terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ameaçada pelo crime, a população de Cornélio Procópio espera as ações da Prefeitura

INSTITUTO AME CIDADE, 2 de fevereiro de 2010


A polícia de Cornélio Procópio prendeu em Londrina dois suspeitos da morte do professor Benedito Fernandes Torres. Os acusados, Jonathan Pereira dos Santos, de 25 anos, e Pedro Henrique Pereira dos Santos, 20, aparecem nas gravações feitas pelo sistema de segurança da casa da vítima e, segundo a polícia, um deles já confessou sua participação no crime.

O corpo do professor foi encontrado em sua casa no último dia 14, com indícios de que sua morte teria ocorrido dias antes da descoberta do crime. O professor Benedito, de 63 anos, era uma pessoa bastante respeitada em razão de sua dedicação à educação. Ele foi professor do Colégio Castro Alves, um dos mais tradicionais de Cornélio Procópio e atualmente atuava no Núcleo Regional de Ensino (NRE).

A morte do professor foi um dos crimes que chocaram a cidade, que teve nos últimos meses um crescimento impressionante de atos criminosos como assaltos à mão armada, roubos de residências e até de homicídios, que hoje alcançam uma taxa que nunca se viu na região. Nos últimos 40 dias já foram mortas sete pessoas. A insegurança atinge também a área rural, com o roubo de tratores e outros maquinários agrícolas.

A população tem cobrado da Prefeitura mais ação na proteção do patrimônio e da vida dos procopenses e também de medidas preventivas para conter a violência, mas pelo que se vê, até em outras áreas o desempenho desta administração tem é agravado a insegurança no município.

Nesta semana, o jornalismo da Rádio Cornélio, a emissora de maior audiência na cidade, apurou que uma das obras inacabadas da Prefeitura já começa a atrair criminosos. Segundo a emissora procopense, o “Clube do Povo”, obra iniciada no ano passado pelo prefeito Amin Hannouche e que segue em ritmo bastante lento, tornou-se um ponto de tráfico de drogas e prostituição.

Por graves dificuldades de gestão, a atual administração não tem conseguido cumprir prazo algum em várias construções que seguem em ritmo lento ou acabam ficando paradas, dando à cidade em várias regiões um ar de abandono. O problema ocorre inclusive na região central do município. O exemplo mais destacado da falta de capacidade administrativa é a construção do novo Calçadão, que infernizou a vida de comerciantes e da população durante meses e até agora não foi finalizado.

Também a falta de manutenção em diversos bens públicos tem contribuído para aumentar a insegurança urbana, atingindo até locais que já foram um cartão postal da cidade, como a antiga Estação Ferroviária, que há alguns anos foi totalmente restaurada e transformada em museu. Hoje este patrimônio histórico tornou-se um lugar inseguro, principalmente no horário noturno.

Em novembro do ano passado o prefeito Amin Hannouche prometeu em reportagens que saíram em vários veículos que já no início de janeiro a cidade contaria com uma “Secretaria Antidrogas”.

Na ocasião, falando ao jornal Folha de Londrina, Amin Hannouche afirmou que Cornélio Procópio "é uma das cidades mais seguras do Paraná" e que a Prefeitura mantinha "um trabalho preventivo". Nesta reportagem, o prefeito garantiu que em janeiro a nova secretaria dedicada à segurança pública já estaria pronta.

No entanto, até o momento não existe nem sequer esboço do Projeto de Lei que é obrigatório para a criação deste novo órgão.