sexta-feira, 29 de julho de 2011

Clube do Povo: em junho fez três anos que o prefeito Amin Hannouche prometeu a entrega da obra em seis meses

INSTITUTO AME CIDADE, 29 de julho de 2011


Como estamos em ano pré-eleitoral e o prefeito Amin Hannouche (PP) já está em campo para criar condições favoráveis para eleger seu sucessor é bom lembrarmos como este esquema funcionou na eleição passada.

Em junho de 2008, a notícia distribuída pela prefeitura era a seguinte: “Clube do Povo será entregue em 180 dias”. Era também o que o prefeito dizia em rádios e em entrevistas à imprensa. O release distribuído na época pela assessoria do prefeito era até mais otimista. A obra que estava começando seria entregue “no mais tardar” em 180 dias. Estávamos a quatro meses da eleição para prefeito.

A propaganda do prefeito dizia que “no mais tardar, em 180 dias, a comunidade de Cornélio Procópio já poderá desfrutar de um verdadeiro centro comunitário de lazer que será construído para atender a população de baixa renda”.

O prefeito Hannouche garantia a entrega do Clube do Povo em seis meses, uma obra, segundo ele, “de alto caráter social”, com benefícios para uma imensa região, com os bairros Florêncio Botelho, conjunto União, Jardim Seminário, mutirões I e II, entre outros.

Conforme o prefeito Hannouche propagandeava, o Clube do Povo teria “amplas opções de lazer e diversão, como pista de caminhada, quadra poliesportiva, salão de festa com banheiros e cozinha, quiosques com churrasqueiras, piscinas para adultos e crianças, campo de futebol, e tantas outras opções de lazer.

Isso é tudo material da própria prefeitura e informação da própria boca de Amin Hannouche, além do que tudo isso foi propagandeando pelos bairros de várias formas.

Nesse mês de junho de 2008 e nos meses seguintes, Amin Hannouche, que também estava em campanha para sua reeleição, falou bastante do Clube do Povo. Seus cabos eleitorais levavam essa novidade do clube popular por toda a cidade.

O prefeito até garantiu que havia uma exigência do município para que a empreiteira da obra contratasse exclusivamente mão-de-obra do próprio município. E mais, ele garantiu que haveria todo respeito aos direitos dos trabalhadores. É preciso destacar essa promessa até porque no mês passado a prefeitura foi obrigada a fazer um acordo na Justiça com o Ministério Público do Trabalho. O MP flagrou graves desrespeitos trabalhistas na terceirização da limpeza pública que o prefeito tentou fazer.

Mas como está o Clube do Povo hoje, passados três anos da promessa do prefeito de entregar a obra em seis meses? O Clube do Povo é uma das intermináveis obras de Amin Hannouche. Parece coisa para o absurdo "Acredite se Quiser", o programa de TV apresentado por Jack Palance: mais de três anos depois e o Clube do Povo continua em obras. O que foi prometido para ser um clube popular virou hoje um caso de polícia. No abandono, a obra seguidamente é usada como ponto de venda e uso de drogas e até para prostituição.

Atenção Cornélio Procópio: vem aí asfalto para recapear imagem política para a próxima eleição

INSTITUTO AME CIDADE, 29 de julho de 2011


O governador Beto Richa vai repassar R$ 34.360,693,00 para prefeituras para obras de recapeamento asfáltico nas ruas de várias cidades paranaenses. A verba é para 177 municípios, o que vai dar em média entre R$ 180 mil e R$ 220 mil para cada um. O programa, que beneficia municípios com menos de 100 mil habitantes, foi uma promessa de Orlando Pessuti no ano passado, quando ele assumiu o cargo de governador no lugar de Roberto Requião, que saiu candidato ao Senado.

Pessuti pensava em ser candidato ao governo e prometeu R$ 60 milhões para consertar ruas em municípios, mas isso não aconteceu. Pessuti também deixou para isso apenas cerca de R$ 29 milhões em caixa.

Agora Richa começa a tocar o programa, de nome até pomposo — Programa de Recuperação Asfáltica de Pavimento (Recap) — mas que na prática é uma operação tapa-buracos para amenizar a precária situação das ruas das cidades do interior do Paraná. Já vai para quase um ano que a verba havia sido prometida e agora ela ainda chega pela metade.

Na região da Associação dos Municípios do Norte do Paraná (Amunop) serão beneficiados os municípios de Cornélio Procópio, Curiúva, Nova Santa Bárbara, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, São Jerônimo da Serra, Uraí, Nova América da Colina e Santa Amélia.

O problema da precariedade da pavimentação urbana é muito grave em Cornélio Procópio. Não há bairros em que não haja ruas esburacadas e o problema atinge até as vias mais importantes. Hoje em dia os buracos no asfalto são a parte mais visível do desastre administrativo que é a administração do prefeito Amin Hannouche (PP).

O prefeito fala em falta de dinheiro e tenta culpar as chuvas, quando sobra até para São Pedro, mas a verdade é que o município ficou todo esburacado pela falta de manutenção, com o desmazelo administrativo que o procopense sente também em outras áreas.

A parcela que cabe a Cornélio Procópio do programa de recapeamento do governo estadual com certeza vai reforçar o esquema publicitário do prefeito para amenizar os estragos causados em sua imagem por escândalos na sua administração (no mês passado ele teve que fazer um acordo como o Ministério Público para se livrar de um processo na Justiça) e também pela ineficiência para tocar obras e até para a execução dos serviços básicos da cidade.

É claro que não é só por coincidência que esse tipo de coisa começa a aparecer no segundo semestre de um ano pré-eleitoral. Mas a questão é que a maquiagem asfáltica que deve ser feita servirá apenas para mascarar a origem dessa buraqueira que tomou conta das ruas da cidade. O buraco é bem mais embaixo: é a má gestão.

Em fevereiro de 2009, logo após assumir o segundo mandato, o prefeito Hannouche dizia à imprensa que para recuperar a malha viária do município seriam necessários R$ 30 milhões. Como de lá pra cá pouco se fez para corrigir os problemas e o prefeito seguiu com o desmazelo administrativo que já vinha da primeira gestão, quanto é que deve custar hoje em dia esta recuperação?

Certamente é muito mais que a parcela que caberá a Cornélio Procópio dos R$ 34 milhões liberados pelo governador para 177 cidades paranaenses. Mas com esta verba é possível criar um cenário de fantasia para entrar em 2012 com o eleitor acalmado depois desse desastroso mandato. E com certeza será feita uma festa publicitária com o recapeamento de vias escolhidas a dedo para que a população pense que toda a cidade ficará de asfalto novo.