quarta-feira, 13 de abril de 2011

A pornografia na política vai muito além de um filme erótico

INSTITUTO AME CIDADE, 13 de abril de 2011


Falando a propósito do ex-ator de filme erótico que foi demitido da diretoria regional do IAP em Cascavel, apontamos ontem aqui no blog que, independente do que pode haver de constrangimento no passado de um gestor público, o que o caso revelava era a falta de uma avaliação séria sobre a capacidade técnica de muitos que são nomeados para um cargo público.

Os desdobramentos da demissão do ex-ator acabaram revelando a ausência de qualquer critério técnico para sua escolha para um cargo comissionado. O próprio Pagliosa confessou aos jornalistas que o cargo foi uma recompensa por ele ter trabalhado nas campanhas do deputado Adelino Ribeiro (PSL) e do governador Beto Richa (PSDB).

Hoje o jornal Gazeta do Povo trouxe uma boa matéria sobre o assunto, que pode ser lida em nosso clipping. É uma reportagem que toca na mesma questão de que falamos aqui ontem sobre a falta de avaliação da qualificação profissional dos comissionados, que muitas vezes são nomeados apenas como uma gratificação por serviços prestados durante as eleições.

Dessa forma, cargos importantes e até mesmo vitais no bom desempenho da administração pública se tornam moeda de troca para o uso dos políticos. Mas este uso politiqueiro do dinheiro público não é o único desvio praticado na administração pública no Brasil. Os cargos são usados também para acolher parentes e agregados, com bons salários e poder para irmãos, filhos, noras, esposa e até para amantes.

Na reportagem da Gazeta do Povo, o professor de Ética e Filosofia Roberto Romano, da Universidade de Campinas, faz uma boa observação sobre a "situação de desconforto" que o ex-ator de filme erótico trouxe ao governo. “A qualificação que mais conta é ser um bom cabo eleitoral" disse o professor. "Pornográfica mesmo é essa prática dos políticos, não esse ou aquele filme”.

Para ler a matéria da Gazeta do Povo, clique aqui.

Quem te viu, que te vê





Certamente seria chamado de maluco quem afirmasse que veríamos um dia os ex-governadores e atuais senadores Roberto Requião e Alvaro Dias num convívio tão próximo. O interessante flagrante foi captado esta semana em Brasília pelo fotógrafo Cadu Gomes e publicado no blog Conexão Brasília, de André Gonçalves, no site da Gazeta do Povo.

Os senadores se divertem com algo no notebook do tucano, completamente esquecidos das rusgas históricas entre os dois, daqueles embates nos quais não faltaram palavras muito duras e acusações mútuas de fazer do horário eleitoral uma atração no nível dos programas de baixaria da televisão brasileira.

Longe de qualquer cidadão não querer que os políticos tenham uma convivência civilizada na Casa em que os eleitores os colocaram pelo voto, mas não há como não estranhar tanto calor entre duas personalidades que sempre acenderam paixões extremadas e pra lá de conturbadas nas eleições que disputaram como adversários nas últimas duas décadas, em campanhas que muitas vezes parecia uma guerra onde o inimigo tem que ser exterminado a qualquer custo.