quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reitor da UEL apóia a inclusão de Cornélio Procópio ao projeto do Trem Pé Vermelho

CORNÉLIO AGORA, 15 de outubro de 2009

Em visita à cidade, o reitor da UEL afirmou que a universidade está ao lado da causa defendida pelo Instituto Ame Cidade, que reivindica a inclusão de Cornélio Procópio no projeto de reativação do trem de passageiros no norte do Paraná


A pedido do Instituto Ame, o reitor da Universidade Estadual de Londrina (Uel), professor e doutor Wilmar Sachetin Marçal que esteve no programa Fala Cidade da Rádio Cornélio nesta última quarta-feira (dia 14 de outubro), disse que abraçou a causa de conseguir a extensão do Trem Pé Vermelho até Cornélio Procópio. Ressaltou que técnicos da sua universidade estão trabalhando na viabilidade do projeto que, inicialmente ligaria Londrina a Maringá, dois importantes municípios do norte do Paraná. Ele adiantou que já entrou em contato com o presidente da Ferroeste, de quem é muito amigo, para conseguir este objetivo que está sendo aguardado por toda a população de Cornélio Procópio.

O reitor Wilmar Marçal, na entrevista
ao programa de Amauri Brevilheri,
na Rádio Cornélio. Ao seu lado,
o presidente do Instituto
Ame Cidade, José Antônio Pereira






O reitor assinalou que a Universidade Estadual de Londrina é hoje o quinto orçamento do Paraná, administrando recursos de R$ 360 milhões. Tem atualmente 16 mil estudantes e uma estrutura das mais invejáveis, fazendo a história da educação no interior. Sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Marçal declarou que tem um estudo alternativo e que será apresentado ao Ministério da Educação de forma que não venha prejudicar os estudantes que terão que fazê-lo e nem aqueles que pretendem participar do vestibular na UEL, que é uma universidade das mais conceituadas do Paraná. Disse que tem muitos amigos em Cornélio Procópio e citou entre eles, o atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), Carlos Roberto Moreira. Lembrou também da família Brevilheri, que comanda a emissora na maioria dos seus 61 anos de existência, desejando saúde para o proprietário, radialista, jornalista e advogado Waurides Brevilheri que se encontra em processo de recuperação de uma cirurgia feita recentemente em Londrina.

Wilmar Sachetin Marçal esteve em Cornélio Procópio para proferir palestra sobre o "Profissional do Futuro", no anfiteatro da Universidade Tecnológica Federal do Estado do Paraná, a convite do Diretório Acadêmico de Mecânica. Na Rádio Cornélio, ele estava em companhia do atual presidente do Instituto Ame, coronel aposentado da Polícia Militar do Estado do Paraná, José Antônio Pereira, sargento aposentado da Polícia Rodoviária Estadual e ex-coordenador do Procon local, José Ariovaldo e engenheiro Milton Borghi, ex-gerente da unidade da Sanepar e um dos idealizadores do Movimento Água da Nossa Gente, que tem se dedicado no tocante ao meio ambiente da região de Cornélio Procópio.

O reitor da UEL, o apresentador Brevilheri
e José Ariovaldo Ferreira, do Instituto Ame Cidade


Chuva causa prejuízos e morte em 12 cidades paranaenses

AGÊNCIA BRASIL, LÚCIA NÓRCIO, 15 de outubro de 2009


Choveu muito em todo o Paraná ontem (14) e hoje (15), principalmente no oeste e no sudoeste do estado, onde houve ocorrência de granizo e rajadas de vento superiores a 100 quilômetros por hora. De acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil, 12 municípios foram afetados.

Em Santa Helena, uma pessoa morreu e uma ficou ferida, depois que uma árvore caiu sobre o carro em que elas estavam. Cerca de 50 casas foram danificadas e, de acordo com os primeiros levantamentos, 2 mil pessoas foram afetadas. O município está sem energia elétrica.

Em Cascavel, um forte vendaval provocou danos em 500 residências, algumas ficaram totalmente destruídas. Segundo o Corpo de Bombeiros foi difícil atender a tantas chamadas durante a madrugada, principalmente com o pedido de lonas. Postes caíram em várias regiões e grande parte do município está sem energia elétrica. A torre de uma emissora de rádio caiu por causa dos ventos. Cerca de 1,5 mil pessoas foram afetadas. Os estragos foram maiores, de acordo com o Corpo de Bombeiros, porque a tempestade atingiu áreas urbanas, um fato atípico, já que normalmente as chuvas causam mais estragos na área rural.

Em Matelândia, o vendaval danificou 350 residências e o município está sem energia elétrica. Em Três Barras do Paraná, chuvas de granizo danificaram 200 residências e destruíram dez. Seiscentas pessoas estão desalojadas e 300, desabrigadas.


A Defesa Civil registrou ocorrências também nos municípios de Palotina, Medianeira, Diamante do Oeste, Ampére, Cantagalo, Ibiporã, Londrina e Iguatu. Neste último, o vendaval deixou 12 pessoas feridas, 400 desalojadas e 80 desabrigados. No total, 900 pessoas foram afetadas no município.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, na região oeste do Paraná a situação é mais grave porque a população ainda se recupera dos prejuízos causados pelos fortes ventos ocorridos durante a madrugada de segunda-feira (12), que chegaram a uma velocidade aproximada de 104 quilômetros por hora, e duraram cinco minutos, seguidos de fortes chuvas.

Segundo o instituto de meteorologia do estado, áreas de instabilidade, juntamente com uma nova frente fria, continuam a se formar no Sul e Sudeste do Brasil e deixam o tempo chuvoso durante todo o dia no Paraná. Em alguns momentos deverão ocorrer raios e rajadas de vento fortes. O instituto alerta para o risco de temporais , com possibilidade de queda de granizo de forma localizada.

Maioria dos senadores em fim de mandato tentará a reeleição

CONGRESSO EM FOCO, RENATA CAMARGO, 15 de outubro de 2009

De 59 senadores, incluindo suplentes e licenciados, apenas três decidiram não se candidatar a qualquer cargo em 2010. Ao todo, 30 são pré-candidatos à reeleição e 16 ainda estão indecisos sobre seu futuro político

 
Mais da metade dos senadores com mandato até 2011 se apresentam como pré-candidatos à reeleição em outubro do próximo ano, quando estarão em disputa 54 das 81 cadeiras do Senado. Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que pelo menos 30 senadores irão às urnas tentar renovar seus mandatos até 2019. Desses, 18 são da base de apoio ao governo Lula e 12, da oposição.

Dos 59 senadores em fim de mandato, entre titulares, suplentes e licenciados, apenas três descartam disputar qualquer posto nas próximas eleições. Nove pretendem concorrer a outros cargos eletivos, como deputado federal, governador e presidente da República.

O quadro é de indefinição para 16 senadores, que dizem ainda não ter decidido que cargo disputarão ou mesmo se entrarão na próxima corrida eleitoral. Apenas o senador Magno Malta (PR-ES) não retornou os sucessivos contatos feitos pela reportagem.

Veja a situação dos senadores nas eleições 2010

A maioria dos pré-candidatos à reeleição é de partidos da base de apoio ao governo Lula. A lista inclui oito senadores do PMDB, cinco do PT e cinco de outros partidos da base: PR, PRB, PTB, PSC e PSB. Pela oposição, sete senadores do DEM e cinco do PSDB dão como certa sua candidatura à reeleição.

Em pelo menos sete estados, os dois senadores cujos mandatos terminam em fevereiro de 2011 pretendem se candidatar à reeleição: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo.

Outras 13 unidades da Federação poderão ter um índice de renovação maior em suas bancadas. Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe aparecem, no momento, com apenas um pré-candidato à reeleição definido em suas respectivas bancadas.

Leia ainda: Cientista político prevê grande renovação no Senado

Outros cargos

Seis senadores admitem ir para o tudo ou nada e tentar se eleger governador em vez de buscar a reeleição. Devem ter nas urnas a companhia de outros 17 senadores que, na metade do mandato, pretendem concorrer ao governo de seus estados, conforme mostrou o Congresso em Foco (leia mais).

A um ano da votação, o quadro ainda é de indefinição para parte dos senadores eleitos em 2002. É o caso da senadora Marina Silva (PV-AC), cotada para concorrer à Presidência da República. Mas, conforme o andamento das pesquisas de opinião, Marina não descarta disputar a reeleição no Senado (leia mais).

Outros dois senadores – Gerson Camata (PMDB-ES) e José Nery (Psol-PA) – dão como praticamente certo que concorrerão a uma vaga na Câmara. Nery e Camata ainda esperam pelo sinal verde de seus partidos. O paraense chegou ao Senado em 2007 depois que a titular, Ana Júlia Carepa (PT), renunciou ao mandato para assumir o governo do Pará. O capixaba pretende abrir mão da candidatura no Senado em favor de sua mulher, a deputada Rita Camata (PSDB-ES).

Ainda entre os titulares, apenas Régis Fichtner (PMDB-RJ) – que herdou a vaga do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), mas praticamente não exerceu o mandato – descarta disputar qualquer cargo eletivo.

Dois suplentes também já definiram que não concorrerão nas próximas eleições. São eles: Lobão Filho (PMDB-MA), suplente do pai e ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Sadi Cassol (PT-TO), suplente do senador tocantinense Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que ocupa a secretaria estadual de Educação.

Ministério Público protocola quarta ação contra o vereador londrinense Rodrigo Gouvêa

JORNAL DE LONDRINA, 15 de outubro de 2009

Ao todo, são duas ações civis e duas criminais em casos de susposta funcionária fantasma e suposta cobrança de propina


O Ministério Público (MP) de Londrina protocolouna tarde desta quarta-feira (14) mais uma ação civil pública contra o vereador Rodrigo Gouvêa (PRP). A ação, que foi distribuída para a 7ª Vara Cível, trata dos mesmos fatos da ação penal na qual a juíza da 4ª Vara Criminal decretou a prisão preventiva do vereador: o caso da contratação da suposta funcionária fantasma. Esta é a quarta ação sofrida por Gouvêa.

Ao todo, são duas ações civis e duas criminais: uma de cada por suposta funcionária fantasma e outra por suposta cobrança de propina para aprovação do projeto Minha Casa, Minha Vida.

De acordo com o promotor Renato Lima Castro, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, nesse caso foi pedido o afastamento de Gouvêa da Câmara Municipal. O argumento é o mesmo que levou à decretação da preventiva: a ameaça que ele teria feito ao ex-assessor Sílvio Costa. O entendimento do MP é de que no exercício do mandato, Gouvêa poderia prejudicar a instrução do processo, pressionando testemunhas.

O vereador foi preso na quinta-feira (13) com base nas denúncias de manter uma funcionária fantasma em seu gabinete – o que ele nega. O argumento é de que Gouvêa poderia atrapalhar a investigação processual.

O advogado de Gouvêa negou as supostas ameaças. “O vereador se viu obrigado a exonerar o ex-assessor e ele deve ter ficado magoado. Provavelmente ocorreu alguma discussão, mas nada de ameaça”, afirmou. De acordo com ele, o argumento de que o vereador possa atrapalhar a investigação da Justiça não procede. “Quando ele foi intimado para depor, não precisou nem de notificação por escrito”, disse.

Prefeitura de Londrina autoriza compra de dez carrinhos elétricos para catadores

JORNAL DE LONDRINA, 15 de outubro de 2009

Equipamento, desenvolvido pela Usina Itaipu Binacional, foi testado e aprovado por grupos de trabalho em Londrina. Recursos de R$ 68 mil devem vir da CMTU


Dez carrinhos elétricos serão comprados pela prefeitura de Londrina para a cooperativa de catadores de material reciclável. O equipamento, desenvolvido pela Usina Itaipu Binacional, otimiza o trabalho dos catadores, diminuindo o esforço para puxar o peso do lixo reciclável. O investimento será de R$ 68 mil e o recurso deve vir da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU).

De acordo com a assistente social Marilys Garani, o prefeito BarbosaNeto ficou entusiasmado com o equipamento e, diante da aprovação de dez, dos 17 grupos de trabalho da cooperativa, autorizou a compra dos carrinhos. “Ele nos pediu para fazer um estudo dessas dez rotas para poder fazer o processo de dispensa de licitação”, disse Marilys. Cada carrinho custa, em média, R$ 6,8 mil.

“Nada mais justo que a gente poder disponibilizar a compra. Temos total intenção de melhorar as condições de trabalho dos recicladores”, declarou Barbosa Neto. De acordo com ele, o serviço prestado pelos catadores é importante para a cidade. “Londrina espera aprimorar cada vez mais.” O carrinho funciona com uma bateria elétrica de duração de oito horas ou percurso de 30 quilômetros.

A reportagem do JL chegou a testar o carrinho no fim de setembro. Na ocasião, pelo menos 80% dos catadores que utilizaram o equipamento haviam aprovado. O teste, que estava programado para encerrar no dia 10 de outubro, foi prorrogado até a próxima quarta-feira (21), porque houve atrasos: além da chuva, a bateria do equipamento apresentou problema em alguns dias.

O próximo passo para a aquisição dos carrinhos será o mapeamento das regiões atendidas pelos dez grupos de trabalho. Segundo Marilys, eles atuam nas regiões leste e sul e atendem também o centro da cidade. A ideia é que os equipamentos sejam divididos em grupos próximos, para “não perder tempo com o translado”. O uso será dividido em dias da semana.

A assistente social explicou ainda que será preciso fazer um processo de dispensa de licitação, o que deve demorar até 40 dias. “Não tem como fazer processo de licitação porque não existe outra empresa para concorrer com a Itaipu, que fez o carrinho”, disse. De acordo com ela, existem outros modelos do equipamento, utilizados por empresas como os Correios e a Coca-Cola, mas há especificações diferentes.

Maioria dos senadores em fim de mandato tentará a reeleição

CONGRESSO EM FOCO, RENATA CAMARGO, 15 de outubro de 2009


Mais da metade dos senadores com mandato até 2011 se apresentam como pré-candidatos à reeleição em outubro do próximo ano, quando estarão em disputa 54 das 81 cadeiras do Senado. Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que pelo menos 30 senadores irão às urnas tentar renovar seus mandatos até 2019. Desses, 18 são da base de apoio ao governo Lula e 12, da oposição.


Dos 59 senadores em fim de mandato, entre titulares, suplentes e licenciados, apenas três descartam disputar qualquer posto nas próximas eleições. Nove pretendem concorrer a outros cargos eletivos, como deputado federal, governador e presidente da República.

O quadro é de indefinição para 16 senadores, que dizem ainda não ter decidido que cargo disputarão ou mesmo se entrarão na próxima corrida eleitoral. Apenas o senador Magno Malta (PR-ES) não retornou os sucessivos contatos feitos pela reportagem.

A maioria dos pré-candidatos à reeleição é de partidos da base de apoio ao governo Lula. A lista inclui oito senadores do PMDB, cinco do PT e cinco de outros partidos da base: PR, PRB, PTB, PSC e PSB. Pela oposição, sete senadores do DEM e cinco do PSDB dão como certa sua candidatura à reeleição.

Em pelo menos sete estados, os dois senadores cujos mandatos terminam em fevereiro de 2011 pretendem se candidatar à reeleição: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo.

Outras 13 unidades da Federação poderão ter um índice de renovação maior em suas bancadas. Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe aparecem, no momento, com apenas um pré-candidato à reeleição definido em suas respectivas bancadas.

Outros cargos

Seis senadores admitem ir para o tudo ou nada e tentar se eleger governador em vez de buscar a reeleição. Devem ter nas urnas a companhia de outros 17 senadores que, na metade do mandato, pretendem concorrer ao governo de seus estados, conforme mostrou o Congresso em Foco (leia mais).

A um ano da votação, o quadro ainda é de indefinição para parte dos senadores eleitos em 2002. É o caso da senadora Marina Silva (PV-AC), cotada para concorrer à Presidência da República. Mas, conforme o andamento das pesquisas de opinião, Marina não descarta disputar a reeleição no Senado (leia mais).

Outros dois senadores – Gerson Camata (PMDB-ES) e José Nery (Psol-PA) – dão como praticamente certo que concorrerão a uma vaga na Câmara. Nery e Camata ainda esperam pelo sinal verde de seus partidos. O paraense chegou ao Senado em 2007 depois que a titular, Ana Júlia Carepa (PT), renunciou ao mandato para assumir o governo do Pará. O capixaba pretende abrir mão da candidatura no Senado em favor de sua mulher, a deputada Rita Camata (PSDB-ES).

Ainda entre os titulares, apenas Régis Fichtner (PMDB-RJ) – que herdou a vaga do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), mas praticamente não exerceu o mandato – descarta disputar qualquer cargo eletivo.

Dois suplentes também já definiram que não concorrerão nas próximas eleições. São eles: Lobão Filho (PMDB-MA), suplente do pai e ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Sadi Cassol (PT-TO), suplente do senador tocantinense Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que ocupa a secretaria estadual de Educação.

Após audiência, deputado fala em CPI do IAP

BEM PARANÁ, 15 de outubro de 2009

Tadeu Veneri questiona liberação de aterros sanitários sem estudo de impacto ambiental. Segundo ele, os representantes do IAP admitiram que o órgão permite que municípios implantem esses aterros mesmo sem a apresentação de Relatórios de Impacto Ambiental


A Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa promoveu ontem audiência pública para discutir o problema do aterro da Caximba e do destino do lixo em Curitiba e Região Metropolitana. A discussão acabou levantando questionamentos sobre a atuação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) na concessão de licenças para a instalação de aterros sanitários no Estado.

Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), os representantes do IAP admitiram que o órgão permite que municípios implantem esses aterros mesmo sem a apresentação de Relatórios de Impacto Ambiental (Rima), o que segundo ele, seria um procedimento no mínimo questionável. “Achei surpreendente essa informação de que até 80 toneladas, qualquer município pode ter aterros sem passar por Rima ou audiência pública”, reagiu o petista.

Veneri relatou ainda o caso de Itaperuçu, na região Metropolitana de Curitiba, onde o IAP inicialmente teria admitido a autorização para a implantação de um aterro, para depois alegar que a questão ainda estava em discussão, e que essa licença pode ser cassada. Segundo ele, em 2006, o instituto cassou a autorização para um aterro no mesmo município, por se tratar de área que integra o aquífero de Karsten. “Agora, há dois quilômetros da área em que havia cassado, o IAP vem e dá a autorização. Alguma coisa está errada no IAP”, apontou o deputado.

Segundo Veneri, a comissão de Meio Ambiente da Assembleia deve formular pedidos de informação ao órgão para esclarecer a situação. “Se essas informações, além de licenciamento ambiental, forem de fatos verdadeiras, fico extremamente preocupado. Tudo o que nos ouvimos hoje nos conduz a pelo menos sinalizar de buscarmos através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para saber qual é a situação do IAP”, avaliou o petista.

Caximba - Ainda na audiência de ontem, a a secretária executiva do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Curitiba (Conresul), Marilza Oliveira Dias, informou que está finalizando a licitação que definirá a empresa que implantará o sistema de processamento do lixo gerado em Curitiba e mais 16 municípios da região. Segundo a secretária, atualmente o consórcio está na fase de análise das propostas de preços apresentadas pelas empresas que participam da concorrência. Cinco delas foram consideradas aptas por atenderem às exigências do edital. “Depois dessa fase, passamos para a definição da área que receberá os resíduos e, posteriormente, para a implantação do sistema”, disse.

A tecnologia que será usada pelo Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (SIPAR), definido pelo Conresul, também foi tema da audiência pública. Segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL, deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), o novo sistema deve reduzir ao máximo a quantidade de resíduos destinados ao aterro, ampliando a vida útil da área e reduzindo o impacto ambiental. Para o deputado, uma saída para o problema seria o incentivo maior à reciclagem e a devolução dos resíduos às indústrias.

Recebendo duas toneladas de lixo por dia, o aterro da Caximba existe há 20 anos e está com sua capacidade praticamente esgotada. Para resolver o problema, o Conresul iniciou em junho de 2007 estudos para localização de áreas para receber os resíduos. Das 30 áreas que foram estudadas, apenas três apresentaram viabilidade. Curitiba e Fazenda Rio Grande já têm licenças prévias do IAP. O mesmo deveria acontecer com Mandirituba, considerada a melhor área, mas o licenciamento não foi emitido por causa de uma lei municipal que proíbe o município de receber resíduos gerados em outras regiões.

Marilza Dias disse entender a preocupação da população com relação ao depósito de resíduos em suas regiões, mas garantiu que o novo sistema que será usado pelo consórcio usará uma tecnologia moderna, sustentável e de baixo impacto ambiental. “A tecnologia permitirá um maior aproveitamento dos resíduos. Temos uma visão de longo prazo que não implantará aterros para recebimento de lixo bruto”, explicou.

Travessia perigosa em rodovias da região de Curitiba e litoral causou 240 atropelamentos em 2009

GAZETA DO POVO, 25 de outubro de 2009

Cruzar trechos urbanos de rodovias pode ser perigoso. Curitiba, região metropolitana e Litoral do Paraná tiveram 240 atropelamentos neste ano


A falta de estruturas de segurança em trechos urbanos de rodovias, somada à imprudência de motoristas e pedestres, faz com que milhares de vidas estejam em perigo todos os dias. Atravessar estradas em meio a veículos em alta velocidade faz parte da rotina de muita gente que precisa chegar ao outro lado para trabalhar, estudar ou mesmo pegar um ônibus. Neste ano, até o começo de outubro, 240 atropelamentos foram registrados em rodovias federais (BRs) e estaduais (PRs) que cortam Curitiba, região metropolitana e litoral paranaense. Ou seja, quase um caso por dia.

O número de mortes causado por essa situação é incerto. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 34 pessoas morreram no local ao serem atropeladas em rodovias federais. O total pode ser ainda maior, porém, se forem considerados os casos ocorridos em rodovias estaduais e os indivíduos que perdem a vida após os primeiros-socorros. “Os números não traduzem a realidade. Só estão focados nas primeiras horas após o acidente. Temos uma cadeia neste processo que é muito maior, a da mortalidade posterior”, considera o coordenador do Pronto-Socorro do Hospital do Trabalhador em Curitiba, cirurgião-geral Rached Traya.

De acordo com o inspetor da PRF e chefe da Delegacia Metropolitana, Antônio Paim, a velocidade dos veículos que andam pelas rodovias; a falta de atenção dos transeuntes; e o aumento acentuado de tráfego nas estradas são três fatores que contribuem para que a gravidade de atropelamentos em estradas seja maior.

“Nos seis primeiros meses deste ano, o número de atropelamentos aumentou”, afirma. Os trechos federais apontados por Paim como os mais críticos e perigosos estão localizados em Colombo (BR-116 norte), Fazenda Rio Grande (BR-116 sul), rodovia do Xisto (BR-476 sul), contorno sul de Curitiba (BR-376), estrada da Ribeira (BR-476 norte) e saída de Curitiba para o interior (BR-277).

Com relação às rodovias estaduais, os trechos considerados mais preocupantes são os que estão no perímetro urbano. “Rodovias que passam por dentro das cidades ou cortam vilarejos”, explica o tenente Sheldon Vortolin, chefe de operações do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). Até o começo deste mês, 96 atropelamentos foram registrados nas PRs e 144 nas estradas federais.

Risco

O risco maior está presente no começo da manhã quando muita gente sai de casa para levar os filhos na escola ou ir para o trabalho; e no final da tarde, na volta das atividades diárias. As estradas enchem-se de veículos e a maioria das pessoas não tem outra alternativa além de atravessar a via a pé.

Cenas perigosas se repetem em diferentes trechos rodoviários do perímetro urbano. Rapazes carregam bicicletas, crianças são puxadas pelo braço, mães levam bebês no colo, senhoras andam com sacolas de compras, gente sai atrasada para apanhar o ônibus... Todos apressam os passos e correm para escapar do perigo iminente, cruzando a frente de carros, motos e caminhões. Depois de um fôlego no canteiro ou mureta central, uma nova correria para atravessar a segunda pista.

Uma dessas pessoas é a dona de casa Albertina Vianti da Silva, 51 anos, que cruza rapidamente a BR-116 com um carrinho de bebê. Moradora da Vila Liberdade, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, dona Albertina tem a travessia da rodovia como rotina. Busca diariamente os três netos que estudam do outro lado da estrada, na Vila Zumbi. “Tem que agradecer a Deus quando atravessa pra vir e depois agradecer de novo quando volta”, resume. “As pessoas morrem aqui quando estão indo trabalhar”, lamenta o pedreiro Lauro Domingues, 52 anos.

À espera

Quem corre risco para atravessar as rodovias diariamente aguarda providências por parte do poder público e das concessionárias responsáveis pelas estradas para aumentar a segurança. Os moradores pedem a construção de passarelas e trincheiras, a instalação de redutores de velocidade e até mesmo a implantação de sinalização que indique a presença de creches e escolas na região.

“Falaram que vão colocar passarela, mas quando vão fazer isso?”, cobra o comerciante João Carlos Silva, 43 anos, que trabalha à beira da BR-116, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana. “Deveriam investir em semáfaros e passarelas. Não compensa [atravessar a rua no sinaleiro]. A viagem se tornaria mais longa”, justifica a dona de casa Nazira Oliveira, 56 anos. Se respeitasse a sinalização existente e atravessasse a 116 no semáforo, ela teria de andar 600 metros a mais. “Nós ainda tomamos cuidado, mas tem gente que atravessa correndo. Eu prefiro esperar e andar mais devagar, sem perigo de cair”, conta Nazira.

No Contorno Sul de Curitiba, a situação não é diferente. A zeladora Elizabeth Marques dos Santos, 47 anos, precisa cruzar a BR-376 para chegar na escola que trabalha. “Fico horas esperando. Não me arrisco a atravessar se vejo que não está seguro. Muitos vizinhos meus já morreram aqui. Precisamos de uma passarela”, reclama. E até mesmo em frente ao Parque Barigui, um dos principais pontos turísticos da capital, faltam estruturas de segurança. Nos domingos, a BR-277 é atravessada por dezenas de pessoas que querem ir do parque até o shopping. “Além de esperar um monte, tem de sair correndo. Tem uma passarela, mas é muito longe. Teria de pegar ônibus para chegar até lá”, diz o estudante Luiz Fernando Wagner Ribeiro, 18 anos.

Em Maringá, lei seca divide opiniões e movimenta a Câmara

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 15 de outubro de 2009

A partir de 31 de dezembro está proibida a venda de bebidas alcoólicas a menos de 150 m das faculdades e universidades. Donos de bares querem relaxar a lei, mas entidades reagem


O movimento na Câmara Municipal para o relaxamento da lei seca nas imediações de instituições de ensino superior de Maringá – que começa a valer em 31 de dezembro – mobiliza agora o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe), contrário à mudança do texto. Na terça-feira, o presidente do Sinepe, José Carlos Barbieri, visitou o gabinete de cada um dos vereadores para pedir que a lei seja mantida.

Foram os mesmos passos dados na semana passada por donos de bares e lanchonetes. Em ambos os casos, os visitantes saíram com a impressão de que conseguiram apoio dos vereadores. O presidente do Sinepe diz que soube da ideia de mudar a lei pelos jornais. "Ficamos sabendo pela imprensa”, diz Barbieri.

Além do trabalho de convencimento dos vereadores, o Sinepe elabora uma lista de instituições contrárias à venda de bebidas alcoólicas próximo às faculdades e universidades. A listagem, que integrará um manifesto em favor à lei seca, será entregue para cada um dos vereadores. A mudança no texto é defendida pelo vereador Evandro Júnior (PSDB), que encaminhou ontem o projeto de lei complementar para o Departamento Jurídico da Câmara.

O projeto, também assinado pelo vereador Mário Verri (PT), prevê que o município não impeça a venda de bebidas alcoólicas nos bares já instalados a menos de 150 metros dos estabelecimentos de ensino superior. Segundo o projeto, a proibição só passaria a valer para alvarás emitidos a partir de 2010. “Acredito que nosso projeto passa”, diz Verri.

De acordo com o Departamento Jurídico da Câmara, é pouco provável que o projeto entre em votação hoje. A previsão é que ele entre na pauta da sessão da próxima terça-feira (20).

Para o Sinepe, a lei elaborada pelo governo municipal e aprovada na Câmara em 2008, significa o fim do som alto e estudantes bêbados em frente às instituições de ensino superior. Para o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Maringá, a medida é ilegal e representa a perda de uma trincheira. A categoria sabe que a administração municipal é simpática à implantação de uma lei seca para toda a cidade.

Análise vê irregularidades em 30 benefícios do INSS em Maringá

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 15 de outubro de 2009


A agência da Previdência Social de Maringá encontrou indícios de irregularidades na documentação de 30 beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Residentes em Maringá, Iguatemi, Lobato, Doutor Camargo, Sarandi, Marialva, Astorga, Floresta, Iguaraçu, Mandaguaçu e Jandaia do Sul, os beneficiários foram citados por edital e têm 30 dias a contar de ontem para recorrer ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

Marlene Cortelini Morimoto, chefe de serviço de benefícios da agência local, explica que a revisão dos benefícios é prática corriqueira do instituto e que os processos que apresentam algum tipo de falha documental são separados e o beneficiário é convocado para reparar a falta.

A primeira chamada é feita por meio de um ofício, enviado pelo correio, que informa a provável irregularidade e concede prazo para a regularização. Quando o destinatário não é encontrado, o chamado é feito por edital.

Sem entrar em detalhes quanto aos possíveis erros documentais, Marlene garante que os indícios foram investigados à exaustão. “Não podemos afirmar que é uma irregularidade porque dependemos da defesa que o beneficiário vai apresentar, mas a análise é bastante rigorosa”. Segundo ela, o benefício deixa de ser pago se o beneficiário não demonstra interesse em apresentar a documentação solicitada.

Uma inspeção no INSS este ano levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a determinar uma série de medidas que resultaram numa economia de R$ 1,32 bilhão.

O principal objetivo foi eliminar o acúmulo indevido e falecidos da lista de beneficiários. Ainda falta analisar 3,7 mil pagamentos acima do teto, 2 milhões de benefícios sem CPF e o aumento no acúmulo indevido de pagamentos. A ação do TCU suspendeu ou cancelou 166.286 benefícios irregulares.

Para consultor da Unesco, cenário sobre professores no Brasil é preocupante

AGÊNCIA BRASIL, 15 de outubro de 2009


Problemas na formação continuada dos professores e até mesmo na formação inicial, além da baixa remuneração, compõem um cenário “preocupante”, de acordo com o consultor em educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Célio da Cunha.

Ao comentar o estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, lançado pela Unesco na semana passada, Cunha lembrou que os professores representam o terceiro maior grupo ocupacional do país (8,4%), ficando atrás apenas dos escriturários (15,2%) e dos trabalhadores do setor de serviços (14,9%). A profissão supera, inclusive, o setor de construção civil (4%).

O especialista destaca, entretanto, que é preciso “elevar o status” do professor no Brasil. A própria Unesco, ao concluir o estudo, recomenda a necessidade de “uma verdadeira revolução” nas estruturas institucionais e de formação. Dados da pesquisa indicam que 50% dos alunos que cursam o magistério e que foram entrevistados disseram que não sentem vontade de ser professores. Outro dado “de impacto”, segundo Cunha, trata dos salários pagos à categoria – 50% dos docentes recebem menos de R$ 720 por mês.

O estudo alerta para um grande “descompasso” entre a formação teórica e a prática do ensino. Para Cunha, a formação do docente precisa estabelecer uma espécie de “aliança” entre o seu conteúdo e um projeto pedagógico, para que o professor tenha condições de entrar em sala de aula.

Como recomendações, a Unesco defende a real implementação do novo piso salarial e a política de formação docente, lançada recentemente. Cunha acredita que esses podem ser “pontos de partida” para uma “ampla recuperação” da profissão no Brasil.

“Se houver continuidade e fazendo os ajustes necessários que sempre surgem, seguramente, daqui a alguns anos, podemos ter um cenário bem mais promissor do que o atual”, disse, ao ressaltar que sem professores bem formados e com uma remuneração digna não será possível atingir a qualidade que o Brasil precisa para a educação básica. “Isso coloca em risco o futuro do país, por conta da importância que a educação tem em um mundo altamente competitivo e em uma sociedade globalizada.”


CNTE aponta envelhecimento dos professores e desinteresse pelo magistério
Os professores brasileiros comemoram hoje (15) o seu dia na expectativa de que a Lei do Piso Salarial Profissional, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em julho do ano passado pelo presidente da República, finalmente “pegue” e seja adotada por todas unidades da federação.

“O grande presente que poderia ser dado aos professores neste momento é o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade da Lei 11.738 que estabeleceu o piso nacional para os docentes”, assinala Roberto Franklin Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE).

A adoção do piso e a melhoria da carreira podem reverter o envelhecimento da profissão e o desinteresse dos mais jovens pelo magistério, acredita Leão. Segundo ele, a falta de renovação já compromete a disponibilidade de professores de matemática, química, física e biologia.

“O salário é muito baixo. A perspectiva de fazer o percurso da carreira é muito obscura, sujeita a toda sorte de sobressaltos. O professor precisa saber o que lhe espera nesses 25 ou 30 anos que ele percorre durante a vida profissional”, aponta o presidente da CNTE.

Roberto Leão vê no Poder Público a responsabilidade de reverter o quadro. “Se não houver por parte das autoridades responsáveis pela educação uma vontade de tornar a carreira do magistério mais atraente, nós vamos passar por dificuldades maiores do que as atuais”, diz, criticando processos de avaliação dos professores baseada no desempenho dos alunos. “É injusto. Não se pode avaliar o professor pela nota que recebe o aluno sem considerar as condições de vida do estudante, a origem familiar e os espaços sociais que frequenta”.

Aos problemas da carreira do magistério, o presidente da CNTE associa a violência na escola, a indisciplina e a má-criação dos alunos. “A violência não é uma coisa da escola. A violência está na sociedade e a escola faz parte da realidade. Mas essa situação de violência também é sim um fator para que as pessoas pensem: 'eu ganho pouco, não tenho carreira, eu ainda vou me sujeitar a ser agredido por um menino?'”, ressalta.

Na opinião do historiador e professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Jaime Pinsky, o magistério não tem mais prestígio e em sala de aula o professor lida com uma maior a irreverência dos alunos, “que às vezes ultrapassa os limites da educação”, diz, acrescentando que em todos os níveis sociais os pais estão “terceirizando” as funções da família para a escolas e estão cobrando dos professores responsabilidades que não são suas.

Para Leão, “a escola precisa ficar atraente para os alunos. Por mais pobre que os alunos sejam, há a possibilidade de eles estarem em contato com as novas tecnologias. Há um descompasso: enquanto os alunos são digitais, a escola é analógica”.

Jaime Pinsky avalia que o papel do professor mudou nos tempos de internet, celular e notebook. “Não cabe mais levar informação, mas relacioná-las e transformá-las em conhecimento”. Para ele, a mudança exige formação teórica mais sólida dos professores e mais leitura.

“Em geral, os professores lêem muito pouco. Muitas vezes, utilizam os próprios manuais e livros didáticos que adotam para aprender sobre o conteúdo que precisam ministrar. Se a publicação tem falhas, ele não tem conhecimento para superar essas lacunas”, afirma Pinsky. O historiador lamenta o “pacto da mediocridade” entre escola, professor e aluno. “Um finge que aprende. O outro finge que ensina. O empregador finge que paga bem”.

Perguntado em entrevista coletiva sobre os problemas de formação dos professores, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o MEC está possibilitando “acesso irrestrito” dos docentes à universidade pública. “Por isso, lançamos o Plano Nacional de Formação de Professores para que todo professor possa ter uma formação adequada. Os 50 mil primeiros professores já foram inscritos e vamos reabrir as inscrições para o primeiro semestre de 2010".

O plano oferece formação a três perfis diferentes de profissionais: primeira licenciatura para professores que não têm curso superior; segunda licenciatura para aqueles que já são formados, mas lecionam em áreas diferentes da que se graduaram; e licenciatura para bacharéis que necessitam de complementação para o exercício do magistério. Segundo o MEC, até 2011 serão oferecidas 331 mil vagas em universidades públicas, reservadas exclusivamente pelo plano.