terça-feira, 27 de outubro de 2009

Trabalhos premiados com o Vladimir Herzog em 30 anos já podem ser vistos na internet

AGÊNCIA BRASIL, 27 de outubro de 2009


A série de reportagens vencedoras do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e de Direitos Humanos desde a sua primeira edição, em 1979, já estão disponíveis para os internautas no site do Instituto Vladimir Herzog.

Voltado especialmente para estudantes, pesquisadores e jornalistas, o novo site permite resgatar histórias de pessoas injustiçadas e outros temas em defesa da cidadania, publicados em fotos, vídeos, textos de jornais, revistas, na internet ou transmitidos pelo rádio e pela TV.

O novo serviço é um projeto desenvolvido em conjunto pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, o Centro de Informação da Organizações das Nações Unidas (ONU), o Instituto Vladimir Herzog e o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (SJPESP).
A primeira reportagem ganhadora do Prêmio Vladimir Herzog é de autoria do jornalista Ricardo Carvalho em que ele retratou o drama do sertanejo José Aparecido Galdino, que foi parar em um manicômio, em 1969, por ter-se manifestado contra a construção da represa de Ilha Solteira. Presente à solenidade de lançamento do site, o jornalista contou que teve “um agradável susto”, ao ver na internet a série de textos que escreveu sobre o caso.

Carvalho relembrou que foi atrás da história de Galdino, depois de ouvir uma palestra do professor da Universidade de São Paulo (USP), José de Souza Martins. Galdino, segundo define, era homem muito humilde, analfabeto e que foi detido com status de preso político apenas por protestar contra a represa que iria invadir as suas terras, em Rubinéia, no interior paulista.

“Ele saiu às ruas protestando, arrumou um exército de 20 pessoas . Com um chicotinho na mão começou a pregar o não pagamento de imposto. Isso em 1969, imagina. Foi imediatamente preso, levado para a auditoria [Justiça Militar], e ninguém sabia o que fazer com ele, [então decidiram:] põe esse louco no manicômio”.

Segundo o diretor do Instituto Vladimir Herzog, o engenheiro Ivo Herzog, todo o material desses últimos 30 anos ainda não está completo, mas a maioria dos trabalhos já pode ser consultada. Ivo Herzog é filho do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo.

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