terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vereadores de Maringá são denunciados pelo Gaeco por peculato

FOLHA DE LONDRINA, 7 de dezembro de 2010

Após quatro meses de investigação, Gaeco apresentou denúncia de funcionários ‘fantasma’ na Câmara de Vereadores


Os vereadores Aparecido Domingos Regini, o Zebrão (PP), Belino Bravin Filho (PP), Carlos Eduardo Sabóia (PMN), Evandro Junior (PSDB), este eleito deputado estadual, e Mário Verri (PT), além de seis assessores parlamentares, foram denunciados ontem pelo crime de peculato em denúncia criminal proposta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo a denúncia, formulada após quatro meses de investigação, os assessores atuavam como funcionários ''fantasma''. De acordo com a ação, eles registravam o cartão ponto na Câmara de Maringá nos horários de entrada e saída do expediente, mas, durante o tempo que seria de serviço, eles mantinham empregos em outras áreas ou simplesmente ficavam em casa.

Para o Gaeco, a acusação é de crime de peculato. O Ministério Público requereu a perda do cargo, função pública e mandato eletivo dos denunciados.

A denúncia é assinada pelos promotores Laércio Januário de Almeida e Arisângela Cristina Vargas da Silva. De acordo com Almeida, os vereadores foram denunciados devido à coautoria ''Por conta da omissão e possível concordância com a situação''.

Durante quatro meses, a rotina dos assessores foi registrada em vídeo e fotos pelo Gaeco. ''O Ministério Público dispõe de dados comprobatórios do deslocamento que os assessores faziam do local da Câmara, após assinalar o ponto digital Neste período, realizavam outras atividades e só voltavam para assinalar o ponto''.

Demitidos - Os seis assessores investigados pelo Gaeco já foram demitidos da Câmara de Maringá. Procurado ontem, Zebrão afirmou que não teria mais nada a falar sobre o assunto.

Sabóia disse que o assessor denunciado realizava trabalhos externos relativos a levantamentos de informações para projetos e, que não se preocupava em controlar o horário do funcionário, pois o mesmo o ajudava em reuniões à noite e nos fins de semana. ''Mas me sinto traído. Não sabia que ele ia para casa no horário de trabalho Fiquei surpreso''.

Evandro Junior informou ontem, por sua assessoria de imprensa, que só vai se pronunciar sobre o caso quando tiver acesso ao inquérito.

Verri apontou que a fiscalização é salutar, mas criticou o Ministério Público: ''Não entendo por que o Ministério Público coloca na imprensa antes de comunicar os acusados. Só tive acesso pela imprensa e só amanhã (hoje) vou conseguir mais informações com o meu advogado Estou à disposição da Justiça''.

A reportagem fez várias ligações para o celular de Bravin Filho, mas não obteve retorno.


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