terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ministério Público abre inquérito para investigar irregularidades nas cotas da UEM

GAZETA MARINGÁ,, 26 de outubro de 2010

Inquérito, aberto nesta segunda, vai levantar informações sobre a suposta seleção irregular de cotistas. Promotor solicitou cópia de documentos e começou a ouvir envolvidos no caso


O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito civil público para investigar os indícios de irregularidades na concessão de cotas sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A investigação começou nesta segunda-feira (26), quando o MPE ouviu o relato da assistente social, Catarina Teruco Makiyama, que elaborou relatório apontando que 184 cotistas podem ter sido beneficiados em desacordo com os critérios de renda exigidos pela UEM.

Catarina, que também é integrante da comissão de aferição dos dados dos candidatos às cotas sociais, identificou que há alunos que pertencem a famílias com patrimônio de mais de R$ 1 milhão e que foram beneficiados com as cotas sociais. A UEM estabelece que, para ter direito à reserva de vagas, a família do candidato pode ter renda de 1,5 salário mínimo, no máximo.

O promotor José Aparecido Cruz, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, conta que, além de ouvir o relato de Catarina, pediu cópia de todos os documentos apresentados pelos candidatos e que envolveram o processo de seleção de cotistas. Caso a investigação da promotoria confirme as irregularidades, as provas podem resultar em uma ação civil pública contra a universidade.

Casos suspeitos - A assistente social diz que, entre os casos que mais chamam a atenção, está o de um aluno de engenharia de produção cujo patrimônio da família está estimado em R$ 1.039.000, mas que entrou pelas cotas porque a renda tributária familiar anual é de R$ 12.834 (como a família tem três pessoas, a renda é de R$ 356,5 per capita todo mês). Outro caso é de uma estudante de direito cujo patrimônio familiar é de R$ 491.471,67, com renda tributária de R$ 15.495,16.

A pró-reitora de ensino da UEM, Edinéia Rossi, explicou que a UEM abriu uma sindicância no dia 7 de outubro, quando comentários sobre possíveis irregularidades começaram a percorrer o campus.

Segundo ela, os estudantes só poderão ter a matrícula cancelada caso se comprove que estudante informou dados falsos ou que a comissão cometeu erro. Até que se chegue a algum resultado, os alunos continuarão frequentando as aulas normalmente. Os alunos podem ter a matrícula cancelada, caso as irregularidades se confirmem.

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