quarta-feira, 21 de julho de 2010

Em dois anos, seis vereadores de Londrina têm aumento de 25% nos bens

FOLHA DE LONDRINA, 21 de julho de 2010

É o que mostram as declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral pelos vereadores londrinenses que disputarão as eleições em outubro


Os seis vereadores de Londrina que tentarão, no dia 3 de outubro, trocar a Câmara Municipal pela Assembleia Legislativa ou pela Câmara dos Deputados declararam à Justiça Eleitoral um total de R$ 1.470.479,21 em bens. O valor é cerca de 25% superior aos R$ 1.187.046,20 que os seis, juntos, declararam em 2008. Do grupo, apenas no caso de Roberto Fortini (PTC) não foi registrada evolução de patrimônio, mas decréscimo. Hoje, em Londrina, um vereador recebe subsídio mensal, bruto, de R$ 5.724 - valor que sobe para R$ 7.300 no caso do presidente da Mesa.

Ao todo, concorrem à Assembleia os vereadores Sandra Graça (PP), Gerson Araújo (PSDB), Roberto Fortini (PTC), Sebastião Raimundo da Silva (PDT) e o presidente da Casa, José Roque Neto (PTB). A Câmara Federal tem apenas Jairo Tamura (PSB) na disputa - ele que, a exemplo dos demais, mas à exceção de Sandra e Araújo, está no primeiro mandato no Legislativo municipal.

A maior evolução patrimonial foi registrada nas candidaturas de Roque Neto e Tamura: o petebista, por exemplo, que declarou possuir R$ 100 em espécie, na campanha de 2008, agora tem bens avaliados em R$ 74.697,02 - um veículo de R$ 70 mil e o restante depositado em duas contas correntes. O valor mais recente é pouco menos de 750 vezes maior que o declarado há dois anos.

Tamura, que em 2008 apresentou patrimônio de R$ 62.898 - um lote de terras, uma motocicleta, ações do Banestado e um veículo de R$ 38.800 -, agora declarou R$ 239.098, valor quase quatro vezes superior. Nos bens agora apresentados, estão novamente os de 2008 - com a diferença de que o mesmo carro de R$ 38.800 foi apresentado com o valor de R$ 42 mil -, além de mais um veículo (R$ 23 mil) e 20% de um lote de terras no Distrito de San Cristobal, no Paraguai (R$ 150 mil).

Vereador de segundo mandato, Gerson Araújo, que declarou R$ 184.291 no atual pleito, apresentara R$ 139 mil há dois anos. Sandra, atualmente no terceiro mandato e cujos bens estão agora em R$ 477.162,67, registrou, em 2008, um total de bens de R$ 403.765,43. Sebastião Raimundo da Silva (PDT) passou de R$ 216.725,63 em 2008 para R$ 289.226,52 este ano. O único a apresentar queda nos valores foi Fortini: R$ 206.004 no atual pleito, contra R$ 364.557,14 anotados quando disputou a Câmara em 2008.

Procurado ontem pela FOLHA - a exemplo dos dois candidatos com a maior evolução patrimonial em dois anos, em termos proporcionais, Roque Neto e Tamura -, Fortini reagiu irritado: ''Os números de 2008 que o TSE está dando estão errados; isso não existe. Está tudo de acordo com a minha declaração de renda''.

Quanto foi apresentado em bens naquele ano, portanto? ''Não lembro, mas acho que está na mesma proporção do que apresentei agora. Vou pedir a retificação'', garantiu. Dois anos depois? ''Hoje (ontem) que eu vi isso'', encerrou.

Tamura alegou que a evolução quase quatro vezes maior que o valor de 2008 se justifica por bens oriundos de herança do pai - doados, no entanto, admitiu o parlamentar, em 1995. ''Em 2008 os valores dos bens estavam com valores de 1995, agora foram atualizados. Achei que a declaração não tivesse interesse pelo valor, mas pelos bens declarados'', argumentou. Se vale a pena ser vereador em Londrina? ''A gente gasta mais do que ganha'', riu.

Aparentemente descontraído, Roque Neto resumiu a que atribuir uma evolução de R$ 100 para R$ 74.697,02 em dois anos: ''É tudo pela graça de Deus''. Em seguida, explicou: ''Em 2008 o partido eu não tinha experiência nenhuma nesse tipo de declaração; eu possuía apenas roupas e livros, tinha sido padre e, na Igreja, tinha carro, moradia e telefone. Saí mesmo só com a roupa do corpo e os livros'', alegou, lembrando que se licenciou do sacerdócio em 2004. ''Depois, até 2008, virei assalariado; não tinha dinheiro nenhum. Só agora, vereador, é que pude ir montando uma casa, alugada, e possuindo outros bens'', definiu.

Paraná começa a monitorar venda e uso de agrotóxicos

FOLHA DE LONDRINA, 21 de julho de 2010

Meta é incentivar a prática de uma agricultura com uso racional de produtos químicos; No ano passado, calcula-se que 80 mil toneladas de produtos químicos foram despejados nas lavouras paranaenses. Segundo especialistas, nao há justificativa agronômica para tamanha quantidade


Já está em vigor o Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Paraná (Siagro), que verifica eletronicamente o comércio e venda de defensivos agrícolas em todo o Estado. Pelo sistema, todas as informações das receitas para compra de agrotóxicos emitidas para os produtores são enviadas on-line para a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

A medida, de acordo com o coordenador da Divisão de Fiscalização e de Insumos da Seab, Adriano Riesemberg, quer incentivar a prática de uma agricultura com uso racional de produtos químicos. Com as informações do novo banco de dados, a Seab poderá identificar locais onde a administração dos defensivos químicos possam ocorrer de forma inadequada.

Segundo o fiscal da Seab, são emitidos anualmente cerca de 3 milhões de receitas. No ano passado, calcula-se que 80 mil toneladas de produtos químicos foram despejados nas lavouras paranaenses. ''Não há justificativa agronômica para esta quantidade. Os produtores têm deixado de lado boas práticas agrícolas e optado pela compra de agrotóxicos'', afirma Riesemberg, referindo-se a tecnologias como a rotação de culturas, uso do solo conforme a capacidade e o manejo integrado de pragas.

O novo banco de dados, na avaliação de Riesemberg, permitirá o controle mais ágil e eficiente, possibilitando um gerenciamento eletrônico do que está sendo usado em campo. Desde segunda-feira, quando o sistema entrou em vigor, até ontem a Seab já registrou 6.800 arquivos de receitas enviadas pelo sistema.

O Siagro prevê o envio eletrônico de informações das receitas emitidas no Estado, deixando disponíveis essas dados no Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária (Defis), responsável pelo monitoramento do comércio. Toda semana os comerciantes de agrotóxicos são obrigados a enviar as informações referentes às quantidades comercializadas na semana anterior.

Um dos campos de preenchimento mais visados, diz Reisemberg, será o local da aplicação do agrotóxico para verificar se não há mananciais nos perímetros ou áreas de preservação ambiental.

Atualmente no Estado existem cerca de 400 mil propriedades rurais e aproximadamente 2 mil pontos de comércio de agrotóxicos, incluindo as cooperativas. As regiões norte e oeste concentram as maiores áreas de produção agrícola.

A vigência do Siagro estava prevista para abril porém o prazo foi prorrogado a pedido da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Para a entidade, alguns associados precisavam de mais tempo para a adequação ao novo sistema que foi desenvolvido em parceria pela Secretaria da Agricultura, Celepar e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea).

Mais homicídios em 14 das 22 regiões do Paraná

GAZETA DO POVO, 21 de julho de 2010

Áreas de Ponta Grossa e Laranjeiras do Sul tiveram os maiores crescimentos. Em todo o estado, foi registrado um aumento de 20,4%


O crescimento no número de homicídios não é um problema enfrentado apenas por Curitiba, região metropolitana e litoral do Paraná. Os dados relativos ao período entre janeiro e junho deste ano mostram que o índice cresceu em 14 das 22 áreas integradas do estado (veja ao lado). A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divide o Paraná em 22 regiões para contabilizar o número de homicídios. No primeiro semestre deste ano foram registradas 1.795 ocorrências, número 20,4% maior do que o contabilizado no mesmo período do ano passado. A média é de dez pessoas assassinadas por dia no estado.

As áreas de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e Laranjeiras do Sul, no Centro-Sul do estado, foram as que registraram o maior crescimento. Nessas regiões, a quantidade de homicídios mais do que dobrou quando se compara o primeiro semestre de 2010 ao mesmo período do ano passado. A área de Laranjeiras do Sul engloba dez municípios e teve o maior aumento do estado, de 154%. Foram 28 homicídios no primeiro semestre de 2010, contra 11 no primeiro semestre de 2009. O número já supera o registrado em todo o ano passado, quando foram registrados 20 casos.

Segundo o delegado Hélder Andrade Lauria, da 2.ª Subdivisão Policial de Laranjeiras do Sul, álcool e ciúmes estão por trás das maioria das ocorrências. “Aqui a droga não é tão difundida. Temos muitos municípios pequenos nessa área e boa parte dos crimes acontece por causa de brigas motivadas por relações amorosas ou causadas por pessoas que estão alcoolizadas”, diz.

Já na região de Ponta Grossa, que é composta por 19 cidades, com uma população total de aproximadamente 730 mil pessoas, o crescimento no número de assassinatos foi de 124% nos seis primeiros meses deste ano. Foram 74 mortes em 2010 contra 33 no semestre inicial de 2009. O delegado adjunto João Manoel Garcia Alonso, da 13.ª Subdivisão da Polícia Civil, diz que o tráfico de drogas está ligado à maioria dos casos. “Mais de 80% desses casos estão apurados e geralmente as vítimas são mortas a tiros em razão de algum desentendimento entres os traficantes”, afirma.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Lindomar Bonetti, a violência está ligada ao desenvolvimento econômico e social das cidades. “Essa dinâmica de movimento e desenvolvimento traz algumas consequências ruins, como o crescimento do conflito de interesses e a violência”, analisa. Na análise da socióloga Ana Luisa Sallas, falta controle por parte do Estado. “O narcotráfico está estabelecido e as drogas se difundiram para diversas regiões. É um problema de segurança e saúde pública em que há certo descontrole. Qualquer problema acaba resolvido por meio do crime, da violência”, opina.

Queda - Contra a tendência de aumento de violência, sete áreas do estado registraram um número menor de assassinatos entre janeiro e junho deste ano (veja no infográfico). “Fazemos um mapeamento dos principais problemas, deslocamos um bom efetivo e concentramos os trabalhos na resolução das questões mais complexas”, conta a delegada titular da Subdivisão de Guarapuava, Maritza Haisi. Para o delegado de Jacarezinho, Rogério Antônio Lopes, as conversas com a população fazem a diferença. “Existem células nos bairros que interagem com os órgãos de segurança. Levantamos as informações e montamos operações para inibir os criminosos.”

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MP pede quebra de sigilo de envolvidos em fraude em viagens da Secretaria Estadual da Educação

GAZETA DO POVO, 21 de julho de 2010


A Promotoria do Patrimônio Público do Ministério Público Estadual do Paraná (MP) pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de seis servidores suspeitos de comandarem o esquema de fraude na central de viagens da Secretaria Estadual da Educação. Os nomes dos acusados são mantidos em segredo de Justiça.

A promotora responsável pelo processo, Adriana Vanessa Rabelo, estima que R$ 800 mil foram desviados pelo esquema de 2009 a maio de 2010. Uma sindicância interna feita pela assessoria jurídica da secretaria, finalizada há duas semanas, apontou que o valor desviado chegou a R$ 500 mil. Segundo a promotora, existe indícios de que houve desvios de verba pública também em 2007 e 2008. “Estamos em fase de auditoria para apurar todos os valores”, afirma.

De acordo com Adriana Rabelo, uma denúncia recebida por servidores da secretaria ajudou na descoberta do esquema de fraude. Os suspeitos em comandar o desvio de recursos usavam nomes, senhas e cartões corporativos de outros servidores. a fraude era feita a partir de diárias de viagens que não eram realizadas pelos funcionários.

A central de viagens é um sistema eletrônico do governo estadual na qual é possível fazer a solicitação de viagens por servidores que possuem senhas. Na opinião da promotora Adriana Rabelo, há fragilidade na prestação de contas do sistema. “Desde 2004 um decreto estadual isenta os servidores de comprovar despesas com alimentação e hospedagem. Não é preciso prestar contas, a não ser apresentar o comprovante de saque do cartão corporativo”, diz. Ela explica que na fraude apurada na secretaria, as viagens solicitadas não pediam custo de locomoção e eram esticadas para o prazo máximo permitido, que é de seis dias.

A promotora ainda ressalta que, conforme apurado pelas investigações, os servidores deixavam seus cartões corporativos e respectivas senhas com os responsáveis pelo esquema a pedido de suas chefias. “Os chefes usavam de coação moral para que os cartões fossem entregues.”

A estimativa é que 50 servidores tiveram seus nomes usados indevidamente. Um dos casos mais graves, segundo relata Adriana Rabelo, foi a de uma servidora que estava afastada em virtude do falecimento da filha. “A chefia disse que ela poderia ficar alguns dias em casa, sem apresentar atestado ou perícia médica. Na folha de freqüência dela constava falta e neste período o nome dela foi usado indevidamente para justificar diversas viagens.”

A promotoria deve entrar com ação civil e criminal contra os acusados. Eles podem responder por ato de improbidade administrativa e peculato. A pena é de 2 a 12 anos de reclusão.

Roraima e Tocantins terão voto 'mais caro' para governador

G1, 21 de julho de 2010

Levantamento do G1 mostra relação de gasto de campanha com eleitorado.Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo têm menor custo por voto. Paraná está em 19o lugar na lista


Roraima, Tocantins e Rondônia terão o voto para governador “mais caro” do país na comparação entre os gastos declarados pelos candidatos e o tamanho do eleitorado. O custo da campanha para convencer um eleitor em Roraima seria suficiente para tentar conquistar 28 votos no Rio de Janeiro, de acordo com levantamento feito pelo G1 com base na previsão de gastos informada pelos candidatos e nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o eleitorado brasileiro.

Em Roraima, os cinco candidatos ao governo do estado estimam gastar R$ 30,5 milhões na tentativa de convencer os 271,8 mil eleitores aptos para votar no estado, segundo dados divulgados pelo TSE nesta terça-feira (20). Com isso, o “custo” de cada voto é de R$ 112,10.

O valor é mais que o dobro do segundo colocado na lista – Tocantins. No estado, o voto individual custará R$ 53,63 aos dois candidatos que disputam o cargo de governador. O estado tem 948,9 mil eleitores e o custo previsto das duas campanhas é de R$ 50,9 milhões.

Na divisão entre gastos de campanha e eleitorado, Rondônia tem o voto um pouco mais “barato” do que Tocantins –R$ 40,85. O estado amazônico tem cerca de um milhão de eleitores e os cinco candidatos que disputam o governo estimam gastar até R$ 44,1 milhões.

Na outra ponta, três estados do Sudeste aparecem como os que terão o voto “mais barato”. No Rio de Janeiro, a relação gastos de campanha/eleitorado faz com que o custo estimado de um voto fique em R$ 3,96. O eleitorado fluminense soma 11,5 milhões – o terceiro maior do país. Juntos, os seis candidatos ao governo local declararam um gasto de campanha de R$ 45,9 milhões.

Em Minas Gerais, cada voto vai “custar” R$ 6,30 se for dividido o gasto total de campanha dos candidatos pelo número de eleitores. Os oito candidatos informaram ao Tribunal Regional Eleitoral do estado que pretendem gastar até R$ 91,6 milhões.

São Paulo, o maior colégio eleitoral do país (30,3 milhões) e a campanha mais cara neste ano, terá um custo por voto de R$ 6,45. Nove candidatos disputam o governo estadual. Juntos, devem gastar R$ 195,6 milhões.

Presidenciáveis - Se considerados os três principais concorrentes ao cargo de presidente da República – Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) – o custo para buscar o voto de um dos 135,8 milhões de eleitores brasileiros seria de pouco mais de R$ 3.

Somados, os valores de gastos de campanha informados pelos candidatos mais bem colocados nas pesquisas chegam a R$ 427 milhões. Dos três, Serra é o candidato com a campanha mais cara: R$ 180 milhões, seguido de Dilma Rousseff, com R$ 157 milhões, e Marina Silva, com R$ 90 milhões.

Por essa proporção, o candidato tucano teria um custo de R$ 1,32 por voto. Para Dilma, esse custo é de R$ 1,15. Marina gastaria menos: (R$ 0,66).

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