Prejuízo nas estradas brasileiras chega a quase R$ 1 bilhão. Itens mais visados são eletrodomésticos, eletrônicos, autopeças e remédios. Setor busca estratégias para reduzir perdas
Um dos maiores problemas enfrentados pelo transporte rodoviário é o roubo de cargas. Só no ano passado, o prejuízo com esta prática criminosa nas rodovias chegou a quase R$ 1 bilhão no Brasil. Este tipo de ação tem crescido a uma velocidade de aproximadamente 7% ao ano. As cargas mais visadas são eletrodomésticos, eletrônicos, pneus, autopeças e remédios. O roubo de cargas é um dos assuntos que está em discussão na Feira de Transporte Intermodal e Logística (Transportar 2010), que acontece até hoje em Curitiba.
De acordo com dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), 81,38% dos roubos de cargas registrados ocorreram na região Sudeste. Em segundo lugar, vem a região Sul, com 1.069 casos ou 7,9% do total, o que mostra que o Paraná está na rota deste tipo de crime. ''O Estado é visado porque tem saída fácil para várias regiões. O roubo de cargas é o maior financiador do tráfico de drogas e de armas'', disse o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Setcepar), Luiz Podzwato.
Desta forma, as transportadoras se veem obrigadas a investir cada vez mais em rastreamento de caminhões, monitoramento eletrônico, gerenciamento de risco e seguro. Esse aparato todo encarece em 3% o preço do frete, o que é repassado para o consumidor final. Segundo ele, são roubadas cerca de 1.200 cargas por mês no Brasil, e o Paraná fica com 7% a 8% deste total.
Hoje, no Brasil, o setor é responsável por 65% do total de cargas transportadas e equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Podzwato acredita que com o crescimento da economia, a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil deve aumentar a circulação de mercadorias e será necessário haver ações concretas de melhoria da infraestrutura, o que não vem acontecendo no País.
Outro problema enfrentado pelo setor é a produção insuficiente por parte das indústrias de pneus. Com isso, as transportadoras acabam comprando o produto no varejo e não nas indústrias e pagam mais, o que é mais um componente para encarecer o frete.
Segundo ele, o setor não é contra a malha de rodovias pedagiadas, mas o preço alto cobrado pelas concessionárias aumenta o frete encarecendo também a carga. O transporte rodoviário também sofre com falta de mão de obra que envolve motoristas, carreteiros e conferentes de cargas.
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