terça-feira, 25 de outubro de 2011

Presidente da Câmara de Guarapuava é preso em flagrante por se apropriar de parte de salários de servidor

INSTITUTO AME CIDADE, 25 de outubro de 2011


O vereador Admir Strechar (PMDB) foi preso na tarde desta terça-feira em Guarapuava acusado de se apropriar de parte dos salários de um funcionário da Câmara Municipal. Strechar é presidente da Casa e foi preso em flagrante pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A prisão foi feita no gabinete da presidência da Câmara no momento em que o vereador recebia parte dos vencimentos do servidor. Existem evidências de que o presidente da Câmara de Guarapuava obrigava também outros funcionários a repassar para ele parte de seus salários.

Segundo o blog Lobo Notícias, de Guarapuava, Strechar já havia passado por três outras ações judiciais, uma por furto de sinal de TV a cabo, outra por inclusão de dados inverídicos no sistema do Detran e a terceira por sonegação fiscal. Veja ao lado imagem extraída do blog que mostra o momento da prisão. O blog citado disponibiliza também imagens em vídeo da prisão em flagrante.

Em entrevista ao jornalista Roberto Lobo, responsável pelo blog, o promotor Claudio Cortesia disse que o Gaeco foi procurado por um funcionário que já não suportava mais ser forçado a dividir seu salário com o presidente da Câmara e por isso pedia a ajuda do Ministério Público. Conforme apurou o Gaeco, isso ocorre desde 2009.

No momento da prisão, Strechar estava com R$ 12 mil em dinheiro, sendo R$ 1 mil da parcela que ele acabara de receber do funcionário que fez a queixa ao MP. Ele também estava com holerites de outros servidores, o que fortalece a possibilidade aventada pelo Gaeco de que o esquema atingia também outros servidores. Segundo o promotor, é no mínimo estranho um presidente de Câmara andar com holerites dos funcionários e remunerá-los pessoalmente”.

O Gaeco informou que o esquema funcionava desde 2009 e era articulado pelo próprio presidente da Câmara, que fazia pessoalmente o pagamento de salários em cheque para o servidor, que depois repassava a ele em dinheiro o equivalente a metade dos vencimentos.

Foram apreendidos vários materiais, inclusive computadores, em todas as dependências da Câmara e também na residência do vereador que foi levado preso. O Gaeco informou que por enquanto o único alvo da operação foi o presidente da Câmara. Strechar vai responder por peculato e, como tem foro provilegiado, foi detido em prisão especial.