terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gripe A: aumentam mortes no Paraná e surgem dúvidas sobre números de outros estados

INSTITUTO AME CIDADE, 1 de setembro de 2009

A Secretária de Estado da Saúde confirmou a ocorrência de mais dezessete novas mortes no Paraná causadas pela gripe A H1N1, conhecida como gripe suína. Agora no estado o número de mortes eleva-se para 195. No boletim anterior, de sexta-feira, dia 28, o número de mortes era de 178.

A faixa etária com o maior número de óbitos é a que varia entre 20 a 49 anos, 125 no total. Do total de mortes no Paraná, a maioria foi de mulheres, com 56% dos casos.

O número de pessoas infectadas teve um crescimento rápido em todo o país. Anteriormente o número era de 4.051. No útimo boletim, de 26 de agosto, saltou para 4.931. O aumento foi de 21% de casos confirmados. O Ministério da Saúde adverte que o atual número de óbitos não se refere a casos de novas pessoas que morreram no espaço de uma semana, período entre os dois relatórios, mas a casos que tiveram confirmação laboratorial entre 16 e 22 de agosto. Mas, de qualquer forma, não deixam de ser números preocupantes.

Com o acréscimo na semana passada de 557 novos óbitos, o Brasil passou a ser o país com o maior número de mortes em números absolutos. Nosso país supera os Estados Unidos, que registram 522 mortes pela gripe suína. Em óbitos por 100 mil, estamos em sétimo lugar, superados por Argentina, Chile, Costa Rica, Uruguai, Austrália e Paraguai.

Ainda em óbitos por 100 mil, o Paraná está em segundo lugar no país, com 1,41 superado apenas por São Paulo, com 0,54. Logo atrás do Paraná, pela ordem, vem o Rio Grande do Sul, com 0,90, o Rio de Janeiro, com 0,34, Santa Catarina, com 0,18, e Minas Gerais com 0,04.

A região de Curitiba está com 2170 casos confirmados. Cascavel teve 354, União da vitória, 288, e Londrina está com 314. Ontem a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina divulgou que, na cidade ocorreram 199 casos. Desse total, 192 foram medicados e liberados. 57 pacientes de Londrina e 22 de outros municípios ocupam leitos hospitalares na cidade. 18 pessoas estão em UTI, sendo que seis deste total são de outros municípios.

O elevado número de mortes no Paraná é realmente preocupante, porém, ao contrário do que parece, isso pode ser na verdade o resultado de uma maior eficiência nas notificações. Especialistas e jornalistas têm criticado a precariedade no controle do avanço da doença pelo Governo Federal. Existe uma grande dúvida quanto aos números e até suspeitas de que esteja havendo subnotificação tanto de casos de contaminação quanto de óbitos. Causa estranheza, por exemplo, que a Bahia, um estado de conhecida precariedade social e de saúde, tenha apenas 0,01 de casos de morte por 100 mil habitantes.

Além disso, 13 estados não registram uma única morte em decorrência da doença, muitos deles também em estado precário na área da saúde. São eles: Sergipe, Ceará, Piauí, Alagoas, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, Roraima, Acre, Amazonas, Amapá e Maranhão.

A subnotificação, ou seja, casos que estão deixando de ser computados, pode estar criando uma falsa visão da doença no país. Sobre esta questão, leia aqui um artigo do jornalista Reinaldo Azevedo, postado em seu blog na internet logo após a divulgação dos números pelo Ministério da Saúde.

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