segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

‘Não fiz nem 50% do que tem que ser feito’, diz Rossoni

FOLHA DE LONDRINA, 7 de fevereiro de 2011

Presidente da Assembleia promete agilizar processo de trabalho e ampliar o rigor inclusive na folha de pagamento da Casa


O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), teve uma reunião de trabalho ontem com os novos diretores da casa no final da tarde. O encontro teve como objetivo discutir as principais ações que serão implantadas a partir de hoje e fazer uma avaliação das medidas adotadas neste início de gestão. ''Não fiz nem 50% do que tem que ser feito. Se querem uma Assembleia nova me deixem trabalhar'', declarou ontem. Durante a reunião ficou decidido que será agilizado o processo de trabalho e ampliado o rigor inclusive na folha de pagamento da Casa.

Ontem, peritos da Embrasil, empresa que já fazia parte da segurança da Assembleia na antiga gestão, encontraram um grampo telefônico ligado na linha telefônica privativa na mesa utilizada pelo presidente da Casa no plenário. Segundo o perito técnico da Embrasil Antonio Carlos Walger, o equipamento estava no quadro de telefonia do prédio onde estão os gabinetes dos deputados. Esse aparelho permite que uma pessoa fique do lado externo do prédio recebendo as informações e tem um alcance de 50 a 100 metros.

Walger não descartou a possibilidade de encontrar mais equipamentos de espionagem na casa. A previsão dele é que a varredura na Assembleia demore mais uma semana para ser concluída.

Ontem o presidente da Assembleia informou também que ainda não é possível definir quais cortes serão realizados na lista de gastos. ''Essa semana que teremos conhecimento de todos os contratos'', afirmou.

No sábado, com os trabalhos para identificar possíveis pontos de escuta clandestina na Assembleia, foram localizadas três centrais de escutas clandestinas nos gabinetes de Rossoni e do 1º secretário Plauto Miró (DEM). O material foi apreendido pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, e encaminhado para perícia técnica na Polícia Científica.

O trabalho foi solicitado pelo presidente da Assembleia em função dos últimos acontecimentos que envolvem situações irregulares em várias áreas da casa. Rossoni determinou a varredura para garantir total transparência e condições de trabalho para a nova mesa diretora e para os deputados.

Durante as buscas nas dependências da Assembleia, foram encontrados aparelhos estranhos, como microfones de indução para escuta de ambiente. São dispositivos sofisticados, de origem israelense, que custam entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, e que foram instalados recentemente escondidos sobre o forro. Num dos pontos onde havia uma central de escuta escondida, foram desenhadas três suásticas (símbolo do regime nazista na Alemanha).

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