sábado, 5 de setembro de 2009

Secretário municipal é exonerado do cargo após amigo cair com carro da prefeitura em valeta

GAZETA DO POVO, 5 de setembro de 2009

Acidente aconteceu na madrugada de quinta-feira com carro oficial da prefeitura de São José dos Pinhais. Motorista que dirigia o veículo oficial do município não trabalha na prefeitura


Um acidente de trânsito envolvendo um carro oficial da prefeitura de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, acabou com a exoneração do secretário municipal de Agricultura e Abastecimento. Adriano Marcus Carias Muhlstedt pediu demissão do cargo na tarde desta sexta-feira (4). Muhlstedt alegou motivos de ordem pessoal para deixar o cargo. O pedido foi aceito pelo prefeito Ivan Rodrigues (PTB).

O ex-secretário e um amigo foram a um jantar na noite de quarta-feira (2) com o carro da prefeitura. Na madrugada de quinta-feira (3), por volta das 3 horas, o veículo sofreu um acidente e caiu em uma valeta numa rua atrás do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Quem estava na direção era o amigo do ex-secretário, que não é funcionário da prefeitura.

Aos atendentes do Siate, o rapaz disse que tinha deixado o ex-secretário em casa. Há suspeitas que o jovem tenha consumido bebidas alcoólicas durante o jantar. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, foi aberta uma sindicância interna para apurar as causas do acidente e porque o motorista, que não era funcionário do município, estava dirigindo o veículo.

Antecipando-se à investigação, Adriano Muhlstedt pediu exoneração nesta sexta-feira em caráter irrevogável. O ex-secretário tomou posse junto com a administração atual de São José dos Pinhais, em janeiro deste ano, e recebia um salário líquido de cerca de R$ 9 mil.

Arrependimento
Procurado pela reportagem, o ex-secretário de Agricultura e Abastecimento Adriano Marcus Carias Muhlsdet, reconheceu que cometeu uma falha. “Assumi esse erro e achei por bem não permanecer mais na prefeitura, até para não influenciar no trabalho da secretaria e da administração municipal”, explicou.

Muhlsdet afirmou que não consumiu bebidas alcoólicas no jantar. “O arrependimento é uma consequência e ele existe sim. Tomei uma decisão precipitada em relação ao carro, mas seres humanos podem errar”, definiu.

Juíza do Trabalho mantém feriadão nas estatais do Paraná

GAZETA DO POVO, 5 de setembro de 2009

Funcionários das empresas públicas terão o direito de folgar na terça-feira. Servidores da administração direta também pedem liminar para garantir a folga


A juíza do Trabalho Anelore Rothenberger Coelho, da 18.ª Vara do Trabalho de Curitiba, concedeu ontem uma liminar aos funcionários de nove estatais paranaenses para que eles não precisem trabalhar no feriado municipal da padroeira de Curitiba, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, na próxima terça-feira. Pela decisão, os empregados da Copel, Emater, Sanepar, Cohapar, Ceasa, Claspar, Mineropar, Tecpar e Codapar tiveram o direito à folga assegurado.

A liminar derruba a decisão do governador Roberto Requião (PMDB), que havia determinado que a terça-feira seria dia de trabalho normal para todos os funcionários de estatais e servidores públicos estaduais que trabalham em repartições de Curitiba. Os funcionários públicos também ingressaram ontem na Justiça para garantir o direito ao feriado da padroeira de Curitiba. Mas, até o fechamento desta edição, não havia decisão sobre o assunto.

A juíza Anelore, que concedeu a liminar, entendeu que o expediente normal na terça-feira é ilegal, pois a Lei Municipal 3.015/67 tornou o dia 8 de outubro um feriado religioso na capital. Caso a decisão não seja cumprida pelo governo do estado, haverá multa de R$ 30 mil. A assessoria de imprensa do governo informou ontem que o estado tentará cassar a liminar.

A liminar para os empregados das estatais havia sido solicitada por cinco sindicatos: dos engenheiros (Senge), dos técnicos industriais (Sintec), dos eletricitários (Sindenel), dos técnicos em segurança do trabalho (Sintespar) e dos trabalhadores em contabilidade, perícias, assessoramento, serviços de informação, pesquisa e prestação de serviço (Sindaspp).

Clima entre os servidores é de indignação
Além de indignação, o corte do último dia do feriado prolongado em Curitiba trouxe transtornos aos servidores estaduais que já haviam programado viagens e outros compromissos particulares. Nos órgãos públicos visitados ontem pela reportagem da Gazeta do Povo, o clima era de revolta contra a decisão do governador Roberto Requião (PMDB). No entanto, temendo represálias por parte da administração estadual, os funcionários públicos abordados pela reportagem pediram para não ter o nome publicado.
Um servidor da secretaria estadual de Saúde contou que tinha alugado uma casa em Guaratuba, no litoral do estado, de hoje até terça-feira, para passar o feriadão com a família. Porém, com a antecipação da volta ao trabalho, ele terá de retornar para Curitiba antes do previsto. “Vou ter de voltar na segunda-feira à tarde e a família vem junto, porque não posso buscá-los depois”, afirmou. “Obviamente, ninguém gostou da notícia. Mas, se eu falto na terça-feira, o governo vai descontar o meu dia de trabalho.”
O funcionário reclamou ainda do fato de Requião ter anunciado a decisão somente na última quinta-feira. “Se o governador tivesse avisado antes e não em cima da hora, todos teriam se programado de maneira diferente”, criticou.
Unanimidade nas críticas
Segundo o servidor, os colegas de trabalho foram unânimes em criticar o corte de um dos quatro dias de folga, já que os servidores sempre foram liberados do serviço no feriado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira do município de Curitiba, comemorado sempre após a folga do Sete de Setembro. “O governo nunca tinha tomado essa decisão antes. Não vejo motivo para agir dessa forma agora”, declarou ele. “Disseram que é por causa das ações de combate à gripe suína. Mas, nos hospitais, sempre existiu uma escala de plantão para fins de semana e feriados.”

Justiça acata denúncia por duplo homicídio contra ex-deputado Carli Filho

ADRIANO KOTSAN, Gazeta do Povo, 5 de setembro de 2009

Processo criminal foi instaurado e advogado de Carli Filho terá dez dias, após intimação do ex-parlamentar, para apresentar a defesa preliminar


A Justiça acatou a denúncia por duplo homicídio qualificado contra o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, pelas mortes de Gilmar Rafael de Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, ocorridas no acidente de trânsito da noite de 7 de maio, no bairro Mossunguê, em Curitiba. A denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MP) foi aceita pelo juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar.

No despacho o juiz afirma que “a materialidade dos fatos narrados restou comprovada” e que pelos depoimentos testemunhais “é possível extraírem-se suficientes indícios de que a autoria do fato realmente recai sobre a pessoa de Luiz Fernando Ribas Carli Filho.” No texto, o magistrado Avelar também determinou a citação do réu para responder a acusação, por escrito, no prazo de dez dias.

Caso isso não seja cumprido, a Defensoria Pública será intimada para ofertar a defesa preliminar de Carli Filho e também devem ser trazidos aos autos “os antecedentes do réu na comarca, requisitando-se informações sobre antecedentes ao juízo criminal do lugar de sua residência.”

Alta velocidade e álcool
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) protocolou a denúncia contra Carli Filho no dia 26 de agosto. O ex-deputado foi denunciado ainda por dirigir embriagado e violar a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O documento foi assinado pelos promotores de Justiça Danuza Nadal e Marcelo Balzer Correia. Na denúncia, os promotores destacaram a alta velocidade em que o ex-deputado dirigia no momento do acidente. Laudos do Instituto de Criminalística (IC) apontaram que Carli Filho estava entre 161 km/h e 173 km/h, aproximadamente 188% superior a máxima permitida no local que é de 60 km/h.

Em razão do violento impacto, as duas vítimas sofreram politraumatismos. Os promotores denunciaram o ex-parlamentar por homicídio qualificado, por entender que os rapazes não tiveram chance de defesa. Carli Filho havia sido indiciado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) no inquérito policial que investigou o acidente. O delegado Armando Braga de Moraes, que comandou as investigações policiais, concluiu que o ex-deputado foi responsável pela colisão e que apesar de não ter a intenção de matar, assumiu o risco de provocar o acidente.

  • PROCESSO CRIMINAL . Com a aceitação da denúncia pela Justiça, começa o processo criminal. Caso Carli Filho seja condenado por todos os crimes, que lhe foram imputados na denúncia, poderá receber pena mínima de 15 anos e máxima de 30 anos. Ainda poderá ter o direito de dirigir suspenso por prazo entre dois meses e cinco anos. Por se tratar de homicídio qualificado, crime considerado hediondo, caso ele seja condenado deverá cumprir pena inicialmente em regime fechado.

De acordo com o advogado Elias Mattar Assad, que representa a família Yared, o despacho do juiz foi “sóbrio e sereno”. “Foi instaurado o processo criminal. Agora vem a fase defensiva. Vamos saber o que o ex-deputado alega sobre o acidente. Ele pode manter a versão que não lembra nada, por causa da pancada na cabeça, ou pode dizer fatos novos”, disse. A defesa de Ribas Carli, por outro lado, pode apresentar novas provas e solicitar contraprovas, solicitar laudos e novas perícias.

O prazo para a defesa preliminar, que será feita por escrito, começa a valer na data em que Ribas Carli receber oficialmente a citação, que deverá ser feita por oficial de Justiça de Guarapuava, na região Central, onde o ex-deputado mora com os pais. O advogado Roberto Brzezinski Neto, que representa Carli Filho, está em viagem ao Mato Grosso e foi informado pela reportagem sobre a decisão da Justiça. “Eu preciso me interar do que foi decidido antes de me pronunciar. Tão logo tenha acesso à decisão emitirei uma opinião”, afirmou por telefone.

Gás de cozinha sobe 13% em todo Paraná. Botijão de 13 quilos passa de R$ 38 para R$ 43

GLADSON ANGELI, Gazeta do Povo, 45 de setembro de 2009

O consumidor paranaense já está pagando mais caro pelo GLP (gás liquefeito de petróleo) – o gás de cozinha - nesta sexta-feira (4). O valor médio do botijão de 13 quilos passa de R$ 38 para R$ 43, reajuste de 13%. Este é o terceiro aumento no preço do gás este ano. O produto acumula alta de 33%.

Segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná (Sinregás-PR), José Luiz Rocha, o reajuste é resultado do aumento do preço praticado pelas empresas distribuidoras. “As distribuidoras tem data-base dos funcionários em setembro e aplicaram um reajuste. Nós fomos obrigados a repassar o aumento e também incluímos a data-base de nossos funcionários”, afirma.

Rocha explica que os aumentos devem acontecer assim que as revendedoras renovem seus estoques, o que varia conforme a classificação de armazenamento. “Uma revendedora de classe 1 só pode manter 40 botijões armazenados. Esta quantidade ela chega a vender em um dia. É por isso que em algumas regiões o aumento já pode ser sentido”, disse.

No Brasil são distribuídos em torno de 30 milhões de botijões por mês. No Paraná são aproximadamente 2 milhões de botijões vendidos por cerca de duas mil revendas autorizadas pela ANP.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou, por meio de nota, que não há tabelamento e, por isso, os preços sofrem variações de maneira não uniforme. "Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas", afirmou o Sindigás.

  • A AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publica a evolução dos preços GLP, em todos os estados brasileiros. Pelo levantamento, o preço do botijão na distribuidora era de R$ 26 em janeiro e chegava ao consumidor paranaense custando R$ 32. Em junho, último mês pesquisado, o produto custava R$ 27 na distribuidora e na revendedora o preço era de R$ 34.