Molusco de espécie exótica está se tornando “epidemia” na cidade. Trazida do estrangeiro por criadores, espécie não tem predadores predadores naturais e por isso se alastra por todo o país

“Matamos mais de 10 por dia”, afirma o comerciante. “Voltamos de uma viagem no fim de semana e a casa estava infestada. É uma invasão”. A tática da família é jogar sal sobre os caramujos ou no caminho que percorrem. Vizinha da residência da família Antonelli, Nádia Scortegagna foi a primeira a ligar na Vigilância Sanitária. “Para nós já está uma calamidade”, diz.
João Martins, diretor da Vigilância Sanitária, afirma que as reclamações contra os caramujos africanos tendem a se tornar mais freqüentes com a chegada do verão. Segundo ele, um único molusco é capaz de produzir até 200 ovos após o sexto mês de vida. O molusco (Achatina furica) é uma espécie exótica que, sem predadores naturais, alastra-se por todo o território brasileiro. “Está virando uma epidemia”, diz Martins.
Uma forma direta de combate é a coleta e a incineração dos moluscos. “Nossas equipes podem levar até uma semana para atender a um chamado para coleta”, afirma o diretor. A outra forma de combate é a manutenção de terrenos limpos, com mato controlado e sem entulhos. “É tão perigoso que nem mesmo a concha dele deve ser usada para artesanato”, alerta Martins.
O caramujo africano causa a angiostrongilíase meningoencefálica humana e a angiostrongilíase abdominal. Os sintomas são constantes dores de cabeça muito fortes, rigidez na nuca e paralisia temporária do sistema nervoso central. Na ocorrência abdominal há febre, vômitos, dores abdominais, além de possível perfuração intestinal e hemorragia. As duas doenças podem ser fatais.
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