O ESTADO DE S. PAULO, 3 de fevereiro de 2011
Cria política do ex-presidente da Casa, deputado Eduardo da Fonte emprega em seu gabinete funcionária envolvida no caso do mensalinho, em 2005
Uma cria política de Severino Cavalcanti é o novo corregedor da Câmara dos Deputados. Eleito anteontem para o cargo, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu, entrou na política como assessor de Severino, que renunciou à Presidência da Casa em 2005 em meio a um escândalo de pagamento de propina.
O novo corregedor emprega em seu gabinete a funcionária Gabriela Kênia Martins. Ela também trabalhou para Severino e ficou conhecida por receber, nominalmente, um cheque de R$ 7,5 mil do chamado "mensalinho" pago ao ex-patrão por Sebastião Buani, dono de um restaurante contratado pela Câmara na época.
Eduardo da Fonte, 38 anos, era um fiel escudeiro de Severino quando estourou o escândalo. Foi lotado na assessoria entre março e outubro de 2005. Era sempre visto ao lado do deputado, carregando pastas e papéis. Após a crise em torno do chefe, decidiu se aventurar sozinho pela primeira vez nas urnas. Foi eleito deputado federal em 2006 e reeleito em 2010, com 330 mil votos. Presidiu a CPI da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e, anteontem, foi escolhido segundo vice-presidente da Câmara, cargo que acumula, entre outras funções, a corregedoria. Cabe ao corregedor fiscalizar e investigar possíveis irregularidades cometidas pelos parlamentares. Fonte sucede ACM Neto (DEM-BA).
Autopromoção - Hoje, Severino Cavalcanti é prefeito do município de João Alfredo (PE) e Eduardo da Fonte, além de deputado, preside o PP de Pernambuco. Uma análise nas despesas do corregedor com a verba indenizatória - dinheiro extra para custear o mandato - revela que ele prefere usar o dinheiro da Câmara para promoção pessoal.
Metade da verba disponível em 2010, cerca de R$ 180 mil, foi parar em um jornal feito por seu gabinete e nos gastos com o envio do material aos eleitores. Somente em dezembro o deputado gastou R$ 115 mil da Câmara para imprimir e distribuir um jornal de quatro páginas a 145 mil eleitores. Na publicação, o corregedor agradece, num artigo pessoal, pelos votos recebidos nas eleições. "Agradeço a Deus essa votação maravilhosa", disse.
A Câmara proíbe o uso da verba indenizatória com a divulgação do mandato nos seis meses que antecedem as eleições. O deputado então aproveitou para fazer isso em março e dezembro. Foram R$ 60 mil para imprimir e enviar o material aos eleitores no primeiro semestre. Nos meses seguintes, ele fez economia para poder sobrar dinheiro em dezembro, já que a Câmara permite que o deputado defina a divisão dos valores durante o ano. A mesma prática ocorreu em 2009.
Procurado, o deputado disse que cumprirá o regimento na função de corregedor. "Serei rigoroso", disse . Ele minimiza a relação com Severino. "Trabalhei com ele, mas depois o derrotei em 2006 nas urnas e hoje temos uma relação boa", disse. Em relação à contratação da assessora Gabriela Martins, ex-funcionária de Severino, o deputado alegou que ela é "competente e mãe da família".
À Justiça Eleitoral, ele declarou um patrimônio de R$ 871 mil. É sócio da ADPL Motors, que recebeu R$ 239 mil do governo. Seu pai foi membro, indicado pela Câmara, do Conselho Nacional do Ministério Público.
Cria política do ex-presidente da Casa, deputado Eduardo da Fonte emprega em seu gabinete funcionária envolvida no caso do mensalinho, em 2005
Uma cria política de Severino Cavalcanti é o novo corregedor da Câmara dos Deputados. Eleito anteontem para o cargo, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu, entrou na política como assessor de Severino, que renunciou à Presidência da Casa em 2005 em meio a um escândalo de pagamento de propina.
O novo corregedor emprega em seu gabinete a funcionária Gabriela Kênia Martins. Ela também trabalhou para Severino e ficou conhecida por receber, nominalmente, um cheque de R$ 7,5 mil do chamado "mensalinho" pago ao ex-patrão por Sebastião Buani, dono de um restaurante contratado pela Câmara na época.
Eduardo da Fonte, 38 anos, era um fiel escudeiro de Severino quando estourou o escândalo. Foi lotado na assessoria entre março e outubro de 2005. Era sempre visto ao lado do deputado, carregando pastas e papéis. Após a crise em torno do chefe, decidiu se aventurar sozinho pela primeira vez nas urnas. Foi eleito deputado federal em 2006 e reeleito em 2010, com 330 mil votos. Presidiu a CPI da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e, anteontem, foi escolhido segundo vice-presidente da Câmara, cargo que acumula, entre outras funções, a corregedoria. Cabe ao corregedor fiscalizar e investigar possíveis irregularidades cometidas pelos parlamentares. Fonte sucede ACM Neto (DEM-BA).
Autopromoção - Hoje, Severino Cavalcanti é prefeito do município de João Alfredo (PE) e Eduardo da Fonte, além de deputado, preside o PP de Pernambuco. Uma análise nas despesas do corregedor com a verba indenizatória - dinheiro extra para custear o mandato - revela que ele prefere usar o dinheiro da Câmara para promoção pessoal.
Metade da verba disponível em 2010, cerca de R$ 180 mil, foi parar em um jornal feito por seu gabinete e nos gastos com o envio do material aos eleitores. Somente em dezembro o deputado gastou R$ 115 mil da Câmara para imprimir e distribuir um jornal de quatro páginas a 145 mil eleitores. Na publicação, o corregedor agradece, num artigo pessoal, pelos votos recebidos nas eleições. "Agradeço a Deus essa votação maravilhosa", disse.
A Câmara proíbe o uso da verba indenizatória com a divulgação do mandato nos seis meses que antecedem as eleições. O deputado então aproveitou para fazer isso em março e dezembro. Foram R$ 60 mil para imprimir e enviar o material aos eleitores no primeiro semestre. Nos meses seguintes, ele fez economia para poder sobrar dinheiro em dezembro, já que a Câmara permite que o deputado defina a divisão dos valores durante o ano. A mesma prática ocorreu em 2009.
Procurado, o deputado disse que cumprirá o regimento na função de corregedor. "Serei rigoroso", disse . Ele minimiza a relação com Severino. "Trabalhei com ele, mas depois o derrotei em 2006 nas urnas e hoje temos uma relação boa", disse. Em relação à contratação da assessora Gabriela Martins, ex-funcionária de Severino, o deputado alegou que ela é "competente e mãe da família".
À Justiça Eleitoral, ele declarou um patrimônio de R$ 871 mil. É sócio da ADPL Motors, que recebeu R$ 239 mil do governo. Seu pai foi membro, indicado pela Câmara, do Conselho Nacional do Ministério Público.
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