quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

“Reversão de ordem” devolve policiais militares ao Gaeco

JORNAL DE LONDRINA, 9 de fevereiro de 2010

Eles tinham deixado os cargos na terça, por determinação do comando do 5º Batalhão da Polícia Militar


Os seis policiais militares que deixaram os trabalhos no Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Londrina na terça-feira (8) voltaram para as investigações na tarde desta quarta (9). Eles tinham sido orientados a deixar os cargos sob determinação do comando do 5º Batalhão da PM.

O coordenador do Núcleo, promotor Cláudio Esteves, informou que houve uma “reversão nas ordens” e que o comandante-geral da PM do Paraná teria dito que a decisão sobre a saída dos policiais não teria partido dele. Com a volta dos PMs, os trabalhos de investigação conduzidos pelo órgão não serão prejudicados.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou, por meio da assessoria de imprensa, que a saída dos policiais obedeceu a uma ordem do governador Beto Richa (PSDB) de que todos deveriam retornar a seus locais de origem para realizar um recadastramento. O objetivo da medida seria saber onde estaria trabalhando cada policial, assim como todos os outros servidores do Estado, que também teriam sido convocados para o mesmo fim.

Os policiais foram convocados para se reapresentarem na sede do batalhão em Londrina um dia depois do comando da Polícia Militar (PM) assegurar que não substituiria os policiais militares do Gaeco até a institucionalização do órgão. “No documento, a justificativa era de que a determinação partiu do Comando Geral”, disse o promotor Cláudio Esteves na terça-feira (8).

Há quase um mês, o Decreto n.º 34, publicado em Diário Oficial, no dia 12 de janeiro, assinado pelo governador determinava a volta de todos os servidores públicos às suas lotações de origem, inclusive os 38 policiais militares e 20 policiais civis que trabalham no Gaeco do Paraná. Após a polêmica inicial, um novo decreto garantiu que a determinação anterior que previa o retorno dos policiais não incluía os servidores da segurança pública.

A decisão da saída dos policiais de Londrina surpreendeu todos os integrantes do grupo, inclusive o coordenador estadual do órgão, o procurador de Justiça Leonir Batisti. “Se os policiais forem substituídos haverá um atraso de um ano nos trabalhos do Gaeco”, afirma.

Revezamento - O promotor Cláudio Esteves disse que o Ministério Público (MP) não é contrário à possibilidade de revezamento de policiais nas investigações do Gaeco, já comentada pelo governador do Paraná.

Segundo ele, a ideia é que os policiais não permaneçam muito tempo nos cargos. "Queremos que [a substituição] aconteça de forma gradativa e não interfira nas investigações", afirmou.

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