quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Câmara dá prazo para prefeito de Londrina se defender de denúncias

FOLHA DE LONDRINA, 21 de outubro de 2010

Prefeito Barbosa Neto (PDT) tem sete dias úteis para explicar supostas irregularidades na contratação de empresa para treinar os guardas municipais


A Câmara de Vereadores de Londrina abriu ontem prazo de sete dias úteis ao prefeito Barbosa Neto (PDT) para que ele apresente defesa preliminar à denúncia de supostas irregularidades e indícios de ilegalidade que teriam ocorrido na Secretaria Municipal de Defesa Social, referente ao treinamento da Guarda Municipal. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público também instaurou, esta semana, procedimento para investigar o caso.

A medida, protocolada na Casa pelo vereador afastado Joel Garcia (PDT), no último dia 13, citou não apenas o chefe do Executivo Municipal, como também seu vice, José Joaquim Ribeiro (PSC), e os secretários municipais Benjamin Zanlorenci (Defesa Social) e Marco Cito (Gestão Pública), como incorrentes na prática de infrações político-administrativas. Segundo a denúncia, apresentada à Justiça de primeiro grau também na forma de uma ação popular, a empresa Delmontes Dias Ltda., de Campo Grande (MS), venceu o certame para o treinamento dos guardas, ao custo de R$ 313 mil, de modo que o serviço teria sido realizado, na verdade, pela Polícia Militar (PM) do Paraná.

Outro ponto do documento cita a retirada, do currículo do treinamento, de exercícios de tiro com pistola, previstos em edital, além de 420 tíquetes-refeição que deveriam ter sido entregues aos agentes no primeiro mês de serviço, julho. O pedido de abertura de CP, na Câmara, veio ''reforçado'' por um pedido de cassação do mandato do prefeito. Em coletiva no dia seguinte à denúncia, tanto Barbosa quanto o secretário de Gestão defenderam que o processo de contratação da empresa, bem como a execução do serviço, transcorreram sem ilegalidades; o prefeito ainda atribuiu a investida do parlamentar às denúncias feitas por ele no final do mês passado contra Joel, no Ministério Público (MP), das quais resultaram ações cíveis e criminais.

A cessão de prazo de sete dias, ontem, foi concedida pela Mesa Executiva a partir de parecer da Procuradoria Jurídica do Legislativo. No documento, os advogados - que citaram precedentes abertos por decisões do Supremo Tribunal Federal a favor dos ex-presidentes e hoje senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL) - apontaram que alguns dos fatos elencados por Joel ''são resultantes única e exclusivamente da versão unilateral do denunciante, não suficientemente corroborados por um suporte probatório mínimo''.

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, Barbosa foi notificado já ontem à tarde.

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