G1, 6 de outubro de 2010
Movimento Marina Silva, intelectuais e religiosos terão direito a voto.
Candidata teve 19% dos votos no 1º turno. Apoio é disputado por PT e PSDB.
O PV divulgou nesta quarta-feira (6), em São Paulo, que fará uma convenção no dia 17 de outubro, a duas semanas da votação do segundo turno, para deliberar sobre a posição do partido na disputa presidencial: se apoia Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).
A convenção será em São Paulo, em local ainda não definido. De acordo com o coordenador da campanha de Marina, João Paulo Capobianco, a decisão será tomada por cerca de 90 delegados com direito a voto na convenção.
O grupo dos delegados será formado por 15 pessoas de fora do partido (Movimento Marina Silva, intelectuais e religiosos), por toda a executiva nacional (composta por cerca de 40 dirigentes), por candidatos ao Senado e ao governo pelo PV (mesmo os que não conseguiram vaga) e também por deputados federais eleitos.
Segundo o coordenador da campanha de Marina, o nome de todos os delegados, incluindo as pessoas de fora do partido, ainda serão divulgados. Questionado se todas as religiões teriam representantes, o presidente nacional da legenda e deputado federal eleito por São Paulo, José Luiz Penna, afirmou: "Terá evangélicos, católicos (...). Temos uma política clara contra intolerância religiosa. Temos a espiritualidade como postura", disse.
Nesta quarta (6), o PV convidou jornalistas para explicar como será definido o apoio no segundo turno. Além de Penna e Capobianco, participou também o vereador e deputado federal eleito pelo Rio, Alfredo Sirkis, que coordenou a campanha de Marina antes da oficialização da candidatura.
De acordo com Sirkis, há três posições que podem ser definidas na convenção: apoio à ex-ministra Dilma, apoio ao ex-governador Serra ou a "não participação no processo eleitoral".
"No primeiro turno, você vota no seu candidato do coração. No segundo turno, escolhe por exclusão. Pode haver, com razão, a decisão de não escolher nenhum dos dois", disse.
"Participar do segundo turno não significa aderir a um lado ou outro. Nós podemos chegar a um resultado sem nenhuma aliança. Aliança com um projeto e não com um candidato", completou Capobianco.'
Os dirigentes, no entanto, rejeitaram a palavra neutralidade. "Voto neutro jamais defendemos, podemos dizer voto independente. (...) A participação será ativa. Apoiando programa e defendendo que explicitem as propostas aos 20 milhões que votaram em Marina", disse Capobianco. Questionado se a rejeição à palavra neutralidade era apenas semântica, ele completou: "será uma postura independente. Pode se elogiar um candidato pelo programa sem aderir. Apoio gera apoio formal", disse.
Penna explicou que será possível que militantes e dirigentes discordem da posição adotada na convenção. No entanto, não poderão usar símbolos do partido ao se manifestar e terão de deixar claro que se trata de opinião pessoal.
Marina Silva disse nesta quarta, em entrevista à rádio Jovem Pan, que a decisão do PV sobre qual candidato apoiar não será unânime. "Em um partido como o PV não tem como imaginar, até pela diversidade que temos, ter um processo unânime, único", disse.
Ela obteve 19.636.359 votos no primeiro turno, o equivalente a 19,33% dos votos válidos, e ficou em terceiro lugar na disputa. Já foi procurada por PT e PSDB, que consideram importante um eventual apoio da candidata do PV.
Propostas - Alfredo Sirkis afirmou que, antes de definição do apoio, o PV pedirá que os candidatos a presidente incorporem as propostas de Marina, mas não haverá exigência de que se incorpore tudo. "Não é ame-o ou deixe-o. Não é faca no pescoço. (...) Evidentemente que vão ter que incorporar grande parte do programa e julgaremos o teor das discussões."
Ele disse que os dois candidatos do segundo turno "não têm programa de governo", em referência ao fato de Serra ter protocolado discursos no lugar do programa e de Dilma ter apresentado um documento do PT e depois substituído o documento por outro sem os pontos polêmicos.
Penna disse que o objetivo é que haja um aproveitamento das propostas. "Fizemos 36 [deputados] estaduais, 15 [deputados] federais. É um momento maravilhoso. Queremos aproveitar o prestígio das urnas no futuro programa de governo dos candidatos."
'Incoerência' - Questionado se será uma incoerência caso o PV apoie um dos dois candidatos, já que Marina disse durante a campanha do primeiro turno que os dois eram iguais, o presidente nacional da legenda respondeu: "Não é só no Brasil. Internacionalmente, também buscamos alianças no campo da social-democracia e [PT e PSDB] são dois campos da social-democracia. [Definir por um ou por outro] não causaria estranheza. (...) Marina reconheceu publicamente os avanços dos 16 anos da social-democracia, tanto do governo FHC quanto do governo Lula."
Os dirigentes também não quiseram responder se terão cargos em um eventual governo, caso decidam pelo apoio a um dos dois candiatos. "Discussão de governo é posterior ao segundo turno. Somos políticos, não futurólogos", disse Sirkis. Ele também evitou dizer se o PV espera que Marina volte a se candidatar em 2014: "2014? A nossa capacidade de especular não vai tão longe."
Movimento Marina Silva, intelectuais e religiosos terão direito a voto.
Candidata teve 19% dos votos no 1º turno. Apoio é disputado por PT e PSDB.
O PV divulgou nesta quarta-feira (6), em São Paulo, que fará uma convenção no dia 17 de outubro, a duas semanas da votação do segundo turno, para deliberar sobre a posição do partido na disputa presidencial: se apoia Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).
A convenção será em São Paulo, em local ainda não definido. De acordo com o coordenador da campanha de Marina, João Paulo Capobianco, a decisão será tomada por cerca de 90 delegados com direito a voto na convenção.
O grupo dos delegados será formado por 15 pessoas de fora do partido (Movimento Marina Silva, intelectuais e religiosos), por toda a executiva nacional (composta por cerca de 40 dirigentes), por candidatos ao Senado e ao governo pelo PV (mesmo os que não conseguiram vaga) e também por deputados federais eleitos.
Segundo o coordenador da campanha de Marina, o nome de todos os delegados, incluindo as pessoas de fora do partido, ainda serão divulgados. Questionado se todas as religiões teriam representantes, o presidente nacional da legenda e deputado federal eleito por São Paulo, José Luiz Penna, afirmou: "Terá evangélicos, católicos (...). Temos uma política clara contra intolerância religiosa. Temos a espiritualidade como postura", disse.
Nesta quarta (6), o PV convidou jornalistas para explicar como será definido o apoio no segundo turno. Além de Penna e Capobianco, participou também o vereador e deputado federal eleito pelo Rio, Alfredo Sirkis, que coordenou a campanha de Marina antes da oficialização da candidatura.
De acordo com Sirkis, há três posições que podem ser definidas na convenção: apoio à ex-ministra Dilma, apoio ao ex-governador Serra ou a "não participação no processo eleitoral".
"No primeiro turno, você vota no seu candidato do coração. No segundo turno, escolhe por exclusão. Pode haver, com razão, a decisão de não escolher nenhum dos dois", disse.
"Participar do segundo turno não significa aderir a um lado ou outro. Nós podemos chegar a um resultado sem nenhuma aliança. Aliança com um projeto e não com um candidato", completou Capobianco.'
Os dirigentes, no entanto, rejeitaram a palavra neutralidade. "Voto neutro jamais defendemos, podemos dizer voto independente. (...) A participação será ativa. Apoiando programa e defendendo que explicitem as propostas aos 20 milhões que votaram em Marina", disse Capobianco. Questionado se a rejeição à palavra neutralidade era apenas semântica, ele completou: "será uma postura independente. Pode se elogiar um candidato pelo programa sem aderir. Apoio gera apoio formal", disse.
Penna explicou que será possível que militantes e dirigentes discordem da posição adotada na convenção. No entanto, não poderão usar símbolos do partido ao se manifestar e terão de deixar claro que se trata de opinião pessoal.
Marina Silva disse nesta quarta, em entrevista à rádio Jovem Pan, que a decisão do PV sobre qual candidato apoiar não será unânime. "Em um partido como o PV não tem como imaginar, até pela diversidade que temos, ter um processo unânime, único", disse.
Ela obteve 19.636.359 votos no primeiro turno, o equivalente a 19,33% dos votos válidos, e ficou em terceiro lugar na disputa. Já foi procurada por PT e PSDB, que consideram importante um eventual apoio da candidata do PV.
Propostas - Alfredo Sirkis afirmou que, antes de definição do apoio, o PV pedirá que os candidatos a presidente incorporem as propostas de Marina, mas não haverá exigência de que se incorpore tudo. "Não é ame-o ou deixe-o. Não é faca no pescoço. (...) Evidentemente que vão ter que incorporar grande parte do programa e julgaremos o teor das discussões."
Ele disse que os dois candidatos do segundo turno "não têm programa de governo", em referência ao fato de Serra ter protocolado discursos no lugar do programa e de Dilma ter apresentado um documento do PT e depois substituído o documento por outro sem os pontos polêmicos.
Penna disse que o objetivo é que haja um aproveitamento das propostas. "Fizemos 36 [deputados] estaduais, 15 [deputados] federais. É um momento maravilhoso. Queremos aproveitar o prestígio das urnas no futuro programa de governo dos candidatos."
'Incoerência' - Questionado se será uma incoerência caso o PV apoie um dos dois candidatos, já que Marina disse durante a campanha do primeiro turno que os dois eram iguais, o presidente nacional da legenda respondeu: "Não é só no Brasil. Internacionalmente, também buscamos alianças no campo da social-democracia e [PT e PSDB] são dois campos da social-democracia. [Definir por um ou por outro] não causaria estranheza. (...) Marina reconheceu publicamente os avanços dos 16 anos da social-democracia, tanto do governo FHC quanto do governo Lula."
Os dirigentes também não quiseram responder se terão cargos em um eventual governo, caso decidam pelo apoio a um dos dois candiatos. "Discussão de governo é posterior ao segundo turno. Somos políticos, não futurólogos", disse Sirkis. Ele também evitou dizer se o PV espera que Marina volte a se candidatar em 2014: "2014? A nossa capacidade de especular não vai tão longe."
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