sexta-feira, 29 de abril de 2011

IBGE divulga números definitivos: Cornélio Procópio tem 46.928 habitantes

INSTITUTO AME CIDADE, 29 de abril de 2011


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira os números definitivos do Censo 2010.

Segundo o IBGE, o Brasil tem 190.755.799 habitante, enquanto o Paraná está com 10.444.256. A pesquisa foi realizada nos 5.565 municípios brasileiros. Conforme o instituto, a população cresceu quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, quando o país tinha 9.930.478 habitantes.

Cornélio Procópio tem hoje 46.928 habitantes, número um pouco maior do que os dados parciais divulgados em novembro do ano passado, de 46.852 habitantes. Porém, a cidade está praticamente estacionada em termos populacionais, já que em 2000 sua população era de 46.861. Em razão disso, a densidade demográfica do município é bastante baixa. Está na ordem de 73,89 habitantes por km2. Para se ter uma idéia do que isso significa, Maringá tem hoje 732,12 habitantes por km2 e Londrina está com 306,49 por km2.

Cornélio Procópio segue a tendência nacional na proporção populacional entre homens e mulheres. O Censo mostra que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres no Brasil em 2010, ou seja, temos 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em Cornélio, a proporção é de 48,36% de homens e 51,63 de mulheres.

A Região Sul apresentou baixo crescimento anual, com o Paraná ganhando 886 mil habitantes nos últimos dez anos, um crescimento percentual de 0,89%. A Região Sul, que desde o Censo Demográfico de 1970 vinha apresentando crescimento anual de cerca de 1,4%, teve neste Censo uma taxa de 0,87%.






quarta-feira, 27 de abril de 2011

Deputado vira secretário e o contribuinte paga em dobro

INSTITUTO AME CIDADE, 27 de abril de 2011

Até não é ilegal, mas não parece ser moral o atual privilégio de deputados estaduais que se tornam secretários de governo e continuam mantendo toda a estrutura da Assembleia Legislativa à sua disposição. Hoje é assim no Paraná. Os deputados vão para o governo e continuam mantendo seus gabinetes e verbas, incluindo todos os seus assessores, tudo pago pelo Legislativo.

Atualmente dois deputados licenciados estão nesta situação confortável. São os secretários da Casa Civil, Durval Amaral (DEM), e do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli (PMDB). Esta dupla estrutura já havia sido extinta, até que o ex-deputado Antonio Anibelli (PMDB) restabeleceu o favorecimento.

Esta duplicidade faz com que aquela Casa de Leis tenha hoje 54 deputados e gaste com 56, uma expressão que justifica o projeto do deputado Mauro Moraes (PSDB) impedindo que deputados licenciados para assumir cargos no Executivo continuem mantendo gabinetes na Assembleia.

Nas contas do deputado tucano, cada deputado que sai para atuar no governo custa R$ 1,5 milhão anuais para o contribuinte. É muito simples: quando um deputado é nomeado para um cargo no Executivo, o contribuinte dobra seus custos em relação a este político.

Independente do alto custo extra para a população é preciso ver também que este estranho processo interfere até na necessária independência entre os poderes, além de poder ser usado como mais uma moeda de troca eleitoral, pois é óbvio que esta estrutura a mais que continua sendo mantida acaba funcionando como um mimo extra para os parlamentares que vão para o Executivo.

Como diz a voz popular, Executivo e Legislativo são dois lados do balcão que não devem ter nenhuma relação de dependência. O legislativo tem que vigiar o trabalho do secretário e cobrar resultados e práticas honestas e conseqüentes. Oferecer estrutura extra para a atividade de quem está no Executivo é que não é papel da Assembleia Legislativa.

Romanelli não quer largar o privilégio e revela nova categoria política: o secretário/deputado

INSTITUTO AME CIDADE, 27 de abril de 2011

O secretário do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) não quer perder de jeito nenhum a confortável posição de ter duas estruturas à sua disposição. Ele gostou de ser secretário e continuar com gabinete na Assembleia Legislativa.

Romanelli já disse que deixa o governo se a Assembleia Legislativa proibir a manutenção de gabinete parlamentar para quem foi nomeado para o governo. E a sua justificativa é daquelas que deixam ainda mais clara a situação de privilégio. “Ao mesmo tempo [que é secretário], legitimamente, tenho um mandato parlamentar e devo atender de forma ininterrupta as pessoas que me elegeram”, ele disse. Com essa, Romanelli também revelou que o Paraná tem hoje uma nova categoria política, a do secretário/deputado.

Não que os deputados paranaenses ainda precisem de mais argumentos para acabar com esse estranho artifício que afeta até a independência da Casa, mas se for o caso, o secretário/deputado Romanelli deu o argumento definitivo para que a Assembleia acabe com mais essa mamata.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cornélio Procópio é campeã em mais um índice negativo: homicídios

INSTITUTO AME CIDADE, 21 de abril de 2011


Cornélio Procópio não para de acumular índices negativos. A cidade já havia aparecido com destaque no Mapa da Violência 2011, um levantamento nacional feito pelo Instituto Sangari em conjunto com o Ministério da Justiça. O município ficou em primeiro lugar no Paraná, ocupando a 18º posição no Brasil em acidente de moto com mortes. No quadro de mortes em acidentes de carro ficou também numa posição ruim, ocupando a 74ª posição brasileira.

Na epidemia da dengue a situação também é feia. Cornélio Procópio é uma das 20 cidades paranaenses onde o risco de dengue é muito alto. Neste ano, a cidade já teve também uma morte causada pela epidemia.

E como se não bastasse tanta desgraça, Cornélio Procópio ocupa um dos lugares mais críticos nos índices de homicídio doloso no Paraná. Ocorreu um aumento brutal nos homicídios dolosos na cidade neste primeiro trimestre. As mortes aumentaram de 12 para 17.

Os dados são do relatório estatístico criminal divulgado nesta quarta-feira pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. A situação de Cornélio Procópio é ainda mais crítica porque ocorre num trimestre de queda no número de homicídios dolosos em todo o Paraná. Segundo o relatório, em todo o estado a queda foi de 21%.

Londrina teve um terço a menos de homicídios. E mesmo numa avaliação numérica entre os dois municípios a quantidade de gente sendo assassinada em Cornélio Procópio acaba sendo chocante. Londrina teve 24 homicídios e Cornélio Procópio ficou com 17. Porém, Londrina é a segunda maior cidade paranaense, com uma população pelo menos dez vezes maior. Proporcionalmente, a ocorrência desse tipo de crime em Cornélio Procópio é maior do que em Londrina ou Curitiba.

Em todos os outros tipos de crimes os números também são altos em Cornélio Procópio. E o procopense está ciente do problema da violência no município, pois sofre no dia-a-dia com a falta de segurança. O município tem também em seu entorno a população rural, que sofre com crimes violentos contra agricultores, além do roubo de maquinários de trabalho no campo, inclusive de tratores.

E o pior de tudo é o clima geral de desproteção e perigo, que impede a população de usufruir da sua cidade com tranqüilidade.

Apesar de ter registrado queda de 21% no número absoluto de homicídios, o Paraná ainda está muito acima dos índices recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização considera aceitável dez mortes a cada grupo de 100 mil habitantes.

E este é um dado que torna ainda mais preocupante o número de homicídios dolosos em Cornélio Procópio, que conta com 17 mortes numa população próxima de 46 mil habitantes. É um número intolerável de homicídios dolosos, sem falar nos outros crimes.

Já é bastante conhecida a conversa de que segurança não é uma questão dos municípios. Muitas vezes o argumento é usado para prefeitos se omitirem de responsabilidades. Isso poderia valer se vivêssemos numa situação de relativa normalidade. Além do mais, as Prefeituras podem fazer muita coisa para prevenir e conter a violência. E algumas cidades têm conseguido avanços na área.

Infelizmente não é o caso de Cornélio Procópio, onde a população vê pouquíssima atenção da Prefeitura a este problema. Até o momento não se viu nada, nenhum plano ou projeto e muito menos medidas práticas vindas da administração do prefeito Amin Hannouche (PP) que já está no terceiro ano de seu segundo mandato.

Hannouche é também presidente há anos da Amunop, associação que representa as cidades de toda a região. Neste cargo, porém, o prefeito procopense nunca elaborou um plano regional integrando os municípios para melhorar a segurança.

No caso específico de Cornélio, a Prefeitura peca até em questões administrativas básicas. Como já apontamos aqui, alertando sobre o perigo, esta administração acaba favorecendo a insegurança em razão da falta de manutenção do patrimônio público e o desmazelo com locais urbanos vitais para a convivência coletiva.

Além da falta da precariedade dos serviços em todo o município, tem também o problema das obras perpetuamente inacabadas, que também criam pontos de insegurança. Já foi até denunciado prostituição e tráfico de drogas numa dessas obras que não terminam nunca e ficam ao abandono.

Lugares significativos da cidade não recebem nem limpeza básica. Sem condição de uso, vários espaços urbanos acabam ficando desertos e às escuras, facilitando o vandalismo, o tráfico e uso de drogas, assaltos, furtos, roubos, violência física, enfim, uma variedade de crimes que amedrontam a população e trazem má fama para Cornélio Procópio.




Leia na íntegra (em PDF) o relatório
estatístico criminal divulgado pela
Secretaria de Estado da Segurança Pública



Cornélio Procópio violenta
Veja na RPC TV
reportagem sobre
o alto alto índice
de homicídios em
Cornélio Procópio




quarta-feira, 20 de abril de 2011

Em cidade malcuidada o vandalismo prospera

INSTITUTO AME CIDADE, 20 de abril de 2011


Anteontem publicamos aqui no blog um texto sobre uma ação exemplar da Guarda Municipal de Curitiba que, em conjunto com a Polícia Militar, prendeu trinta pichadores e desmobilizou um encontro nacional de pichadores planejado para acontecer na capital do estado.

A população sabe bem os danos que os pichadores causam nas cidades, tanto no patrimônio público quanto nas propriedades particulares, que têm seus muros e à vezes até fachadas sujadas com tinta, muitas vezes depois de uma pintura nova feita após meses de muita economia. As pichações enfeiam nossas cidades e exigem gastos das prefeituras para a reparação do malfeito, com um dinheiro que poderia ser muito melhor aproveitado em áreas essenciais dos serviços públicos.

As prefeituras contam com o respaldo da lei para reprimir os vândalos. Em Curitiba os menores de idade, que compunham dois terços dos presos, só foram soltos com a presença dos pais e pagando multa de R$ 714,20. Os pais também serão responsablizados pelos atos dos filhos. A mesma multa vale para os adultos e todos vão responder pelo crime de pichação, previsto no artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais.

Os estragos causados pela pichação e mais os altos custos para consertar o estrago estético não permitem que os que praticam esse crime sejam tratados como meninos travessos. É preciso aplicar a lei com rigor contra a pichação, mas, mais que isso, é preciso prevenir para que o dano não ocorra.

Cornélio Procópio sofre bastante com esse problema. Comentamos aqui sobre os danos causados por pichações até no monumento do Cristo Rei, um local de significado especial para a cidade. Veja acima um panorama do monumento, com seu entorno bastante frequentado, principalmente no fim de semana. Na foto dá para perceber a dimensão da estátua. Da base ao topo, o monumento tem 28,8 metros de altura. Como as pichações são feitas na base feita em pedra, com o tempo existe o risco de um desgaste que pode comprometer a obra.


Falta de manutenção do
patrimônio público e desmazelo
com obras só incentiva os vândalos


Por enquanto, a Prefeitura tem perdido a batalha contra os pichadores. Neste aspecto, aliás, a campanha recente da Prefeitura sobre o tema é de uma infelicidade conceitual que ajuda pouco nesse combate. A idéia central é a seguinte: “Este ano a Prefeitura vai limpar o que o vandalismo sujou”.

Veja ao lado o logotipo da campanha, extraído do site da Prefeitura. Não há nenhuma outra informação no site além desse logotipo, que não abre link para coisa alguma.

O erro começa em não acentuar a necessidade de que a pichação não ocorra, com um conceito de prevenir e evitar o crime da pichação. Ao contrário, o que é claro no conceito da Prefeitura é de que os vândalos sujam e depois ela limpa.

Outro ponto importante no combate à pichação e até em crimes graves como o tráfico de drogas é a manutenção dos espaços públicos em boas condições de uso. Já é uma constatação científica antiga a de que o desmazelo nos ambientes públicos incentiva o vandalismo e outros tipos de crimes. Quando o ambiente é limpo e tem manutenção constante fica mais difícil até jogar um papel no chão.

E neste caso a administração do prefeito Amin Hannouche dá um mau exemplo em todos os sentidos. A manutenção dos espaços públicos em Cornélio Procópio é precária desde o primeiro mandato do prefeito, com um desmazelo que já cria inclusive problemas graves em prédios e locais importantes do município.

O prefeito tem também uma grave dificuldade com as obras a cargo da sua administração, como aconteceu com a construção do Calçadão central, que levou cerca de um ano para ser concluído. Comerciantes e a população sofreram por meses com os atrasos na obra, que teve até problemas trabalhistas, inclusive com o pagamento de salários dos operários feito com cheques sem fundos.

Comerciantes sofreram o diabo e até tiveram prejuízos. A obra atravessou datas importantes para os empresários, como o Dia das Crianças e o Natal, com o centro tomado por poeira ou lama e as lojas cercadas por tapumes mal planejados.

A cidade também está pelo menos dois anos esperando a finalização de obras que atravancam locais importantes de lazer, como nas intermináveis reformas nas praças Botafogo e Brasil.

A dificuldade do prefeito em tocar qualquer obra dentro do prazo e a falta de manutenção dos espaços públicos acabam criando um clima urbano que favorece o vandalismo. O Clube do Povo, outra obra perpetuamente inacabada desta administração, chegou até a virar ponto de tráfico de drogas e prostituição, conforme foi denunciado na Rádio Cornélio, emissora de maior audiência da cidade.

E agora também no monumento do Cristo Rei o prefeito começou um de seus lentos processos que cansam a população, que é o de começar uma obra e não ter um planejamento eficaz para a execução, com uma meta de conclusão razoável. A Prefeitura retirou todo o calçamento em torno da estátua do Cristo e o serviço mantém-se parado, criando uma situação de desconforto num espaço público de uso cotidiano.

Pelo aspecto da obra até agora, já existem indicativos de que pode vir por aí mais uma descaracterização de um local significativo na memória urbana de Cornélio Procópio. E o que o procopense já sente é a dificuldade da falta do passeio antigo para freqüentar um dos pontos mais belos da cidade. Não existe mais a calçada antiga feita em mosaicos e a nova deve demorar, conforme a experiência comprova. Enquanto isso, o procopense terá que transitar entre montes de entulho se quiser desfrutar de mais este lugar especial de sua cidade.




terça-feira, 19 de abril de 2011

O Brasil que está no gesto do motorista Joilson

INSTITUTO AME CIDADE, 19 de abril de 2011


O Brasil inteiro discute o episódio ocorrido no Rio de Janeiro com o motorista Joilson Chagas, que devolveu um pacote de R$ 74.800 em dinheiro vivo, esquecido por um passageiro no ônibus que ele dirigia. Este tipo de gesto vem em boa hora, não só para o Rio, que viveu recentemente tragédias naturais e também de violência terrível, como a chacina na escola de Realengo, mas para todo o Brasil.

Pessoas como o motorista Joilson Chagas desmontam de forma prática a sensação de que as coisas estão perdidas no Brasil no plano ético. É preciso combater essa desesperança criada pela corrupção e sua impunidade, até porque é falsa a argumentação de que somos todos iguais no desrespeito à ética.

Mesmo enfrentando um cotidiano difícil, a maioria dos brasileiros se comporta com honestidade e procura educar seus filhos em conformidade com a ética e o respeito aos demais. Não somos um país corrupto, como às vezes se diz, até porque se fosse assim o país já teria falido de vez. Temos sim uma parte considerável dos nossos políticos metida em negócios escusos, mas a maioria dos brasileiros segue suas vidas trabalhando de forma honesta.

O significado de um gesto como este do motorista Joilson é o da diferença em termos de qualidade humana que é determinada por essa porção de brasileiros que respeitam o bem comum e se relacionam de forma honesta com o próximo.

Quando se fala em honestidade no País, busca-se sempre como referência uma famosa fala de Rui Barbosa (1849-1923), aquela em que ele diz o seguinte: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

É uma constatação que, infelizmente, diz muito da época em que vivemos, mas não é com esse pensamento que enfrentaremos a corrupção. E já falamos disso aqui no blog.

A maioria dos brasileiros trabalha com esforço e leva a vida com honestidade, educando seus filhos de forma que eles tenham a consciência de não prejudicar o próximo. E a corrupção, a desonestidade, nada mais é que passar por cima de preceitos básicos de respeito ao semelhante que estão em todas as religiões e filosofias e sem os quais as relações sociais se desestruturam.

Quando um sujeito admirável como o motorista Joilson faz o que ele fez, revela-se que existe um Brasil sendo construído de forma continuada, na labuta honesta do cotidiano da maioria dos brasileiros. Esta gente é que sustenta de fato o nosso país e que afirma com seu trabalho que o Brasil não é isso que alguns políticos querem fazer da nossa Nação.

Rui Barbosa também falou desse Brasil e é nesta sua fala que acreditamos que está o verbo construtor de um país livre de políticos desonestos. Sobre este país que não aceita a corrupção e a desonestidade, Rui Barbosa falava assim:

“O Brasil não é isso! O Brasil não é sócio do clube de jogo e da pândega que se apoderaram de sua fortuna, e o querem tratar como a libertinagem trata as companheiras momentâneas de sua luxúria.

Não! O Brasil não é esse ajuntamento coletivo de criaturas taradas, sobre que possa correr, sem a menor impressão, e sopro das aspirações que nesta hora agitam a humanidade.

Não! O Brasil não é essa nacionalidade fria, deliqüescente, cadaverizada, que recebe na testa, sem estremecer, o carimbo de uma armadilha, como a messalina, recebe no braço a tatuagem do amante, como o calceta, no dorso, a flor-de-lis do verdugo.

O Brasil não aceita a cova que estão cavando os cavadores do Tesouro. Não são os comensais do erário, o Brasil. Não são os sanguessugas de riqueza pública, o Brasil; não são os compradores de jornais, o Brasil, não são os corruptores do sistema republicano, o Brasil. Não são os publicistas de aluguel. Não são os estadistas de impostura.”


Sobre o ato do motorista Joilson Chagas, publicamos em nosso clipping matérias feitas com ele pelo jornal O Globo, inclusive com um depoimento comovente do motorista em vídeo. Para ler, clique aqui.





Deputados aprovam projeto que reduz cargos comissionados na Assembleia Legislativa

Londrina recebe reforço de quase 100 novos policiais

Ex-servidora do INSS é acusada de fraude na concessão de benefícios

Maringá tem menos de 70% dos coletores de lixo necessários


Oito pessoas são presas acusadas de fraudar leilão de prefeitura

Gaeco investiga desvio de dinheiro na prefeitura de Cândido de Abreu

Bom exemplo de motorista que devolveu R$ 74 mil ao dono vira motivo de chacota

Menores se prostituem em casarão de Curitiba e programas são pagos com crack

Calúnia ou prevaricação? Uma história estranha envolvendo Lula, o STF e o ministro Cesar Asfor Rocha

Alvaro Dias quer apuração de denúncia sobre motivo que teria levado Lula a vetar indicação de Cesar Asfor

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mortes em acidentes de moto faz de Cornélio Procópio recordista no Paraná e a Prefeitura nem toma conhecimento

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de abril de 2011


Cornélio Procópio apareceu com destaque no Mapa da Violência 201, relativo aos acidentes de trânsito no Brasil, estudo realizado pelo Instituto Sangari junto com o Ministério da Justiça.

A cidade está em primeiro lugar no Paraná em mortes de motociclistas, ocupando a 18ª posição no Brasil. No quadro de mortes em acidentes de carro a realidade procopense também não é boa, neste caso ocupando a 74ª posição.

Acidente de moto mata cada vez mais no Brasil e infelizmente Cornélio Procópio tem presença destacada neste triste recorde. O número de mortos em acidente de motos no município em 2008 (ano da análise) foi de 12 motociclistas, o que equivale a 24,8 entre 100 mil habitantes e coloca a cidade entre as primeiras do Brasil.

Segundo a Organização Mundial da Saúde 400 mil jovens com menos de 25 anos morrem vítimas de acidentes de trânsito. A maior parte dessas vítimas está em países de renda baixa ou média. As taxas mais elevadas são da África e no Oriente Médio. E em qualquer país, os jovens de ambientes econômicos desfavorecidos são os que correm mais riscos.

Neste índice mundial, o Brasil está entre os 10 países com maiores índices de mortalidade no trânsito. As taxas mais elevadas encontram-se na África e no Oriente Médio, e os jovens de ambientes econômicos desfavorecidos são os que correm mais riscos em todos os países.

Na década 1998/2008, foram registradas 38.273 mortes nos diversos tipos de acidentes de trânsito. Neste período houve um crescimento de 23,9% no número de óbitos por acidentes de trânsito. Em todo o Brasil aconteceu uma queda no número de mortes de pedestres, mas em todas as demais ocorreu aumento.

Morte de ocupante de automóvel mais que duplicou. Ocupante de caminhão quase triplicou. Ciclistas quadruplicaram. E teve o crescimento trágico na morte de motociclistas, com um aumento de 754% na década analisada.

O estudo do Sangari Instituto mostra um grande crescimento no uso da motocicleta no país Segundo o Denatran, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas: 2,4%. Já em inícios da década analisada (1998), são 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Já em 2008, o número salta para 13,1 milhões, ou 24%.

Em porcentagem de crescimento, o ritmo do aumento do número de motocicletas nos anos iniciais da década 98/08 foi em torno de 20% ao ano, ultrapassando largamente o propalado crescimento dos automóveis. Na década a frota de motocicletas cresceu 368,8%, acima de quatro vezes e meia; a de automóveis aumentou 89,7%, não chegando a duplicar seu número.

O que se percebe é que o crescimento não foi acompanhado dos necessários cuidados individuais e coletivos com a segurança, o que acabou resultando no número imenso de mortes. Sente-se a necessidade de políticas públicas relacionadas ao trânsito, lidando especialmente com a segurança, para evitar esta mortandade de jovens. Também neste aspecto o Governo Federal, os estados e os municípios estão em falta com a população.

O estudo do Instituto Sangari e Ministério da Justiça fez um mapeamento de todo o país que permite aos organismos públicos lidar com esta questão gravíssima que são os acidentes de trânsito no Brasil. O estudo pode ser visto aqui, em PDF.

Segundo o Instituto Sangari, as mortes de motociclistas se concentram na faixa jovem, com taxas extremamente elevadas dos 19 aos 22 anos de idade. É bom lembrar que o estudo não fala dos feridos nos acidentes, que deixa os ocupantes de moto numa situação sempre muito grave, com pessoas com seqüelas físicas terríveis, em alguns casos até causando a invalidez física.

Os números que colocam nossa cidade nesta posição absolutamente desconfortável exigem uma resposta prática da Prefeitura de Cornélio Procópio. No entanto, ao que parece o Executivo Municipal nem sequer tomou conhecimento desse importante estudo.

Pichadores em cana e pagando multa, o exemplo que vem de Curitiba

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de abril de 2011


Neste fim de semana a Guarda Municipal de Curitiba e a Polícia Militar tomaram uma medida exemplar na capital do estado. Foram presas 30 pessoas que estavam fazendo pichações na região da Catedral.

Os pichadores estariam participando de um encontro nacional de pichadores, que teria sido combinado pela internet para acontecer em Curitiba. O descaramento é impressionante. Como se não bastassem os danos que essas pessoas cometem contra os bens públicos e também contra as propriedades particulares, elas ainda pretendem organizar encontros "oficiais" nas cidades para depois saírem pichando como se fosse uma comemoração?

Dois dos detidos presos eram de São Paulo, mas segundo informações obtidas pela polícia também estariam na cidade pichadores de outros estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A ação da Guarda começou com uma denúncia pelo telefone 153, de que estava ocorrendo pichação na região da Catedral, no Centro de Curitiba. Com o apoio do monitoramento por câmeras da Central da Praça Osório, equipes da Guarda e da Polícia Militar iniciaram a ação, que resultou na prisão de 30 pichadores.

Os detidos menores foram encaminhados à Delegacia do Adolescente. Dez dos detidos eram maiores de idade. Os menores só saem com a presença de um responsável e pagamento de multa administrativa de R$ 714,20. Para os maiores a multa é a mesma.

Além destas punições, os envolvidos não poderão participar de concurso público municipal por um período de dois anos, o que deve parecer pouco aos cidadãos revoltados com a sujeira que esse tipo de vandalismo causa nas cidades. Talvez fosse mais apropriado manter esse tipo de gente mais tempo longe do serviço público.

No caso de Curitiba, a ação contra o vandalismo foi muito bem executada e ocorreu a partir de uma denúncia pelo telefone. Este é o tipo de ação que é aplaudida pela população de todas as cidades brasileiras, pois hoje em dia não existe localidade que não sofra os danos causados por pichadores.

Em Cornélio Procópio nem o monumento do Cristo Rei é poupado por esses vândalos com tinta spray na mão. A estátua é um local tradicional da cidade, de onde se pode avistar uma das mais belas paisagens brasileiras.

A base do monumento vive sendo pichada, o que já ocorreu inclusive logo depois de uma ampla reforma feita recentemente. Além do custo que a remoção das pichações dá aos cofres públicos em qualquer situação, no caso da sujeira em monumentos como o Cristo Rei existe sempre o risco de ocorrer um dano irreversível à obra.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

A pornografia na política vai muito além de um filme erótico

INSTITUTO AME CIDADE, 13 de abril de 2011


Falando a propósito do ex-ator de filme erótico que foi demitido da diretoria regional do IAP em Cascavel, apontamos ontem aqui no blog que, independente do que pode haver de constrangimento no passado de um gestor público, o que o caso revelava era a falta de uma avaliação séria sobre a capacidade técnica de muitos que são nomeados para um cargo público.

Os desdobramentos da demissão do ex-ator acabaram revelando a ausência de qualquer critério técnico para sua escolha para um cargo comissionado. O próprio Pagliosa confessou aos jornalistas que o cargo foi uma recompensa por ele ter trabalhado nas campanhas do deputado Adelino Ribeiro (PSL) e do governador Beto Richa (PSDB).

Hoje o jornal Gazeta do Povo trouxe uma boa matéria sobre o assunto, que pode ser lida em nosso clipping. É uma reportagem que toca na mesma questão de que falamos aqui ontem sobre a falta de avaliação da qualificação profissional dos comissionados, que muitas vezes são nomeados apenas como uma gratificação por serviços prestados durante as eleições.

Dessa forma, cargos importantes e até mesmo vitais no bom desempenho da administração pública se tornam moeda de troca para o uso dos políticos. Mas este uso politiqueiro do dinheiro público não é o único desvio praticado na administração pública no Brasil. Os cargos são usados também para acolher parentes e agregados, com bons salários e poder para irmãos, filhos, noras, esposa e até para amantes.

Na reportagem da Gazeta do Povo, o professor de Ética e Filosofia Roberto Romano, da Universidade de Campinas, faz uma boa observação sobre a "situação de desconforto" que o ex-ator de filme erótico trouxe ao governo. “A qualificação que mais conta é ser um bom cabo eleitoral" disse o professor. "Pornográfica mesmo é essa prática dos políticos, não esse ou aquele filme”.

Para ler a matéria da Gazeta do Povo, clique aqui.

Quem te viu, que te vê





Certamente seria chamado de maluco quem afirmasse que veríamos um dia os ex-governadores e atuais senadores Roberto Requião e Alvaro Dias num convívio tão próximo. O interessante flagrante foi captado esta semana em Brasília pelo fotógrafo Cadu Gomes e publicado no blog Conexão Brasília, de André Gonçalves, no site da Gazeta do Povo.

Os senadores se divertem com algo no notebook do tucano, completamente esquecidos das rusgas históricas entre os dois, daqueles embates nos quais não faltaram palavras muito duras e acusações mútuas de fazer do horário eleitoral uma atração no nível dos programas de baixaria da televisão brasileira.

Longe de qualquer cidadão não querer que os políticos tenham uma convivência civilizada na Casa em que os eleitores os colocaram pelo voto, mas não há como não estranhar tanto calor entre duas personalidades que sempre acenderam paixões extremadas e pra lá de conturbadas nas eleições que disputaram como adversários nas últimas duas décadas, em campanhas que muitas vezes parecia uma guerra onde o inimigo tem que ser exterminado a qualquer custo.




terça-feira, 12 de abril de 2011

A demissão do ex-ator de filmes eróticos da chefia regional do IAP e outras questões curriculares

INSTITUTO AME CIDADE, 12 de abril de 2011


Virou notícia nacional a nomeação no Paraná de um ex-ator de filme erótico para a diretoria regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) na região de Cascavel, no oeste do estado. Valter Pagliosa, o ex-ator do filme "A Outra Metade" que alguns, como o ex-governador e atual senador Roberto Requião, garantem ser uma produção pornô foi demitido bem ligeiro pelo governador Beto Richa para que o caso não tivesse mais repercussão.

Foi Requião quem fez ferver a notícia em seu Twitter na internet, até dando a impressão de que que levantou o excitante passado cinematográfico do chefe do IAP com a intenção de bater com o período da divulgação do rombo de R$ 4,5 bilhões que deixou para Beto Richa pagar. É a notícia de hoje que o governador tucano revelou para os paranaenses depois de um minucioso levantamento nas contas.

Por causa do filme erótico em que atuou, a nomeação e a rápida demissão do ex-ator Pagliosa infelizmente podem ser encaradas de forma pitoresca e com isso acabar encobrindo um problema muito mais grave que envolve este caso, que é a forma como são feitas as escolhas para os cargos de confiança no governo estadual, muitas vezes para funções muito importantes, como ocorre, aliás, com esta diretoria regional do IAP.

Pagliosa foi nomeado em março para o comando de uma diretoria regional responsável por fiscalização e licenciamento ambiental em 18 cidades do Paraná, uma região de intensa atividade agrícola e pecuária. É um cargo essencial na proteção ao meio ambiente numa ampla área do estado.

Para justificar a demissão, o governo alegou a "situação de desconforto" gerada pela descoberta do filme erótico feito pelo chefe do IAP e argumentou que Pagliosa omitiu o fato do currículo.

No entanto, o problema curricular do funcionário nomeado pelo governo não está só neste fato. O critério para a nomeação de Pagliosa e dos outros 20 chefes regionais do IAP é a indicação dos partidos que deram apoio a Richa em 2010, um procedimento comum em qualquer governo. Porém, esta demissão parece demonstrar que não está havendo a devida cobrança de uma real capacidade técnica dos escolhidos.

Pagliosa tem pouca experiência em meio ambiente. Segundo ele mesmo disse aos jornalistas, antes de ocupar um dos cargos mais importantes da área ambiental no Paraná ele havia feito apenas um curso de gestão ambiental e foi estagiário do IAP. "Pude aprender muito naquele período. Também participo de uma ONG que se dedica à proteção do meio ambiente”, disse.

É um currículo precário para a área e ainda mais numa chefia regional do IAP, mas na realidade não é a experiência profissional que pesa na conquista do cargo. É o que fica bem claro na resposta de Pagliosa ao questionamento da imprensa sobre os motivos de sua nomeação: “Fui presidente da associação de moradores do bairro São Cristovão, o maior bairro de Cascavel. Trabalhei bastante na campanha do deputado Adelino Ribeiro e do governador Beto Richa. Acho que este esforço foi reconhecido”.