quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sercomtel começa a operar em Cornélio Procópio

BONDE, 9 de fevereiro de 2010


A Sercomtel lança na próxima sexta-feira (11) as operações no município de Cornélio Procópio, norte do Paraná. Esta será a nona cidade a contar com os serviços da Sercomtel. Além de Londrina e Tamarana, a operadora atua também em Cambé, Ibiporã, Arapongas, Apucarana, Rolândia e Maringá.

Segundo o presidente da Sercomtel, Fernando Kireeff, estudos feitos pela companhia comprovam que existe um potencial interessante para a operação em Cornélio Procópio. "Trata-se de um município importante, com forte influência regional, e que ainda não estava sendo atendido pela Sercomtel", afirma.

Para prover os serviços em Cornélio Procópio, a Sercomtel investiu R$ 1,6 milhão. A operadora adotou o modelo de instalação de armários ópticos e as tecnologias de última geração NGN (Next Generation Networks) e MSAN (Multiservice Access Node).

Com a instalação de dois armário ópticos na primeira fase, a Sercomtel já atenderá 80% da malha urbana de Cornéllio Procópio. Sua atuação comercial dará ênfase ao segmento corporativo. Para isso, uma equipe de consultores de empresas já foi designada pela companhia e vai trabalhar exclusivamente em Cornélio Procópio para comercializar os produtos e serviços da operadora londrinense e prestar atendimento diferenciado aos novos clientes.

Promoção - A Sercomtel está chegando com uma promoção para seus futuros clientes de Cornélio Procópio e que ligam muito para Londrina: um desconto de 50% nas chamadas entre telefones fixos. Para ter direito basta aderir ao Plano Certo 43, com fidelidade.

Governo anuncia corte de 50 bilhões de reais no Orçamento

VEJA ONLINE, 9 de fevereiro de 2010

Com o contigenciamento, o Executivo espera cumprir a meta de superávit primário de quase 118 bilhões de reais para o setor público


Os cortes que o governo federal fará no Orçamento Geral da União (OGU) de 2011 totalizarão 50 bilhões de reais. O contingenciamento, sancionado nesta quarta-feira pela presidente Dilma Rousseff, foi anunciado oficialmente em Brasília pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. "Essa redução de gastos tende a ser definitiva. Claro que sempre há exceções, mas nossa intenção é manter esse patamar até o fim do ano", declarou a ministra Miriam.

Os ministros também confirmaram que não haverá contingenciamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nem atraso das obras. "A redução de despesa será no custeio", assegurou a ministra. O governo perseguirá uma redução de 50% nos custos com diárias e passagens, impondo obstáculos aos processos de autorização. Nas próximas semanas, haverá uma série de dicussões com os titulares de cada ministério para definir a magnitude dos cortes. "Só vamos saber quanto será por ministério quando fizermos essa rodada", acrescentou.

Haverá ainda diminuição nos aportes ao BNDES e nos subsídios de juros. "O BNDES vai trabalhar com juro maior neste ano. Os aportes também serão reduzidos significativamente. Serão, portanto, duas frentes de redução", pontuou o ministro Mantega.

As emendas dos parlamentares – que no Orçamento somam 21 bilhões de reais – não serão poupadas. O governo, contudo, não quis anunciar o tamanho do contingenciamento nos pedidos de deputados e senadores sob a alegação de que tudo dependerá do que será definido para cada ministério. "A redução tem de se dar em todas as rubricas. E as emendas estarão nesse contexto geral. O reflexo disso saberemos mais adiante", frisou a ministra.

Contexto – Em entrevista ao site de VEJA, o especialista em contas públicas, Raul Velloso, afirmou que um corte de, no mínimo, 40 bilhões de reais seria preciso apenas para que o governo cumprisse a meta do superávit primário de 3,1% do PIB neste ano – diferença entre receitas e despesas, descontados os gastos com juros e correção monetária da dívida pública.

O avanço da inflação – que tem feito com que alguns analistas já comecem a apostar em não-cumprimento da meta de, no máximo, 6,5% em 2011 – preocupa o governo. Administrar as expectativas dos economistas é fundamental para a tarefa de controla o avanço dos preços. Desde o início do ano, autoridades da equipe econômica têm falado que o Executivo fará sua parte no combate à inflação por meio de cortes nas despesas. Neste sentido, a opção por um corte de 50 bilhões de reais vai ao encontro da intenção do governo Dilma de passar um recado ao mercado de que este ano será marcado pela austeridade fiscal.

Contudo, o ministro Mantega não quis associar o corte diretamente à queda da inflação - mesmo que a redução das despesas do Estado retire alguma pressão de preços. "Uma parte dessa inflação não depende de nossa vontade nem de ações internas. Não vamos mudar o preço do petróleo e Nova York e nem o do trigo", afirmou o ministro.

Primário – O governo trabalha com uma previsão de Produto Interno Bruto (PIB) – revisada da proposta que foi enviada em setembro ao Congresso – de 4,056 trilhões de reais e um salário mínimo de 545 reais. “E não mais do que isso”, frisou Mantega. O Executivo espera assim cumprir a meta de superávit primário determinada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de quase 118 bilhões de reais para o setor público como um todo. À União caberá uma economia de cerca de 81 bilhões de reais.

"Essas reduções são suficientes para cumprir a meta fiscal para que não haja necessidade de redução do PAC. E não será necessário utilizar nenhum artíficio", acrescentou o ministro Mantega – para, em seguida, dizer que em 2010 "não houve artifício; está tudo na lei orçamentária".

O valor do corte foi definido na noite desta terça-feira no Palácio do Planalto em reunião com a presidente Dilma, os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, e os titulares das pasta da Casa Civil, Antonio Palocci, e da das Relações Institucionais, Luiz Sérgio.


“Reversão de ordem” devolve policiais militares ao Gaeco

JORNAL DE LONDRINA, 9 de fevereiro de 2010

Eles tinham deixado os cargos na terça, por determinação do comando do 5º Batalhão da Polícia Militar


Os seis policiais militares que deixaram os trabalhos no Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Londrina na terça-feira (8) voltaram para as investigações na tarde desta quarta (9). Eles tinham sido orientados a deixar os cargos sob determinação do comando do 5º Batalhão da PM.

O coordenador do Núcleo, promotor Cláudio Esteves, informou que houve uma “reversão nas ordens” e que o comandante-geral da PM do Paraná teria dito que a decisão sobre a saída dos policiais não teria partido dele. Com a volta dos PMs, os trabalhos de investigação conduzidos pelo órgão não serão prejudicados.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou, por meio da assessoria de imprensa, que a saída dos policiais obedeceu a uma ordem do governador Beto Richa (PSDB) de que todos deveriam retornar a seus locais de origem para realizar um recadastramento. O objetivo da medida seria saber onde estaria trabalhando cada policial, assim como todos os outros servidores do Estado, que também teriam sido convocados para o mesmo fim.

Os policiais foram convocados para se reapresentarem na sede do batalhão em Londrina um dia depois do comando da Polícia Militar (PM) assegurar que não substituiria os policiais militares do Gaeco até a institucionalização do órgão. “No documento, a justificativa era de que a determinação partiu do Comando Geral”, disse o promotor Cláudio Esteves na terça-feira (8).

Há quase um mês, o Decreto n.º 34, publicado em Diário Oficial, no dia 12 de janeiro, assinado pelo governador determinava a volta de todos os servidores públicos às suas lotações de origem, inclusive os 38 policiais militares e 20 policiais civis que trabalham no Gaeco do Paraná. Após a polêmica inicial, um novo decreto garantiu que a determinação anterior que previa o retorno dos policiais não incluía os servidores da segurança pública.

A decisão da saída dos policiais de Londrina surpreendeu todos os integrantes do grupo, inclusive o coordenador estadual do órgão, o procurador de Justiça Leonir Batisti. “Se os policiais forem substituídos haverá um atraso de um ano nos trabalhos do Gaeco”, afirma.

Revezamento - O promotor Cláudio Esteves disse que o Ministério Público (MP) não é contrário à possibilidade de revezamento de policiais nas investigações do Gaeco, já comentada pelo governador do Paraná.

Segundo ele, a ideia é que os policiais não permaneçam muito tempo nos cargos. "Queremos que [a substituição] aconteça de forma gradativa e não interfira nas investigações", afirmou.

Obesidade versus Desnutrição: duas faces do mesmo problema

MERCADO ÉTICO, 9 de fevereiro de 2010

No último dia 24 de janeiro foi entregue ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um documento elaborado pelo Grupo de Trabalho Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva (GT/ANSC), da Associação Nacional de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), com sugestões de medidas efetivas para o enfrentamento dos principais problemas alimentares e nutricionais que, atualmente, acometem a população brasileira. De acordo com o GT/ANSC, grupo composto por pesquisadores e militantes da área, provenientes de instituições acadêmicas e de pesquisa de todo o país, a iniciativa tem como objetivo fortalecer o processo de implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, que faz parte da Política Nacional de Saúde, a partir do diálogo entre atores sociais governamentais e não-governamentais, de forma transversal e inter-setorial. Em suas considerações, o documento ressalta o fato de o Brasil ainda possuir focos de desnutrição, principalmente em regiões como Norte e Nordeste, bolsões de pobreza em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, e entre povos indígenas e comunidades tradicionais, mesmo com um declínio favorável do problema nos últimos vinte anos, ao passo que, por outro lado, verifica-se um aumento progressivo do excesso de peso em homens e mulheres no país.

De acordo com o médico e professor do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), Carlos Augusto Monteiro, duas pesquisas domiciliares, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na primeira e segunda metade da década de 2000, evidenciaram o explosivo aumento da obesidade no Brasil. “Em apenas seis anos, entre 2003 e 2009, a frequência do excesso de peso em adolescentes aumentou 4 pontos percentuais entre as meninas (de 15% para 19%) e 5 pontos entre os meninos (de 17% para 22%). No mesmo período, o excesso de peso em adultos ganhou 7 pontos entre as mulheres (de 41% para 48%) e 9 pontos entre os homens (de 41% para 50%) “, afirma. O resultado disso, segundo Monteiro, que também é integrante do GT/ANSC, é que entramos na década de 2010 com um quinto dos adolescentes e metade dos adultos brasileiros apresentando excesso de peso.

No entanto, o que fica claro com a leitura deste documento é que tanto a questão da desnutrição quanto a do excesso de peso precisam ser tratadas como componentes de um mesmo espectro da alimentação e nutrição humana. Hoje, todavia, nota-se que há no país uma abordagem polarizada acerca desta questão, que tende a colocar a fome e a desnutrição como problemas inerentes à pobreza, e a obesidade como consequência oriunda do poder aquisitivo da população. Para os signatários do documento, esta abordagem é superficial e precisa ser desconstruída, visto que, do ponto de vista biológico, estudos comprovam que a desnutrição nos primeiros anos de vida aumenta o risco de excesso de peso na vida adulta, enquanto que, do ponto de vista econômico e social, a maior prevalência de excesso de peso em famílias de menor renda alinha-se a estratégias de consumo que privilegiam a compra de alimentos que proporcionem maior quantidade de calorias pelo menor preço – estes são os alimentos com pior qualidade nutricional, pois possuem grandes quantidades de sal, gordura e açúcar.


Obesidade versus Desnutrição:
duas faces do mesmo problema


Senador pagou testemunhas no caso Capiberibe

FOLHA.COM, 9 de fevereiro de 2010


Dois ex-funcionários de emissoras de rádio e TV da família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) disseram ao Ministério Público Federal do Amapá que o político comprou as duas principais testemunhas do processo que resultou na cassação dos mandatos de João e Janete Capiberibe (PSB).

Os depoimentos do jornalista Hélio José Nogueira Alves, ex-assessor de imprensa do senador, e da ex-secretária Veranilda Araújo Rodrigues, prestados na semana passada, reafirmam a versão do cinegrafista Roberval Coimbra Araújo, também ex-funcionário de Gilvam.

Em julho passado, Araújo disse que o senador o mandou oferecer a duas pessoas casa, carro e uma mesada de R$ 2.000 para dizerem à Justiça Eleitoral que receberam R$ 26 para votar no casal Capiberibe, em 2002.

Com base nos testemunhos de Maria de Nazaré Oliveira e Rosa Saraiva dos Santos, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou, em 2005 e 2006, os mandatos de Capiberibe e Janete no Senado e na Câmara, respectivamente.

Gilvam, que havia ficado em terceiro lugar, assumiu uma cadeira no Senado.

Em 2010, o casal se elegeu novamente, mas foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Gilvam, outra vez em terceiro, continuou no Senado. Ele e as duas testemunhas contestam a acusação.

No último dia 1º, o jornalista Hélio Alves disse, segundo a transcrição do depoimento, que "Rosa e Nazaré foram pagas para formalizar as denúncias de que teriam sido cooptadas para votar em João e Janete Capiberibe". À Folha Alves disse que não falou antes porque fazia parte do "grupo" de Gilvam.

A ex-secretária Veranilda Rodrigues disse que recebeu dinheiro de Geovane Borges, irmão do senador, para comprar as casas. A Procuradoria investiga o suposto crime de falso testemunho de Nazaré e Rosa.

Serra diz que salário mínimo de R$ 600 'é factível e importante'

O GLOBO, 9 de fevereiro de 2010


Hospedado no mesmo hotel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato derrotado do PSDB à Presidência José Serra criticou nesta quarta-feira a negociação do governo para reajuste do salário mínimo . Para ele, além de um aumento para R$ 600 deve ser corrigida a tabela do Imposto de Renda.

- Acho que as duas coisas deveriam ser feitas: um salário de R$ 600 e a correção da tabela (do Imposto de Renda). Não é possível transformar os trabalhadores em amortecedores de uma crise fiscal que foi provocada nos oito anos anteriores - afirmou.

Serra disse que o reajuste para R$ 600 é uma medida "factível e importante". Segundo ele, o PSDB vai trabalhar para que o aumento chegue a este patamar, proposto por ele durante a campanha eleitoral , e não aos R$ 545 como quer o governo.

- Um mínimo de R$ 600 é factível e importante, sobretudo numa época em que a inflação de alimentos está aumentando - disse ele, que participou de reunião da bancada na Câmara.

- A proposta é para termos um mínimo menos indecente do que é hoje - completou acrescentando que, se for convidado, irá ao Senado apresentar sua proposta para o novo mínimo, como sugeriu o senador Itamar Franco (PPS-MG) .

O governo vem endurecendo o discurso na negociação do mínimo. Na terça-feira, o Palácio do Planalto avisou aos parlamentares da base aliada que, caso seja feita qualquer modificação na proposta do governo, a diferença terá que ser compensada com um corte nas emendas individuais dos parlamentares .

A relação com as centrais sindicais, por sua vez, também é tensa. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), disse esperar que o governo não interrompa as negociações . Para ele, se o governo enviar ao Congresso uma proposta fixando o mínimo em R$ 545, isso significará o rompimento das negociações. A expectativa é que o projeto do mínimo passe na frente das dez medidas provisórias (MPs) que estão trancando a pauta do Congresso e seja votado já na semana que vem .

Ainda durante discurso na reunião da bancada, Serra pediu que a oposição trabalhe unida e fiscalize de perto o governo de Dilma Rousseff. Para ele, os parlamentares têm a função primordial de ir a público denunciar irregularidades.

- A oposição faz bem para o governo. Ela fiscaliza, denuncia erros, cobra promessas. Queremos uma oposição atuante e bem preparada - comentou.

Depois de aliados terem criticado o manifesto da Câmara em favor da recondução do deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) à frente da sigla, Serra encampou o discurso da unidade partidária. Durante a reunião ele sugeriu a criação do 11º mandamento para o PSDB.

- Tem que haver o 11º mandamento do PSDB, deve ser assim: não atacarás seus companheiros de partido para servir os adversários - disse Serra.

Congresso: sindicalistas protestam por mínimo de 580 reais

VEJA ONLINE, 9 de fevereiro de 2010

Manifestação ocorre no dia em que projeto com valor de 545 reais entra em pauta; trabalhadores estimam reunir 1.000 pessoas


Em resposta à pressão do governo federal, que anunciou ter encerrado as negociações em torno do salário mínimo, as centrais sindicais resolveram subir ainda mais o tom para tentar impedir a aprovação do valor de 545 reais. O Planalto anunciou que vai enviar um projeto de lei ao Congresso com a proposta, que deve ser votada na próxima terça-feira. Em reunião na manhã desta quarta, em São Paulo, os sindicalistas marcaram para a próxima semana duas manifestações em Brasília.

Representantes das centrais sindicais e de organizações sociais, como o Movimento dos Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) dizem que vão ocupar os corredores do Congresso Nacional na terça e na quarta-feiras, ao meio-dia, para tentar mobilizar os parlamentares a seu favor antes da votação. A estimativa dos trabalhadores é que 1.000 pessoas se dividam entre a ala das comissões e o salão verde, por onde deputados e senadores mais circulam, para fazer a abordagem de “sensibilização” sobre a necessidade de um salário mínimo maior que o pretendido pelo governo.

Enquanto os dois grandes atos não acontecem, os movimentos sindicais dos estados estão se mobilizando. Nesta quarta, em São Paulo, cerca de 15.000 metalúrgicos de 19 fábricas fizeram uma paralisação de duas horas e protestos na zona leste da capital pedindo o mínimo de 580 reais, o reajuste da remuneração de aposentados e a correção da tabela do imposto de renda. Ainda estão sendo estudadas possíveis manifestações de outras categorias para o fim desta e início da próxima semana.

Sem acordo - O embate entre governo e representantes das centrais começou a se acirrar na semana passada, quando sindicalistas saíram de uma reunião com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Trabalho, Carlos Lupi, esbravejando contra a política adotada pelo governo Dilma. Exigiam o valor de 580 reais para o mínimo e ganho real acima da inflação já em 2011. Governistas bateram o pé: o valor seria de 545 reais, respeitando o acordo firmado em 2007 sobre a política de valorização do salário, que determina ajuste referente à variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos mais a inflação do ano anterior.

Sem acordo, ambos os lados jogaram a disputa para o Congresso. O governo já anunciou que irá enviar um projeto de lei sobre o ajuste ainda nesta semana, para ser votado em sessão extraordinária na próxima terça-feira - uma clara manobra regimental para que Dilma passe no primeiro teste de força política no Parlamento. A base aliada já se manifestou a favor do projeto, com exceção do PDT, partido do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), presidente da Força Sindical. A oposição, por sua vez, resiste.


Tucanos da Câmara
brigarão por mínimo
de 600 reais

O PSDB da Câmara fechou questão: vai mesmo defender um salário mínimo de 600 reais, como defendeu, na campanha, o candidato tucano à Presidência, José Serra – que, a propósito, participou da reunião da bancada em que os parlamentares deliberaram sobre o assunto, nesta quarta-feira, em Brasília.

Os tucanos do Senado já haviam decidido brigar pelo mínimo de 600 reais. O PSDB corre o risco de ficar sozinho nesta empreitada: os próprios sindicalistas brigam pelo mínimo de 580 reais. O DEM está dividido, mas o líder do partido na Câmara, ACM Neto (DEM-BA), defende um mínimo de 565 reais. O governo continua insistindo nos 545.


Após reunião com Dilma, setor elétrico não esclarece apagão

FOLHA.COM, 9 de fevereiro de 2010


Após quase três horas de tensa reunião no gabinete da presidente Dilma Rousseff na noite desta terça-feira, em que ouviram cobranças duras a respeito do apagão de sexta-feira (4) no Nordeste, a cúpula do setor elétrico brasileiro saiu do encontro evitando qualquer tipo de relato da reunião.

Participaram da reunião, que tinha o objetivo de esclarecer a causa do apagão, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os presidentes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), Dilton da Conti Oliveira, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.

Na saída do Palácio do Planalto, apenas Hubner e Conti Oliveira tiveram algum contato com a imprensa, mas se recusaram a responder perguntas. Visivelmente tensos, eles não responderam nem mesmo se a presidente havia determinado demissões na área. Hubner disse apenas que "o processo não está concluído".

Os dois disseram que o "trabalho continuaria ainda hoje" em reunião com o ministro Lobão. Dilton da Conti Oliveira, que voltaria amanhã (9) para Recife, onde está sediada a Chesf, afirmou que permanecerá em Brasília.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou ontem que o apagão foi causado por uma falha no cartão de proteção da subestação de Luiz Gonzaga, entre Pernambuco e Bahia. No entanto, o que provocou a falha ainda não foi esclarecido. Zimmermann descartou que a falha tenha relação com eventuais problemas de manutenção da subestação.

Apagão - Sete Estados do Nordeste foram atingidos pelo apagão: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

O problema começou às 23h08 (0h08 em Brasília) de quinta-feira (3), e o fornecimento só foi plenamente restabelecido às 3h30 de sexta, quando a energia voltou em João Pessoa (PB).

Inca: País terá 500 mil novos casos de câncer este ano

ESTADÃO ONLINE, 9 de fevereiro de 2010

O dado indica um leve aumento em relação à previsão feita no ano passado pela entidade, de 489 mil casos


O Brasil deve registrar este ano 500 mil novos casos de câncer, segundo estimativa divulgada hoje pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O dado indica um leve aumento em relação à previsão feita no ano passado pela entidade, de 489 mil casos. A aceleração da ocorrência de casos da doença no País seria reflexo de uma tendência mundial, mas passou a ser registrada mais recentemente no Brasil devido ao envelhecimento da população e aos avanços no tratamento de doenças infecciosas, antigas causas mais frequentes de morte. Segundo o Inca, os gastos do Ministério da Saúde com o atendimento de pacientes com câncer cresceram 20% entre 2000 e 2007, atingindo R$ 1,4 bilhão. São custos que cobrem a internação de 500 mil pacientes por ano, além de 235 mil sessões de quimioterapia e 100 mil de radioterapia por mês.

"Estamos diante de um cenário provocado por progressos que permitiram o envelhecimento da população, mas que também proporcionaram hábitos como a alimentação inadequada e a falta de atividades físicas, por exemplo", alertou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini. "Esta situação requer preocupações e ações específicas de toda a sociedade." Durante um evento que marcou o Dia Mundial do Câncer, na sede do Inca, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o novo governo pretende ampliar o acesso ao tratamento de câncer na rede pública e intensificar o controle de qualidade de exames preventivos, com o objetivo de impedir erros de diagnóstico.

Detecção precoce

Além do estabelecimento de convênios com a indústria farmacêutica para reduzir os preços de medicamentos, como alguns remédios indicados para o combate à leucemia, Padilha destacou que há um esforço para proporcionar a detecção precoce de alguns tipos da doença. Para evitar diagnósticos falhos, o Ministério pretende criar uma rede de monitoramento de 1.300 equipamentos usados para identificação do câncer de mama. "Nós vamos criar um grande programa nacional de avaliação da qualidade dos exames de mamografia, para que as análises realizadas no Brasil tenham a qualidade necessária", afirmou Padilha.

Em parceria com o Inca, o Ministério da Saúde também quer avaliar a qualidade de exames que detectam o câncer de colo uterino para ajudar municípios em que o índice de diagnósticos falhos chega a 50%, devido ao uso de equipamentos degradados ou material inadequado. "Fazer exames de má qualidade ou má interpretação é pior que não fazer exame nenhum, pois desvia a atenção do médico e do paciente", avaliou Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do Ministério.

Alerta - O Inca e o Ministério da Saúde lançaram um alerta para a necessidade de prevenir outras doenças crônicas, como a diabetes doenças cardiovasculares e respiratórias. Um documento apresentado hoje aponta que, ao lado do câncer, essas doenças consomem mais de 70% dos gastos com atendimento e tratamento proporcionados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e são responsáveis por 67% das mortes registradas no País.


Maioria dos homens
só vai ao médico
quando fica doente

Um levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, aponta que 60% dos 2,8 mil pacientes que são atendidos por mês na unidade apresentam algum tipo de patologia, mas não têm conhecimento da doença.

Entre os pacientes atendidos no centro, aproximadamente 250 passam por alguma cirurgia, seja para a retirada de cálculos renais ou para operar a próstata. Na maioria dos casos, um diagnóstico obtido mais cedo permitiria que o paciente evitasse a intervenção cirúrgica, se tratando apenas com medicamentos.

O problema, segundo a secretaria, é que grande parte dos homens procura o médico somente após sentir fortes dores. “Eles se consideram super-homens e acham que vir ao consultório é sinônimo de fraqueza, mas as consultas de rotina são capazes de evitar desde as doenças comuns, como o crescimento benigno da próstata, até as mais graves, como câncer”, explica o médico responsável pelo serviço de Urologia, Joaquim Claro. Ele ressalta que, após os 40 anos, o homem precisa comparecer ao médico pelo menos uma vez ao ano. "A prevenção é fundamental para se viver mais e melhor”.


Falta de médicos é o principal problema do SUS, mostra Ipea

G1, 9 de fevereiro de 2010

Instituto ouviu 2.773 pessoas sobre a percepção dos serviços de saúde. Em relação aos planos de saúde, preço da mensalidade é o maior problema


A falta de médicos é o principal problema do Sistema Único de Saúde (SUS), mostra estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgada nesta quarta-feira (9) sobre a percepção da população sobre serviços de saúde. O instituto ouviu 2.773 pessoas de todas as regiões do país entre os dias 3 e 19 de novembro passado.

De acordo com o Ipea, 57,9% dos entrevistados que usaram ou acompanharam familiares para atendimento no sistema público de saúde nos 12 meses anteriores à pesquisa apontaram a falta de médicos como o problema mais grave do SUS. Dentre os que não utilizaram o sistema público, a falta de médicos foi apontada como principal problema por 58,8%.

Para 35,9% das pessoas que utilizaram o SUS, a demora no atendimento é o segundo maior problema da rede pública (32,8% para os que não utilizaram o serviço), seguido da demora para conseguir uma consulta com especialista – 34,9% dos que utilizaram ou acompanharam familiares, contra 28,9% que não utilizaram o sistema público de saúde.

Na outra ponta, os principais pontos positivos do SUS apontados por usuários e não usuários foi a universalidade do atendimento – para mais da metade dos entrevistados (53,2% dos que utilizam o sistema e 50,1% dos que não utilizam), essa é a principal vantagem da rede pública de saúde.

A igualdade no atendimento é apontada como o segundo ponto mais positivo do SUS (48,9% dos que usam o sistema e 43,7% dos que não utilizam), à frente da distribuição gratuita de medicamentos, considerada o terceiro ponto mais positivo para 33,4% dos entrevistados que utilizam o sistema e para 30,1% dos que não utilizam.

Planos de saúde - Dos entrevistados que têm ou tiveram um plano de saúde, a rapidez para a realização de consulta ou exame é apontada como o principal motivo para aderirem à saúde suplementar (40%). O segundo motivo mais apontado para se ter um plano de saúde privado é o fornecimento gratuito do benefício pelo empregador (29,2%).

Os principais problemas relacionados aos planos de saúde são o preço das mensalidades (39,8% das respostas), não haver cobertura para algumas doenças ou procedimentos (35,2%) e o fato de às vezes o plano não pagar o tratamento necessário (21,9%).

Inflação é a maior desde 2005 e ministro da Fazenda teme pessimismo

O ESTADO DE S. PAULO, 9 de fevereiro de 2010

Alimentação, bebidas e transportes foram os vilões da alta e contribuíram com 0,56 ponto porcentual do IPCA, causando 67% da taxa de janeiro


A inflação do IPCA, o índice oficial do sistema de metas, ficou em 0,83% em janeiro, o maior resultado (junto com o de novembro de 2010) desde abril de 2005, quando foi de 0,87%. O IPCA em 12 meses subiu de 5,91%, até dezembro, para 5,99%, até janeiro.

Agora, segundo analistas, é possível que a inflação em 12 meses ultrapasse o teto da margem de tolerância do sistema de metas, de 6,5%, em meados de 2011. Trazer o IPCA de volta a 4,5%, o centro da meta, no fim deste ano é considerado virtualmente impossível, e parte expressiva do mercado já aposta que isso não ocorrerá nem em 2012.

Em janeiro, o IPCA foi puxado pelos itens alimentação e bebidas, que tiveram alta de 1,16%, e transportes, com 1,55%. Esses dois itens contribuíram com 0,56 ponto porcentual do IPCA de 0,83% de janeiro, causando, portanto, 67% da inflação do mês. O maior impacto veio do aumento de 4,13% nas tarifas dos ônibus urbanos, puxado pelas altas em São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

No caso de alimentação e bebidas, houve um recuo em janeiro em relação à alta de 1,32% em dezembro. Felipe Tâmega, economista-chefe do grupo Modal, nota que o complexo carne, e em especial a carne de porco, está contribuindo para conter a alta dos alimentos.

Alimentos. A maior alta da alimentação, de 1,86%, ocorreu na região metropolitana do Rio de Janeiro, por causas das chuvas que provocaram estragos nas lavouras da região serrana. Alguns aumentos expressivos no IPCA de janeiro foram o do tomate, com 27,1%, cenoura (22,32%) e hortaliças (15,57%).

Tatiana Pinheiro, economista do Santander, diz que não se deve superestimar o papel dos alimentos na inflação de janeiro. Ela nota que, em novembro, quando o IPCA também foi de 0,83%, os alimentos subiram 2,22% - bem mais, portanto, do que a alta de 1,16% de janeiro. Além disso, o índice de difusão (o porcentual de itens do índice que tiveram aumento de preços) foi de 67,6% em janeiro, excluindo-se a alimentação. Quando ela é incluída, a diferença é pouca e o índice de difusão vai para 69,3%. Em agosto, em ambos os casos, o índice estava em torno de 48%: "Isso corrobora que é um movimento generalizado, fruto da atividade econômica aquecida, dos aumentos reais de salário em função do mercado de trabalho apertado, da indexação de serviços e do aumento internacional das commodities".

Segundos os cálculos realizados por Ariadne Vitoriano, da Rosenberg & Associados, o núcleo do IPCA que exclui alimentos com preços voláteis e combustíveis subiu 0,76% em janeiro. Outros tipos de núcleos variaram entre 0,54% e 0,8%.

Em fevereiro, quando a inflação esperada pelo mercado já está na faixa de 0,8% a 0,9%, a expectativa é que o grande vilão seja a educação, com a alta sazonal de matrículas e mensalidades.

A inflação gregoriana é agravada pela indexação

O ESTADO DE S. PAULO, 9 de fevereiro de 2010


O IPCA de janeiro aumentou 0,83%, ante 0,63% no mês anterior, e o INPC, calculado para as famílias cuja renda vai de 1 até 6 salários mínimos (o IPCA inclui renda familiar de até 40 salários mínimos), subiu 0,94% no mesmo período, ante 0,60% em dezembro, indicando que as famílias mais pobres sofreram uma inflação maior. A indagação é se se trata de alta gregoriana dos preços.

O setor que mais pesou no IPCA foi alimentação e bebidas, com alta menor do que no mês anterior, causada mais pelas chuvas, do que por um fator sazonal - seria uma inflação "do chuchu": 88,17%, mas com peso insignificante (0,05%). Os reajustes normais de janeiro são dos transportes e da habitação, o que nos leva a pensar que existe um problema de indexação, incompatível com o controle de inflação e que, infelizmente, continua, por exemplo, na fixação do salário mínimo, hoje em discussão.

Caberia extinguir esses reajustes de início do ano nos transportes e nas comunicações. Um outro reajuste gregoriano é na educação, que tem dois tempos: na fixação da mensalidade das escolas privadas e na compra de material escolar, que deverá pesar mais em fevereiro. No caso do reajuste das mensalidades, seria fácil, pelo menos em São Paulo, reduzir seu impacto estabelecendo que o reajuste dos professores seria em dezembro, e não em março do ano seguinte, o que leva as escolas, que ignoram qual será o reajuste dos professores (e é 80% dos gastos), a estimar uma margem elevada para enfrentar um aumento bem acima da inflação. Na compra de material escolar seria útil não mudar os livros a cada ano, permitindo que os alunos que sobem de série possam vender seus livros aos que os sucederem.

O coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros, considera, à luz dos resultados de janeiro, que a meta de 4,5% neste ano é inatingível. Ele tem consciência de que os preços dos serviços se alimentam com certa largueza da alta das mercadorias comercializadas, superando os aumentos dessas, e que, além disso, a margem tolerada para a meta da inflação é excessiva, representando quase um convite para ser ultrapassada.

Pode-se temer que em fevereiro a alta dos preços seja maior que em janeiro, levando em conta que a inflação gregoriana continuará a se fazer sentir, pois o aumento dos preços no atacado deverá estar incluído nos do varejo. Ao governo caberia promover um debate interno sobre até que ponto a indexação, comum em nossa economia, alimenta a inflação.