INSTITUTO AME CIDADE, 25 de junho de 2010
Por problemas de superfaturamento a prefeitura de Londrina suspendeu a reforma que vem fazendo no Calçadão da cidade desde o ano passado. O Observatório de Gestão Pública de Londrina (OGPL), organização londrinense que vem monitorando licitações públicas na cidade desde o início deste ano constatou diferença de preços que no total chegam a 617,55% a mais do que a cotação de mercado.
A obra do calçadão de Londrina é feita pela Visatec, empresa de propriedade de um irmão do ex-deputado José Janene, da alta cúpula do Partido Progressista, o PP. A empresa não disponibiliza em seu site da internet sua composição societária.
O OGPL pesquisou três itens com suspeita de superfaturamento, distribuídos da seguinte maneira na obra: 18 bancos, 14 lixeiras e 29 grelhas de concreto para as árvores.
A prefeitura cotou o banco de concreto a R$ 1.812,50 a unidade; na primeira fase da licitação, a Visatec, deu o preço de R$ 1.517,19. Mas no mercado, segundo o OGPL, esses bancos custam no máximo R$ 350, podendo ser encontrados até por R$ 200.
As lixeiras na cotação da prefeitura ficaram em R$ 937,50 cada uma e a Visatec cobrou R$ 714,48. No mercado o preços fica entre R$ 200 e R$ 438.
Já a grelha na cotação da prefeitura ficou em R$ 1.031. A Visatec cobrou R$ 953,04. Segundo o OGPL, o preço de mercado varia entre R$ 142 e R$ 420.
A obra suspeita de superfaturamento é de substituição de todo o antigo Calçadão da cidade, originalmente construído na década de 70, e sofreu muitas críticas, principalmente com o argumento de que está havendo a destruição de um espaço central do município que pode ser considerado patrimônio histórico londrinense. O resultado final de um trecho concluído também não agradou no aspecto técnico e visual uma parte considerável da opinião pública.
O Calçadão de Londrina é exatamente igual ao que foi construído recentemente em Cornélio Procópio, com o mesmo tipo de grelhas e bancos e o piso em “paver”, sistema de peças intertravadas que tem sido utilizado em várias cidades brasileiras.
A construção do Calçadão de Cornélio Procópio, que é de apenas uma quadra, causou muitos problemas para a população pela demora na execução. A obra levou quase um ano para ser concluída e teve problemas variados, inclusive de falta de pagamento de operários.
A avaliação pública dos números do projeto e da execução do Calçadão é totalmente impossibilitado pelo gabinete do prefeito Amin Hannouche (PP), que não permite o acesso à documentação legal sobre os custos desta obra, assim como fazem com qualquer outra informação referente à obras e serviços da Prefeitura.
O Instituto Ame Cidade já tentou obter informações sobre o Calçadão e como isso foi negado pelas vias normais, o pedido foi encaminhado pela via jurídica.
Esta falta de transparência da Prefeitura acaba criando um clima de suspeição nesta e em outras obras desta administração, até porque a empreiteira responsável pela complicada execução do Calçadão, a ILB Construtora, tem um volume grande de obras na cidade. Desde agosto de 2008, só pelo que temos conhecimento, a empresa é responsável por obras que atingem cifras de aproximadamente R$ 4 milhões de reais.
Entre outras, a empresa é responsável pela construção do Clube do Povo (R$ 1.074.333,30) e do Frigorífico do Peixe (R$ 975.813,20), projetos que incluem dinheiro federal. Além disso a ILB também assumiu obras municipais que eram da Construtora São José RR Ltda.
Um fato curioso nesta incorporação de obras é que o representante legal das duas empresas é a mesma pessoa, Ivan Luís Bruxel. A empresa também apresenta graves incompatibilidades com os serviços que ganhou em licitação da prefeitura.
A ILB Construções foi aberta por Bruxel em Porto alegre em agosto de 2007 e transferida para Cornélio Procópio no final de 2009. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Inscrição Estadual, a atividade principal da empresa é a fabricação de artefatos de cimento para uso na construção.
Antes de ganhar as licitações da prefeitura de Cornélio Procópio, Ivan Luís Bruxel, nunca teve qualquer ligação com o Paraná. Ele é do Rio Grande do Sul, onde tentou fazer carreira política como candidato a vereador em Porto Alegre em 204 e em 2008, mas não foi eleito nas duas vezes. Coincidentemente, ele é do mesmo partido do prefeito Amin Hannouche. Em Porto Alegre, Bruxel faz parte do diretório municipal do PP.
Em Cornélio Procópio, durante as complicações na construção do Calçadão, Bruxel foi protagonista de um estranho episódio que rendeu até boletim de ocorrência policial.
Segundo sua denúncia para a polícia, ele foi rendido por dois armados em um quarto de hotel onde estava hospedado e sob ameaças teve que assinar vários papéis em branco, além de ter sido obrigado a engolir remédios sedativos.
Em entrevista à Rádio Cornélio, Bruxel não desconsiderou a possibilidade de que as ameaças que sofreu dos dois pistoleiros tenham relação com as obras públicas municipais sob sua responsabilidade em Cornélio Procópio. Na conversa com os jornalistas da rádio, ele finalizou a entrevista com a seguinte frase: “Não é fácil a coisa aqui [em Cornélio]. Quando conserta uma coisa, estraga outra”.
Por problemas de superfaturamento a prefeitura de Londrina suspendeu a reforma que vem fazendo no Calçadão da cidade desde o ano passado. O Observatório de Gestão Pública de Londrina (OGPL), organização londrinense que vem monitorando licitações públicas na cidade desde o início deste ano constatou diferença de preços que no total chegam a 617,55% a mais do que a cotação de mercado.
A obra do calçadão de Londrina é feita pela Visatec, empresa de propriedade de um irmão do ex-deputado José Janene, da alta cúpula do Partido Progressista, o PP. A empresa não disponibiliza em seu site da internet sua composição societária.
O OGPL pesquisou três itens com suspeita de superfaturamento, distribuídos da seguinte maneira na obra: 18 bancos, 14 lixeiras e 29 grelhas de concreto para as árvores.
A prefeitura cotou o banco de concreto a R$ 1.812,50 a unidade; na primeira fase da licitação, a Visatec, deu o preço de R$ 1.517,19. Mas no mercado, segundo o OGPL, esses bancos custam no máximo R$ 350, podendo ser encontrados até por R$ 200.
As lixeiras na cotação da prefeitura ficaram em R$ 937,50 cada uma e a Visatec cobrou R$ 714,48. No mercado o preços fica entre R$ 200 e R$ 438.
Já a grelha na cotação da prefeitura ficou em R$ 1.031. A Visatec cobrou R$ 953,04. Segundo o OGPL, o preço de mercado varia entre R$ 142 e R$ 420.
A obra suspeita de superfaturamento é de substituição de todo o antigo Calçadão da cidade, originalmente construído na década de 70, e sofreu muitas críticas, principalmente com o argumento de que está havendo a destruição de um espaço central do município que pode ser considerado patrimônio histórico londrinense. O resultado final de um trecho concluído também não agradou no aspecto técnico e visual uma parte considerável da opinião pública.
O Calçadão de Londrina é exatamente igual ao que foi construído recentemente em Cornélio Procópio, com o mesmo tipo de grelhas e bancos e o piso em “paver”, sistema de peças intertravadas que tem sido utilizado em várias cidades brasileiras.
A construção do Calçadão de Cornélio Procópio, que é de apenas uma quadra, causou muitos problemas para a população pela demora na execução. A obra levou quase um ano para ser concluída e teve problemas variados, inclusive de falta de pagamento de operários.
A avaliação pública dos números do projeto e da execução do Calçadão é totalmente impossibilitado pelo gabinete do prefeito Amin Hannouche (PP), que não permite o acesso à documentação legal sobre os custos desta obra, assim como fazem com qualquer outra informação referente à obras e serviços da Prefeitura.
O Instituto Ame Cidade já tentou obter informações sobre o Calçadão e como isso foi negado pelas vias normais, o pedido foi encaminhado pela via jurídica.
Esta falta de transparência da Prefeitura acaba criando um clima de suspeição nesta e em outras obras desta administração, até porque a empreiteira responsável pela complicada execução do Calçadão, a ILB Construtora, tem um volume grande de obras na cidade. Desde agosto de 2008, só pelo que temos conhecimento, a empresa é responsável por obras que atingem cifras de aproximadamente R$ 4 milhões de reais.
Entre outras, a empresa é responsável pela construção do Clube do Povo (R$ 1.074.333,30) e do Frigorífico do Peixe (R$ 975.813,20), projetos que incluem dinheiro federal. Além disso a ILB também assumiu obras municipais que eram da Construtora São José RR Ltda.
Um fato curioso nesta incorporação de obras é que o representante legal das duas empresas é a mesma pessoa, Ivan Luís Bruxel. A empresa também apresenta graves incompatibilidades com os serviços que ganhou em licitação da prefeitura.
A ILB Construções foi aberta por Bruxel em Porto alegre em agosto de 2007 e transferida para Cornélio Procópio no final de 2009. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Inscrição Estadual, a atividade principal da empresa é a fabricação de artefatos de cimento para uso na construção.
Antes de ganhar as licitações da prefeitura de Cornélio Procópio, Ivan Luís Bruxel, nunca teve qualquer ligação com o Paraná. Ele é do Rio Grande do Sul, onde tentou fazer carreira política como candidato a vereador em Porto Alegre em 204 e em 2008, mas não foi eleito nas duas vezes. Coincidentemente, ele é do mesmo partido do prefeito Amin Hannouche. Em Porto Alegre, Bruxel faz parte do diretório municipal do PP.
Em Cornélio Procópio, durante as complicações na construção do Calçadão, Bruxel foi protagonista de um estranho episódio que rendeu até boletim de ocorrência policial.
Segundo sua denúncia para a polícia, ele foi rendido por dois armados em um quarto de hotel onde estava hospedado e sob ameaças teve que assinar vários papéis em branco, além de ter sido obrigado a engolir remédios sedativos.
Em entrevista à Rádio Cornélio, Bruxel não desconsiderou a possibilidade de que as ameaças que sofreu dos dois pistoleiros tenham relação com as obras públicas municipais sob sua responsabilidade em Cornélio Procópio. Na conversa com os jornalistas da rádio, ele finalizou a entrevista com a seguinte frase: “Não é fácil a coisa aqui [em Cornélio]. Quando conserta uma coisa, estraga outra”.