GAZETA DO POVO, 26 de setembro de 2009
Relatório aponta aumentos nos casos de homicídios e violência doméstica nas cidades do entorno de Curitiba nos primeiros seis meses do ano, comparados ao mesmo período de 2008
O número de assassinatos na região metropolitana de Curitiba (RMC) continua crescendo. Segundo os dados do Relatório Estatístico Criminal do segundo trimestre de 2009, divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), as cidades que compõem a RMC (exceto Curitiba) tiveram um aumento de 31,7% nos homicídios em relação ao primeiro semestre de 2008. Neste ano, o número de assassinatos chegou a 415, contra 315 no mesmo período do ano passado. Assim, nos seis primeiros meses do ano o entorno de Curitiba chega a um índice de 29,5 casos por 100 mil habitantes, número superior à média nacional (26,9 homicídios por 100 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2008).
Segundo a secretaria, o tráfico de drogas é o principal responsável pelos homicídios cometidos na região. No entanto, o cientista político Pedro Bodê ressalta que, para se chegar a essa conclusão, seria preciso divulgar a metodologia usada para a coleta dos dados. O que se percebe, afirma, é um deslocamento dos casos de homicídios da capital para a RMC. No entanto, segundo Bodê, os motivos podem ser os mais diversos possíveis. “A migração demonstra uma tendência e é algo que normalmente acontece. Mas o argumento de que a maioria das mortes tem a ver com o tráfico não me convence”, afirma, acrescentando que metrópoles como Londres e Nova Iorque teriam um consumo de drogas maior, que no entanto não se converte em homicídios. “Enquanto não tivermos uma reestruturação da polícia, o uso da inteligência e técnicas mais aprimoradas, vamos continuar com este cenário”, afirma.
Em relação à violência doméstica, o maior crescimento de casos também ocorreu na região metropolitana. A quantidade de agressões que chegaram ao conhecimento da polícia foi 2,5 vezes maior no primeiro semestre de 2009 que no mesmo período do ano passado, subindo de 219 para 552. Em todo o estado, o aumento foi menor: o número de mulheres que denunciam os casos de agressão física sofrida dentro de casa aumentou quase 17%, com 2.911 boletins de ocorrência de lesão corporal que se enquadram na Lei Maria da Penha. Nos seis primeiros meses do ano passado, foram 2.492. Segundo a Sesp, a violência doméstica é ainda maior do que os números mostram, pois muitas mulheres ainda não denunciam seus agressores.
Para o delegado-chefe da Divisão Metropolitana, Jorge Ferreira, há tendência no crescimento deste tipo de crime, mas também se espera maior quantidade de denúncias. A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006, é apontada como um fator decisivo. “Estamos criando setores especializados nas delegacias para atender apenas mulheres. Isso, somado à divulgação da Lei Maria da Penha e sua eficácia, encoraja cada vez mais as vítimas a delatarem seus agressores”, explica Ferreira.
Relatório aponta aumentos nos casos de homicídios e violência doméstica nas cidades do entorno de Curitiba nos primeiros seis meses do ano, comparados ao mesmo período de 2008
O número de assassinatos na região metropolitana de Curitiba (RMC) continua crescendo. Segundo os dados do Relatório Estatístico Criminal do segundo trimestre de 2009, divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), as cidades que compõem a RMC (exceto Curitiba) tiveram um aumento de 31,7% nos homicídios em relação ao primeiro semestre de 2008. Neste ano, o número de assassinatos chegou a 415, contra 315 no mesmo período do ano passado. Assim, nos seis primeiros meses do ano o entorno de Curitiba chega a um índice de 29,5 casos por 100 mil habitantes, número superior à média nacional (26,9 homicídios por 100 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2008).
Segundo a secretaria, o tráfico de drogas é o principal responsável pelos homicídios cometidos na região. No entanto, o cientista político Pedro Bodê ressalta que, para se chegar a essa conclusão, seria preciso divulgar a metodologia usada para a coleta dos dados. O que se percebe, afirma, é um deslocamento dos casos de homicídios da capital para a RMC. No entanto, segundo Bodê, os motivos podem ser os mais diversos possíveis. “A migração demonstra uma tendência e é algo que normalmente acontece. Mas o argumento de que a maioria das mortes tem a ver com o tráfico não me convence”, afirma, acrescentando que metrópoles como Londres e Nova Iorque teriam um consumo de drogas maior, que no entanto não se converte em homicídios. “Enquanto não tivermos uma reestruturação da polícia, o uso da inteligência e técnicas mais aprimoradas, vamos continuar com este cenário”, afirma.
Em relação à violência doméstica, o maior crescimento de casos também ocorreu na região metropolitana. A quantidade de agressões que chegaram ao conhecimento da polícia foi 2,5 vezes maior no primeiro semestre de 2009 que no mesmo período do ano passado, subindo de 219 para 552. Em todo o estado, o aumento foi menor: o número de mulheres que denunciam os casos de agressão física sofrida dentro de casa aumentou quase 17%, com 2.911 boletins de ocorrência de lesão corporal que se enquadram na Lei Maria da Penha. Nos seis primeiros meses do ano passado, foram 2.492. Segundo a Sesp, a violência doméstica é ainda maior do que os números mostram, pois muitas mulheres ainda não denunciam seus agressores.
Para o delegado-chefe da Divisão Metropolitana, Jorge Ferreira, há tendência no crescimento deste tipo de crime, mas também se espera maior quantidade de denúncias. A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006, é apontada como um fator decisivo. “Estamos criando setores especializados nas delegacias para atender apenas mulheres. Isso, somado à divulgação da Lei Maria da Penha e sua eficácia, encoraja cada vez mais as vítimas a delatarem seus agressores”, explica Ferreira.
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