O GLOBO, 31 de janeiro de 2011
Um superávit ornamental foi a expressão usada pelo economista-chefe da Convenção Corretora, Fernando Montero, para o esforço fiscal alcançado pelo governo em 2010. Recheado de artifícios contábeis como o que envolveu a capitalização da Petrobras, o governo conseguiu chegar à economia de 2,16% do PIB, para uma meta de 2,15%:
- Mesmo com todos esses artifícios, o governo precisou cortar mais R$7 bilhões em despesas em dezembro para conseguir alcançar a meta de superávit primário.
A redução das despesas de custeio e de capital em dezembro adicionou R$7 bilhões ao resultado primário do governo federal. Se o corte de gastos se mantiver este ano, será um bom sinal do governo no caminho do ajuste fiscal, segundo o economista:
- O temor é que essas despesas represadas virem restos a pagar este ano. O que dificultaria ainda mais alcançar a meta de superávit em 2011.
Se o ajuste não vier, os juros vão subir. Montero lembra que isso ficou explícito na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada anteontem, que a política fiscal influenciará a política monetária, ou seja, se os gastos forem maiores, os juros vão ter que subir.
- O que o Banco Central espera é um superávit primário cheio e limpo. Para mim, ou será cheio ou será limpo.
superávit cheio ao qual o analista se refere é aquele que mantém a economia fiscal, sem descontar os gastos com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já o superávit limpo significa que a contabilidade ficará livre de manobras, como a que aconteceu com o aumento de capital da Petrobras.
- O discurso do governo de que serão cortados 10% ou 20% dos gastos com diárias e viagens não significa muito. Para que o corte tenha alguma expressão, seria necessário que cada um dos 600 mil funcionários federais civis gastassem R$1.000 por semana com esses gastos. Isso é irreal.
Para o economista, 2011 é o momento ideal para acertar as contas do governo. Os prefeitos vão conter os gastos para fazer caixa para as eleições de 2012. O ano que vem é mais próximo da Copa e das Olimpíadas, e os investimentos ficam mais urgentes. E o salário mínimo, pela atual fórmula, vai ter um avanço de 13% em 2012:
- A hora é agora.
Um superávit ornamental foi a expressão usada pelo economista-chefe da Convenção Corretora, Fernando Montero, para o esforço fiscal alcançado pelo governo em 2010. Recheado de artifícios contábeis como o que envolveu a capitalização da Petrobras, o governo conseguiu chegar à economia de 2,16% do PIB, para uma meta de 2,15%:
- Mesmo com todos esses artifícios, o governo precisou cortar mais R$7 bilhões em despesas em dezembro para conseguir alcançar a meta de superávit primário.
A redução das despesas de custeio e de capital em dezembro adicionou R$7 bilhões ao resultado primário do governo federal. Se o corte de gastos se mantiver este ano, será um bom sinal do governo no caminho do ajuste fiscal, segundo o economista:
- O temor é que essas despesas represadas virem restos a pagar este ano. O que dificultaria ainda mais alcançar a meta de superávit em 2011.
Se o ajuste não vier, os juros vão subir. Montero lembra que isso ficou explícito na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada anteontem, que a política fiscal influenciará a política monetária, ou seja, se os gastos forem maiores, os juros vão ter que subir.
- O que o Banco Central espera é um superávit primário cheio e limpo. Para mim, ou será cheio ou será limpo.
superávit cheio ao qual o analista se refere é aquele que mantém a economia fiscal, sem descontar os gastos com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já o superávit limpo significa que a contabilidade ficará livre de manobras, como a que aconteceu com o aumento de capital da Petrobras.
- O discurso do governo de que serão cortados 10% ou 20% dos gastos com diárias e viagens não significa muito. Para que o corte tenha alguma expressão, seria necessário que cada um dos 600 mil funcionários federais civis gastassem R$1.000 por semana com esses gastos. Isso é irreal.
Para o economista, 2011 é o momento ideal para acertar as contas do governo. Os prefeitos vão conter os gastos para fazer caixa para as eleições de 2012. O ano que vem é mais próximo da Copa e das Olimpíadas, e os investimentos ficam mais urgentes. E o salário mínimo, pela atual fórmula, vai ter um avanço de 13% em 2012:
- A hora é agora.