quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cresce infestação de caramujos africanos em Londrina

JORNAL DE LONDRINA, 11 de novembro de 2009

Molusco de espécie exótica está se tornando “epidemia” na cidade. Trazida do estrangeiro por criadores, espécie não tem predadores predadores naturais e por isso se alastra por todo o país


A chegada do verão e a maior incidência de chuvas aumentam a preocupação de moradores de vários bairros de Londrina com os caramujos africanos gigantes que invadem terrenos e residências. No Jardim dos Alpes (zona norte), o comerciante Alberto Antonelli diz que a “situação está assustadora”. Ao lado de um terreno baldio onde o mato prolifera, a casa de Antonelli é alvo de dezenas deles. De todos os tamanhos, sobem pelas paredes e avançam pelo chão.

“Matamos mais de 10 por dia”, afirma o comerciante. “Voltamos de uma viagem no fim de semana e a casa estava infestada. É uma invasão”. A tática da família é jogar sal sobre os caramujos ou no caminho que percorrem. Vizinha da residência da família Antonelli, Nádia Scortegagna foi a primeira a ligar na Vigilância Sanitária. “Para nós já está uma calamidade”, diz.

João Martins, diretor da Vigilância Sanitária, afirma que as reclamações contra os caramujos africanos tendem a se tornar mais freqüentes com a chegada do verão. Segundo ele, um único molusco é capaz de produzir até 200 ovos após o sexto mês de vida. O molusco (Achatina furica) é uma espécie exótica que, sem predadores naturais, alastra-se por todo o território brasileiro. “Está virando uma epidemia”, diz Martins.

Uma forma direta de combate é a coleta e a incineração dos moluscos. “Nossas equipes podem levar até uma semana para atender a um chamado para coleta”, afirma o diretor. A outra forma de combate é a manutenção de terrenos limpos, com mato controlado e sem entulhos. “É tão perigoso que nem mesmo a concha dele deve ser usada para artesanato”, alerta Martins.

O caramujo africano causa a angiostrongilíase meningoencefálica humana e a angiostrongilíase abdominal. Os sintomas são constantes dores de cabeça muito fortes, rigidez na nuca e paralisia temporária do sistema nervoso central. Na ocorrência abdominal há febre, vômitos, dores abdominais, além de possível perfuração intestinal e hemorragia. As duas doenças podem ser fatais.

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