quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Prefeitura de Cornélio Procópio confirma: SAMU vai ficar em prédio de família de vereador aliado do prefeito

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de agosto de 2011


Está confirmado: a prefeitura de Cornélio Procópio já alugou o prédio que pertence à esposa de um vereador aliado do prefeito Amin Hannouche (PP) para a instalação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A informação foi transmitida pela assessoria de imprensa do prefeito e está disponível no site da prefeitura.

A secretária municipal de Saúde, Alexsandra Mariucci, afirma que o SAMU vai ficar no prédio da família do vereador Helvécio Alves Badaró (PTB) até ficar pronto o prédio próprio previsto para ser construído ao lado do Tiro de Guerra. Segundo a notícia do site da prefeitura, "as obras do SAMU estão em fase de licitação" e devem "estar prontas em 8 ou 10 meses". Esta incrível imprecisão no prazo é bem própria do estilo administrativo do prefeito Hannouche, com sua notória dificuldade em tocar obras.

Informa ainda a Prefeitura que para ser usado pelo SAMU o prédio da família do vereador do grupo do prefeito Hannouche ainda precisa ser vistoriado pelo Ministério da Saúde.


Ambulâncias foram usadas
na cidade até para desfile
em período de eleição
A instalação do SAMU em Cornélio Procópio é mais uma história que vem se arrastando há bastante tempo na cidade, cuja população sofre demais com a incapacidade administrativa do prefeito. O SAMU também foi objeto de vergonhosa exploração eleitoral nas eleições passadas.

No ano passado, pouco antes das eleições, as ambulâncias do SAMU desfilaram pelas ruas de Cornélio Procópio, com candidatos acompanhando o prefeito Hannouche na parada eleitoreira. Veja ao lado uma foto desta eleição, com o prefeito Hannouche e vereadores acompanhando o candidato a deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB). Hannouche está à direita, Romanelli no centro e o vereador Badaró é o primeiro à esquerda.


Entrega do serviço de saúde
segue a agenda de atrasos de
tantas obras do prefeito
Além de promessa usada eleitoralmente, o SAMU também tem sido alvo das constantes mudanças de prazo que sofrem as promessas feitas pelo prefeito. São várias as obras desta administração que mudam de prazo de conclusão o tempo todo. Isso sem falar naquelas que são prometidas e nem começam a ser feitas.

É um estilo político: muitas promessas são deixadas para trás e as que começam levam muito tempo para serem terminadas. Um exemplo deste lamentável estilo administrativo é o Calçadão da cidade, que teve seu prazo de conclusão mudado muitas vezes e infernizou a vida na cidade, tornando-se um símbolo da inoperância desta administração.

O Calçadão começou a ser construído em agosto de 2009 e o próprio prefeito Hannouche anunciou que a obra estaria pronta para o uso da população em três meses. Pois o Calçadão só foi inaugurado em junho de 2010 e mesmo assim com a falta de muitos acabamentos, que foram sendo feitos depois de cortada a fita inaugural. E isso não aconteceu só com esta obra: ainda hoje a cidade espera a conclusão de obras prometidas nas eleições passadas e que vem sendo tocadas há mais de dois anos.

E toda a atrapalhação na instalação do SAMU segue a mesma toada da incapacidade administrativa que o procopense está cansado de suportar. Em outubro do ano passado, poucos dias antes da eleição, o prefeito Hannouche anunciou que o atendimento seria iniciado em 90 dias. Já estamos em agosto de 2011 e agora vem o anúncio de que o atendimento começará em setembro. O prazo se alongou para onze meses — mais de 300 dias e não os 90 dias da promessa.

E o local escolhido para sediar o serviço médico é o prédio da família de um vereador próximo do prefeito, o que fere qualquer preceito moral e atenta até contra a Constituição.

E mesmo se excluirmos a grave questão moral do local escolhido para a instalação do SAMU, é difícil acreditar que em setembro o prédio já estará pronto para um atendimento com a mínima qualidade exigida por este tipo de serviço. As fotos que publicamos aqui no blog do Instituto Ame Cidade revelam que mesmo que não fosse uma escolha discutível moralmente, o prédio escolhido é inadequado para o SAMU.

Em Londrina, CEI da Câmara Municipal confirma o uso de notas frias em esquema denunciado na secretaria de saúde

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de agosto de 2011


A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga os contratos entre a prefeitura de Londrina e os Institutos Gálatas e Atlântico ouviu ontem dois empresários que prestavam serviços na área de saúde da cidade. Um dos empresários confirmou o fornecimento de notas frias e superfaturadas a pedido do Instituto Atlântico, que prestava serviços para a prefeitura.

A CEI na Câmara de Londrina foi instalada depois da investigação da Polícia Federal que encontrou um esquema de corrupção no setor municipal de saúde. A PF concluiu que o Centro Integrado de Apoio Profissional (CIAP) teria desviado R$ 300 milhões de verbas federais ligadas a área da saúde. O CIAP gerenciava em Londrina quatro contratos: Samu, Programa Saúde da Família, Policlínicas e Agentes de Endemias.

Em junho do ano passado o presidente, diretores e funcionários da entidade foram presos. 21 pessoas foram denunciadas criminalmente por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

Após a conclusão da CEI, os vereadores de Londrina podem pedir a abertura de uma uma Comissão Processante contra o prefeito Barbosa Neto (PDT).

O uso de notas frias para encobrir desvios de dinheiro público tem sido comum em irregularidades encontradas em vários municípios pelo país afora. O problema é que em certas cidades os vereadores não se preocupam nem um pouco em cumprir o dever constitucional de fiscalizar com rigor os gastos públicos efetuados pelo prefeito.