terça-feira, 8 de setembro de 2009

Em Londrina, desfile da Pátria é marcado por protestos de ambulantes do Terminal Urbano

JORNAL DE LONDRINA, 8 de setembro de 2009

Aproximadamente 30 ambulantes protestaram contra determinação para que eles deixem o local até a meia noite desta segunda-feira. Prefeitura promete cumprir decisão


O desfile da Semana da Pátria em Londrina foi marcado pelo protesto de aproximadamente 30 ambulantes instalados na Rua Benjamin Constant, em frente ao Terminal Central. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) deu prazo até a meia noite desta segunda-feira (7) para que os carrinhos de lanches sejam retirados do local. Entretanto, os ambulantes prometem acampar em frente ao Terminal. Justificar

Empunhando cartazes com frases “queremos trabalhar”, os ambulantes protestaram no início do desfile, quando o prefeito Barbosa Neto (PDT) subiu no carro aberto. “Eles querem que a gente saia, mas nós queremos trabalhar. Temos nossas contas. Ninguém vai perdoar nossas dívidas”, afirmou o ambulante Rafael Mário da Silva, de 36 anos. Ele vende lanches em frente ao Terminal desde 1994.
Uma tradição de Londrina começou com protesto

“Nós não temos para onde ir, pois ali fizemos uma clientela de anos”, contou. Os clientes são, em sua maioria, usuários do sistema de transporte coletivo. “Quando o [ex-prefeito] Nedson [Micheleti] tirou a gente dali para a reforma, o movimento caiu bastante porque a gente vende pro pessoal do Terminal”, lembrou. Ele passou a vender os lanches na Praça Rocha Pombo, alguns metros adiante.

Os ambulantes sugeriram alternativas. “Queremos arrumar a calçada, a gente sai e depois retorna. Onde eu estou, tem um espaço de quatro metros para passar cadeirante”, disse. Sem negociações, eles prometem levar a família toda para acampar no local. “Vamos levar barracas e ficar no carrinho mesmo. A gente não sabe até quando vamos ficar”, afirmou. Ele contou que o grupo entrou com uma “medida cautelar” no Fórum, com o objetivo de obter um prazo maior para a saída. Entretanto, ele não informou o nome do advogado responsável.

O diretor de trânsito da CMTU, major Sérgio Dalbem, reiterou a intenção da Companhia em fazer cumprir o prazo estipulado. “O prazo já foi dado e vamos cumprir a determinação. Esperamos que eles saiam da melhor forma possível”, afirmou, sem dizer se a força policial seria utilizada. Há duas semanas, ele admitiu utilizar suporte policial.

Já o prefeito Barbosa Neto criticou a resistência dos ambulantes em sair do local. “Eles deveriam migrar para uma atividade legalizada”, disse. Ele prometeu ainda autuar camelôs para que “a ordem prevaleça na cidade”. Segundo ele, qualquer tipo de protesto é “natural”.


Justiça nega pedido para permanência de carrinhos de lanches nas calçadas do Terminal
JORNAL DE LONDRINA, 8 de setembro de 2009


Prazo estipulado pela CMTU para vendedores desocuparem o local terminou a meia-noite desta terça. Ambulantes prometem não deixar as calçadas da Rua Benjamin Constant

O juiz da 2ª Vara Cível de Londrina, Luiz Gonzaga Tucunduva de Moura, indeferiu, na manhã desta terça-feira (8), o pedido dos vendedores ambulantes para permanecerem com barracas de lanches na calçada da Rua Benjamin Constant, em frente ao Terminal Urbano Central. Terminou a zero hora desta terça, o prazo estipulado pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) para que os ambulantes desocupem o local.

Para protestarem contra a decisão, os vendedores levaram para frente do terminal alguns familiares. Mais de 50 pessoas estão reunidas no local, com carro de som e faixas contra a decisão do prefeito Barbosa Neto (PDT). Os donos de carrinhos de lanche prometem resistir a desocupação. Segundo o ambulante Rafael Mário da Silva, o prazo estipulado pela Prefeitura não ajudou os vendedores. “Esse prazo não resolveu nada. Queremos mais tempo para poder saldas as nossas dívidas. Também esperamos que a decisão judicial seja revertida”, afirmou.

Para o prefeito, a remoção dos carrinhos de lanches é de interesse público e está acima de qualquer interesse particular. Ao ser questionado sobre a assinatura de um documento, durante a campanha eleitoral, no qual se comprometia em não “perseguir” os vendedores de rua, Barbosa afirmou que assinou o documento, mas disse que não está perseguindo ninguém. “Não há perseguição. Estamos cumprindo uma recomendação do MP para desobstruir as ruas. Além de o caso envolver questão de saúde pública, pois muitos descumprem regras de higiene estabelecidas pela Vigilância Sanitária”, disse.

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