FOLHA DE LONDRINA, 10 de dezembro de 2010
Índice de analfabetismo funcional está acima da média nacional, aponta estudo do Ipea
O Paraná é o Estado da Região Sul que tem maior proporção de analfabetos na população com 15 anos ou mais A informação consta de um comunicado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE Os resultados foram divulgados ontem.
Em 2009, 6,7% da população paranaense com idade igual ou superior a 15 anos era analfabeta. Em Santa Catarina, a proporção verificada foi de 4,9%, e no Rio Grande do Sul, 4,6%. Nacionalmente, o índice de analfabetismo registrado foi de 9,7%. Nas taxas de analfabetismo funcional, o Paraná também teve o pior desempenho entre os Estados do Sul (veja gráfico) Para o instituto, uma pessoa é considerada analfabeta funcional se tiver nível de escolaridade inferior a quatro anos de estudo.
Wagner Roberto do Amaral, chefe do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação, apontou que o Governo do Paraná vem empreendendo esforços para reduzir as taxas de analfabetismo. Ele disse que nos últimos anos mais de 400 mil pessoas com idade igual ou superior a 15 anos passaram pelo programa Paraná Alfabetizado.
''Temos investido em locais alternativos, que em muitos casos não possuem equipamentos públicos. A dificuldade é encaminhar o aluno para a continuação dos estudos. A pessoa sente que, para estar alfabetizada, precisa estar em um ambiente escolar. A ausência de oferta dessa continuidade é um limite Por falta de condições de afirmar essa identidade de pessoa alfabetizada, ela talvez não se declare alfabetizada'', comentou Amaral.
O Paraná acompanhou a tendência nacional de queda das taxas de analfabetismo e analfabetismo funcional. O estudo aponta, porém, que o analfabetismo tem sido reduzido de forma lenta. Segundo o Ipea, a falta de investimentos em educação se reflete na maior proporção de analfabetos em grupos sociais historicamente vulneráveis.
''O legado de atraso educacional foi sendo sedimentado e, em alguma medida, contribuiu para o aprofundamento das desigualdades e da exclusão social no País, razão pela qual a incidência do analfabetismo é bem maior entre os mais velhos, pobres, residentes no Nordeste e em áreas rurais'', afirmou o coordenador de Educação do Ipea, Paulo Corbucci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário