quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Vereadores de Maringá depõem no Gaeco sobre denúncia de funcionários fantasmas

GAZETA MARINGÁ, 17 de novembro de 2010

Zebrão abre depoimentos de vereadores que vão depor no Gaeco. Além dele, outros cinco parlamentares devem prestar esclarecimentos no inquérito que investiga funcionários fantasmas no legislativo


O vereador Aparecido Regini Zebrão (PP) foi primeiro parlamentar a depor no inquérito que investiga a existência de funcionários fantasmas em gabinetes de vereadores de Maringá. O depoimento ocorreu na tarde desta quarta-feira (17), na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas o teor das declarações não foi revelado.

Já os vereadores Evandro Júnior (PSDB) Carlos Eduardo Sabóia (PMN), Belino Bravin (PP) e Mário Verri (PT) serão ouvidos a partir da manhã de quinta-feira (18).

O delegado espera concluir o inquérito ainda este mês. Só então surgirão os nomes de possíveis indiciados.

Primeiros depoimentos - Os depoimentos sobre o caso começaram a ser colhidos pelo Gaeco nesta terça-feira (16). Dos sete intimados, seis compareceram e um pediu para remarcar a data.

Ciriaco disse que não irá revelar o conteúdo dos depoimentos, já que inquérito está em sigilo de investigação. Ele informou, porém, que o teor dos depoimentos corrobora com as provas que foram colhidas. “Percebemos que estamos no caminho certo. O inquérito conseguiu avançar e os depoimentos vieram robustecer as demais provas”.

O caso - Os vereadores intimados são Aparecido Regini Zebrão (PP), Dr. Sabóia (PMN), Evandro Junior (PSDB), Belino Bravin (PP), e Mario Verri (PT). “Há supostas irregularidades de funcionários fantasmas. Em tese, alguns servidores estariam registrando o ponto, mas apenas apareciam no início e no término [do expediente], mas durante a jornada se ausentavam. Não exerciam a função deles de fato, embora recebessem o salário”, disse Ciriaco.

Posição dos vereadores
Mario Verri (PT): “Eu recebi [intimação] para estar no Gaeco. Fui convocado, bem como um assessor meu também. Não tenho preocupação, pois vejo que meu pessoal é um pessoal que trabalha. Temos trabalhos externos, inclusive fora do expediente, pois temos demanda para mais que isso. Cada funcionário tem especificado sua função dentro do gabinete. Criamos uma metodologia para gerenciar isso”.

Evandro Junior (PSDB): “Estou tranquilo porque sei que essa acusação não condiz com a realidade. O meu assessor sempre cumpriu os horários e se ele saiu, saiu para resolver problemas do gabinete. Eu condenado esse tipo de ação”.

Aparecido Regini Zebrão (PP): “Eu não estou sabendo de nada ainda, mas gente não sabe o que o assessor faz o tempo todo. Se tiver, de fato, algo errado, vou mandar embora”.

Dr. Sabóia (PMN) e Belino Bravin (PP): Ambos informaram que desconhecem as irregularidades citadas, mas que vão demitir os assessores, caso as denúncias sejam comprovadas.


Gaeco intima 5 vereadores a prestar esclarecimentos sobre servidores fantasmas

GAZETA MARINGÁ, 12 de novembro de 2010

Investigação teve inicio há cinco meses e aponta que funcionários dos gabinetes batiam o ponto, mas não cumpriam jornada de trabalho


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) intimou 5 vereadores da Câmara de Maringá a prestar esclarecimentos sobre a existência de funcionários fantasmas em seus gabinetes. De acordo com o delegado Eumano Rodrigues Ciriaco, as investigações começaram há cerca de cinco meses, por meio de denúncia anônima. Os envolvidos foram sendo convocados ao longo desta semana. O processo de intimação terminou nesta sexta-feira (12).

Os vereadores intimados são Aparecido Regini Zebrão (PP), Dr. Sabóia (PMN), Evandro Junior (PSDB), Belino Bravin (PP), e Mario Verri (PT). Além deles, sete funcionários, entre suspeitos, investigados e testemunhas também foram intimados. Os servidores vão prestar depoimento na terça-feira (16) e os vereadores entre quarta-feira (17) e sexta-feira (19).

“Há supostas irregularidades de funcionários fantasmas. Em tese, alguns servidores estariam registrando o ponto, mas apenas apareciam no início e no término [do expediente], mas durante a jornada se ausentavam. Não exerciam a função deles de fato, embora recebessem o salário”, disse Ciriaco.

Para o delegado, os vereadores também poderão ser punidos, e não apenas os funcionários. “Se essas pessoas de fato estavam prestando serviço, ele [o vereador] tem o dever legal de fiscalizar. Não creio que uma pessoa [vereador] possa alegar desconhecimento, alegando que o assessor não frenquentava e ele não tinha conhecimento disso. Esse argumento não deve prosperar”, disse Ciriaco.

Após as oitivas dos cinco vereadores e sete funcionários, as investigações devem continuar. A denúncia anônima foi apresentada diretamente ao promotor do Gaeco, em Curitiba, e é a primeira grande ação do Gaeco em Maringá, já que o grupo se instalou recentemente na cidade. Os documentos levantados na investigação também serão levados à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que poderá abrir uma ação civil pública.

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