“Quando vim para cá, já tinham roubado toda a fiação e quebrado grande parte dos vidros”, conta.

Localizada no alto de um morro, de onde é possível avistar várias cidades vizinhas, hoje quase nada na capela lembra a época em o local era freqüentado pelas famílias que trabalhavam nas lavouras de café cultivadas na região. “Moro por aqui há mais de 40 anos e participei de muitas festas nessa igreja”, relembra Silva.

Vidros quebrados, portas remendadas, forro caindo e infiltrações nas paredes indicam que é preciso alguma intervenção rápida caso haja interesse em preservar o prédio. Os bancos onde os fiéis assistiam às missas nos fins de semana foram retirados e levados para outra capela na área urbana de Mandaguari e as imagens foram guardadas na paróquia Bom Pastor, caso contrário não teriam resistido ao período em que o local ficou abandonado.

Curitiba proíbe circulação de carros no Centro da cidade nesta terça-feira

THEMYS CABRAL, GAZETA DO POVO, 20 de setembro de 2009

Capital do carro vai ficar a pé. Com o maior índice de automóvel por habitante do país, Curitiba bloqueará parte de suas ruas para veículos na terça-feira


Na próxima terça-feira, Curitiba, a cidade com o índice de motorização mais alto do país (um carro para cada 1,67 habitante), terá a rotina alterada. Será o Dia Sem Carro. Das 6 às 20 horas, as principais ruas do centro da cidade serão bloqueadas. Em vez de carros, o asfalto será espaço para uma série de atividades de lazer, serviços para a população e até o inédito ciclotáxi. E isso é só uma parte da programação prevista para 22 de setembro. A ideia é fazer o curitibano refletir sobre como tornar a cidade mais sustentável do ponto de vista do transporte urbano e da redução de emissão de poluentes. E no dia 23? Tudo como antes?

Para o consultor especialista em trânsito J. Pedro Corrêa, a adesão a esse tipo de iniciativa já é um começo, mas são significa mudança. “Não é um dia de campanha específica, ou alguns dias, que vai resolver. Precisamos de programas permanentes, com ações de longo prazo e objetivos bem definidos”, afirma. Segundo ele, ao fim de campanhas efêmeras, a tendência é que se volte ao mesmo patamar de antes. “Se não houver um trabalho contínuo, sistemático e orientado, vamos fracassar. O que ilumina uma casa são as velas constantemente acesas”, diz.

O trânsito é uma discussão contemporânea nos quatro cantos do mundo. Para Curitiba, especialmente, é um desafio. Mesmo com uma infraestrutura urbana reconhecidamente bem planejada, os problemas no trânsito são evidentes. Oferecer uma estrutura viária adequada e suficiente para todos é uma tarefa quase olímpica para os gestores de trânsito. É que a cada ano nascem mais carros que bebês em Curitiba – só neste ano foram 130 veículos a mais por dia nas ruas, o dobro do número de crianças nascidas a cada dia no mesmo período.

O Dia Mundial Sem Carro é um movimento iniciado em 1998 na França e vem se espalhando pelo mundo. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os problemas causados pelo uso intenso dos carros.

Em julho deste ano, a frota curitibana bateu a marca de 1.125.866 carros, crescimento 2,55% em relação ao ano passado. Para “abrigar” todos esses carros, Curitiba conta hoje com 4,7 mil quilômetros de vias, e mesmo assim não tem tempo de parar para tomar fôlego. “Quan­to mais se facilita o trânsito, mais se oportuniza espaço para o carro. Mas temos de criar ações. Não dá para fechar os olhos para o número de carros que são jogados nas ruas todos os dias”, afirma Rosângela Batis­tella, diretora de trânsito da Urbs, empresa responsável pelo gerenciamento do trânsito e do transporte coletivo na capital.

A infraestrutura viária é, ainda, apenas uma das variáveis dessa equação. A vida humana é uma das partes mais importantes da fórmula. Em média, 20 pessoas ficam feridas no trânsito ao fim de um dia em Curitiba e uma pessoa morre a cada seis dias. Os números eram ainda mais trágicos no ano passado, quando o número de feridos e mortos no trânsito, no mesmo período de comparação, de janeiro a julho, foi 30% e 52% maior, respectivamente. Em média, registra-se um acidente de trânsito a cada 22 minutos.

Tantos acidentes, feridos e mortes viraram um problema de saúde pública. Um grupo de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo realizou um estudo para levantar informações sobre as consequências econômicas do problema e chegaram à conclusão de que o custo médio da internação hospitalar de um acidentado de trânsito é de R$ 47,5 mil. O valor pode aumentar se o paciente precisar de internamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que acontece em 18% dos casos. O tempo médio de internação na UTI é de 32 dias, com um gasto de R$ 226 mil por paciente.

A ideia do Dia Sem Carro é justamente fazer o curitibano refletir sobre todas essas questões e, de quebra, incentivar o uso do transporte coletivo e de outros meios, como a bicicleta. “Nesse dia fazemos ações para que as pessoas coloquem a mão na consciência e façam uma reflexão sobre os seus deslocamentos”, explica Rosângela. “O ideal é que as pessoas fizessem isso todos os dias. Não que sejamos contra o veículo, mas ele tem de ser usado de forma racional”, completa a diretora de trânsito, que prefere ir ao trabalho de ônibus. “De carro levo 25 minutos, de ônibus são 15”, conta.

O Dia Sem Carro é apenas parte das comemorações da Semana do Trânsito, que começou dia 18 e vai até sexta-feira. No Brasil, estima-se que outras 24 cidades vão participar da campanha do Dia Sem Carro. Curitiba adere ao movimento pela terceira vez e dessa vez conta com a participação da Rede Paranaense de Co­­municação (RPC), da Fund­ação O Boticário, do Clube de Criação do Paraná e do Grupo Transporte Humano.

Na capital paranaense, em especial para o dia 22 de setembro, uma frota extra de 100 ônibus será colocada na rua para atender à população. O trecho mais central da Avenida Marechal Deodoro, entre a Rua João Negrão e Avenida Marechal Floriano, por onde passam cerca de 3,3 mil carros em horários de pico, será bloqueado. Os acessos à Praça Ti­­radentes e à Rua Barão do Rio Branco no trecho entre o Paço Municipal e a Rua André de Bar­ros, também estarão fechados.

No lugar dos carros, as ruas vão abrigar atrações artísticas, feira de produtos orgânicos, jogos, brinquedos, atividades de educação de trânsito, artesanato, exames de saúde, entre outros. Apenas ônibus, bicicleta, pessoas a pé e veículos de serviços essenciais e de emergência terão acesso aos trechos interditados. E não será só no Centro que haverá atividades do Dia Sem Carro. Teatros, exposições, distribuição de plantas, caminhadas, jogos gigantes, serviços de saúde e ruas fechadas também estão programados para os bairros.

Aliados de Lula articulam plano B para disputa da presidência da República

CHRISTIANE SAMARCO E MARCELO DE MORAES, O ESTADO DE S. PAULO, 20 de setembro de 2009

Líderes do PMDB, PSB, PDT e PT não escondem preocupação com fraco desempenho de Dilma nas pesquisas


Os principais aliados do sonho eleitoral do presidente Lula - de fazer da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua sucessora - estão com ele e até se digladiam nos bastidores pelo posto de vice na chapa presidencial. Ao mesmo tempo, líderes do PMDB, do PSB, do PDT e até do PT não escondem a preocupação com o fraco desempenho da candidata Dilma nas pesquisas de intenção de voto e já articulam um plano B.

O PMDB encomendou uma pesquisa ao Ibope, testando a aceitação dos principais líderes nacionais do partido para alçar voo próprio ao Planalto. Como o melhor desempenho foi o do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), que ficou na faixa dos 3% na preferência do eleitorado, a ala mais simpática à candidatura do governador tucano José Serra (SP) aproveita a maré desfavorável ao PT para ganhar terreno na disputa interna em favor da oposição.

Foi na iminência de a cúpula peemedebista emplacar o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), como vice da candidata petista que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) abriu guerra contra o PMDB.

Não satisfeito com a briga pelo status de parceiro preferencial do PT, Ciro convenceu o PSB a lançar sua pré-candidatura com o discurso de que quem só tem um nome pode acabar sem alternativa para 2010.

A boa performance registrada nas primeiras pesquisas de intenção de voto deram a Ciro e ao PSB exatamente o que precisavam para sobreviver à primeira fase da corrida presidencial. O ex-governador do Ceará já se qualificou como o melhor plano B à disposição de Lula, caso a candidatura Dilma não decole no início de 2010.

"Muitos partidos têm plano B; só quem não tem é o PT", avalia o senador Expedito Júnior (PR-RO), para quem Dilma "vai mal" porque pegou "a rebarba" da crise do Senado e ainda cometeu uma sucessão de erros que podem lhe custar a candidatura. "Eu sou da base de apoio do presidente Lula, mas sou Serra declarado", admite o senador, já de malas prontas para o PSDB.

Na prática, caso a candidatura Ciro a presidente se confirme, ele será o veterano dessa disputa sucessória, uma vez que já tentou chegar à Presidência em 1998 e em 2002. O governador José Serra só participou da disputa presidencial de 2002 e a ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, concorreu uma única vez, nas eleições passadas.

As pré-candidatas Dilma Rousseff e Marina Silva (PV) estão estreando na corrida ao Planalto, assim como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que trabalha seu nome como alternativa a Serra no PSDB.

"O quadro nacional é um quadro aberto e o PMDB corre o risco de ficar solto se o PT nacional não se empenhar pela aliança", analisa o deputado Lelo Coimbra, que preside a regional do partido no Espírito Santo. O PMDB capixaba é um dos raros casos em que a aliança com o PT está bem amarrada.

O PDT do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, avisa que compromisso do partido é com o presidente Lula e ponto final. "Não temos nenhum compromisso com a candidata Dilma. O presidente Lula nunca nos pediu isso e ela nunca nos chamou para conversar", resumiu o líder do PDT na Câmara, Dagoberto Nogueira (MS). O plano B do PDT também está em aberto. Pode ser uma candidatura presidencial ou uma composição com Marina Silva ou Ciro Gomes.

Indicado por Lula ao STF, Toffoli tem uma 2ª condenação na Justiça do Amapá

BLOG DE JOSIAS DE SOUSA, 20 de setembro de 2009


Indicado por Lula para o STF, José Antonio Dias Toffoli não foi condenado apenas uma vez. São duas as sentenças expedidas contra ele por juízes do Amapá.

Além do caso mais recente –condenação de 8 de setembro, já noticiada aqui— há um outro processo, mais antigo.

Foi aberto em dezembro de 2000. Trata-se, de novo, de uma ação popular. Envolve um contrato firmado por Toffoli com o governo do Amapá.

Corre na 4ª Vara Cível de Fazenda Pública da comarca de Macapá (AP). O juiz que atua no caso é Luiz Carlos Kopes Brandão.

Em sentença datada de 6 de novembro de 2006, o magistrado anulou o contrato e condenou Toffoli a devolver às arcas públicas R$ 19.720, em valores da época.

A cifra terá de ser corrigida monetariamente. Além de Toffoli, o juiz condenou João Batista Silva Plácido. Era, na época, procurador-geral do Amapá à época.

“Não é preciso qualquer esforço para perceber a ilegalidade e a lesividade do contrato em questão”, escreveu o magistrado na sentença.

O contrato que o juiz anulou previa que Toffoli prestaria assessoria jurídica ao governo amapaense.

Algo que, segundo o juiz, era desnecessário, já que o Estado dispunha de um quadro próprio de procuradores.

Governava o Amapá nessa ocasião João Capiberibe (PSB). Ele respondia a processos por crimes eleitorais no TSE, em Brasília.

Na ação popular, sustentou-se a tese de que Toffoli não assessorara o Estado. Em verdade, teria recebido do governo para defeder o governador no TSE.

Intimado a defender-se, o governo negou. Disse que os serviços de Toffoli haviam sido efetivamente prestados ao Estado.

Afirmou que o contrato com o governo não previra “clausula de exclusividade”. Toffoli não estaria, portanto, impedido de advogar para Capiberibe no TSE.

O juiz Luiz Carlos Kopes Brandão escreveu na sentença:

“A constatação de que o réu José Antonio Dias Toffoli prestou serviços a terceiros não leva, automaticamente, à conclusão de para isso o remunerou o erário público, já que, como lembraram os réus, o contrato não previa exclusividade”.

O diabo é que o governo de Capiberibe não logrou comprovar que Toffoli prestara serviços ao Estado.

Anota o juiz na sentença: “Deixaram eles [os réus] de proceder a uma simples porém indispensável demonstração: a de que, efetivamente, foram prestados serviços ao Estado”.

O magistrado deu razão ao Ministério Público Estadual que, chamado a opinar no processo, concluiu:

“Houve desvio de finalidade e afronta aos princípios da impessoalidade e da moralidade pública”.

Em despacho de 7 de maio de 2007, o juiz informou que a sentença que previa a devolução do dinheiro transitara em julgado. “Não houve recurso”, escreveu.

Determinou que fosse iniciada a fase de “execução” da sentença, procedendo-se à cobrança dos R$ R$ 19.720, com correções.

Em julho de 2007, Toffoli recorreu ao Tribunal de Justiça do Amapá. No recurso, disse que não havia sido intimado a apresentar defesa no processo.

Pediu a anulação da sentença. O tribunal deferiu uma liminar em favor de Toffoli, suspendendo a cobrança que fora determinada pelo juiz.

O processo teve de ser, então, “seneado”, como dizem os advogados. Só no último dia 27 de julho de 2009, Toffoli foi chamado a se defender nos autos.

A citação do advogado-geral da União foi determinada pela juíza Alaíde Maria de Paula. A mesma

Há dez dias, em 11 de setembro passado, o autor da ação popular Lélio José Haas, foi intimado a apresentar uma réplica à defesa de Toffoli.

A juíza deu a Lélio dez dias para a réplica. O prazo vence nesta segunda-feira (21).

Depois, a Justiça do Amapá decidirá se mantém ou não a condenação imposta pelo juiz Luiz Carlos Kopes Brandão, que prevê a devolução do dinheiro.

Justiça de São Paulo consome 90% de seus recursos com salários

FAUSTO MACEDO, O ESTADO DE S. PAULO, 20 de setembro de 2009

Caso extremo apontado no mapeamento do CNJ, TJ do Piauí gasta 99% do seu orçamento com folha


O Judiciário estadual consome, em média, 90% de seus recursos com o contracheque dos servidores - magistrados e pessoal administrativo. Há tribunais que aplicam 99% da verba em despesa de pessoal, de acordo com mapeamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). É o caso do Tribunal de Justiça do Piauí, que, no ano passado, desembolsou com o pagamento de salários R$ 157,78 milhões, 99% da despesa total da corte.

No ano passado, os 27 Tribunais de Justiça estaduais gastaram juntos R$ 16,73 bilhões com o holerite da toga.

A forma como o Judiciário aplica o dinheiro público consta do Justiça em Números, sistema que retrata o desempenho e o custo dos tribunais. O arquivo é abastecido com dados que as próprias cortes repassam. A função do CNJ é fiscalizar a magistratura.

Os dados apresentados são de responsabilidade exclusiva dos tribunais. O relatório é publicado anualmente e enviado ao Congresso. É no capítulo "insumos, dotações e graus de utilização" que estão armazenados dados sobre despesas, pessoal, recolhimentos/receitas, informática e área física.

O quadro indica que o segundo lugar no ranking dos que mais gastam com pessoal é o Tribunal de Justiça do Distrito Federal - R$ 1.046.720.593,73 no ano passado, o equivalente a 96,7% da despesa total. A área abrangida pelo tribunal tem 2,55 milhões de habitantes.

O quadro mostra que a despesa total do Judiciário por habitante na capital federal é de R$ 423,31. No Piauí, primeiro no placar dos que mais gastam com funcionários, a despesa por habitante é de R$ 51,11. Em Minas, R$ 99,10. No Maranhão, R$ 51,07.

É crescente o dispêndio com o contracheque. O levantamento contém dados a partir de 2004. Naquele ano, por exemplo, o TJ de Minas liberou R$ 1,28 bilhão para dar conta dos vencimentos de juízes e funcionários. Em 2005, foram gastos R$ 1,52 bilhão. Em 2006, R$ 1,60 bilhão. Em 2007, a quantia chegou a R$ 1,79 bilhão. No ano passado, a corte destinou R$ 1,85 bilhão para salários - 94,3% da despesa total. No Piauí, em 2004, o Tribunal de Justiça gastou R$ 118,2 milhões com pessoal, valor que subiu para R$ 158,9 milhões no ano de 2007.

É cada vez menor, porém, a verba destinada a bens e serviços. Em Minas, esse montante, em 2004, foi de R$ 74,9 milhões, ou 5,5%. Em 2006, o gasto nessa área estava em 9,5% sobre a despesa total, ou R$ 167,5 milhões. Em 2008, o investimento caiu a 5,7%, equivalente a R$ 111,8 milhões. Já no Piauí, o tribunal investiu R$ 12,7 milhões com bens em 2004, valor que despencou em 2008, quando foram desembolsados R$ 2,45 milhões com tal item.

MAIOR TRIBUNAL

O maior tribunal do País, o de São Paulo - 2.460 juízes de primeiro grau e desembargadores, além de 44 mil servidores -, gastou, em 2008, R$ 4,22 bilhões com pessoal, ou 91, 8% de sua despesa total, que chegou a R$ 4,59 bilhões. O porcentual reservado para bens e serviços ficou em 8,2% - R$ 377,4 milhões. A despesa por habitante foi de R$ 112,10.

A cúpula do TJ sustenta a necessidade de informatização para dar agilidade aos trabalhos e tirar a corte da morosidade. Os gastos com informática, no ano passado, ficaram em R$ 135,68 milhões, ou 3% sobre a despesa total. O gasto com essa rubrica chegou a R$ 157,14 milhões (3,5%) em 2007. Em 2005, foram R$ 182, 5 milhões para a informatização, o equivalente a 4,8% sobre a despesa geral.

A alegação da cúpula do Judiciário em todos os Estados segue uma linha padrão. Reclamam de que os recursos não são suficientes para o pagamento de salários, pedem mais servidores e anunciam grandes investimentos em informatização.

O TJ paulista, por meio da sua assessoria, afirmou que é "um prestador de serviço". James Alberto Siano, juiz assessor da presidência do TJ-SP, informou que o volume de funcionários representa o "mínimo necessário para a prestação do serviço e absorve substancialmente o orçamento".

Em cinco anos, entre 2004 e 2008, o Judiciário paulista gastou R$ 18,59 bilhões com recursos humanos. O TJ-DF gastou R$ 4,78 bilhões. No mesmo período, a Justiça do Piauí depositou na conta de seus juízes e funcionários administrativos o total de R$ 656 milhões.

O Tribunal de Justiça do Pará gastou 87,1% com contracheque, ou R$ 333,79 milhões. No Maranhão, segundo o Justiça em Números, o custo com a folha chegou a 88,8% da despesa total, ou R$ 285,8 milhões. Restaram R$ 36,1 milhões (11,2%) para outras áreas.

Ministro e réu: Indicado de Lula para o STF é condenado em processo

REVISTA VEJA, semana até 23 de setembro de 2009

Indicado a uma vaga no STF, Antonio Toffoli foi condenado
duas vezes a devolver dinheiro aos cofres públicos, mas
as sentenças não são definitivas


Cabe a somente onze brasileiros, homens e mulheres que compõem a mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal, a nobre tarefa de proteger o espírito da Constituição da República – documento que consagra os princípios e os valores da democracia e da Justiça no Brasil. Não é fácil tornar-se um desses defensores. O candidato precisa ser brasileiro nato, ter mais de 35 anos, exibir notável saber jurídico e apresentar reputação ilibada. O presidente da República indica um candidato. Cabe ao Senado confirmar ou rejeitar a escolha presidencial. Esse é um processo que costuma ser rápido, formal e reverente. Ou seja, o Senado nunca rejeita as indicações do Planalto.

Essa tradição pode mudar com a mais nova indicação do presidente da República, José Antonio Dias Toffoli, advogado-geral da União, que pleiteia a vaga deixada pelo jurista Carlos Alberto Direito, morto no começo deste mês. Toffoli é brasileiro nato, tem 41 anos, não tem mestrado, foi reprovado duas vezes no concurso para juiz estadual e apresenta escassa produção acadêmica. Sua experiência profissional mais evidente, antes de entrar no governo, foi a de advogar para o PT. O fraco currículo, porém, não é o seu maior obstáculo. Toffoli é duas vezes réu. Ele foi condenado pela Justiça, em dois processos que correm em primeira instância no estado do Amapá. Em termos solenemente pesados, a sentença mais recente manda Toffoli devolver aos cofres públicos a quantia de 700.000 reais – dinheiro recebido "indevidamente e imoralmente" por contratos "absolutamente ilegais", celebrados entre seu escritório e o governo do Amapá. LEIA MAIS

Cerca de 76% dos condenados no Brasil estão ociosos na prisão, aponta estudo

ANA SACHS, UOL NOTÍCIAS, 20 de setembro de 2009Ana Sachs*


Ainda que seja uma exigência da lei de Execuções Penais, o trabalho de condenados nas prisões brasileiras está longe de ser uma realidade no país. Segundo aponta tese de doutorado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que compila diversos dados sobre o sistema carcerário brasileiro, cerca de 76% dos presos estão ociosos nas cadeias do país.

O Ceará é o Estado onde os presos têm o maior percentual de ociosidade, com apenas 2,74% desses exercendo alguma atividade. Na outra ponta está Santa Catarina, onde 58,14% dos presos trabalha.

O trabalho foi feito pelo cientista social, professor e ex-funcionário da secretaria de administração penitenciária (Saep) do Rio Elionaldo Fernandes Julião. O objetivo do estudo era demonstrar de que forma o trabalho e a educação influem na reinserção social do preso - e, consequentemente, nas chances que terá de reincidência no crime.

De acordo com a tese, trabalhar na prisão diminui as chances de reincidência em 48%. Quando o preso estuda na cadeia, as chances de voltar ao crime diminuem em 39%.

"Em linhas gerais, através dos resultados deste estudo podemos afirmar que trabalho e estudo apresentam um papel significativo na reinserção social dos apenados, diminuindo consideravelmente a sua reincidência", aponta o cientista político.

Em estudo feito entre os presos do Rio de Janeiro com base na avaliação de 52 mil fichas de prisão realizada nos últimos cinco anos, o pesquisador chegou ao percentual de reincidência de 26% entre presos que não trabalharam, contra somente 11,2% dos que trabalharam e voltaram a cometer um crime.

Na área de educação, ainda no Rio de Janeiro, o pesquisador encontrou uma situação bastante parecida. O percentual de reincidência chega a 24,2% entre aqueles que não estudaram na prisão, ao passo que somente 6,3% dos que estudaram cometeram novos delitos.

A tese aponta que, em todo o país, apenas 17,3% de presos estudam na prisão - participam de atividades educacionais de alfabetização, ensino fundamental, ensino médio e supletivo. "Não há dados mais precisos de quantos presos estão estudando em cada Estado", diz Julião.

A lei de Execuções Penais também exige que todos os condenados tenham acesso ao ensino fundamental nas cadeias, mas os presos não são obrigados a estudar.

O autor da pesquisa critica a falta de políticas do Estado para ressocializar o preso. "A grande questão que os dados demonstram é que efetivamente no Brasil não temos uma política pública de reinserção. Todas as ações são muito improvisadas", disse. "O que se vê no país são iniciativas isoladas em alguns Estados. Há apenas ações desorganizadas, sem articulação", afirma.

Na avaliação do especialista, caberia ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça, dar as diretrizes para os Estados nessas áreas e fiscalizar a sua execução. "Cada Estado tem autonomia para aplicar as políticas, e hoje isso não é cobrado de nenhuma forma do governo federal", frisa.

Outro grande problema apontado por Julião é a forma como os recursos são empregados. "O governo federal investe em projetos de educação e trabalho em prisões nos Estados, mas isso não tem acompanhamento, não se sabe se foi efetivamente implementado, nem o impacto daquilo. Temos que saber para onde foi esse recurso. Os Estados entregam somente um relatório, que não tem a descrição de como os recursos foram investidos", relata.

O pesquisador levantou dados sobre investimentos e encontrou números discrepantes na distribuição de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) aos Estados. Sergipe, por exemplo, recebeu R$ 33,4 milhões, entre 1995 e 2007, para uma população carcerária de 2.228 presos, enquanto, no mesmo período, o Rio Grande do Sul recebeu R$ 50,2 milhões, para 23.814 condenados.

"Quais são os critérios para o recebimento de recursos? Isso não é claro. Será que não foi um critério político?", questiona Julião. "Sem um projeto político para o setor, é possível que se assuma a idéia de estarmos, literalmente, jogando dinheiro fora", afirma.

Presos na "faxina"
O pesquisador defende ainda, em sua tese, que não é qualquer vaga de trabalho que pode atuar, de fato, para uma queda no percentual de reincidência no crime. "O trabalho de carpintaria ou de limpeza não gera nada para o preso quando ele sair da prisão. É preciso abrir vagas qualificadas, de trabalho formativo, assim como o ensino também precisa ser de qualidade."

Dos 23,95% dos internos ocupados profissionalmente em 2008, segundo a tese, 21,54% participavam de trabalho externo e 13,77% atuavam em atividades implementadas por empresas privadas. A maioria, 78,44%, atuava dentro das próprias unidades, principalmente apoiando os estabelecimentos penais (36,62%) - chamados trabalhos de "faxina" - e/ou envolvidos na produção de artesanato (15,96%).

Preso substitui vigias
O grande número de condenados que atuam como complemento da mão-de-obra das unidades penais, chegando, em alguns casos, a substituir profissionais do próprio sistema penitenciário, contraria a lógica de trabalho na prisão, que "deixa de ter um caráter puramente pedagógico, como determina a lei, para atender as necessidades da manutenção do próprio sistema", segundo avaliação do pesquisador.

Julião aponta que apenas 6,6% dos recursos do Funpen entre 1995 e 2007 - o equivalente a R$ 92,8 milhões - foram destinados a 453 projetos para a ampliação da aplicação das penas alternativas no país, para a capacitação dos agentes operadores da execução penal, para a elevação de escolaridade e a capacitação profissional dos condenados, e para a implementação de projetos laborativos e de assistência ao interno, ao egresso e seus familiares.

Por outro lado, 59,73% dos projetos aprovados e convênios firmados com os Estados com a utilização de recursos do Funpen no mesmo período foram destinados à melhora da infra-estrutura do sistema penitenciário - reforma, construção de novas unidades e aquisição de equipamentos -, contabilizando R$ 1,3 bilhão ou 93,4% dos recursos investidos.

"Há um grande investimento na questão da segurança, e a reinserção acaba sendo a última coisa pensada na política de execução penal. Os novos presídios não têm espaço para trabalho e escola. A legislação cobra, mas a própria arquitetura do local não prevê isso."

Para ele, somente a construção de novos presídios, sozinha, é uma solução pouco eficiente. É preciso que se crie uma política socioeducativa nas prisões do país. "O simples encarceramento tem mostrado ser insuficiente sem um adequado programa socioeducativo, para recuperar efetivamente um número significativo de apenados, acarretando, com isso, um progressivo aumento de ônus para a sociedade", afirma.

"Necessitamos imediatamente de uma reavaliação da legislação penal vigente que atenda à realidade do sistema penitenciário contemporâneo", conclui Julião.

Outro lado
Procurado pelo UOL Notícias, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) disse que não comentaria os dados e conclusões da tese. "O departamento entende que não é seu papel comentar teses de doutorado ou de mestrado, sem nenhum menosprezo a elas."

Mas em entrevista à Agência Brasil em 9 de junho deste ano, o diretor-geral do Depen, Airton Michels, classificou o sistema carcerário brasileiro de "vergonha para o país". Ele disse ainda que a condição de detenção oferecida pelos Estados é uma "tortura". "Antes de pensar em ressocializar presos, como prevê a Lei de Execuções Penais, os governos estaduais e federal têm pela frente o desafio de garantir condições mínimas de dignidade em todas as unidades prisionais existentes no país", afirmou.

Michels citou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), como uma ação que pode trazer resultados importantes para o sistema penitenciário. "A intenção é que já no início se consiga prender esse cidadão, colocá-lo em penitenciárias onde ele tenha espaço para estudo, para trabalho e onde possa cumprir a pena com dignidade", explicou o diretor.

O programa prevê a construção de novos presídios para jovens entre 18 e 24 anos - faixa etária que concentra o maior contingente de presos no país -, com 421 vagas disponíveis, a um custo de R$ 12 milhões, que serão equipados com módulos de saúde e educação (sala de aula, laboratório de informática e biblioteca).

"O Pronasci institui estabelecimentos penais especiais para jovens com salas de aula, anfiteatros, espaço para arte e lazer. Portanto, é um processo rico de ressocialização e de reintegração à cidadania", disse Ronaldo Teixeira, secretário-executivo do Pronasci, ao UOL Notícias.

Para Teixeira, "isso desafogará o sistema carcerário tradicional e potencializará o processo de ressocialização".


Percentual de presos que estudam em alguns Estados

Acre 10,98
Bahia 11,55
Mato Grosso 17,44
Mato Grosso do Sul 7,24
Minas Gerais 10,47
Pará 10,58
Paraná 7,18
Rio de Janeiro 13,04
Rio Grande do Sul 8,52
Santa Catarina 12,45
São Paulo 10,32
Tocantins 14,68


Presos que trabalham no Brasil (por Estado)
Pela ordem: Estado, N° de presos, N° de presos que trabalham, Percentual

Acre 3.036 - 627 - 20,65
Alagoas 2.168 - 704 - 32,47
Amapá 1.925 - 501 - 26,02
Amazonas 3.507 - 689 - 19,64
Bahia 8.425 - 3.395 - 40,29
Ceará 12.676 - 348 - 2,74
Distrito Federal 7.712 - 2.004 - 25,98
Espírito Santo 6.244 - 917 - 14,68
Goiás 9.109 - 2.013 - 22,09
Maranhão 3.378 - 996 - 29,48
Mato Grosso 10.342 - 2.375 - 22,96
Mato Grosso do Sul 10.045 - 2.845 - 28,32
Minas Gerais 22.947 - 3.939 - 17,16
Pará 7.825 Não informado Não informado
Paraíba 8.633 - 1.511 - 17,50
Paraná 21.747 - 2.964 - 13,62
Pernambuco 18.888 - 1.707 - 9,03
Piauí 2.244 - 922 - 41,08
Rio de Janeiro 22.606 - 1.649 - 7,29
Rio Grande do Norte 3.366 - 581 - 17,26
Rio Grande do Sul 26.683 - 11.063 - 41,46
Rondônia 5.805 - 2.563 - 44,15
Roraima 1.435 - 414 - 28,85
Santa Catarina 11.943 - 6.944 - 58,14
São Paulo 145.096 - 40.939 - 28,21
Sergipe 2.242 - 448 - 19,98
Tocantins 1.638 - 397 - 24,23

Sem aterros, Estado de São Paulo planeja incinerar lixo

FOLHA ONLINE, 20 de setembro de 2009

O governo de São Paulo está na fase final da elaboração de um plano para a construção de grandes usinas de incineração de lixo para colocar fim à falta de locais para aterros nas regiões metropolitanas e no litoral norte do Estado, informa reportagem de José Ernesto Credendio, Evandro Spinelli e Conrado Corsalette publicada neste domingo na Folha de S. Paulo.

De acordo com o texto, a ideia do governo é implantar a primeira usina em dois anos. Os estudos são feitos pela Emae --empresa estadual para a geração de energia-- e começaram em 2004. O plano da empresa é utilizar o lixo queimado para a geração de vapor e energia elétrica, subprodutos que podem bancar quase todo custo da operação, diz o diretor de geração da Emae, Antonio Bolognesi.

Polêmica, a incineração de resíduos urbanos foi combatida por décadas por ambientalistas devido à emissão de poluentes altamente nocivos à saúde. O secretário do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Eduardo Jorge, é um dos críticos da incineração. "Essas usinas de incineração produzem dioxinas e furanos, substâncias que provocam câncer nas pessoas. Eles [os fabricantes das usinas] ainda precisam provar que o filtro que colocam é seguro", afirma.

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FONTE: PREFEITURA DE SÃO PAULO