segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mortes em acidentes de moto faz de Cornélio Procópio recordista no Paraná e a Prefeitura nem toma conhecimento

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de abril de 2011


Cornélio Procópio apareceu com destaque no Mapa da Violência 201, relativo aos acidentes de trânsito no Brasil, estudo realizado pelo Instituto Sangari junto com o Ministério da Justiça.

A cidade está em primeiro lugar no Paraná em mortes de motociclistas, ocupando a 18ª posição no Brasil. No quadro de mortes em acidentes de carro a realidade procopense também não é boa, neste caso ocupando a 74ª posição.

Acidente de moto mata cada vez mais no Brasil e infelizmente Cornélio Procópio tem presença destacada neste triste recorde. O número de mortos em acidente de motos no município em 2008 (ano da análise) foi de 12 motociclistas, o que equivale a 24,8 entre 100 mil habitantes e coloca a cidade entre as primeiras do Brasil.

Segundo a Organização Mundial da Saúde 400 mil jovens com menos de 25 anos morrem vítimas de acidentes de trânsito. A maior parte dessas vítimas está em países de renda baixa ou média. As taxas mais elevadas são da África e no Oriente Médio. E em qualquer país, os jovens de ambientes econômicos desfavorecidos são os que correm mais riscos.

Neste índice mundial, o Brasil está entre os 10 países com maiores índices de mortalidade no trânsito. As taxas mais elevadas encontram-se na África e no Oriente Médio, e os jovens de ambientes econômicos desfavorecidos são os que correm mais riscos em todos os países.

Na década 1998/2008, foram registradas 38.273 mortes nos diversos tipos de acidentes de trânsito. Neste período houve um crescimento de 23,9% no número de óbitos por acidentes de trânsito. Em todo o Brasil aconteceu uma queda no número de mortes de pedestres, mas em todas as demais ocorreu aumento.

Morte de ocupante de automóvel mais que duplicou. Ocupante de caminhão quase triplicou. Ciclistas quadruplicaram. E teve o crescimento trágico na morte de motociclistas, com um aumento de 754% na década analisada.

O estudo do Sangari Instituto mostra um grande crescimento no uso da motocicleta no país Segundo o Denatran, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas: 2,4%. Já em inícios da década analisada (1998), são 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Já em 2008, o número salta para 13,1 milhões, ou 24%.

Em porcentagem de crescimento, o ritmo do aumento do número de motocicletas nos anos iniciais da década 98/08 foi em torno de 20% ao ano, ultrapassando largamente o propalado crescimento dos automóveis. Na década a frota de motocicletas cresceu 368,8%, acima de quatro vezes e meia; a de automóveis aumentou 89,7%, não chegando a duplicar seu número.

O que se percebe é que o crescimento não foi acompanhado dos necessários cuidados individuais e coletivos com a segurança, o que acabou resultando no número imenso de mortes. Sente-se a necessidade de políticas públicas relacionadas ao trânsito, lidando especialmente com a segurança, para evitar esta mortandade de jovens. Também neste aspecto o Governo Federal, os estados e os municípios estão em falta com a população.

O estudo do Instituto Sangari e Ministério da Justiça fez um mapeamento de todo o país que permite aos organismos públicos lidar com esta questão gravíssima que são os acidentes de trânsito no Brasil. O estudo pode ser visto aqui, em PDF.

Segundo o Instituto Sangari, as mortes de motociclistas se concentram na faixa jovem, com taxas extremamente elevadas dos 19 aos 22 anos de idade. É bom lembrar que o estudo não fala dos feridos nos acidentes, que deixa os ocupantes de moto numa situação sempre muito grave, com pessoas com seqüelas físicas terríveis, em alguns casos até causando a invalidez física.

Os números que colocam nossa cidade nesta posição absolutamente desconfortável exigem uma resposta prática da Prefeitura de Cornélio Procópio. No entanto, ao que parece o Executivo Municipal nem sequer tomou conhecimento desse importante estudo.

2 comentários:

Juliana Oliveira disse...

Nossa juventude vai morrendo e ninguém faz nada. Tem que educar, dar mais segurança, até porque fica mais barato prevenir do que remediar depois. Nâo é só cobrar tributos, estacionamento, etc., tem que oferecer os serviços também.

Anônimo disse...

E a buraqueira na cidade não influencia nos acidentes?