segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Conta da Inesul é bloqueada em Londrina para garantir pagamento de funcionários

JORNAL DE LONDRINA, 13 de dezembro de 2010

Salários de novembro e 13º dos professores estão atrasados. Justiça concedeu liminar para confiscar até R$ 500 mil das contas da faculdade


Professores da faculdade Inesul, presidida por Dinocarme Aparecido Lima, responsável pelo Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), estão sem receber o salário referente a novembro e a primeira parcela do 13º. Na última quinta-feira (9), o juiz da 6ª Vara do Trabalho de Londrina, Reginaldo Melhado, concedeu liminar solicitada pelo Sindicato dos Professores das escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná (Sinpro) determinando o confisco de até 500 mil reais das contas e do caixa da Faculdade Inesul para realizar o pagamento dos professores.

Em denúncia anônima ao JL, um dos funcionários contou que um comunicado oficial interno foi distribuído aos trabalhadores para informar que eles receberiam o 13º salário apenas em março de 2011. De acordo com a denúncia, vales transporte e refeição também não haviam sido pagos.

“Estamos preocupados com a situação dos professores e, inclusive, com a continuidade ou não do funcionamento da Inesul. Por isso, iremos monitorar o problema mesmo durante o recesso escolar”, disse em nota, Eduardo Toshio Nagao, presidente do Sinpro. Segundo ele, nesta segunda (13) um oficial de Justiça deveria comunicar a faculdade sobre a decisão, já que sexta-feira (11) foi feriado em Londrina.

Segundo informações da 6ª Vara do Trabalho, uma conta da instituição no Banco do Brasil já foi bloqueada. A reportagem não conseguiu localiza o advogado responsável pela Inesul, Diego Munhoz, pois ele estava em viagem.

Ciap - O Ciap, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), é suspeito de desviar cerca de R$ 300 milhões em recursos públicos nos últimos cinco anos, R$ 14,7 milhões só em Londrina.

De acordo com a Receita Federal, aproximadamente 30% dos recursos recebidos pela entidade eram transferidos para uma conta bancária específica, sob a justificativa de cobrir despesas administrativas. A polícia calcula que o Ciap tenha recebido mais de R$ 1 bilhão em verbas em cinco anos.

Desta conta, ainda conforme a Receita, a organização fazia retirada de grandes volumes, sempre em dinheiro em espécie e sem identificação, alegando se tratar de pagamento para empresas fornecedoras. Contudo, as investigações apontaram que as empresas pertenciam a parentes ou pessoas de confiança dos responsáveis pelo Ciap.

Todos os envolvidos no caso foram denunciados por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

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