sábado, 12 de setembro de 2009

Ministério Público pede que vereador que seja afastado por reter parte de salários de ex-assessores

MARCELO FRAZÃO, Jornal de Londrina, 12 de setembro de 2009

Paulo Arildo é acusado de reter entre R$ 200 e R$ 500 dos salários de três ex-assessores que ocuparam cargos comissionados no gabinete em 2005 e 2006


A Promotoria de Patrimônio Público de Londrina pediu formalmente à Justiça que afaste do cargo o vereador Paulo Arildo (PSDB), acusado de reter entre R$ 200 e R$ 500 dos salários de três ex-assessores que ocuparam cargos comissionados no gabinete em 2005 e 2006.

A ação civil pública está sob análise do juiz da 10ª Vara Cível, Álvaro Rodrigues Júnior. Nela, os promotores Leila Voltarelli e Renato de Lima Castro detalham como os três ex-assessores devolviam parte dos salários ao próprio vereador – a quebra de sigilo bancário indicou que Arildo recebeu ao menos dois depósitos do ex-assessor Paulo Sérgio Brito na própria conta, no valor de R$ 442,50 cada.

Segundo trecho da ação encaminhada à Justiça, o funcionário chegou a ser chamado para uma conversa após transferir pela internet os recursos para a conta do vereador, o que poderia deixar rastros – justamente os que os promotores tiveram acesso com a quebra do sigilo.

Também é ré na ação a mulher do vereador, Valéria Cristina de Oliveira Domingues, que não ocupou cargo de confiança, mas foi apontada como a responsável por concentrar os valores da arrecadação paralela. No total, o Ministério Público exige a devolução de R$ 16.450,00 de ambos, além das correções. Se condenados, Arildo pode perder o mandato definitivamente e ambos podem ser obrigados a pagar multa de três vezes o valor da devolução de salários. Os promotores também querem que o casal perca direitos políticos por 10 anos, período em que não poderiam exercer funções públicas.

De acordo com os promotores, o pedido de afastamento é necessário porque a assessora Isabela Ariane Faiad, que ainda trabalha no gabinete, negou aos promotores a devolução de parte dos salários ao vereador. No entanto, a quebra de sigilo bancário dela mostrou que valores semelhantes aos devolvidos pelos ex-assessores saíram por oito vezes da conta dela. Ao todo, as quebras de sigilo revelaram 49 devoluções de salários dos quatro assessores.

“Os três confessaram os repasses, mas ela não. Como todos presenciaram devoluções do salário feitas por ela, é fato que o vereador, permanecendo no cargo, pode influenciar negativamente a investigação”, afirmou o promotor.

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