GAZETA DO POVO, 3 de novembro de 2009
Secretário de Assuntos Estratégicos apresentou políticas públicas do governo voltadas à diversidade. Na semana passada, governador disse que incidência de câncer de mama em homens estaria relacionada a passeatas gays
O governador Roberto Requião (PMDB) voltou a falar nesta terça-feira (3) sobre a polêmica declaração feita na semana passada, quando relacionou a ocorrência de câncer de mama em homens com passeatas gays. Boa parte da reunião desta manhã da Escola de Governo foi usada para apresentar as políticas da administração estadual voltadas ao atendimento às minorias, como forma de rebater as críticas de movimentos sociais, parlamentares e até do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que Requião seria preconceituoso.
O governador, no entanto, voltou a fazer piada com o tema. Ele, que já criticou secretários por “faltarem” à reunião da Escola de Governo, disse que compreendia o pequeno público que ocupava as cadeiras do auditório do Museu Oscar Niemeyer. “O [Carlos] Moreira [secretário de gabinete] me informou que o auditório está vazio porque o pessoal ainda está voltando do Rio de Janeiro, onde houve passeata no fim de semana”, disse.
O governador referia-se à 14ª Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, que ocorreu no domingo (1º). Durante o evento, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fizeram duras críticas a Requião pela declaração da semana passada. “Preconceito dá câncer, faz mal à saúde e pode matar”, disse o Minc. “Eu lamento, não há nada mais nojento do que o preconceito. Lamento que haja político atrasado dessa maneira”, declarou Cabral. Nesta terça-feira, Requião não citou diretamente as críticas de domingo.
Na tribuna, o secretário especial de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, falou sobre a criação de núcleos e programas especiais voltados às comunidades quilombolas, indígenas e LGBT (movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Embora o governo não tenha aberto espaço para falas do movimento LGBT, Pereira fez questão de citar a presença de Igo Martini e Andrielly Vogue, representantes das minorias, na plateia. O secretário também brincou durante a fala, pedindo ao governador que deixe de chamá-lo de Dr. Negrão. “Se não vão dizer que o senhor é racista”, explicou.
Ao fim do discurso de Pereira, Requião disse que acredita que a intolerância contra minorias sexuais está ligada à cultura da sociedade e que dificilmente pode ser batida de frente. “Mas essas políticas que são feitas nas secretarias da Educação e da Saúde mexem com o processo de formação cultural da sociedade”, disse.
Ele afirmou que o governo desenvolve políticas voltadas à diversidade como “uma aposta a favor da evolução”, mas ressaltou que “muito provavelmente vocês [espectadores] não me verão dançando durante um desfile gay”.
Secretário de Assuntos Estratégicos apresentou políticas públicas do governo voltadas à diversidade. Na semana passada, governador disse que incidência de câncer de mama em homens estaria relacionada a passeatas gays
O governador Roberto Requião (PMDB) voltou a falar nesta terça-feira (3) sobre a polêmica declaração feita na semana passada, quando relacionou a ocorrência de câncer de mama em homens com passeatas gays. Boa parte da reunião desta manhã da Escola de Governo foi usada para apresentar as políticas da administração estadual voltadas ao atendimento às minorias, como forma de rebater as críticas de movimentos sociais, parlamentares e até do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que Requião seria preconceituoso.
O governador, no entanto, voltou a fazer piada com o tema. Ele, que já criticou secretários por “faltarem” à reunião da Escola de Governo, disse que compreendia o pequeno público que ocupava as cadeiras do auditório do Museu Oscar Niemeyer. “O [Carlos] Moreira [secretário de gabinete] me informou que o auditório está vazio porque o pessoal ainda está voltando do Rio de Janeiro, onde houve passeata no fim de semana”, disse.
O governador referia-se à 14ª Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, que ocorreu no domingo (1º). Durante o evento, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fizeram duras críticas a Requião pela declaração da semana passada. “Preconceito dá câncer, faz mal à saúde e pode matar”, disse o Minc. “Eu lamento, não há nada mais nojento do que o preconceito. Lamento que haja político atrasado dessa maneira”, declarou Cabral. Nesta terça-feira, Requião não citou diretamente as críticas de domingo.
Na tribuna, o secretário especial de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, falou sobre a criação de núcleos e programas especiais voltados às comunidades quilombolas, indígenas e LGBT (movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Embora o governo não tenha aberto espaço para falas do movimento LGBT, Pereira fez questão de citar a presença de Igo Martini e Andrielly Vogue, representantes das minorias, na plateia. O secretário também brincou durante a fala, pedindo ao governador que deixe de chamá-lo de Dr. Negrão. “Se não vão dizer que o senhor é racista”, explicou.
Ao fim do discurso de Pereira, Requião disse que acredita que a intolerância contra minorias sexuais está ligada à cultura da sociedade e que dificilmente pode ser batida de frente. “Mas essas políticas que são feitas nas secretarias da Educação e da Saúde mexem com o processo de formação cultural da sociedade”, disse.
Ele afirmou que o governo desenvolve políticas voltadas à diversidade como “uma aposta a favor da evolução”, mas ressaltou que “muito provavelmente vocês [espectadores] não me verão dançando durante um desfile gay”.
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