INSTITUTO AME CIDADE, 14 de fevereiro de 2012
Nas últimas duas semanas o vereador Ricardo Leite (PSD) vem distribuindo por toda a cidade de Cornélio Procópio um jornal colorido de 12 páginas onde afirma que pretende com a publicação fazer uma “prestação de contas” de seu mandato nestes últimos três anos. Pela tiragem informada na edição (35 mil exemplares), o vereador da base governista do prefeito Amin Hannouche (PP) pode alcançar quase toda a população de Cornélio Procópio − que pelo último censo do IBGE está com 46.852 habitantes.
Lançado em um ano eleitoral, o jornal do vereador parece uma peça de propaganda política. Ricardo Leite é um dos políticos procopenses que disputa a preferência do prefeito Hannouche para ser o candidato do bloco governista à sucessão municipal. Até o momento o palanque governista está lotado de pretendentes ao cargo de prefeito e Leite não figura entre os mais cotados.
Impresso em papel especial e todo colorido, o jornal certamente não ficou barato. Só o custo da impressão dos 35 mil exemplares fica hoje em R$ 9.660,00, mas um material como este exige uma produção que custa muito dinheiro, até porque um produto como o que está sendo distribuído se encaixa na área do marketing político, onde os profissionais costumam cobrar muito pelos seus serviços.
E além da produção de texto, do projeto gráfico e também das fotografias, o vereador tem que arcar com o custo da distribuição de tantos jornais em toda a cidade. Num cálculo modesto, Ricardo Leite deve gastado no mínimo R$ 20 mil reais. É bastante dinheiro para uma campanha que legalmente ainda nem começou.
O jornal de Ricardo Leite procura evidentemente traçar um retrato favorável do vereador, mas o conteúdo propagandístico não expõe os fatos como eles realmente ocorreram. Acontecimentos políticos da cidade em que o vereador teve participação decisiva foram totalmente omitidos e houve também o falseamento de situações políticas importantes para Cornélio Procópio, com a adulteração de fatos de conhecimento público e nenhuma menção a caso em que houve até a atuação do Ministério Público contra o vereador.
Mesmo levando em conta que o jornal é um material de propaganda política, o vereador teria de respeitar a verdade dos fatos. É uma questão até de respeito para com a população de Cornélio Procópio e ao direito do eleitor à informação correta.
Mas vamos destacar algumas questões em que Ricardo Leite faltou com a verdade e lembrar também alguns fatos que ele fez questão de esquecer. E nem temos o intuito de expor nenhuma divergência política ou moral com o vereador ligado ao prefeito Hannouche. Num caso como o deste jornal, para demonstrar as inverdades basta expor os fatos.
O jornal de propaganda de Ricardo Leite não menciona em nenhuma de suas 12 páginas que em 2011 o vereador mudou mais uma vez de partido. Ele foi expulso do PPS por infidelidade partidária em junho do ano passado e teve que se antecipar para não perder o mandato, saindo rápido do partido para se filiar ao recém-criado PSD.
Também não consta em nenhum lugar da publicação distribuída por Leite que ele está sendo processado pelo Ministério Público, na conhecida denúncia das diárias irregulares pagas pela Câmara de Cornélio Procópio. A ação do MP foi aceita pela Justiça. O caso, conhecido pelos procopenses como “Farra das Diárias”, começou a ser apurado a partir de uma representação junto ao Ministério Público da Comarca de Cornélio Procópio, informando sobre a existência de indício de irregularidades com diárias de alguns vereadores. Após uma investigação, o MP entrou com a denúncia, que foi aceita pela Justiça.
Também sobre sua atuação na Câmara Municipal, o jornal do vereador não menciona questões essenciais no ano passado nas quais ele teve participação ativa. Uma delas é o aumento dos salários dos vereadores. Ricardo Leite foi um dos autores do projeto e o defensor mais exaltado da medida. O salário anterior líquido era de R$ 2.900. Cada vereador teve um aumento de R$ 445,20. Com a medida, tomada em bloco pelos partidários do prefeito Hannouche e numa posição totalmente contrária à opinião da população, o gasto da Câmara apenas em salários de vereadores foi para cerca de R$ 50 mil reais a cada mês.
O vereador também não fala em seu jornal de propaganda sobre sua intensa atuação para o aumento de vagas de vereadores a partir da eleição deste ano. Foi outra medida contrária ao desejo da população e Leite foi autor do projeto de lei e um dos mais entusiasmado defensores de mais cadeiras. Nos dias anteriores à aprovação do aumento, o vereador participou inclusive de uma ação organizada pelos parlamentares governistas, no que foi visto como uma traiçoeira “rasteira política” em todos os procopenses.
Com a população manifestando contrariedade ao aumento, os vereadores ligados ao prefeito Hannouche passaram a afirmar para a imprensa que a Câmara havia mudado de idéia sobre a questão. Deram a palavra de que não haveria o aumento, mas no final ficou comprovada a enganação: aprovaram o aumento das cadeiras de forma rápida para evitar manifestações contrárias na cidade.
No jornal de propaganda, Ricardo Leite cita sua participação como membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Industrial, o Condei, mas não diz que participou duplamente em um vexame administrativo, quando autorizou a doação de um terreno. Tamanhas eram as irregularidades que a Câmara teve que voltar atrás e desfazer a doação, depois de uma ação civil pública da vereadora Aurora Fumie Doi (PDT) ter sido acatada pela Justiça.
Se a doação não tivesse sido barrada pela ação da vereadora Aurora, o terreno público teria sido entregue a uma empresa que, entre outras irregularidades, sofria um processo da própria prefeitura por sonegação. E Ricardo Leite votou duas vezes a favor desta absurda doação de terreno: como conselheiro do Condei e como vereador.
Nas últimas duas semanas o vereador Ricardo Leite (PSD) vem distribuindo por toda a cidade de Cornélio Procópio um jornal colorido de 12 páginas onde afirma que pretende com a publicação fazer uma “prestação de contas” de seu mandato nestes últimos três anos. Pela tiragem informada na edição (35 mil exemplares), o vereador da base governista do prefeito Amin Hannouche (PP) pode alcançar quase toda a população de Cornélio Procópio − que pelo último censo do IBGE está com 46.852 habitantes.
Lançado em um ano eleitoral, o jornal do vereador parece uma peça de propaganda política. Ricardo Leite é um dos políticos procopenses que disputa a preferência do prefeito Hannouche para ser o candidato do bloco governista à sucessão municipal. Até o momento o palanque governista está lotado de pretendentes ao cargo de prefeito e Leite não figura entre os mais cotados.
Impresso em papel especial e todo colorido, o jornal certamente não ficou barato. Só o custo da impressão dos 35 mil exemplares fica hoje em R$ 9.660,00, mas um material como este exige uma produção que custa muito dinheiro, até porque um produto como o que está sendo distribuído se encaixa na área do marketing político, onde os profissionais costumam cobrar muito pelos seus serviços.
E além da produção de texto, do projeto gráfico e também das fotografias, o vereador tem que arcar com o custo da distribuição de tantos jornais em toda a cidade. Num cálculo modesto, Ricardo Leite deve gastado no mínimo R$ 20 mil reais. É bastante dinheiro para uma campanha que legalmente ainda nem começou.
O jornal de Ricardo Leite procura evidentemente traçar um retrato favorável do vereador, mas o conteúdo propagandístico não expõe os fatos como eles realmente ocorreram. Acontecimentos políticos da cidade em que o vereador teve participação decisiva foram totalmente omitidos e houve também o falseamento de situações políticas importantes para Cornélio Procópio, com a adulteração de fatos de conhecimento público e nenhuma menção a caso em que houve até a atuação do Ministério Público contra o vereador.
Mesmo levando em conta que o jornal é um material de propaganda política, o vereador teria de respeitar a verdade dos fatos. É uma questão até de respeito para com a população de Cornélio Procópio e ao direito do eleitor à informação correta.
Mas vamos destacar algumas questões em que Ricardo Leite faltou com a verdade e lembrar também alguns fatos que ele fez questão de esquecer. E nem temos o intuito de expor nenhuma divergência política ou moral com o vereador ligado ao prefeito Hannouche. Num caso como o deste jornal, para demonstrar as inverdades basta expor os fatos.
O jornal de propaganda de Ricardo Leite não menciona em nenhuma de suas 12 páginas que em 2011 o vereador mudou mais uma vez de partido. Ele foi expulso do PPS por infidelidade partidária em junho do ano passado e teve que se antecipar para não perder o mandato, saindo rápido do partido para se filiar ao recém-criado PSD.
Também não consta em nenhum lugar da publicação distribuída por Leite que ele está sendo processado pelo Ministério Público, na conhecida denúncia das diárias irregulares pagas pela Câmara de Cornélio Procópio. A ação do MP foi aceita pela Justiça. O caso, conhecido pelos procopenses como “Farra das Diárias”, começou a ser apurado a partir de uma representação junto ao Ministério Público da Comarca de Cornélio Procópio, informando sobre a existência de indício de irregularidades com diárias de alguns vereadores. Após uma investigação, o MP entrou com a denúncia, que foi aceita pela Justiça.
Também sobre sua atuação na Câmara Municipal, o jornal do vereador não menciona questões essenciais no ano passado nas quais ele teve participação ativa. Uma delas é o aumento dos salários dos vereadores. Ricardo Leite foi um dos autores do projeto e o defensor mais exaltado da medida. O salário anterior líquido era de R$ 2.900. Cada vereador teve um aumento de R$ 445,20. Com a medida, tomada em bloco pelos partidários do prefeito Hannouche e numa posição totalmente contrária à opinião da população, o gasto da Câmara apenas em salários de vereadores foi para cerca de R$ 50 mil reais a cada mês.
O vereador também não fala em seu jornal de propaganda sobre sua intensa atuação para o aumento de vagas de vereadores a partir da eleição deste ano. Foi outra medida contrária ao desejo da população e Leite foi autor do projeto de lei e um dos mais entusiasmado defensores de mais cadeiras. Nos dias anteriores à aprovação do aumento, o vereador participou inclusive de uma ação organizada pelos parlamentares governistas, no que foi visto como uma traiçoeira “rasteira política” em todos os procopenses.
Com a população manifestando contrariedade ao aumento, os vereadores ligados ao prefeito Hannouche passaram a afirmar para a imprensa que a Câmara havia mudado de idéia sobre a questão. Deram a palavra de que não haveria o aumento, mas no final ficou comprovada a enganação: aprovaram o aumento das cadeiras de forma rápida para evitar manifestações contrárias na cidade.
No jornal de propaganda, Ricardo Leite cita sua participação como membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Industrial, o Condei, mas não diz que participou duplamente em um vexame administrativo, quando autorizou a doação de um terreno. Tamanhas eram as irregularidades que a Câmara teve que voltar atrás e desfazer a doação, depois de uma ação civil pública da vereadora Aurora Fumie Doi (PDT) ter sido acatada pela Justiça.
Se a doação não tivesse sido barrada pela ação da vereadora Aurora, o terreno público teria sido entregue a uma empresa que, entre outras irregularidades, sofria um processo da própria prefeitura por sonegação. E Ricardo Leite votou duas vezes a favor desta absurda doação de terreno: como conselheiro do Condei e como vereador.