sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Enade: só 6% dos cursos recebem nota

CATARINA ALENCASTRO, O Globo, 4 de setembro de 2009

MEC reprova 36,3% dos 4.819 cursos de ensino superior avaliados ano passado; 1.752 das 30 áreas tiraram 1 ou 2


O Ministério da Educação reprovou 36,3% dos 4.819 cursos de ensino superior avaliados no Enade, o exame nacional de desempenho dos estudantes realizado ano passado.

Ao todo, 1.752 cursos das 30 áreas submetidas à avaliação tiraram as notas mais baixas: 1 e 2. Somente 6% dos cursos receberam 5, a maior do Enade. Segundo o MEC, o Rio teve a maior proporção de notas máximas: 8,58% dos cursos de universidades, faculdades e centros universitários do estado tiraram 5, considerada um indicador de excelência da instituição.

O Enade 2008 avaliou 7.329 cursos, dos quais 2.510 ficaram sem nota. Participaram 382.313 alunos. Segundo o MEC, o último exame foi o que registrou um dos maiores índices de presença: 86,8%. O resultado pode ser consultado no site do Inep: www.inep.gov.br Em matemática, letras, química e biologia quem teve o melhor resultado foi a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em suas unidades de Guaratinguetá, São José do Rio Preto e Bauru. Na classe de engenharias da comunicação e aeroespacial, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) recebeu nota máxima.

Avaliação considera também infraestrutura dos cursos Entre as piores, figuram federais como a Universidade Federal do Pará, que tirou a menor nota em engenharia grupo IV, que engloba engenharia Bioquímica e de Alimentos, por exemplo.

Já a Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul, em Palmares (PE), aparece na lista dos piores cursos. A instituição teve a nota mais baixa nas áreas de matemática e química.



Mais de 400 cursos serão punidos
O GLOBO, 4 de setembro de 2009


Pelo menos 449 cursos de ensino superior espalhados pelo Brasil sofrerão punições do MEC por terem sido reprovados no Enade de 2007. Eles tiraram notas 1 e 2 e tiveram o baixo conceito confirmado em visita de técnicos do ministério.

As penalidades previstas vão da suspensão do vestibular ao corte de vagas ou o arquivamento de autorização para criação de novos cursos. As medidas valem ao menos até junho do ano que vem e serão tomadas desde já porque o MEC considera que tais cursos estão com muitos problemas e não comportam novos alunos.

Cinco instituições receberam a punição mais grave: terão de suspender o vestibular para os cursos reprovados e não poderão admitir nenhum aluno novo, mesmo que ele queira entrar transferido de outra faculdade. São o Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (SP), o Centro Universitário de Várzea Grande (MT), a Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas Fluminense (RJ) e a Faculdades Integradas Espírita (PR).

— A situação apontada é tão séria que a gente tem que congelar a situação enquanto as medidas são tomadas — disse a secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci.

Outros 78 cursos terão que reduzir em 30% o número de vagas nos próximos vestibulares. No total, 2.500 vagas deixarão de ser oferecidas. O MEC vai arquivar 336 pedidos para abrir novos cursos.

Carlos Eduardo Medawar, vice-diretor da Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas Fluminense, disse que a instituição não foi informada pelo MEC da decisão. Medawar explicou que a faculdade entrou com recurso discordando das exigências.

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