O ESTADO DE S. PAULO, 6 de outubro de 2010
Bornhausen e Aloysio formam trio com Guerra; campanha intensifica contato com grupos religiosos e foca no eleitor que migrou para Marina
Bornhausen e Aloysio formam trio com Guerra; campanha intensifica contato com grupos religiosos e foca no eleitor que migrou para Marina
Na primeira reunião ampliada do segundo turno, o presidenciável do PSDB, José Serra, escalou uma trinca de aliados para reforçar a articulação política nos Estados. Também ficou definido que a campanha tucana intensificará o contato com grupos religiosos cristãos e focará no eleitor de classe média que migrou, na primeira fase da eleição, para Marina Silva (PV).
Num encontro no comitê do PSDB, em São Paulo, Serra convidou o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, para formar um trio com o senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, e com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), atual coordenador político da campanha. No primeiro turno, a função ficou exclusivamente nas mãos de Guerra, o que sobrecarregou o senador e levantou críticas de aliados que não se sentiram contemplados.
"A ideia é somar e não tirar o lugar de ninguém. Cada um terá uma função. Vamos dividir o trabalho", disse Bornhausen. Ele contou que hoje, após o evento de campanha em Brasília que dará partida ao segundo turno, ele, Aloysio e Guerra vão ajustar as linhas de trabalho de cada um.
Na véspera do encontro no comitê, um núcleo menor de aliados de Serra se encontrou no Palácio dos Bandeirantes para jantar e definir as linhas gerais do segundo turno. Participaram o governador Alberto Goldman (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), entre outros.
O governador eleito por São Paulo, Geraldo Alckmin, também entrará na costura política. Ontem, ele conversou com Marina Silva e defendeu a parceria com o PV no Estado. Questionado sobre a participação dos verdes em seu futuro governo, disse: "Isso só em novembro."
Alckmin também entrou em contato com aliados em oito Estados como Piauí, Acre, Santa Catarina e Pará. Ele defende uma investida principalmente nos locais em que Serra perdeu.
O comando da campanha também articula a maior aproximação com os grupos religiosos, principalmente entre os evangélicos e carismáticos - os votos desses setores em Marina foram decisivos para empurrar a disputa para o segundo turno. O PSDB quer evitar que a campanha petista consiga reverter a tendência de queda entre esses segmentos.
O presidente do PTB paulista, Campos Machado, disse que organizará um encontro religioso em São Paulo para cerca de 3 mil pessoas. "Temos contatos com 30 templos evangélicos. Será uma campanha do bem contra o mal", declarou o líder petebista.
Questionado sobre o assunto, o presidenciável se esquivou. "Não houve uma articulação específica sobre isso. Mas se tivesse eu também não falaria."
De acordo com participantes da reunião de ontem, Serra passará a partir de agora a receber representantes de vários Estados, o que aconteceu com pouca frequência no primeiro turno. Ontem conversou com políticos de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Norte, neste caso, por telefone.
Bornhausen disse que o presidenciável pediu empenho do governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), e dos senadores eleitos pelo Estado, Paulo Bauer (PSDB) e Luiz Henrique (PMDB).
No encontro ficou acertada a ida de Serra ao Estado no próximo sábado. O tucano venceu a eleição em Santa Catarina com vantagem de 200 mil votos em relação a Dilma Rousseff (PT). A meta agora é fazer frente de pelo menos 1 milhão de votos.
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