CRISTINA RIOS, Gazeta do Povo, 14 de setembro de 2009
Participação do estado na geração das riquezas nacionais encolheu nos últimos cinco anos de 6,4% para 5,8%. Causa está na concentração, dizem economistas
O Paraná perdeu espaço na economia brasileira nos últimos cinco anos. Quebras nas safras agrícolas, falta de grandes investimentos industriais e o avanço dos estados do Norte e do Nordeste contribuíram para reduzir a participação no total de riquezas geradas no país. Levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) mostra que o estado, que em 2003 representava 6,4% do total do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, fechou 2008 com uma participação de 5,8%.
Situação que pode piorar, de acordo com analistas, com a tendência de concentração, nos próximos anos, das riquezas nas economias de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, beneficiadas com os royalties do pré-sal. Cada ponto porcentual do PIB nacional equivale a cerca de R$ 28 bilhões, com base nos números de 2008. “O Paraná corre o risco, não desprezível, de perder importância nos próximos anos (hoje o estado é a quinta maior economia do país) se não for elaborado um plano de desenvolvimento de longo prazo de modo a acelerar a atração de investimentos”, diz o economista Marcelo Curado, vice-diretor do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo ele, depois da última onda de industrialização, no fim da década de 1990, o Paraná não viveu nenhum grande processo de inovação. “A matriz de produção permanece a mesma desde então, com forte dependência do mercado relacionado a commodities como soja e milho e do setor automobilístico”, afirma.
A principal fragilidade da economia paranaense, no entender de Christian Luiz da Silva, professor de economia da UTFPR, é que a base da indústria do estado também está bastante concentrada em alguns segmentos, como alimentos e automóveis. “Se essas condições não mudarem, vamos continuar nesse elevador. Em alguns momentos subimos nossa participação, em outros reduzimos”, afirma. Os economistas defendem diversificação e desconcentração da produção e políticas de apoio a grandes investimentos, incentivos a inovação e tecnologia como forma de fortalecer a economia paranaense.
Nos anos recentes, a queda de participação se deveu principalmente aos efeitos da quebra de safra agrícola entre 2005 e 2006. O setor do agronegócio representa 30% da economia do estado, de acordo com o coordenador de conjuntura do Ipardes, Julio Suzuki. “Os problemas climáticos afetaram um setor que tem importância na economia estadual, mas a tendência é voltarmos gradativamente à posição anterior”, afirma. De acordo com ele, os números de participação do Paraná na economia nacional nos últimos dois anos ainda são estimativas e consideraram previsões conservadoras.
O fato de o estado perder posição relativa não quer dizer, no entanto, que a economia do estado vai mal. Quando se olha para o desempenho isolado, percebe-se que o Paraná foi bem nos últimos dois anos, com recuperação do crescimento – no ano passado avançou 5,8% contra 5,1% do Brasil. “O problema é que falta ao estado um processo de inovação que permita que ele cresça em participação, sobretudo com o avanço das economias de outros estados”, acrescenta Curado.
As regiões Norte e Nordeste vêm despontando com crescimento superior à média brasileira, amparadas pelas políticas de distribuição de renda, como o Bolsa Família. As pesquisas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só permitem comparar dados entre os estados somente até 2006, mas confirmam o movimento. Entre 2003 e 2006 a região Norte ampliou sua participação de 4,8% para 5,1% na economia brasileira e o nordeste de 12,8% para 13,1%. A região Sul foi a que mais perdeu espaço, com um recuo de de 17,75% para 16,3%. Entre os estados, os que mais tiveram queda foram justamente Rio Grande do Sul, com recuo de 0,7 ponto porcentual, e Paraná, com 0,6.
Participação do estado na geração das riquezas nacionais encolheu nos últimos cinco anos de 6,4% para 5,8%. Causa está na concentração, dizem economistas
O Paraná perdeu espaço na economia brasileira nos últimos cinco anos. Quebras nas safras agrícolas, falta de grandes investimentos industriais e o avanço dos estados do Norte e do Nordeste contribuíram para reduzir a participação no total de riquezas geradas no país. Levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) mostra que o estado, que em 2003 representava 6,4% do total do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, fechou 2008 com uma participação de 5,8%.
Situação que pode piorar, de acordo com analistas, com a tendência de concentração, nos próximos anos, das riquezas nas economias de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, beneficiadas com os royalties do pré-sal. Cada ponto porcentual do PIB nacional equivale a cerca de R$ 28 bilhões, com base nos números de 2008. “O Paraná corre o risco, não desprezível, de perder importância nos próximos anos (hoje o estado é a quinta maior economia do país) se não for elaborado um plano de desenvolvimento de longo prazo de modo a acelerar a atração de investimentos”, diz o economista Marcelo Curado, vice-diretor do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo ele, depois da última onda de industrialização, no fim da década de 1990, o Paraná não viveu nenhum grande processo de inovação. “A matriz de produção permanece a mesma desde então, com forte dependência do mercado relacionado a commodities como soja e milho e do setor automobilístico”, afirma.
A principal fragilidade da economia paranaense, no entender de Christian Luiz da Silva, professor de economia da UTFPR, é que a base da indústria do estado também está bastante concentrada em alguns segmentos, como alimentos e automóveis. “Se essas condições não mudarem, vamos continuar nesse elevador. Em alguns momentos subimos nossa participação, em outros reduzimos”, afirma. Os economistas defendem diversificação e desconcentração da produção e políticas de apoio a grandes investimentos, incentivos a inovação e tecnologia como forma de fortalecer a economia paranaense.
Nos anos recentes, a queda de participação se deveu principalmente aos efeitos da quebra de safra agrícola entre 2005 e 2006. O setor do agronegócio representa 30% da economia do estado, de acordo com o coordenador de conjuntura do Ipardes, Julio Suzuki. “Os problemas climáticos afetaram um setor que tem importância na economia estadual, mas a tendência é voltarmos gradativamente à posição anterior”, afirma. De acordo com ele, os números de participação do Paraná na economia nacional nos últimos dois anos ainda são estimativas e consideraram previsões conservadoras.
O fato de o estado perder posição relativa não quer dizer, no entanto, que a economia do estado vai mal. Quando se olha para o desempenho isolado, percebe-se que o Paraná foi bem nos últimos dois anos, com recuperação do crescimento – no ano passado avançou 5,8% contra 5,1% do Brasil. “O problema é que falta ao estado um processo de inovação que permita que ele cresça em participação, sobretudo com o avanço das economias de outros estados”, acrescenta Curado.
As regiões Norte e Nordeste vêm despontando com crescimento superior à média brasileira, amparadas pelas políticas de distribuição de renda, como o Bolsa Família. As pesquisas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só permitem comparar dados entre os estados somente até 2006, mas confirmam o movimento. Entre 2003 e 2006 a região Norte ampliou sua participação de 4,8% para 5,1% na economia brasileira e o nordeste de 12,8% para 13,1%. A região Sul foi a que mais perdeu espaço, com um recuo de de 17,75% para 16,3%. Entre os estados, os que mais tiveram queda foram justamente Rio Grande do Sul, com recuo de 0,7 ponto porcentual, e Paraná, com 0,6.
Maior renda per capita está no Distrito FederalApesar de avanços de alguns estados e perda de outros, a economia brasileira prossegue concentrada em apenas oito unidades da federação. Os sete maiores estados e o Distrito Federal tinham 78,73% do PIB do Brasil em 2006, segundo os dados mais recentes do IBGE. Quatro anos antes, esse porcentual era de 79,67%. A riqueza do país está principalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Distrito Federal. O Distrito Federal continua tendo o maior PIB per capita (R$ 37.600), quase o triplo da média nacional (R$ 12.688) e bem à frente de São Paulo (R$ 19.548) e Rio de Janeiro (R$ 17.695).
Principal indicador da atividade econômica, o PIB exprime o valor da produção realizada dentro das fronteiras geográficas de um país, num determinado período, independentemente da nacionalidade das unidades produtoras.
Em outras palavras, o PIB sintetiza o resultado final da atividade produtiva, expressando monetariamente a produção.
Sua variação é adotada como o principal indicador para medir o desempenho econômico de um país, região ou unidade federativa.
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