JORNAL DE LONDRINA, 30 de setembro de 2009
Estudos revelam índices alarmantes que comprometem a qualidade do leite que chega ao consumidor; produtores devem ser incentivados a monitorar nascentes de suas propriedades
“Para produzir leite com qualidade tem que ter água com qualidade. Esse é o lema. E hoje a maioria das fontes das propriedades rurais está contaminada. Então, é preciso trabalhar isso urgentemente”. O alerta é da médica veterinária Lídia Cristina Almeida Picinin, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UFESC), que participou ontem em Londrina do 1º Simpósio Regional sobre a Qualidade da Água e Meio Ambiente, realizado no 4º Rural TecnoShow, pelo Instituto Emater.
Especializada em inspeção e tecnologia em produtos de origem animal e com mestrado em Qualidade da Água e sua Influência na Qualidade do Leite, a pesquisadora diz que os diagnósticos são preocupantes e não há solução à vista, a não ser o trabalho
“formiguinha” de contatar os produtores e incentivar que eles sejam protagonistas na fiscalização e monitoramento de suas minas e nascentes. Lídia diz que em São Paulo, 90% das propriedades estão fora do padrão de qualidade da água. Em Santa Catarina, o índice de contaminação das águas nas propriedades chega a 100%. Ainda de acordo com a pesquisadora, dados de 2006 mostraram que 81% das propriedades leiteiras da Argentina tinham águas impróprias, o que conseqüentemente resulta na má qualidade do leite.
Lídia conta que tem trabalhado com pesquisas nessa área da influência direta da qualidade da água na qualidade do leite que chega ao consumidor. Tanto em relação à qualidade físico-química, como as microbiológicas.
A zootecnista Solange Cristina Canesin de Oliveira, da Emater em Astorga, apresentou um trabalho feito por colegas na região de Ponta Grossa. “Eles detectaram que nós estamos com grandes problemas de contaminação de água dentro da produção de leite. E os resultados que são obtidos afetam diretamente essa qualidade do leite na produção”, disse. Para a zootecnista, a ação imediata deve ser orientar os produtores. Um passo é o fornecimento de um tipo de clorador adaptado e que funciona na origem, na água captada na mina ou no poço, para evitar a contaminação microbiológica.
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina, Narciso Picinati, que é também presidente o Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA), afima que vê no dia a dia a mesma preocupação. “O problema com a água que é um bem tão importante, está relegado por todos os órgãos. Inclusive nós, representantes do produtor rural e o próprio produtor”. No entanto, ele cobra das entidades que cumpram com a obrigação de levar esse conhecimento ao produtor para que ele mude de atitude.
Programação de hoje do 4º Rural TecnoShow: Manejo de Reserva Legal: Alternativas Econômicas, às 8h30, no Recinto Horácio Sabino Coimbra, com Erich Schatza; Simprotec Carnes, evento da cadeia produtiva de carnes, das 8 às 18 horas no Recinto Soiti Taruma; e Sucessão Familiar, no Recinto Soiti Taruma, 20 horas, com Renato Bernhoeft.
Projeto Oásis paga produtor para proteger nascente
O secretário do Meio Ambiente de Apucarana, João Batista Beltrame, apresentou ontem no 1º Simpósio Regional Sobre qualidade da Água e Meio Ambiente o Projeto Oásis, que a partir de janeiro passará a remunerar cerca de 25 produtores rurais que se cadastraram no programa se comprometendo a cuidar das nascentes em suas propriedades, que serão cercadas num raio de 50 metros. Batista anunciou uma parceria de peso , a Fundação Boticário.
O projeto prevê o pagamento de R$ 105,00 para as minas com vazão superior a 3 mil litros/hora; R$ 72,00 por mina com vazão de 1,5 mil a 3 mil litros/hora; e R$ 18 por mina que tiver vazão inferior a 1,5 mil litros/hora. Parte dos recursos será custeada pela Sanepar, que repassa mensalmente ao município 0,8% do que a empresa fatura na cidade.
Para pleitear o benefício, que é de quatro anos, prorrogável por igual período, o proprietário rural vai precisar se cadastrar e terá suas nascentes avaliadas. Se não estiver em dia com suas obrigações ambientais, o produtor vai receber assessoria a recuperação. Ao aderir ao projeto, o proprietário deverá promover a averbação de reserva legal, que terá que estar reflorestada ou em processo de reflorestamento, além de atender de outras medidas como mata ciliar. Curvas de nível, caixas de contenção e destinação correta de resíduos (carência de dois anos).
Estudos revelam índices alarmantes que comprometem a qualidade do leite que chega ao consumidor; produtores devem ser incentivados a monitorar nascentes de suas propriedades
“Para produzir leite com qualidade tem que ter água com qualidade. Esse é o lema. E hoje a maioria das fontes das propriedades rurais está contaminada. Então, é preciso trabalhar isso urgentemente”. O alerta é da médica veterinária Lídia Cristina Almeida Picinin, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UFESC), que participou ontem em Londrina do 1º Simpósio Regional sobre a Qualidade da Água e Meio Ambiente, realizado no 4º Rural TecnoShow, pelo Instituto Emater.
Especializada em inspeção e tecnologia em produtos de origem animal e com mestrado em Qualidade da Água e sua Influência na Qualidade do Leite, a pesquisadora diz que os diagnósticos são preocupantes e não há solução à vista, a não ser o trabalho
“formiguinha” de contatar os produtores e incentivar que eles sejam protagonistas na fiscalização e monitoramento de suas minas e nascentes. Lídia diz que em São Paulo, 90% das propriedades estão fora do padrão de qualidade da água. Em Santa Catarina, o índice de contaminação das águas nas propriedades chega a 100%. Ainda de acordo com a pesquisadora, dados de 2006 mostraram que 81% das propriedades leiteiras da Argentina tinham águas impróprias, o que conseqüentemente resulta na má qualidade do leite.
Lídia conta que tem trabalhado com pesquisas nessa área da influência direta da qualidade da água na qualidade do leite que chega ao consumidor. Tanto em relação à qualidade físico-química, como as microbiológicas.
A zootecnista Solange Cristina Canesin de Oliveira, da Emater em Astorga, apresentou um trabalho feito por colegas na região de Ponta Grossa. “Eles detectaram que nós estamos com grandes problemas de contaminação de água dentro da produção de leite. E os resultados que são obtidos afetam diretamente essa qualidade do leite na produção”, disse. Para a zootecnista, a ação imediata deve ser orientar os produtores. Um passo é o fornecimento de um tipo de clorador adaptado e que funciona na origem, na água captada na mina ou no poço, para evitar a contaminação microbiológica.
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina, Narciso Picinati, que é também presidente o Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA), afima que vê no dia a dia a mesma preocupação. “O problema com a água que é um bem tão importante, está relegado por todos os órgãos. Inclusive nós, representantes do produtor rural e o próprio produtor”. No entanto, ele cobra das entidades que cumpram com a obrigação de levar esse conhecimento ao produtor para que ele mude de atitude.
Programação de hoje do 4º Rural TecnoShow: Manejo de Reserva Legal: Alternativas Econômicas, às 8h30, no Recinto Horácio Sabino Coimbra, com Erich Schatza; Simprotec Carnes, evento da cadeia produtiva de carnes, das 8 às 18 horas no Recinto Soiti Taruma; e Sucessão Familiar, no Recinto Soiti Taruma, 20 horas, com Renato Bernhoeft.
Projeto Oásis paga produtor para proteger nascente
O secretário do Meio Ambiente de Apucarana, João Batista Beltrame, apresentou ontem no 1º Simpósio Regional Sobre qualidade da Água e Meio Ambiente o Projeto Oásis, que a partir de janeiro passará a remunerar cerca de 25 produtores rurais que se cadastraram no programa se comprometendo a cuidar das nascentes em suas propriedades, que serão cercadas num raio de 50 metros. Batista anunciou uma parceria de peso , a Fundação Boticário.
O projeto prevê o pagamento de R$ 105,00 para as minas com vazão superior a 3 mil litros/hora; R$ 72,00 por mina com vazão de 1,5 mil a 3 mil litros/hora; e R$ 18 por mina que tiver vazão inferior a 1,5 mil litros/hora. Parte dos recursos será custeada pela Sanepar, que repassa mensalmente ao município 0,8% do que a empresa fatura na cidade.
Para pleitear o benefício, que é de quatro anos, prorrogável por igual período, o proprietário rural vai precisar se cadastrar e terá suas nascentes avaliadas. Se não estiver em dia com suas obrigações ambientais, o produtor vai receber assessoria a recuperação. Ao aderir ao projeto, o proprietário deverá promover a averbação de reserva legal, que terá que estar reflorestada ou em processo de reflorestamento, além de atender de outras medidas como mata ciliar. Curvas de nível, caixas de contenção e destinação correta de resíduos (carência de dois anos).
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