terça-feira, 16 de novembro de 2010

Prefeitos da Amepar discordam de proposta de novo imposto para a saúde

FOLHA DE LONDRINA, 16 de novembro de 2010

Segundo prefeito de Arapongas, Beto Pugliese (PMDB), ideia defendida pela Amepar não é unânime; para presidente da associação, peemedebista quer criar polêmica


O prefeito de Arapongas, Beto Pugliese (PMDB), é contrário a proposta de criação de imposto para a saúde, caso a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) voltasse a ser aprovada no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), defendida pela Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar). Em reportagem publicada na FOLHA, no último sábado, o presidente da Amepar, Almir Batista dos Santos (PDT), afirmou que a associação faria um movimento nacional para que a contribuição virasse imposto, mas Pugliese afirma que a proposta não conta com apoio unânime dos prefeitos e nem havia sido discutida entre os membros.

''Eu acho que o presidente da Amepar não pode tomar uma atitude e falar em nome de todos os prefeitos. A sociedade não aceita mais cobranças de impostos. O que deve ser feito é cortar excessos, cortar gastos A sociedade não pode pagar pela ineficiência administrativa'', afirma Pugliese.

O prefeito ainda ressalta que outros membros da Amepar também discordam da posição do presidente da associação. ''Somos em 23 prefeitos, membros. Todos que eu conversei também afirmaram que são contra a criação do imposto. Eu até tentei falar com o Almir por telefone, mas ele não atendeu minhas ligações. Vou conversar sobre isso com ele amanhã (hoje)'', pontua.

Santos, que também é prefeito de Sabáudia (65 km ao oeste de Londrina), no entanto, afirma que Pugliese quer criar polêmica já que não estava na reunião onde o assunto foi colocado. ''Ele não participa de nenhuma reunião, e não sabe do que está falando. O prefeito Cristovão, de Pitangueiras, comentou que, como a presidente eleita tem a maioria absoluta (no Congresso) ela não teria dificuldade nenhuma de aprovar novamente a CPMF. Se isso de fato acontecer, vamos brigar para que essa contribuição vire imposto''.

O prefeito justifica que, por conta da sigla, os municípios não tem nenhuma participação no dinheiro arrecadado. ''Sendo 'contribuição', nenhum centavo volta para os municípios. Se mudarmos para 'IMF', 23% da verba vai para o Fundo de Participação dos Municípios, e muito dinheiro seria aplicado na saúde. A Dilma pretende arrecadar R$ 52 bilhões com essa nova CPMF. Se a contribuição virar imposto ela é obrigada a repassar R$ 12 bilhões para os prefeitos''.

''Essa é uma questão que está sendo analisada, se a CPMF voltar. Senão não vamos propor nada, e não estamos criando imposto nenhum. Mas, entre a saúde ficar no caos e uma possibilidade real de aprovar mais recursos para os municípios, eu fico com a segunda opção'', finaliza.

Nenhum comentário: