terça-feira, 13 de outubro de 2009

Empresas vão assessorar as campanhas

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 13 de setembro de 1009


Ao mesmo tempo em que o governo federal aprova o uso da internet para as campanhas políticas, as empresas de consultoria se articulam para oferecer soluções para o uso da rede.

O publicitário Almino Sodré de Freitas, proprietário de uma empresa de consultoria, diz que a internet é a melhor ferramenta para falar com o público jovem. “Hoje os jovens têm mais horas de navegação pela internet do que de TV”, avalia destacando o grande número de pessoas que é possível alcançar pela rede mundial de computadores.

“Temos todo tipo de instrumento para ser utilizado na internet. Os políticos terão à disposição diversos softwares que viabilizam, por exemplo, a transmissão ao vivo pela internet de um comício, ou mesmo uma vídeoconferência”, completa. Ele conta que é possível fazer a “customização” de programas para que se adaptem às necessidades específicas de uma candidatura.

Freitas alerta que a rede não é 100% segura e que a ação de hackers sempre será uma ameaça para os internautas. “É preciso se cercar de todos os cuidados. Acredito que a Justiça Eleitoral terá um trabalho intenso para fiscalizar a atividade na rede”, arremata o empresário.


Na campanha do ano que vem, internet será importante ferramenta para os políticos
A internet promete ser uma ferramenta essencial nas campanhas eleitorais do próximo ano no Brasil. Com números atraentes, a facilidade e agilidade, a rede mundial de computadores deve seduzir a maioria dos candidatos. No Paraná, 1,10 milhão de lares estão conectados. Esse número corresponde a 30% dos 3,38 milhões de domicílios existentes no Estado. Os dados são da pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2008.

Considerando-se que os lares paranaenses abriguem, em média, três moradores e que pelo menos dois deles tenham mais de 16 anos de idade, calcula-se que 2 milhões de pessoas tenham acesso à internet e estão aptos a votar . Considerando-se a população em geral no Paraná, dos 10,6 milhões de habitantes, mais de 8 milhões - de 15 a 70 anos ou mais - poderão votar em 2010.

No País, mais de 18 milhões de residências têm computador em casa sendo que, para cada dez domicílios, dois estão conectados à internet. Em relação a 2007, houve um crescimento de 24,2% de domicílios com acesso à rede. É um terreno fértil para a política, especialmente depois do exemplo de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, que foi o precursor de uma campanha baseada praticamente na internet.

O presidente dos EUA, eleito em 2008, tinha tanta confiança na rede que abriu mão do financiamento público para a campanha. Foi a sorte dele, pois arrecadou, pelo menos, US$ 600 milhões por meio de doações de internautas contra os US$ 84 milhões de John McCain, que manteve os padrões tradicionais.

No Brasil, o projeto de lei que alterou as regras para as campanhas eleitorais foi aprovado no dia 16 de setembro. Entre as mudanças, está a liberação da internet. Foram quatro emendas relacionadas ao tema, uma delas assegura a livre manifestação do pensamento, veda o anonimato e assegura o direito de resposta.

É inegável que a internet chegou para ficar. O político pode ter respostas instantâneas nas interações com o internauta, como reforçar ações, alterar regras de campanha e medir a popularidade. Sabe-se que os jovens são os navegadores mais assíduos. Pesquisas revelam que o brasileiro é o que passa mais tempo navegando: são 23 horas e 48 minutos por pessoa durante o mês.

No ranking internacional, o Brasil ganha da França, Estados Unidos, Japão e Austrália. A liberação da internet para as campanhas eleitorais é novidade no Brasil e os partidos ainda se articulam para explorar a ferramenta, que pode levar os candidatos à vitória.

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