sábado, 12 de setembro de 2009

Em Londrina, chuva aumenta lixo e poluição no Lago Igapó

JULIANA LEITE, Jornal de Londrina, 12 de setembro de 2009

Bueiros não conseguem reter sujeira jogada nas ruas; espelho d’água do lago reflete bem o problema ambiental


O Lago Igapó 3 amanheceu ontem coberto por lixo e detritos. Situação complicada para o lago que completou 50 anos em dezembro. Quem passou pelas margens do ‘cinquentão’ pode observar garrafas plásticas e de vidro, bitucas de cigarro, recipientes de produtos de limpeza, entulhos, madeiras e outros objetos.

Um dos fatores que contribui para o aumento desses resíduos nos rios e lagos é a chuva dos últimos dias, porém, o principal agravante nessa história é a atitude de algumas pessoas que ainda jogam o lixo no chão da cidade. As bocas-de-lobo não dão conta do volume de lixo que é encontrado nas ruas e, quando chove, a situação se agrava. “Os bueiros não conseguem reter o entulho das ruas, que desce até o lago e acaba provocando essa situação”, comentou o sócio-diretor da Visatec, Faiçal Jannani.

Segundo ele, em época de chuva, são encontrados, em grande maioria, galhos e restos de árvores. O lixo recolhido, seja reciclável ou não, é levado para o aterro sanitário, zona sul da cidade. A empresa, que é responsável pela coleta e destinação de resíduos, não possui dados do volume de lixo retirado do lago. “O contrato de prestação de serviço prevê a limpeza dos rios e lagos, não pesamos o lixo. Mas sei que o volume é muito grande”, disse Faiçal Jannani.

“Ainda não há um estudo com estes dados, seria interessante realizar um para verificar o quanto de resíduo é encontrado”, afirmou o assessor técnico da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU), Gilmar Domingues, um dos responsáveis pela fiscalização do contrato com a Visatec. Ele explicou que o volume de lixo muda de acordo com diversos fatores, como a quantidade de vento, da chuva e também se a população está descartando mais, ou menos objetos na rua.

De acordo com dados da CMTU, os londrinenses gastam, por ano, cerca de R$ 6 milhões com a varrição das ruas da cidade. “Não é só uma questão ambiental a ser discutida. Vejo essa situação como uma problemática socioeconômica também. Muitos dos objetos jogados no chão e que depois são encontrados nos rios e lagos poderiam ser revertidos como lucro para as pessoas que trabalham em cooperativas e ONGs de coleta de lixo”, observou Domingues.

Nenhum comentário: