JORNAL DE MARINGÁ, 14 de outubro de 2009
Segundo o sindicato da categoria, servidores das cidades de Maringá, Guarapuava, Cascavel, Francisco Beltrão e Londrina, já cruzaram os braços. Manifestação é em protesto pela morte do agente Walter Giovani de Brito, ocorrida em Londrina
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná fizeram nesta terça-feira (13) uma paralisação em várias unidades prisionais do estado em protesto pela morte do agente Walter Giovani de Brito, 26 anos, ocorrida na madrugada desta segunda-feira (12) em Londrina. A entidade informou que servidores de dez unidades, das cidades de Maringá, Guarapuava, Cascavel, Francisco Beltrão e Londrina, cruzaram os braços.
Em Londrina, os agentes se concentraram em frente ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), unidade que Brito trabalhava. O secretário-geral do Sindicato, Ademildo Passos Correia, disse que a manifestação tem o objetivo de alertar à população sobre a insegurança que é a vida dos agentes penitenciários. Segundo ele, os trabalhadores dos presídios são alvos fáceis. “Somos nós que lidamos diariamente com os presos. Vamos fazer esse protesto para mostrar para o governo que estamos descontentes com a nossa situação”, afirmou.
Correia informou que está sendo exigido que o governo libere o porte de arma para os agentes penitenciários. Eles reclamam que “podem ser o alvo, mas nunca o tiro”. “Não temos o direito de se defender, pois nós estamos desarmados e o bandido está com arma na mão. E quando nos defendemos acabamos presos. Estamos sendo atacados e não podemos fazer nada”, disse.
O diretor do sindicato em Londrina, Antonio Alves da Silva Filho, informou que somente os trabalhos essenciais funcionaram nos presídios. Com a paralisação, o banho de sol dos detentos foi suspenso. “Nosso objetivo não é prejudicar os presos. Então, as audiências com os advogados estão sendo realizadas e se chegar algum alvará de soltura vamos liberar o detento. Só queremos permanecer vivos”, disse.
Filho comentou que o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) não estabeleceu nenhum diálogo com os agentes. Ele afirmou, no entanto, que ameaças já foram feitas. “Eles não querem conversar, mas sabem ameaçar. Já recebemos ameaças de desconto do dia parado e até da abertura de processos disciplinares administrativos”, relatou.
Segundo o sindicato, aproximadamente 500 agentes penitenciários trabalham na Penitenciária de Londrina (PEL), no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) e na Casa de Custódia (CCL). Com essa morte, nos últimos três anos, quatro servidores já foram executados na cidade (dois em 2007; um em 2008 e outro em 2009). “Estamos vendo nossos companheiros sendo mortos e não podemos fazer nada”, desabafa o secretário-geral do sindicato, Ademildo Passos Correia.
Em Maringá, uma mobilização deixou cerca de 50 agentes parados por aproximadamente 4 horas. Segundo Wilson Brasil, representante do sindicato, a concentração ocorreu em frente à Penitenciária Estadual de Maringá. "Foi um protesto, pois a morte de um colega não pode passar em branco", disse. Já no Centro de Detenção Provisório (CDP) o trabalho foi normal na manhã desta terça-feira.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Seju) informou que deveria emitir uma nota oficial para comentar a paralisação somente no final do dia.
O crime
O assassinato de Brito ocorreu por volta da 1h da madrugada, na Avenida Santos Dumont, Jardim Aeroporto, zona leste. Segundo a Polícia Militar (PM), Brito e mais dois agentes penitenciários, estavam em um bar. Ao entrarem no veículo para irem embora, Juliano Jadson Lima dos Santos, 21 anos, chegou em uma motocicleta e atirou várias vezes contra o carro.
Pelo menos quatro tiros atingiram Brito, que morreu na hora. Outro agente penitenciário, Bruno Mazzini da Silva, 26 anos, que estava no banco de trás do veículo foi ferido no abdome e encaminhado em estado grave para a Santa Casa. O agente Levino Custódio Júnior, 34 anos, que trazia uma arma calibre ponto 40 no porta-luvas do veículo, reagiu e acertou dois tiros no autor dos disparos.
Santos conseguiu fugir, mas foi preso quando recebia atendimento médico no hospital Universitário (HU). De acordo com a PM, Levino Júnior também foi preso por não possuir porte de arma, mesmo ele estando com todos os documentos da arma.
Assessoria de imprensa da Santa Casa informou, nesta terça-feira, que o quadro clínico de Bruno Mazzini da Silva é bom. Já a assessoria do HU disse o estado de Juliano Jadson Lima dos Santos é regular e ele não corre risco de morte.
Mesmo armados, agentes não conseguem evitar crimes
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS, 14 de outubro de 2009
Das quatro mortes de agentes penitenciários registradas desde 2007 em Londrina, três não possuem ligação alguma com retaliação por conta do trabalho nos presídios. A afirmação é do delegado chefe da 10ª Subdivisão de Londrina, Sérgio Barroso, que acompanhou a investigação de todos os casos e disse ainda que em todos eles os agentes estavam armados no momento do crime.
“Baseados nisso, podemos afirmar que não é a arma que evita a morte destes servidores, já que estes três estavam armados, ilegalmente, e mesmo assim acabaram sendo assassinados”, disse.
Segundo ele, em junho de 2007, o agente penitenciário Luiz Carlos Marquet foi morto depois de exigir que traficantes deixassem de cobrar uma dívida que era de seu sobrinho. “Como o garoto estava detido, os traficantes teriam começado a importunar a mãe - irmã de Marquet - para pagar a dívida. Marquet foi até eles para fazer com que parassem de ameaçá-la. Como resposta à sua ameça, foi morto”, contou.
Em setembro do mesmo ano, o agente Gilson Leonel Ramos foi morto no Mato Grosso, durante um assalto. “Neste caso, a hipótese de ligação com o trabalho nos presídios também foi descartada. O caso foi de latrocínio, disse o delegado.
Já no ano passado, foi registrada a única morte que teria sido motivada por uma vingança de bandidos contra o trabalho do agente penitenciário Francisco Gonçalves Filho. Ele foi morto em 2008 quando chegava em casa. “Durante uma revista ele e outros agentes teriam agredido alguns presos e por retaliação a esta atitude, ele acabou sendo assassinado”, disse o delegado.
Segundo o sindicato da categoria, servidores das cidades de Maringá, Guarapuava, Cascavel, Francisco Beltrão e Londrina, já cruzaram os braços. Manifestação é em protesto pela morte do agente Walter Giovani de Brito, ocorrida em Londrina
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná fizeram nesta terça-feira (13) uma paralisação em várias unidades prisionais do estado em protesto pela morte do agente Walter Giovani de Brito, 26 anos, ocorrida na madrugada desta segunda-feira (12) em Londrina. A entidade informou que servidores de dez unidades, das cidades de Maringá, Guarapuava, Cascavel, Francisco Beltrão e Londrina, cruzaram os braços.
Em Londrina, os agentes se concentraram em frente ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), unidade que Brito trabalhava. O secretário-geral do Sindicato, Ademildo Passos Correia, disse que a manifestação tem o objetivo de alertar à população sobre a insegurança que é a vida dos agentes penitenciários. Segundo ele, os trabalhadores dos presídios são alvos fáceis. “Somos nós que lidamos diariamente com os presos. Vamos fazer esse protesto para mostrar para o governo que estamos descontentes com a nossa situação”, afirmou.
Correia informou que está sendo exigido que o governo libere o porte de arma para os agentes penitenciários. Eles reclamam que “podem ser o alvo, mas nunca o tiro”. “Não temos o direito de se defender, pois nós estamos desarmados e o bandido está com arma na mão. E quando nos defendemos acabamos presos. Estamos sendo atacados e não podemos fazer nada”, disse.
O diretor do sindicato em Londrina, Antonio Alves da Silva Filho, informou que somente os trabalhos essenciais funcionaram nos presídios. Com a paralisação, o banho de sol dos detentos foi suspenso. “Nosso objetivo não é prejudicar os presos. Então, as audiências com os advogados estão sendo realizadas e se chegar algum alvará de soltura vamos liberar o detento. Só queremos permanecer vivos”, disse.
Filho comentou que o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) não estabeleceu nenhum diálogo com os agentes. Ele afirmou, no entanto, que ameaças já foram feitas. “Eles não querem conversar, mas sabem ameaçar. Já recebemos ameaças de desconto do dia parado e até da abertura de processos disciplinares administrativos”, relatou.
Segundo o sindicato, aproximadamente 500 agentes penitenciários trabalham na Penitenciária de Londrina (PEL), no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) e na Casa de Custódia (CCL). Com essa morte, nos últimos três anos, quatro servidores já foram executados na cidade (dois em 2007; um em 2008 e outro em 2009). “Estamos vendo nossos companheiros sendo mortos e não podemos fazer nada”, desabafa o secretário-geral do sindicato, Ademildo Passos Correia.
Em Maringá, uma mobilização deixou cerca de 50 agentes parados por aproximadamente 4 horas. Segundo Wilson Brasil, representante do sindicato, a concentração ocorreu em frente à Penitenciária Estadual de Maringá. "Foi um protesto, pois a morte de um colega não pode passar em branco", disse. Já no Centro de Detenção Provisório (CDP) o trabalho foi normal na manhã desta terça-feira.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Seju) informou que deveria emitir uma nota oficial para comentar a paralisação somente no final do dia.
O crime
O assassinato de Brito ocorreu por volta da 1h da madrugada, na Avenida Santos Dumont, Jardim Aeroporto, zona leste. Segundo a Polícia Militar (PM), Brito e mais dois agentes penitenciários, estavam em um bar. Ao entrarem no veículo para irem embora, Juliano Jadson Lima dos Santos, 21 anos, chegou em uma motocicleta e atirou várias vezes contra o carro.
Pelo menos quatro tiros atingiram Brito, que morreu na hora. Outro agente penitenciário, Bruno Mazzini da Silva, 26 anos, que estava no banco de trás do veículo foi ferido no abdome e encaminhado em estado grave para a Santa Casa. O agente Levino Custódio Júnior, 34 anos, que trazia uma arma calibre ponto 40 no porta-luvas do veículo, reagiu e acertou dois tiros no autor dos disparos.
Santos conseguiu fugir, mas foi preso quando recebia atendimento médico no hospital Universitário (HU). De acordo com a PM, Levino Júnior também foi preso por não possuir porte de arma, mesmo ele estando com todos os documentos da arma.
Assessoria de imprensa da Santa Casa informou, nesta terça-feira, que o quadro clínico de Bruno Mazzini da Silva é bom. Já a assessoria do HU disse o estado de Juliano Jadson Lima dos Santos é regular e ele não corre risco de morte.
Mesmo armados, agentes não conseguem evitar crimes
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS, 14 de outubro de 2009
Das quatro mortes de agentes penitenciários registradas desde 2007 em Londrina, três não possuem ligação alguma com retaliação por conta do trabalho nos presídios. A afirmação é do delegado chefe da 10ª Subdivisão de Londrina, Sérgio Barroso, que acompanhou a investigação de todos os casos e disse ainda que em todos eles os agentes estavam armados no momento do crime.
“Baseados nisso, podemos afirmar que não é a arma que evita a morte destes servidores, já que estes três estavam armados, ilegalmente, e mesmo assim acabaram sendo assassinados”, disse.
Segundo ele, em junho de 2007, o agente penitenciário Luiz Carlos Marquet foi morto depois de exigir que traficantes deixassem de cobrar uma dívida que era de seu sobrinho. “Como o garoto estava detido, os traficantes teriam começado a importunar a mãe - irmã de Marquet - para pagar a dívida. Marquet foi até eles para fazer com que parassem de ameaçá-la. Como resposta à sua ameça, foi morto”, contou.
Em setembro do mesmo ano, o agente Gilson Leonel Ramos foi morto no Mato Grosso, durante um assalto. “Neste caso, a hipótese de ligação com o trabalho nos presídios também foi descartada. O caso foi de latrocínio, disse o delegado.
Já no ano passado, foi registrada a única morte que teria sido motivada por uma vingança de bandidos contra o trabalho do agente penitenciário Francisco Gonçalves Filho. Ele foi morto em 2008 quando chegava em casa. “Durante uma revista ele e outros agentes teriam agredido alguns presos e por retaliação a esta atitude, ele acabou sendo assassinado”, disse o delegado.
Um comentário:
Isso é um absurdo. Os três agentes alvejados não tiveram desavenças nenhuma, nem no bar e nem no trânsito. Pelo simples fato de ele não ter passado pelo presidio não quer dizer nada. Muitas hipóteses podem ser analisadas. Ele pode muito bem ter sido mandado por outros bandidos que conheciam os agentes. Um bandidinho com passagem na policia somente por furto não sairia por aí enfrentando três agentes por pouca coisa. Com certeza ele estava devendo e foi mandado. Abram os olhos e façam justiça em nome da familia deles e principalmente em nome da familia de Walter Giovani que ouvem por aí através de um monte de informações distorcidas que o filho dela morreu por bebedeira e briga de bar quando isso É TUDO MENTIRA...
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