sábado, 3 de outubro de 2009

Em Cornélio Procópio, os índices de AIDS são preocupantes

AGORA CORNELIO, 30 de setembro de 2009

A psicóloga Karina Gutierrez, responsável pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funciona anexo ao prédio da 18ª Regional de Saúde, no Conjunto Vitor Dantas, afirma que seu trabalho é quanto a prevenção e também a realização de exames de HIV/Aids, Hepatite "B" e "C" e de Sífilis. Segundo ela, apesar dos incentivos oferecidos pelo serviço e de divulgação existe ainda uma resistência muito grande por parte das pessoas. A especialista entende que essa resistência é por medo ou por vergonha. "É muito mais importante ter a coragem de enfrentar a realidade que ficar com a angústia da dúvida", observa.

Karina Gutierrez lamenta que há resistência por parte da população em realizar os testes por causa da discriminação. Ela lembra que os testes são feitos com absoluto sigilo e não entende essa resistência por parte das pessoas que deveriam se prevenir mais contra essa terrível doença que segue avançando em índices preocupantes também em Cornélio Procópio.

Ela ressalta que tem aumentado nos últimos anos os casos de Aids na terceira idade e na região de Cornélio Procópio isso não é diferente com o advento do viagra. Entre as mulheres também os casos não param de crescer, devido a resistência ao uso da camisinha. A psicóloga insiste no uso de preservativos entre os parceiros antes da relação sexual.

Segundo a especialista, esta é ainda a melhor forma de se combater a Aids, uma doença silenciosa que tem longa duração e que deve ser prevenida pelos pacientes, através dos testes funcionais que podem ser feitos no CTA. Ela lembra que o centro está a disposição dos interessados para realizar os testes de segunda a quinta-feira no período. "Além de oferecer os exames é dar toda a informação necessária para a pessoa interessada, o CTA também esclarece dúvidas", assinala..

Em Cornélio Procópio, lembra ela, são mais de 50 casos confirmados e na região mais de 150. Karina Gutierrez destaca a preocupação do Ministério da Saúde em lançar um programa específico de prevenção aos homens que morrem mais cedo em média 22 anos que as mulheres.

Jovens
A especialista observou ainda que, o Ministério da Saúde foi incapaz de combater devidamente o vírus causador da Aids entre os jovens, por causa da falta de informação que as autoridades têm sobre a cultura sexual deste segmento populacional.

De acordo com a psicóloga Karina Gutierrez, há dois problemas essenciais em relação ao tema: a falta de conhecimento sobre hábitos e condutas juvenis e a falta de programas e de serviços de atendimento específicos para eles.

"Se queremos formular e implementar políticas, temos que saber o que vamos fazer, onde e por quem", defendeu. Como exemplo, a especialista citou uma área pouco conhecida e amplamente usada pelos jovens de hoje nos contatos e relações sexuais: a internet. "Em segundo lugar, achamos que os jovens são vistos como um mundo homogêneo, e não o são", acrescentou.

Segundo a responsável pelo CTA local, "o mundo adulto ainda não foi capaz de reconhecer as culturas sexuais juvenis", muito diferentes das suas. Por essas circunstâncias, enfatiza ela, os países latino-americanos estão falhando na construção de "respostas para que (os jovens) tenham comportamentos preventivos".

Karina Gutierrez lamentou que o acesso especializado a serviços de saúde para este segmento da população seja muito limitado, o que, segundo disse, deixa a juventude em situação de "desamparo" em relação aos adultos.

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