segunda-feira, 21 de setembro de 2009

51 árvores de Curitiba têm proteção especial

VIVIANE FAVRETTO, GAZETA DO POVO, 21 de setembro de 2009

Espécie, tamanho ou relevância para a comunidade foram critérios adotados para fazer a lista dos exemplares que não podem ser cortados


Em agosto do ano passado a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em Curitiba, pediu que os moradores da cidade indicassem as árvores que poderiam fazer parte da lista das imunes de corte na capital. Poderiam figurar nessa relação aquelas relevantes pela sua espécie, tamanho, capacidade de produzir sementes ou mesmo pela importância para a comunidade em torno dela. Passado pouco mais de um ano, será assinado hoje, Dia da Árvore, o decreto que aumenta de 26 para 51 o número de árvores que ganham proteção especial.

A seleção das novas árvores foi feita por uma comissão técnica formada por biólogos, agrônomos e engenheiros florestais da Secretaria do Meio Ambiente. Algumas foram indicadas pela população e outras foram identificadas pelos técnicos. Também foi revisada a lista das 25 árvores já decretadas imunes. Todas foram consideradas em condições de continuar na lista.

Os profissionais avaliam a saúde da árvore. “Não adianta eu tornar imune de corte uma árvore que está comprometida e que em pouco tempo terá de ser cortada”, explica Alfredo Vicente de Castro Trindade, coordenador-técnico de Fauna e Flora da Secretaria. Ele conta que também é avaliado o local em o exemplar se encontra (se compromete a fiação aérea ou se está em algum lugar que possa obstruir a visão de um farol ou uma sinalização de trânsito, por exemplo) e a via (se não se trata de uma rua que pode ser ampliada, o que implica corte da árvore).

Crime

As árvores estão distribuídas em 40 locais públicos e particulares da cidade. Uma das que estão entrando agora na lista foi trazida do Japão pelo avô da atual proprietária do terreno. É um ginko biloba, que fica na rua Capitão Leônidas Marques, no Uberaba. Outro destaque é um ipê amarelo que fica dentro da Rodoferroviária de Curitiba. Quando floresce, a árvore chama a atenção de quem passa pela região.

Trindade lembra que Curitiba tem essa lista de árvores imunes de corte desde 1987. “No início entravam na relação apenas as exóticas comuns, mas agora estamos buscando outras espécies”, explica. Todas recebem uma placa com a identificação da espécie e o alerta de que ela não pode ser retirada. Trindade diz que a pessoa que corta uma dessas árvores identificadas é processada por crime ambiental e responde nas esferas administrativa, cível e penal.

Tombadas

Em Curitiba existem ainda outras oito árvores imunes de corte por se tratar de bem histórico tombado pelo Patrimônio Cultural do Estado. Um anjico-branco, uma corticeira, uma tipuana e uma paineira foram declaradas bens históricos em 10 de setembro de 1974.

Na Rua Ébano Pereira, em frente ao prédio da Secretaria Estadual da Cultura, existem quatro tipuanas de grande porte, espécie comum na arborização urbana de Curitiba. Esse conjunto de árvores foi declarado patrimônio histórico estadual em 1977.

Em 1990, foi declara como patrimônio histórico uma ceboleira, que fica em terreno particular no bairro Água Verde. A manutenção ou intervenção nessas árvores tombadas só é feita pela prefeitura quando solicitada pela curadoria dos bens estaduais tombados. Outro bem ambiental tombado pelo Patrimônio Histórico é o bosque Capão da Imbuia, onde fica o Museu de História Natural de Curitiba.

Para ver a lista, clique na imagem

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